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Cuidados

Animais também estão sujeitos a estresse devido às altas temperaturas

Professora recomenda cuidados especiais aos pets

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As temperaturas elevadas não provocam efeitos negativos somente no ser humano. Também os animais, sejam domésticos ou de produção, estão sujeitos a perigos provocados pelo calor extremo, alertou nesta terça-feira (14) a professora do Instituto de Zootecnia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Ana Lúcia Puerro de Melo. “Todos eles estão sujeitos a estresse pelo calor com essas ondas de calor tão extremas”.

Quando se pensa em animais domésticos, que vivem dentro das casas, os principais cuidados que devem ser tomados incluem propiciar um ambiente com conforto térmico, isto é, com sombra, água fresca, verificar se a vasilha está limpa e com água fresca, trocar a água com frequência, verificar o comportamento do animal, se está se alimentando, defecando e urinando normalmente, recomenda a professora. 

Diante de qualquer comportamento ou indício de desconforto ou de que ele não está bem, a recomendação é procurar um veterinário.

“No caso de animais de produção, o nível de estresse de calor é bastante grave. Dependendo da espécie e da raça, pode aumentar a taxa de mortalidade”, esclareceu a professora da UFRRJ. 

Mesmo animais que são alojados em galpões que, em tese, são ambientes sombreados, o calor muito excessivo pode ampliar o índice de mortalidade. As aves são um exemplo.

Instalações


Quando são animais de produção, há cuidados que podem ser tomados antes da instalação da atividade, que seria pela escolha das raças que são mais adaptadas, e também pela instrução da construção das instalações, que devem garantir sombreamento, com fornecimento de água limpa. No manejo, podem ser feitas também alterações, como evitar estressar os animais com manejos em momentos de maior pico de temperatura, mas deixá-los em repouso, tentar fazer compensações. “Se você notar que o animal diminuiu a ingestão de comida, deve-se tentar compensar isso no momento em que a temperatura diminui, com colocação de novo alimento fresco para incentivar a compensação dos períodos de calor”.

Ana Lucia disse que a cães e gatos podem ser oferecidos alimentos diferentes, palatáveis, que já vêm com um nível de umidade maior, porque isso também estimula a ingestão de líquidos, que é essencial. “Apesar de ser muito similar ao que se recomenda para os seres humanos, como diminuir a atividade, a movimentação, isso serve também em relação ao manejo dos animais, que é deixá-los em repouso em momentos de maior calor, evitar exposição ao sol desnecessária, manter o fluxo de água limpa e fresca, para que isso estimule o consumo. Serve para eles e para nós também”.

Segundo Ana Lúcia, o estresse pelo calor é negligenciado até para os seres humanos. “A gente vê muitas campanhas do agasalho, no frio, mas nesses dias quentes, inclusive para os seres humanos que estão em situação de vulnerabilidade, muitas vezes não dispõem de um local decente para tomar um banho ou beber uma água potável em temperatura adequada, é essencial que haja conscientização sobre isso também”.

Oceanos


O professor Francisco Gerson de Araújo, coordenador do Laboratório de Ecologia de Peixes da UFRRJ, explicou que esse calor excessivo é, primariamente, efeito de um forte El Niño, que é aumento da temperatura no Oceano Pacífico central, que gera um calor muito grande, muda a direção das correntes e faz com que o ar suba e desça sob a forma de barreira no Sul, mais ou menos a 5º de latitude. “É por isso que no Sul continua chovendo e, aqui, está seco e quente. Essa é a consequência do El Niño, que faz com que aumente a temperatura global”.

Gerson de Araújo disse que todos os peixes, como os demais organismos que vivem na água, têm uma temperatura interna vinculada à temperatura do ambiente. Quando a temperatura do ambiente aumenta de forma excessiva, eles tendem a se deslocar para áreas de temperatura mais amena, como estão acostumados.

Em nível global, os peixes vão se deslocando para latitudes mais altas, ou seja, da costa do Rio de Janeiro para a costa de São Paulo e de Santa Catarina. “Quer dizer, para lugares em que a temperatura não esteja tão diferente da temperatura onde estão acostumados a viver. Há um deslocamento de massa geral, mas isso não acontece tão rapidamente. É aos poucos”, explicou.

O efeito desse deslocamento em função do calor excessivo é muito negativo, porque causa prejuízo a toda a cadeia trófica, ou cadeia alimentar. Algumas espécies começam a migrar para outras regiões e quebram a cadeia trófica onde vivem. As consequências são muito ruins. Algumas espécies podem, inclusive, desaparecer. “Essa temperatura alta não é boa. É muito ruim”. Esse é um efeito global, em termos de oceano.

Já o efeito local também é negativo porque, toda vez que a temperatura aumenta, a quantidade de oxigênio diminui e pode haver mortandade de peixes, disse o professor da UFRRJ.

recorde

Rio Paraguai registra mínima histórica em ano mais seco no Pantanal

Nível do rio atingiu marca de 62 cm abaixo da cota de referência

13/10/2024 19h00

Foto: Ministério de Minas e Energia

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O Rio Paraguai chegou ao seu nível mais baixo já medido, segundo o Serviço Geológico Brasileiro (SGB), atingindo a marca de 62 centímetros abaixo da cota de referência.

A série de medições foi iniciada pela Marinha em 1900, no posto de Ladário, junto à cidade de Corumbá (MS), na fronteira com Porto Quijarro (Bolívia). A mínima anterior, registrada em 1964, foi de 61 centímetros abaixo da cota.

A cota padrão é de 5 metros (m) de profundidade média, segundo o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), que já havia feito um alerta sobre o menor nível histórico do rio na última quarta-feira (9), a partir de medições próprias.

A estação serve como referência para a Marinha na análise das condições para navegação e definição de medidas de restrições.

O Rio Paraguai corre pelos estados de Mato Grosso, onde nasce, e Mato Grosso do Sul, de onde segue para o Paraguai e a Argentina. Suas nascentes são alimentadas por águas que vêm da Amazônia, como as do Rio Negro.

A região também passa por seca histórica. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA) a Região Hidrográfica Paraguai ocupa 4,3% do território brasileiro, abrangendo parte dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o que inclui a maior parte do Pantanal mato-grossense, a maior área úmida contínua do planeta.

Para o SGB, a situação era esperada desde fevereiro, quando os pesquisadores alertaram sobre a possibilidade de se chegar a uma mínima histórica na região.

“Essa seca vem sendo observada em razão das chuvas abaixo do normal durante toda estação chuvosa, desde outubro de 2023. Por isso, temos alertado sobre esse processo que se desenhava na bacia”, explica o pesquisador Marcus Suassuna na nota da instituição.

Segundo o Imasul, a queda no nível do Paraguai tem implicações diretas para a economia e para o meio ambiente, afetando turismo e pesca, além do abastecimento de comunidades ribeirinhas. ˜Especialistas associam essa redução drástica à variabilidade climática e à escassez de chuvas na bacia hidrográfica. O Pantanal, um dos biomas mais frágeis e importantes do planeta, está particularmente vulnerável a essas mudanças, que afetam tanto a biodiversidade quanto as comunidades humanas", destaca o instituto em nota.

Recuperação lenta

De acordo com as projeções do SGB, a recuperação dos níveis na Bacia do Rio Paraguai será lenta. O nível em Ladário (MS) deve ficar abaixo da cota até a segunda quinzena de novembro.

“Observamos que o ritmo de descida do rio tem diminuído consideravelmente e estava estabilizado desde a última segunda-feira (7) em razão dessas primeiras chuvas da estação chuvosa. As precipitações devem continuar, mas não em ritmo muito forte que vá contribuir para subidas rápidas neste trecho e em toda a bacia”, analisa Suassuna na nota.

A década tem sido marcada por estações chuvosas insuficientes para a recuperação das reservas. Segundo o SGB, durante a estação chuvosa iniciada em outubro de 2023, foi registrado um déficit acumulado de 395 (milímetros) mm de chuvas.

O total estimado foi de 702 mm, enquanto a média esperada seria de 1.097 mm. Na década, considerando o acumulado de 2020 a 2024, o déficit foi de aproximadamente 1.020 mm, valor equivalente ao total de um ano hidrológico.

Ainda segundo o relatório do SGB, na última semana, a Bacia do Rio Paraguai registrou um volume de chuvas de 3 mm.

Os rios da região apresentam níveis abaixo do normal para este período do ano, com exceção do Rio Cuiabá, que apresenta nível dentro do esperado. A situação do Rio Cuiabá, porém, deve-se à regularização das vazões ocasionada pela operação da Usina Hidrelétrica de Manso.

Em Barra do Bugres e Porto Murtinho, o Rio Paraguai alcançou o nível mais baixo do histórico de toda a série de monitoramento das estações.

O estudo explica que as projeções utilizadas indicam acumulados de chuva de 27 mm nas próximas semanas, levando ao início da recuperação dos níveis em Cáceres, Ladário, Forte Coimbra e Porto Murtinho, além da estabilização em outros locais.

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), considerando a estimativa para a Energia Natural Afluente (ENA), a Região Sul deve atingir com 86% da Média de Longo Termo (MLT).

A medida indica a capacidade dos sistemas hidrelétricos de geração. Para as demais regiões, os índices são os seguintes: Norte, com 49% da MLT; Sudeste/Centro-Oeste, com 45%; e Nordeste, com 34%. 

Riscos à navegação

A Marinha mantém uma série de alertas para o Rio Paraguai, boa parte indicando piora nas condições de navegação. Em um deles, afirma a necessidade de precaução de segurança.

"Em virtude do rígido regime de seca observado no Rio Paraguai e o consequente afloramento de bancos de areia e rochas, os navegantes devem redobrar a atenção, fazendo uso da carta náutica em vigor, atentando para o balizamento e mantendo uma velocidade segura."

Além disso, antes de iniciar a navegação, devem consultar o boletim diário de avisos-rádio náuticos disponível no site do Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste, a fim de verificar a diferença entre o nível do rio e o nível de referência da carta náutica (nr), eventuais alterações no balizamento e outros avisos para segurança do navegante.

A região tem trânsito constante de barcos desde ao menos o século 18, estabelecendo importante corredor de integração com os países vizinhos. Hoje é uma das seis hidrovias cuja licitação para concessão à iniciativa privada está estabelecida como prioridade pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), junto com as hidrovias Madeira, Tapajós, Tocantins, Lagoa Mirim e Barra Norte.

O projeto visa acelerar o transporte de cargas, especialmente de produção agrícola e mineral, para beneficiamento e exportação, o que deve favorecer o aumento da exploração desses itens na região, atividades que levam ao aumento do consumo de água.

PREVISÃO DO TEMPO

Semana começa com tempo estável, mas chuva promete dar as caras em MS

Apesar da segunda-feira (14) de sol em boa parte do Estado, quase todo o território sul-mato-grossense tem chuva prevista a partir da terça-feira (15)

13/10/2024 18h00

Campo Grande começa semana com 38 °C, mas já na quarta-feira (16), o campo-grandense pode reservar o guarda-chuva

Campo Grande começa semana com 38 °C, mas já na quarta-feira (16), o campo-grandense pode reservar o guarda-chuva Gerson Oliveira/ Correio do Estado

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Mesmo que o sol predomine a partir de amanhã (14) em Mato Grosso do Sul, a chuva deve voltar a dar as caras nesses meados de outubro em boa parte do território sul-mato-grossense, com a segunda metade do mês prevendo acumulados entre 30 - 100 mm.        

É o que aponta a tendência meteorológica prevista pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec), indicando a probabilidade de chuva, que já deve aparecer nesse meio de semana. 

Campo Grande, por exemplo, inicia a semana com aumento na temperatura, que atinge máximas de 38 °C numa segunda e terça-feira (14 e 15) bastante encoberta de nuvens. 

Porém, já na quarta-feira (16), o campo-grandense pode reservar o guarda-chuva, pois, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (16) está previsto um dia bastante encoberto e com chuvisco, além da queda na temperatura a partir de quinta (17). 

Demais regiões

Pedro Gomes, que viu chuva desde o domingo (13), só terá a segunda-feira (14) de descanso das precipitações, quando os termômetros também sobem até a casa de 38 °C. 

Isso porque, a partir de terça-feira (15) o município ao norte de Mato Grosso do Sul, distante cerca de 305 km da Capital, deve registrar chuva até o início do próximo final de semana. 

No extremo oposto do mapa sul-mato-grossense, o município de Mundo Novo mantém o clima de muitas nuvens e observa um leve aumento na temperatura, até 33 °C na terça-feira (15), a partir de quando a chuva também promete dar as caras. 

Ao leste de Mato Grosso do Sul, Água Clara também vê os termômetros subirem a partir de amanhã (14) e só observa tendência de queda na temperatura a partir de quarta-feira (16). 

Na terça-feira (15), o município distante cerca de 192 km de Campo Grande vê fortes pancadas de chuva isolada, sendo que o clima mais encoberto e com chuvisco se mantém até quinta-feira (17). 

Por fim, a Cidade Branca, que fica no extremo-oeste de Mato Grosso do Sul, região do Pantanal, já amanhece a segunda-feira (14) encoberta e com chuviscos, porém, com termômetros que beiram a casa dos quarenta graus. 

Para a terça-feira (15) estão previstas pancadas de chuva isolada, que também se mantém até quinta-feira (17) e chegam justamente para abaixar a temperatura no município corumbaense. 

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