Cidades

vale da celulose

Aeroporto que atende megafábrica de celulose é multado por crime ambiental

Pista de Inocência foi inaugurada em abril deste ano, dia em que o vice-presidente, Geraldo Alckmin, esteve na cidade para lançamento da pedra fundamental da Arauco

Continue lendo...

Ativado oficialmente no dia 9 de abril, com a presença do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que veio ao Estado para o lançamento da obra de UR$ 4,6 bilhões da fábrica de celulose da Arauco, o aeroporto de inocência está sendo alvo de investigação do Ministério Público estadual por conta de uma erosão e assoreamento de um córrego próximo ao empreendimento.

A investigação começou depois da aplicação de uma multa R$ 100,5 mil aplicada no dia 6 de dezembro do ano passado pela Polícia Militar Ambiental contra a empresa responsável pela obra, a construtora Avance, que recebeu em torno de R$ 19 milhões pelos trabalhos.

De acordo com os policiais ambientais, que foram ao local para atender a uma denúncia de crime ambiental feita por fazendeiros, a construtora não fez barragens de contenção da água da chuva e por conta disso surgiu uma grande erosão e centenas de toneladas de areia foram parar no leito do Córrego Cassimiro.

A água e a areia entravam no córrego justamente no local em que a empresa captava água para atender suas necessidades durante a obra. Esta captação, por sua vez, não havia sido autorizada por nenhuma autoridade embiental. Por conta disso, os R$ 100,5 mil de multas foram calculados com base nos dois supostos crimes ambientais. 

O Ministério Público, que no diário oficial desta segunda-feira (4) publica o edital da instauração do procedimento preparatório sobre a investigação, já obteve explicações da Avance e esta alega não ter responsabilidade pela “morte” do córrego. 

Em sua defesa, a construtora diz tinha autorização do proprietário da fazenda para captar a água e que não há exigência legal para que buscasse alguma outra licença. Alega, ainda, que o córrego fica a mais de 500 metros do local da obra e por conta desta significativa distância não pode ser responsabilizada pelo dano ambiental.

Atribuiu o assoreamento às fortes chuvas que teriam caído na região nos últimos meses do ano passado. Entre 21 de outubro e 3 de dezembro teriam sido mais de 500 milímetros, alegou a empresa. 

Em sua defesa, porém, a própria empresa praticamente derruba seu argumento, uma vez que mostra que o volume não está muito acima da média histórica para a região no último trimestre do ano, que é da ordem de 460 milímetros. 

Ao dizer que não teve responsabilidade pelo dano ambiental, tenta atribuir a culpa aos proprietários rurais, que não estariam utilizando práticas adequadas de conservação do solo e por conta disso teria surgido a gigantesca erosão. Não explica, porém, por que ela surgiu justamente no período em que foi construída a pista de pouso.

Erosão começou às margens da pista e pouso e percorreu cerca de meio quilômetro até atingir um córrego

Imagens anexadas à investigação mostram que erosão começa exatamente na pista e segue até o córrego, percorrendo praticamente o mesmo caminho que faziam os veículos que buscavam água no córrego. 

Pelo fato de o aeroporto ser municipal, o MPMS questionou a prefeitura para saber por que a administração municipal não fez a devida fiscalização. O prefeito Antônio Ângelo Garcia dos Santos, o Toninho da Cofap, se eximiu da responsabilidade pelo fato de a obra ter sido licitada e bancada totalmente pelo Governo do Estado. 

Embora as obras já tenham sido concluídas, agora a promotoria quer saber quem será o responsável pela recuperação do córrego e da vala que surgiu no meio da fazenda Elo Dourado.

VALE DA CELULOSE

A pista de pouso tem 1,5 mil metros de comprimento e 30 de largura, além de área de estacionamento de 6 mil metros quadrados. Em seu projeto original constavam uma série de valas para escoamento adequado da água da chuva e para evitar possíveis alagamentos da pista em dias de chuva intensa. 

No dia da inauguração, dia 9 de abril, a aeronave que trouxe o vice-presidente ao Estado inclusive pousou em Inocência. O mesmo ocorreu com os aviões utilizados pelo governador Eduardo Riedel e pelos executivos da Arauco. 

O investimento é uma espécie de contrapartida do poder público estadual para viabilizar a construção da maior fábrica de celulose do mundo, que terá capacidade para produzir até 3,8 milhões de toneladas por ano. 

A fábrica está sendo construída às margens do Rio Sucuriú, que acabou sendo o destino final da areia que inicialmente atingiu o Córrego Cassimiro. Conforme a previsão, no pico das obras serão gerados até 14 mil vagas de trabalho em Inocência, município com 8,5 mil habitantes. 

Depois que a fábrica entrar em operação, no segundo semestre de 2027, a primeira fábrica da chilena Arauco no Brasil deve garantir emprego direto e indireto para cerca de seis mil pessoas, sendo boa parte das vagas no plantio e colheira dos cerca de 400 mil hectares de plantações de eucalipto. 

TERMINAL INTERMODAL

A cerca de cinco quilômetros da pista de pousou implantata para atender às necessidades da fábrica da Arauco, a empresa Suzano construiu, às margens da Ferronorte, um terminal de transbordo para despachar as 2,55 milhões de toneladas de celulose que produz por ano em Ribas do Rio Pardo desde julho do ano passado. 

E esta obra resultou em um crime ambiental bem parecido ao da obra do aeroporto, por conta do assoreamento de açudes e de um pequeno curso de água nas imediações. E, assim como a construtora do aeroporto, a empresa que construiu o terminal intermoda e a Suzano se recusam a reparar os danos e a devolver água potável  a uma idosa, que recorreu à Justiça na tentatativa de recuperar o abastecimento.

Cidades

Bairros ficaram sem coleta de lixo por falta de trabalhadores, diz Solurb

Com a ausência de 40% dos funcionários, bairros e até a região central ficaram desassistidos

08/12/2025 17h00

Divulgação Solurb

Continue Lendo...

Alguns bairros, inclusive parte da região central, ficaram sem o serviço de coleta de lixo em Campo Grande. A Solurb informou que o problema ocorreu devido à falta inesperada de funcionários.

Por meio de nota, a empresa responsável pela coleta dos resíduos explicou que houve ausência de 40% do efetivo, o que afetou bairros na última sexta-feira (5) e no sábado (6).

A empresa negou que esteja ocorrendo qualquer tipo de greve por parte dos funcionários. Os seguintes bairros e regiões ficaram sem o serviço:

  • Na sexta-feira (05/12), ficaram sem coleta, parcial ou total, bairros como Jardim dos Estados, parte da região central e Vila Carvalho. Essas áreas foram regularizadas no sábado (06/12).
  • No sábado (07/12), devido à continuidade das ausências, não foi possível concluir a coleta na Vila Sobrinho, parte do Taveirópolis, Vila Planalto e Amambaí.
  • No São Francisco, a coleta prevista para sexta-feira foi executada no sábado, em turno diurno.

A empresa ressaltou que, para evitar que o problema ocorra novamente, está adotando algumas iniciativas para reforço das equipes. Entre as ações estão:

  • Redistribuição de rotas entre turnos e setores;
  • Contratação emergencial de novos coletores;
  • Retorno de colaboradores que estavam em férias;
  • Monitoramento intensivo das regiões pendentes para priorização da coleta.

Restabelecimento do serviço

A Solurb informou que espera regularizar a coleta nesta segunda-feira (08), quando os bairros que não foram atendidos terão prioridade.

“Para os demais setores atendidos rotineiramente no período noturno, a expectativa é de que a coleta ocorra normalmente, salvo nova ocorrência excepcional de ausências.”

Confira a nota da empresa:

“A Solurb orienta que os moradores mantenham o acondicionamento adequado dos resíduos e respeitem o calendário de coleta do seu setor.

A CG Solurb reforça que está integralmente empenhada em restabelecer a plena normalidade e a excelência na prestação dos serviços, padrão que sempre norteou sua atuação ao longo da concessão. Tão logo a recomposição da mão de obra seja concluída e os índices de ausência retornem à normalidade, a operação deverá seguir sem novos impactos.

A empresa reafirma seu compromisso com a cidade de Campo Grande e com a qualidade dos serviços de limpeza urbana, mantendo todos os esforços concentrados para garantir segurança operacional, regularidade e eficiência à população.”
 

Assine o Correio do Estado

DROGAS

Cão policial ajuda a prender traficantes em operação da Polícia Civil

Em dois dias, Operação Faro, em Campo Grande, interceptou cerca de 5 quilos de drogas em agência do Correios e quatro ônibus

08/12/2025 16h45

Cão farejador identificou drogas em quatro ônibus que vinham de Corumbá e tinham como destino a cidade de São Paulo

Cão farejador identificou drogas em quatro ônibus que vinham de Corumbá e tinham como destino a cidade de São Paulo Divulgação: Polícia Civil

Continue Lendo...

A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul, por intermédio da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (DENAR), realiza, durante este mês de dezembro, a Operação Faro, que conta com a ajuda de cães farejadores para encontrarem drogas em malas dos ônibus e encomendas nos Correios.

Em uma das abordagens, a ação contou com apoio da Subgerência de Segurança Corporativa dos Correios. As embalagens foram enviadas de Paranhos e Ponta Porã. A primeira embalagem tinha como destino a cidade de Montes Claros (MG), com 2,248 quilos de skunk, divididos em sete porções. E a segunda encomenda iria para Aparecida de Goiânia (GO), com 100 gramas de haxixe marroquino.

Durante a triagem de encomendas, o cão Colt-K9 sinalizou positivamente para duas embalagens, indicando possível presença de substâncias ilícitas. Após a conferência, foram localizadas porções de maconha do tipo skunk e haxixe marroquino, totalizando 2,348 quilos de entorpecentes.

Uma outra fiscalização da Polícia Civil, junto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Campo Grande, interceptou cerca de 2,860 quilos de cocaína.  

As autoridades receberam informações de que vários ônibus provenientes de Corumbá, rota do tráfico que faz fronteira com a Bolívia, estavam parados a poucos quilômetros do ponto onde eram realizadas fiscalizações. As equipes se deslocaram e encontraram quatro veículos, que foram encaminhados ao posto da PRF para revistarem os veículos. 

Durante a inspeção no ônibus que seguia de Corumbá para São Paulo, o cachorro indicou três mochilas pertencentes aos passageiros com idades de 38, 26 e 23 anos, todos de nacionalidade boliviana. No interior das bagagens foram localizadas embalagens de lenço umedecido e frascos de shampoo contendo cápsulas de cocaína.

Com o de 38, os policiais encontraram 66 cápsulas, totalizando 824 gramas. O de 26 transportava outras 66 cápsulas, pesando 834 gramas. Já com o de 23 foram apreendidas 100 cápsulas, somando 1.202 gramas. Os três informaram que receberiam R$ 2.500,00 pelo transporte da droga e que viajavam juntos desde a Bolívia.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).