Todas as empresas que apresentaram propostas para participar do leilão dos aeroportos, marcado para segunda-feira, foram habilitadas. Pelo menos onze consórcios entregaram documentação ontem na sede da BMF&Bovespa.
No entanto, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) não confirmou nem os nomes nem o número dos participantes.
"O número de propostas e o nome dos grupos proponentes serão divulgados apenas durante o leilão, à medida que os envelopes sejam abertos", afirmou a Anac, em comunicado. Já o nome dos integrantes de cada consórcio, só será tornado público oficialmente ao término do leilão.
Segundo a Anac, o objetivo é aumentar a "competitividade do leilão e maximizar a concorrência a fim de obter a maior contribuição fixa ao sistema aeroportuário."
Dentre a documentação entregue na sede da Bovespa estavam os lances mínimos para cada aeroporto e garantias de propostas.
Pelas regras do processo de concessão, marcado para segunda-feira, os grupos podem fazer propostas aos três aeroportos --Guarulhos, Viracopos (Campinas) e Brasília--, mas só é permitido arrematar um deles. A soma dos preços mínimos dos três é de R$ 5,5 bilhões.
GRUPOS
Compondo os consórcios, segundo a Folha apurou, estão grandes operadores internacionais, como a Changi, de Cingapura, que apresentou proposta em conjunto com a Odebrecht. A suíça Zurich AG entrou com a CCR, empresa controlada por Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, e a alemã Fraport, do aeroporto de Frankfurt, com o grupo Ecorodovias.
Responsável pela operação de um dos aeroportos mais movimentados do mundo, o aeroporto de Heathrow, em Londres, a espanhola Ferrovial apresentou proposta em sociedade com a Queiroz Galvão e o BTG Pactual.
Com nove aeroportos da África do Sul sob sua administração, a ACSA apresentou proposta com a Invepar, empresa de investimentos em transportes do grupo OAS com fundos de pensão das estatais Previ, Petros e Funcef. O consórcio confirmou ter apresentado proposta para os três aeroportos.
O grupo francês Aéroports de Paris (ADP) e o grupo holandês Schipol, que administram respectivamente os aeroportos Charles De Gaulle, em Paris, e de Amsterdã, na Holanda, entraram juntos no leilão dos aeroportos do Brasil.
Eles firmaram um consórcio denominado Sócrates, que conta com a Construtora Carioca Engenharia, do Rio de Janeiro, e o Grupo GP Investimentos. De acordo com informações do grupo, foi formulada proposta para apenas um dos três aeroportos leiloados. O grupo não revelará qual.
O grupo Mexicano Asur (Aeropuertos del Sureste) confirmou oficialmente que apresentou propostas no leilão dos aeroportos brasileiros.
Em comunicado no site da empresa, o grupo informou que firmou parceria com a Advent Internacional, fundo de investimentos que controla a Brasif, dona dos free shops dos aeroportos nacionais, para entrar no leilão.
O grupo Asur opera nove aeroportos privatizados no México: Cancun, Merida, Cozumel, Vila Hermosa, Oaxaca, Vera Cruz, Huatulco, Tapachula e Minatitlan.
A construtora Galvão tinha negociações com o grupo alemão Flughafen München, do aeroporto de Munique, mas não confirmou propostas.
CONSÓRCIOS CONFIRMADOS | OPERADOR |
---|---|
CCR (Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Soares Penido Concessões) | Zurich AG (Suíça) |
Odebrecht TransPort | Changi (Cingapura) |
Queiroz Galvão e BTG Pactual | Ferrovial (Londres) |
Ecovias (Grupo CR Almeida e Grupo Impregilo) | Fraport AG (Alemanha) |
Engevix | Corporación América (Argentina) |
OHL Brasil | Aena (Espanha) |
Invepar (OAS e fundos de pensão estatais) | ACSA (África do Sul) |
Triunfo Participações e Investimentos, Constran e Aeroservice | Egisavia ( França) |
Fidens Engenharia | ADC&HAS (EUA) |
Sócrates (Construtora Carioca Engenharia, GP Investimentos) | Aéroports de Paris (França) e Schipol (Holanda) |
Advent Internacional (fundo que controla a Brasif, dona de free shops no país) | Asur (México) |