Cidades

2ª INSTÂNCIA

Ação que tenta "melar" Rota da Celulose vai para o TJMS

Juiz de 1ª instância determinou que secretaria do Estado seja colocada como polo do pedido e se declarou incompetente para julgar o caso, por envolver o Executivo

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O juiz Marcelo Andrade Campos Silva, da 3ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, se declarou incompetente na ação movida pela K-Infra Concessões e Participações contra o governo do Estado na tentativa de barrar a assinatura do contrato com o Consórcio Caminhos da Celulose, encabeçado pela XP Infra V Fundo de Investimento em Participações. Com isso, o pedido de liminar que tenta “melar” o leilão da Rota da Celulose foi remetido para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

Segundo o magistrado, apesar de no polo passivo da ação a empresa citar apenas a presidente da Comissão Especial de Licitação (CEL), Gabriela Rodrigues, quem deveria ter sido citado no pedido era a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog), na pessoa do titular da Pasta, Guilherme Alcântara de Carvalho, com isso, a de primeira instância não seria mais a corte de julgamento do caso.

“Ocorre que há flagrante ilegitimidade passiva nos presentes, eis que o ato cujo desfazimento se pretende, consistente na homologação e adjudicação contratual, fora praticado pelo secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, e não pela presidente da comissão licitatória. Desta forma, faz-se imprescindível a correção do polo passivo, nele se incluindo a real autoridade apontada como coatora, eis que fora
ela quem emitira o ato impugnado”, diz trecho do pedido.

“Dito isto, e considerando a real autoridade coatora, este juízo é incompetente para o conhecimento do feito, notadamente porque a questão acerca da competência ratione personae possui natureza absoluta. Cumpra anotar que em se tratando de Secretário de Estado a autoridade coatora, a competência originária para processar e julgar mandado de segurança é do próprio Tribunal de Justiça”, completa o magistrado.

Após essa determinação do juiz da 3ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos, a K-Infra inseriu o secretário de Infraestrutura no polo da ação e a ação foi encerrada na primeira instância. 
A mudança ocorreu há 20 dias, mas até a noite de ontem não havia registro do processo na segunda instância, mesmo com o pedido de urgência.

PROCESSO

Apesar de fazer parte de um consórcio com a Galápagos Participações ao concorrer no leilão da Rota da Celulose, a K-Infra ingressou sozinha na Justiça para pedir que a decisão que a desclassificou do certame seja revista. No processo a empresa, que faz parte do Consórcio K&G entrou com um mandado de segurança para impedir que o contrato com a segunda colocada seja assinado. 

Apesar da judicialização da questão, o governo do Estado, como mostrou o Correio do Estado, afirmou que mantém a previsão de fechamento do acordo para este ano, mas ainda não há uma data definida.
No mandado de segurança impetrado pela empresa, o grupo alega que houve “ilegalidade clara na condução do processo licitatório, violação de princípios fundamentais do Direito Administrativo, descumprimento da lei de licitações” e pede que o processo fique suspenso até que haja uma decisão final sobre o certame.

A empresa acusa, ainda, o governo do Estado de direcionamento do certame e alega que não houve fundamentação na desclassificação do consórcio da disputa. “A conduta revela, somada aos demais elementos, a clara intenção de direcionar certame público, porque cria regras não previstas no edital”, diz trecho do mandado de segurança.

No pedido, em sua argumentação Judicial, os advogados da K-Infra utilizam termos nada lisonjeiros quando se referem à comissão de licitação. “A conduta é mendaz, ímproba e em desrespeito ao disposto no art. 168, da Lei Federal nº 14.133/2021, cuja eloquente redação é a seguinte: O recurso e o pedido de reconsideração terão efeito suspensivo do ato ou da decisão recorrida até que sobrevenha decisão final da autoridade competente”, diz trecho da ação.

O governo do Estado, no entanto, não vê desta forma. O Executivo afirma que cumpriu todo o rito legal da licitação e que respeitou todos os prazos dos recursos.

Por entender que fez tudo dentro do que determinava a legislação, o governo também afirmou que mantém, para este ano ainda, a assinatura com o Consórcio Caminhos da Celulose, formado pelas empresas XP Infra V Fundo de Investimento em Participações, CLD Construtora, Laços Detentores e Eletrônica Ltda., Construtora Caiapó Ltda., Ética Construtora Ltda., Distribuidora Brasileira de Asfalto Ltda., Conter Construções e Comércio S.A. e Conster Construções e Terraplanagem Ltda.

DESCLASSIFICAÇÃO

O Consórcio K&G foi desclassificado depois que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) expulsaram a K-Infra da BR-393, chamada de Rodovia do Aço, no Rio de Janeiro. A experiência que ela tinha na administração daquela rodovia foi utilizada para que fosse habilitada a participar da licitação.

A K-Infra perdeu a concessão cerca de um mês depois de vencer o leilão para administrar trechos das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 (de Campo Grande a Bataguassu). Além disso, ficaria com parte das rodovias federais BR-262 (de Campo Grande a Três Lagoas) e da BR-267 (de Nova Alvorada do Sul à divisa com São Paulo), onde serão instalados 12 pedágios.

PEDIDOS

Além da suspensão da assinatura do contrato com a XP Infra, a K-Infra também pede que seja reconsiderada a decisão que a desclassificou, o que a tornaria, novamente, vencedora do certame.
Caso não seja reconhecido isso, a empresa pede ainda que “o presente recurso [seja] remetido imediatamente à autoridade superior” e que ela possa recorrer da decisão que a desabilitou.

*Saiba

O leilão da Rota da Celulose foi realizado no dia 8 de maio deste ano e a previsão do governo do Estado era assinar o contrato 60 dias após o certame, o que não ocorreu.

PREVISÃO

Calor extremo e chuva marcam a virada do ano em Campo Grande

No interior, temperaturas devem chegar a 41°C em Corumbá no primeiro dia do ano e se misturam com pancadas de chuva e possível queda de granizo

28/12/2025 17h30

última semana do ano em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas deve ser de calor extremo e chuva

última semana do ano em Campo Grande, Dourados e Três Lagoas deve ser de calor extremo e chuva Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado

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Semana da virada do ano em Campo Grande deve ser marcada por temperaturas de até 37°C, pancadas de chuvas e até possibilidade de granizo, segundo previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Na segunda-feira (29) são esperadas muitas nuvens com pancadas de chuva, com possibilidade de granizo durante o dia inteiro. As temperaturas devem variar entre 23°C e 36°C.

No dia seguinte, na terça-feira (30), as temperaturas devem cair um pouco, com variação de 24°C e 32°C, enquanto o dia deve ser com muitas nuvens com chuva isolada.

No Réveillon, quarta-feira (31), o termômetro deve atingir 37ºC, com mínima de 24°C, calor que deverá ser acompanhado de pancadas de chuva e possível queda de granizo.

Para começar 2026, o primeiro dia do ano também será com muitas nuvens, pancadas de chuva e trovoadas, e temperatura máxima de 36°C e mínima de 23°C.

A umidade do ar deve ficar entre 40% e 100%, o que é considerado ideal pelos especialistas, enquanto os ventos não devem ser intensos, com nível fraco ou moderado durante a semana.

Interior

Na maior cidade do interior do Estado, Dourados deve ter registros semelhantes ao da Capital, com pancadas de chuva durante a semana e possibilidade de granizo. As temperaturas variam entre 23°C e 35°C, com umidade do ar de 40% a 100% e ventos fracos.

Em seguida, os corumbaenses devem viver o 'auge' do calor extremo no dia 1°, com 41° de máxima prevista. Enquanto isso, no decorrer da semana, Corumbá vai acompanhar Campo Grande e Dourados com pancadas de chuva e possibilidade de granizo, além de trovoadas.

Saiba

Neste sábado (27), Paranaíba, Três Lagoas e Água Clara ficaram entre as 20 cidades mais quentes do País, com registros que passaram dos 37°C. Essa onda de calor em todo o Estado estava prevista desde o dia 23 pelo Inmet e deve durar até a noite desta segunda-feira (29).

Mesmo que o avise termine amanhã, a instituição recomenda atenção redobrada durante a semana, sobretudo nos dias de maior instabilidade, além de cuidados com o calor intenso, como hidratação constante e proteção contra o sol.

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Cidades

OAB-MS diz que adotará medidas após prisão de advogado

A Ordem pontuou as prerrogativas da advocacia na profissão e afirmou que irá garantir que nenhum defensor tenha seus direitos violados

28/12/2025 17h00

Reprodução OAB-MS

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A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Mato Grosso do Sul (OAB-MS), informou, por meio de nota, que adotará as medidas cabíveis após a prisão de um advogado durante o exercício da função.

A prisão ocorreu na quinta-feira (25), enquanto o defensor acompanhava um cliente durante um interrogatório.

O episódio gerou uma nota de repúdio da Associação dos Delegados de Polícia de Mato Grosso do Sul (Adepol-MS), que afirmou que a situação ocorreu porque o advogado teria "elevado o tom de voz".

"O referido advogado compareceu à unidade policial durante o plantão para atuar na 
para atuar na defesa de seu cliente, preso em flagrante pelo crime de estupro de vulnerável, ocasião em que passou a destratar, elevar o tom de voz e gritar com a Autoridade Policial, em razão de discordância quanto ao entendimento jurídico adotado no caso".

"O advogado foi devidamente orientado pelo Delegado de Polícia acerca dos momentos processuais adequados e das formas legais de atuação, bem como advertido de que sua conduta configurava crime de desacato. Ainda assim, persistiu no comportamento ofensivo, razão pela qual foi dada voz de prisão em flagrante e lavrado o respectivo Termo Circunstanciado de Ocorrência.

Ressalte-se que tais atitudes extrapolam completamente os limites do exercício das prerrogativas da advocacia, configurando ofensa à honra funcional e pessoal da Autoridade Policial, além da prática de ilícito penal. Diante da gravidade dos fatos, além das medidas necessárias à devida responsabilização criminal, o caso será encaminhado ao Departamento Jurídico da ADEPOL-MS para a adoção das medidas cíveis cabíveis, inclusive análise de pertinência de propositura de ação indenizatória por danos morais, bem como à Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso do Sul, para apuração e aplicação das medidas disciplinares pertinentes.

A ADEPOL-MS reafirma que permanece vigilante e atuante na defesa intransigente das prerrogativas, da honra e da dignidade de seus associados, não admitindo, sob qualquer hipótese, ataques pessoais, institucionais ou tentativas de desmoralização da carreira de Delegado de Polícia. Nenhum de nós está sozinho", diz a nota da Adepol.

A OAB-MS por sua vez, reafirmou o direito dos advogados garantidos por lei, e que não irá admitir que o exercício da profissão seja criminalizado. Para tanto, irão tomar medidas cabíveis.

Leia a nota na íntegra:

"A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional de Mato Grosso do Sul vem a público se manifestar sobre "Nota de Repúdio" lançada pela Adepol MS em relação a situação ocorrida entre Advogado e Delegado plantonista da CEPOL. A OAB/MS reafirma que as prerrogativas da advocacia são garantias legais inegociáveis e que jamais admitirá a criminalização do exercício da Advocacia, como infelizmente ocorreu no caso, sendo inadmissível a violação das prerrogativas de advogado que estava exercendo o seu trabalho.

A OAB MS esteve presente no ato representada pela Comissão de Defesa de Prerrogativas e seguirá sempre defendendo, contra quem quer seja, o exercício pleno e legítimo da Advocacia, sendo certo que adotará as medidas cabíveis para tanto".
 

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