Cidades

SEM CHEIA NO PANANTAL

Após 9 meses em alta, nível do Rio Paraguai começa a baixar

Pico chegou a 3,31 metros, o que é 1,84 metro acima do nível máximo de 2024, ano marcado pela seca história

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Depois de atingir o segundo maior nível na régua de Ladário dos últimos seis anos, com 3,31 metros, o Rio Paraguai deu sinais ao longo da última semana de que está entrando no chamado período de vazante, quando as águas começam a baixar. 

O rio estava subindo ininterruptamente desde 17 de outubro do ano passado, quando a régua de Ladário marcou 69 centímetros abaixo de zero, o menor nível em 124 anos de medição. Desde então, subiu exatos quatro metros. 

No último dia 11, conforme a medição feita pela Marinha, o rio chegou aos 3,30 metros e depois disso ficou estacionado, oscilando para 3,31 nesta quarta-feira (16) e voltando para 3,30 nesta quinta-feira (17). 

E, como praticamente não ocorreram chuvas nas últimas semanas, a tendência é de que comece a baixar a partir de agora e siga assim pelos próximos três ou até quadro meses. 

Embora o nível de 3,31 metros seja suficiente para garantir o escoamento de minérios por mais alguns meses, o nível deste ano ficou longe de ser classificado como ano de cheia. 

Normalmente o rio só começa a transbordar e a inundar a planície pantaneira depois que ultrapassa os quatro metros em Ladário, que serve como referência. Somente mais ao sul, na região de Porto Murtinho, por conta de chuvas localizadas na segunda quinzena de abril, é que ele transbordou. Na régua de Porto Murtinho chegou a atingir 5,72 centímetros, invadindo casas de dezenas de moradores do lado paraguaio.

A última vez que o principal rio do Pantanal ficou acima de 3,31 metros em Ladário foi em 2023, quando o pico da cheia alcançou os a 4,24 metros, no dia 18 de julho daquele ano. Em 2019, o máximo foi de 3,92 metros, na mesma época do ano, nos dias  17 e 18 de julho. 

Porém, desde 2018, quando ocorreu a última cheia no Pantanal, o que caracteriza o rio é a falta de água. Em 2020, o máximo foi de 2,10 metros. No ano seguinte, o pico foi de apenas 1,88. Em 2022, mais uma fez o rio ficou longe de transbordar, alcançando apenas 2,64 metros. Mas o pior ano foi 2014, quando alcançou apenas 1,47 metro.

IMPORTÂNCIA DAS CHEIAS 

Além de ser fundamental para o turismo, a abundância de água no Rio Paraguai tem relação direta com o transporte dos minérios de ferro e manganês extraídos das morrarias de Corumbá. 

Em 2023, por exemplo, foram embarcadas em torno de 6,1 milhões de toneladas ao longo dos quase dez meses em que o rio ficou acima de um metro na régua de Ladário.

No ano passado, quando este nível ocorreu durante apenas três meses, o volume despencou para 3,1 milhões de toneladas. Agora em 2025 já foram 2,8 milhões de toneladas somente nos cinco primeiros meses, conforme dados da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).

O transporte no período de estiagem precisa ser interrompido por conta, principalmente, de quatro grandes bancos de areia. Se eles fossem removidos, o escoamento de minérios poderia ser feito durante o ano inteiro. 

E, no projeto que prevê a concessão da hidrovia para a iniciativa privada existe a previsão de que a empresa vencedora do leilão seja obrigada a fazer esta dragagem, que depende de autorização do Ibama. Conforme a Antaq, a leilão de “privatização” da hidrovia deve acontecer ainda neste ano. 

Após a privatização dos 600 quilômetros entre Ladário e Porto Murtinho, as empresas de transporte terão de pagar pedágio de até R$ 1,27 por tonelada de produto escoado. Embarcações de turismo ficarão livres da cobrança.

PARALISAÇÃO DOS ÔNIBUS

Audiência termina sem conciliação e greve dos ônibus continua em Campo Grande

Motoristas ficaram indignados com a decisão judicial, a qual determina que 70% da frota volte a funcionar em horários de pico.

16/12/2025 19h22

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Motoristas do transporte coletivo urbano de Campo Grande lotaram o plenário do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, na tarde desta terça-feira (16), para acompanhar a audiência que debateu sobre a greve que paralisou os ônibus desde segunda-feira (14).

A audiência terminou sem conciliação e possibilidades entre o Consórcio Guaicurus, Município de Campo Grande e os profissionais da categoria. No entanto, o desembargador César Palumbo Fernandes determinou que 70% da frota voltasse a funcionar nos horários de pico.

"Não pode existir greve de 100% dos serviços essenciais. A determinação judicial deve ser cumprida. Amanhã, no primeiro período, a categoria vai estar trabalhando. Amanhã, pela manhã, o sindicato vai garantir que haja no período compreendido entre 6h e 8h30, 70% da frota funcionando. De 8h30 a 17h, 50% da frota atendendo a população. Entre as 17h e as 20h, 70% da frota. E após, 50% da frota no horário normal.", disse o desembargador.

Além disso, a multa, caso os ônibus não voltem a circular na manhã de quarta-feira (17), imposta ao Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande, aumentou de R$ 100 mil para R$ 200 mil por dia de descumprimento da decisão.

Apenas metade da folha salarial de novembro foi paga, sendo que a outra parte não tem previsão de pagamento. Ao todo, a dívida em aberto chega a R$ 1,3 milhão líquidos a serem repassados aos trabalhadores.

Diante da decisão do desembargador, os profissionais da categoria se indignaram, levantaram e saíram da audiência. Demétrio Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STCU-CG), disse que a greve está mantida por decisão dos próprios motoristas.

"A gente tá muito chateado com a Justiça do Trabalho por entender que quem paga a conta é sempre o trabalhador. No nosso entendimento, 70% ele simplesmente acabou com a greve. Infelizmente, vai continuar parado. Não é o que a gente quer, a população tá sofrendo muito, vai para três dias sem ônibus em Campo Grande, mas o trabalhador também precisa receber, todo mundo que trabalha precisa receber seus vencimentos", concluiu Demétrio Freitas.

O que disse o Município?

Na audiência, representando a Prefeitura de Campo Grande, a procuradora-geral do Município Cecília Saad afirmou que os repasses foram feitos pelo Executivo e, devidamente, depositados na conta do Consórcio Guaicurus.  De acordo com a representante, o valor destinado, na última sexta-feira (12), foi de R$  3.074.148,73.

Ela também relatou que, em junho/julho de 2024, foi publicado no Diário Oficial do Estado, que o governo se comprometeu em repassar quatro parcelas em torno de R$ 3 milhões, sendo duas no ano de 2025, e a terceira e a quarta em janeiro e fevereiro de 2026, respectivamente.

Diante destas afirmações, ela solicitou ao juiz o prazo de 24 horas para juntar a documentação e comprovar o pagamento ao Consórcio, o qual foi aceito pela autoridade.

Consórcio afirma que não tem dinheiro

Temis de Oliveira, presidente do Consórcio Guaicurus, confirmou o recebimento por parte da Prefeitura, mas alega que há outras pendências a serem pagas além da folha salarial, como os gastos com manutenção, diesel, mecânico, etc.  

"Hoje, o consórcio não tem caixa para pagar a parcela de 50% de novembro. Desses R$ 3 milhões (recebidos), haviam recursos que eram devidos de meses passados e a gente tinha outros compromissos".

"Sem aporte de alguma dessas verbas (cerca de R$ 4 milhões a serem recebidas pelo Consórcio), não temos mais saúde financeira, crédito nos bancos para poder buscar e resolver esses acordes", disse o prsidente Temis de Oliveira. Ele complementa: "Nós vamos procurar conversar com a Prefeitura para receber o que nós temos a receber ainda e negociar, negociar o tempo inteiro".

O presidente do Consórcio Guaicurus lembra que há o cumprimento do quarto termo aditivo do contrato, que precisa ser apurado mensalmente e um valor a ser recebido, algo que não ocorre desde 2022.

"Tem uma obrigação da AGEREG para, ao final de cada mês, fazer a apuração da diferença da tarifa pública para a tarifa técnica ou tarifa de remuneração e a prefeitura buscar os meios para pagar. Isso não tem sido pago desde 2022. Nós buscamos o recebimento dessas verbas também".

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ALERTA

OMS emite alerta sobre falsificação de medicamento usado no tratamento do câncer de mama

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa

16/12/2025 19h00

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado Divulgação

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a circulação de versões falsificadas do medicamento palbociclibe, comercializado sob o nome Ibrance.

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado.

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa.

Ao todo, nove lotes do produto foram relatados à organização em novembro deste ano, com registros na Costa do Marfim, Egito, Líbano, Líbia e Turquia.

Segundo o comunicado, os produtos falsificados foram oferecidos aos consumidores por meio de plataformas online e também encontrados em farmácias dessas regiões.

Fabricado pela Pfizer, o Ibrance tem alto custo. No Brasil, conforme dados da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), a menor dosagem do medicamento pode chegar a R$ 10.182.

Lotes falsificados

Os lotes confirmados como falsificados são: FS5173, GS4328, LV1850 e TS2190.

Já os lotes considerados suspeitos, ou seja, possivelmente falsificados, são: GK2981, GR6491, GT5817, HJ8710 e HJ8715.

A OMS classifica esses medicamentos como falsificados por apresentarem, de forma enganosa, informações sobre identidade, composição e origem.

Testes realizados pela Pfizer indicaram que as amostras analisadas não continham nenhum princípio ativo farmacêutico.

Além disso, foram identificadas discrepâncias nas embalagens. Alguns produtos falsificados chegaram a utilizar números de lote legítimos, mas apresentavam anomalias na embalagem, na serialização e na impressão das cápsulas.

Riscos e recomendações

De acordo com a OMS, o uso de medicamentos falsificados, como no caso do Ibrance, pode resultar em falha no tratamento, progressão descontrolada do câncer e aumento do risco de morte devido à ausência de efeito terapêutico.

A organização orienta que profissionais de saúde comuniquem quaisquer reações adversas inesperadas, ausência de resposta ao tratamento ou defeitos de qualidade às autoridades regulatórias nacionais ou aos sistemas locais de farmacovigilância. Em caso de identificação de lotes suspeitos ou falsificados, a recomendação é notificar a OMS.
 

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