Cidades

LEI DE 2023

Salário da prefeita de Campo Grande sobe 97% em 2025

Salário de Adriane Lopes passa de R$ 21,2 mil para R$ 41,8 mil em fevereiro. O reajuste gera efeito cascata e vai beneficir o secretariado e centenas de servidores de carreira

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Por conta de medida aprovada em 28 de fevereiro do ano passado na Câmara de Vereadores de Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes, a vice-prefeita, todo o primeiro escalão e centenas de servidores de diferentes secretarias passam ter direito a reajustes salariais que chegam a ultrapassar os 100% a partir de fevereiro.

No primeiro mês do segundo mandato o salário da prefeita ainda segue em R$ 21.263,62. Porém, a partir de fevereiro, salta para R$ 41.845,48, o que representa aumento de 96,8%. 

A medida foi aprovada em fevereiro do ano passado por 26 votos favoráveis e dois contrários. À época ela passou praticamente sem polêmica, já que veio a reboque de uma outra lei, que elevava o salário da prefeita de R$ 21,2 mil para R$ 35,4 mil já a partir de primeiro de março daquele ano. 

Porém, como a legislação prevê que o salário do prefeito não pode ser reajustado no meio do mandato, a Justiça acabou barrando aquele aumento.  E, como o comando da Câmara já temia esta possibilidade, colocou em votação dois aumentos, mas em projetos separados. Aquele que prevê os R$ 41,8 mil a partir de 2025 segue em vigor.

Na época, o presidente da Câmara, o vereador Carlão, que foi reeleito, argumentou que o reajuste era necessário para "descongelar" o salário de categorias como auditores fiscais, procuradores, médicos e até diretores de escolas. 

Alguns destes, defendeu à época, estavam sem reajuste fazia mais de uma década, uma vez que ninguém pode receber salário superior ao do chefe do Executivo Municipal na prefeitura de Campo Grande. 

Além dos servidores de carreira (em torno de 400 que serão beneficiados, entre ativos e inativos)  a ampliação do teto salarial para até R$ 41,8 mil interessa diretamente à vice-prefeita e aos novos secretários e diretores de fundações e agências que serão nomeados a partir desta quinta-feira. 

No caso da vice-prefeita, a nova remuneração prevista é de R$ 37.658,61, mais que o dobro dos $ 15.947,03 estipulados atualmente e que não são pagos a ninguém, já que Adriane Lopes assumiu a chefia do Executivo em abril de 2022, substituindo Marquinhos Trad, que agora será vereador e receberá salário pouco superior a R$ 26 mil, além de ajuda de custo.

Os secretários, que hoje têm remuneração da ordem de R$ 17 mil (sem contabilizar a chamada folha secreta), passam a ter direito a R$ 35.657,50.

Diretores de autarquias, por sua vez, passam a ter direito a R$ 30.142,70. Atualmente, o salário oficial do chamado segundo escalão é de R$ 11,6 mil, sem contabilizar os chamados jetons que praticamente todos acabavam recebendo.  

Embora tenha direito ao aumento, a prefeita Adriane Lopes ainda não se manifestou se vai colocar em vigor a nova lei ou se vai se opor, assim como fez em março do ano passado. 

A medida, porém, permite que ela acabe de vez com a chamada "folha secreta", que teria sido criada justamente para melhorar os rendimentos dos integrantes do primeiro e segundo escalão da administração municipal.

Pedindo para não ter a identidade revelada, um integrante do alto escalão da administração municipal explicou que por conta do baixo salário era difícil conseguir técnicos interessados em assumirem determinadas funções. 

Depois dos descontos de previdência a imposto de renda, um secretário municipal acabava recebendo em torno de R$ 10 mil mensais, o que, segundo ele, é uma renda nada atrativa para alguém assumir uma secretaria ou cargo de segundo escalão.

Procurado nesta terça-feira, o presidente da Câmara, Carlão Borges, não deu retorno à reportagem do Correio do Estado, Mas, em março do ano passado, deixou claro que existe a possibilidade de ela abdicar deste aumento caso entenda que falta dinheiro nos cofres públicos. 

“A Câmara Municipal não tem a prerrogativa de aumentar o salário de nenhum servidor. A Casa tem as prerrogativas constitucionais de mexer no subsídio da prefeita ou do prefeito e fizemos isso. Ela tem a LRF, se entender que o salário não deve ser aumentado, pode congelar. Os salários dela e dos secretários podem ficar congelados”, afirmou, conforme reportagem do Correio do Estado publicada à época. 

De olho em um cargo de secretário, cujo salário será de R$ 35,6 mil, o Valdir Gomes, que nesta terça-feira (31) cumpria seu último dia de vereador após 16 anos consecutivos na Casa de Leis, garante que a lei do novo piso salarial está em vigor e mesmo que a prefeita peça, a Câmara não deve revogar a medida, já que existem centenas de servidores de carreira que estão à espera deste descongelamento do teto. 

Atualmente, o salário da prefeita de Campo Grande é o quinto menor entre as capitais brasileiras. No topo desta lista está o prefeito de São Paulo, com R$ 38 mil. No pé, o prefeito de Vitória, que recebe R$ 19,2 mil. 

Adriane Lopes foi eleita com  222.699 votos e toma posse nesta quarta-feira, 1º de janeiro, às 16 horas, no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, para o mandato de quatro anos. Além dela, tomam posse na solenidade a vice-prefeita eleita Camilla Nascimento, e os 29 vereadores.

Itaquiraí

Mãe e filha morrem em acidente triplo na BR-487

Colisão ocorreu em trecho conhecido como estrada boiadeira, próximo ao município de Itaquiraí

13/12/2025 16h30

Foto: Portal Conesul

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Gabrieli de Freitas Vieira e sua filha Julia Pereira de Freitas, de apenas 3 anos morreram na manhã deste sábado após um acidente triplo na manhã deste sábado (13), na BR-487, próximo a região do Assentamento Santo Antônio, situado em Itaquiraí, distante 405 quilômetros de Campo Grande.

Conforme a imprensa local, ambas estavam em um Jeep Compass com uma familiar de 40 anos, e seguiam de Maringá (PR) com destino a Dourados, cidade em que possuíam comércio. A família seguia na rodovia sentido BR-163 quando tentou uma ultrapassagem forçada e atingiu a traseira de um veículo Polo, que seguia na mesma direção.

Com o impacto da colisão, testemunhas afirmam que o veículo teria capotado e batido na traseira de uma carreta que seguia na pista contrária, impacto suficiente para arremessar o carro da família para fora da pista, ao lado de uma borracharia. 

De acordo com a imprensa local, o acidente aconteceu por volta das 9h30. Gabrieli e a filha morreram no local. Socorrida, a outra pessoa da família foi levada ao hospital de Itaquiraí, consciente e orientada, apesar de cortes na cabeça.

Os demais motoristas envolvidos não sofreram ferimentos graves e testaram negativo para consumo de álcool.. Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, da Polícia Rodoviária Federal e da Perícia estiveram no local. As causas do acidente serão investigadas na Delegacia de Itaquiraí.

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Cidades

TCE suspende licitação para reforma de ponte sobre o rio Paraguai

Inconsistências e riscos de gastos excessivos na licitação levaram o Tribunal de Contas do Estado a suspender o certame

13/12/2025 13h30

Imagem divulgação

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Menos de um mês depois de assumir como conselheiro do Tribunal de Contas, o ex-integrante do governo do Estado, Sérgio de Paula, suspendeu a licitação de R$ 11,7 milhões para obras na ponte da BR-262, sobre o Rio Paraguai.

A decisão foi publicada nesta sexta-feira (12), em edição extra do Diário Oficial do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul.

No dia 26 de novembro, a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul) lançou a licitação prevendo investimento de até R$ 11.728.608,10 para a execução de obras de recuperação estrutural.

Os envelopes com as propostas feitas pelas empreiteiras seriam abertos na segunda-feira (15). No entanto, foi determinada a suspensão do certame após a equipe técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) identificar “inconsistências e lacunas” em informações como:

  • Caderno de desenhos;
  • Relatório de critérios e especificações técnicas;
  • Verificação estrutural;
  • Projeto de recuperação estrutural;
  • Projeto de sinalização temporária;
  • Plano de execução.

A justificativa para suspender o processo licitatório da reforma da ponte foram inconsistências no Projeto Básico, que podem gerar gastos acima do necessário. Para isso, foi apontada a necessidade de atualização dos dados técnicos.

“Tais inconsistências podem acarretar riscos de sobrepreço, aditivos contratuais futuros e execução inadequada da obra, comprometendo a economicidade e a eficiência, em desacordo com a Lei nº 14.133/2021. Embora o projeto tenha avançado em sua conformidade com a nova Lei de Licitações, as lacunas técnicas e a necessidade de atualização são significativas. Para uma decisão embasada e para mitigar risos futuros, é crucial que as informações complementares e as atualizações necessárias sejam providenciadas e analisadas”, consta no ato.

Diante dos indícios de irregularidades no Estudo Técnico Preliminar (ETP) e no Projeto Básico, o relator, conselheiro Sérgio de Paula, determinou a aplicação de medida cautelar para suspender o processo licitatório até a regularização dos pontos apontados.

Previsão

Com previsão de início das obras somente no segundo trimestre de 2026, o valor estimado, como adiantou o Correio do Estado, indica que a reforma da ponte pode custar o dobro do apontado pelo ex-secretário de Obras, Hélio Peluffo.

Em 2023, ele previu gastos em torno de R$ 6 milhões na recuperação da estrutura da ponte, que tem sofrido diversas intervenções e situações que resultaram em tráfego em meia pista.

Essa situação ocorreu em 2023, quando a interdição durou mais de um ano, até que os reparos emergenciais fossem concluídos na pista de rolamento.

Além disso, há situação emergencial nos “amortecedores” instalados entre as pilastras e a parte superior da ponte (pista), que apresentam desgaste por falta de manutenção. Essa obra deverá ser bancada, agora, com recursos públicos.

Pedagiada "até ontem"
 

Investimento público em uma ponte seria algo normal não fosse a cobrança de pedágio, feita até setembro de 2022. Pequena fatia da receita era repassada ao Estado e a única obrigação da empresa era fazer a manutenção da estrutura, que tem dois quilômetros e foi inaugurada em 2001.

Porém, em 15 de maio de 2023 a empresa Porto Morrinho encerrou o contrato e devolveu a ponte Poeta Manoel de Barros sem condições plenas de uso, embora tivesse faturamento milionário.

Em 2022,  com tarifa de R$ 14,10 para carro de passeio ou eixo de veículo de carga, a cobrança rendeu R$ 2,6 milhões por mês, ou R$ 21 milhões nos oito primeiros meses daquele ano.

No ano anterior, o faturamento médio mensal ficou em R$ 2,3 milhões. Conforme os dados oficiais, 622 mil veículos pagaram pedágio naquele ano. Grande parte deste fluxo é de caminhões transportando minério. A maior parte destes veículos têm nove eixos e por isso deixavam R$ 126,9 na ida e o mesmo valor na volta.

Esse contrato durou longos 14 anos, com início em dezembro de 2008, e rendeu em torno de R$ 430 milhões, levando em consideração o faturamento do último ano de concessão. 

Em março de 2017, a Porto Morrinho conseguiu um abatimento de 61% no valor da outorga. Na assinatura, em 22 de dezembro de 2008, o acordo previa repasse de 35%  do faturamento bruto obtido com a arrecadação tarifária estabelecida em sua proposta comercial. A partir de março de 2017, porém, este valor caiu para 13,7%. 

Se tivesse de repassar 35% dos R$ 2,6 milhões arrecadados por mês em 2022, a Porto Morrinho teria de pagar R$ 910 mil por mês ao Estado. Com a repactuação do contrato, porém, este valor caiu para a casa dos R$ 355 mil. Em ambos os casos os valores teriam alguma variação porque ainda seria necessário descontar impostos.

Ou seja, a repactuação garantiu R$ 555 mil mensais a mais aos cobres da concessionária, que mesmo assim não cumpriu com sua única obrigação, que era manter a ponte em condições de uso. 

E, mesmo depois de parar de cobrar pedágio, ela continuou cuidando da ponte, entre setembro de 2022 até maio de 2023.  Neste período, recebeu indenização milionária, de pouco mais de R$ 6 milhões. 

O pedágio acabou por causa do fim do acordo do governo estadual, que construiu a ponte, com o DNIT, já que a rodovia é federal. Porém, o governo federal só aceita receber a ponte depois que estiver em boas condições de uso. 

** Colaborou Neri Kaspary

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