A adolescente de 14 anos que pesa cerca de 25 quilos e foi internada em Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais, sofreu abuso sexual, de acordo com a Polícia Civil. "A menina era obrigada a praticar sexo não somente no padrasto, que ela chamava de tio, como em outros homens que a mãe mandava. Em 20 e tantos anos de polícia, nunca vi uma criança ser tão maltratada", disse a delegada responsável pela investigação, Dolores Tambasco.
De acordo com a assessoria da Polícia Civil, o laudo médico ginecológico não aponta violência sexual, mas, em depoimento informal, a adolescente afirmou que era obrigada a praticar sexo oral no padrasto e em outros homens. Ainda segundo a polícia, a garota deve prestar depoimento formal nesta quinta-feira (17). A casa onde ela morava com a mãe, irmãos e o padrasto vai ser periciada. De acordo com a delegada, a adolescente também relatou que ficava presa dentro de um galinheiro. Um inquérito foi instaurado nesta terça-feira (15).
A mãe e o padrasto foram proibidos pela Vara da Infância e da Juventude de visitar a adolescente no hospital. Eles são suspeitos de ter praticado maus-tratos e tortura e são procurados pela polícia, já que abandonaram a casa em que viviam na cidade de Chácara, também na Zona da Mata.
Nesta segunda-feira (14), a menina foi encaminhada pelo Conselho Tutelar da cidade ao Hospital Pronto-Socorro de Juiz de Fora. Segundo a unidade de saúde, ela chegou ao local desidratada, com várias feridas pelo corpo e bem abaixo do peso.
De acordo com a delegada responsável pelo caso, Dolores Tambasco, a adolescente foi criada pela bisavó em Coronel Pacheco, também na Zona da Mata, e, há cerca de um ano, a mãe dela chegou à cidade vinda do Espírito Santo. Um tio da garota teria dito à polícia que, a partir dessa época, começou a notar alguns machucados na vítima.
Após algum tempo, a família da adolescente se mudou para Chácara. Segundo a delegada, um motorista que ajudou na mudança notou que a garota estava muito debilitada e informou os agentes de saúde da cidade sobre o caso. Eles foram até a casa dela e acionaram o Conselho Tutelar.
Segundo o HPS, a adolescente se alimenta e o quadro dela é estável. A garota está internada e uma tia a acompanha.