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Após disputas, PSDB coloca Serra no conselho político

Após disputas, PSDB coloca Serra no conselho político

UOL

28/05/2011 - 16h59
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A 10ª convenção do PSDB terminou neste sábado (28) com o senador Aécio Neves (MG) fortalecido internamente e o candidato derrotado ao Palácio do Planalto, José Serra, presidindo um conselho político fortalecido, uma função que poderá levar a legenda a, depois das eleições municipais de 2012, fundir-se com os também oposicionistas DEM e PPS. As principais lideranças tucanas se esforçaram para demonstrar unidade depois de semanas de tensões internas e disputas por cargos-chave no partido.

Aécio ajudou a reconduzir ao cargo o presidente tucano, deputado Sérgio Guerra (PE), apesar da contrariedade de Serra. Também emplacou o deputado Rodrigo de Castro (MG) na secretaria-geral do partido e o ex-senador Tasso Jereissati na presidência do Instituto Teotônio Vilela. O ex-governador de São Paulo teve de se contentar com um aliado, Alberto Goldman, em uma das vice-presidências. E ocupará um cargo estratégico para a sigla nos próximos anos.

O acordo foi construído em Brasília nesta manhã, em uma reunião entre Aécio, Serra, o governador paulista Geraldo Alckmin e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Por conta disso, os militantes esperaram horas no centro de convenções que recebeu o encontro. “Nada é fácil de resolver entre nós. O importante é que resolveu”, afirmou Guerra depois da reunião. Os pedidos por unidade foram várias vezes repetidos no encontro.

Além do espaço partidário ocupado por aliados de Aécio, os tucanos decidiram dar a Serra a presidência de um conselho político fortalecido, que avaliará fusões e incorporações, alianças políticas e estratégias eleitorais. Depois das eleições municipais, eventuais uniões com os oposicionistas DEM e PPS terão de passar pelo crivo do ex-governador antes de chegaram à Executiva Nacional do partido.

Aécio e Serra

Os dois principais rivais internos do PSDB, que já tinham se enfrentado pela pré-candidatura presidencial em 2010, fizeram elogios um ao outro e afirmaram que as discordâncias são menores do que a disposição de enfrentar o PT da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2012. Eles evitaram usar termos mais duros sobre o confronto que tiveram, mas Fernando Henrique admitiu as dificuldades.

“Nós brigamos muito até há pouco, é verdade. Mas estamos juntos outra vez”, afirmou o ex-presidente. “É o PSDB outra vez, unido e vigoroso. Um partido que será construído com muito suor.” Dos aliados, ele ouviu que será consultado mais vezes e que as conquistas do seu governo, entre 1995 e 2002, serão exibidas com mais insistência. Apenas Guerra, no entanto, fez autocrítica sobre a situação do partido após as eleições de 2010.

“Precisamos melhorar nossa forma de comunicação e chegar aos diretórios com uma mensagem mais clara. Precisamos de unidade não só na direção, mas também na ação nas cidades do Brasil todo, tendo mais identidade”, disse. Aécio e Serra, um em tom mais moderado e outro, mais ácido, criticaram o governo federal e disseram que a reorganização do partido ajudará a trazer vitórias eleitorais nos próximos anos.

FHC e Lula

A batalha das eleições presidenciais de 2010 ainda não terminou para os tucanos. Serra afirmou que Lula deixou uma “herança maldita” para Dilma, de inflação e falta de infraestrutura. Disse também que o ex-presidente “governa cada vez mais”, em referência à participação do petista em negociações com membros da base aliada no Congresso, desejosos de mais acesso ao Palácio do Planalto.

Serra também creditou aos adversários as rusgas internas que teve com Aécio, que fez apenas críticas genéricas à presidente. “Uma grande arma que o adversário utiliza é o nosso enfraquecimento”, disse ex-governador de São Paulo. “A mentira e a intriga a nosso respeito são a arma do adversário. A intriga nos enfraquece e fortalece o adversário. Em muito pouco tempo de governo, aquilo que se considerava de pior está acontecendo. Precisamos saber disso”, afirmou o tucano, ao lado de Aécio.

Fernando Henrique também criticou a postura de Dilma e de Lula em relação aos parlamentares e pediu mais pressão por uma CPI que investigue o aumento do patrimônio do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, conforme denúncia do jornal Folha de S.Paulo. “Antes era ‘sim, senhor’. Agora é ‘sim, senhora’. Só muda o gênero, mas não muda a situação”, afirmou FHC. “É fácil surfar em onda. Difícil é criar onda nova. O PSDB é o partido da nova onda.”

Em um discurso mais ameno, Aécio chamou Serra de “líder permanente do nosso partido”. Foi mais aplaudido que o rival interno pelos militantes, que pediram sua candidatura à Presidência em 2014. “O PSDB está unido e ponto”, disse o mineiro. “Somos sérios, somos éticos. Quando assumimos governos, sabemos o que precisa ser feito. Este é um partido sem dono. O dono do PSDB é o povo brasileiro”, disse. Na entrada do local da convenção, o mineiro foi o mais assediado pelos correligionários.

um mês da ultima ratio

Bolachinha, Marcola, Gordo e Didi Pimentinha: o "bullyng" do TJMS

Segundo a PF, os apelidos com os quais se tratam advogados e desembargadores são evidências de intimidade excessiva e ajudam a comprovar suposta venda de sentenças

25/11/2024 14h17

Operação Ultima Ratio foi desencadeada há um mês e até agora o caso segue parado no Supremo Tribunal Federal

Operação Ultima Ratio foi desencadeada há um mês e até agora o caso segue parado no Supremo Tribunal Federal

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Além de extratos bancários, notas fiscais de carros de luxo, registros cartorários de mansões e malas de dinheiro, o relatório de 850 páginas da Polícia Federal que embasa a operação Ultima Ratio traz uma série de apelidos usados entre os envolvidos na investigação. E estes codinomes, que revelam a intimidade entre os investigados, segundo a Polícia Federal, são outra prova da existência de um amplo esquema de venda de sentenças judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. 

No relatório, o desembargador Marcos Brito, um dos cinco afastados por 180 dias por determinação do ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça, é o principal alvo daquilo que, se fosse entre crianças, muitos classificariam como bullyng.

“Voltando às mensagens entre FELIX JAYME e PAULO FENNER, contidas no celular do primeiro, no dia 08/04/2019, FELIX pede a PAULO para “depositar o do GORDO” e que ele “já tá me lingando” “não fura”. Mensagem de áudio de FELIX: “Dia meu amigo Paulo. Paulo, que horas você vai depositar o do Gordo ai, já tá me ligando aqui. Não fura hoje não hem Paulo. Um abraço meu amigo. ...” 

Mais adiante, o relatório da PF deixa claro de quem eles estavam falando: “Portanto entendemos estar demonstrado que quando FELIX afirma que pagou GORDO, está dizendo que efetuou pagamentos a MARCOS BRITO em razão da decisão proferida por ele em 02/04/2019 no processo de PAULO FENNER”, escreve o delegado Marcos Damato. 

Neste mesmo relatório, o desembargador Marcos Brito, conhecido como Marcãom,  também é tratado por um terceiro apelido. “Nas mensagens abaixo RENÊ SIUFI informa que vai levar whiskys para MARCOS BRITO. Demonstram intimidade, sendo que o advogado o chama pelo apelido de MARCOLA”.

“Marcola, deixei na portaria um velho e um novo. Faça como Mate Leão - use e abuse. Abs”, diz mensagem de wattsapp enviada pelo advogado criminalista Renê Siufi enviado ao desembargador. 

E esta não foi a única vez que o advogado manda agrados ao magistrado, conforme extraiu a PF do celular do advogado. “Marcola, deixei para você aquele Whisky , um jiló é um doce de mangaba. Um feliz Natal é um ano novo com saúde e paz!”, diz mensagem de dezembro de 2019. 

BOLACHINHA

Marcos Brito não é o único alvo de "bullyng" entre os investigados. O presidente do Tribunal, Sérgio Martins, é chamado de Bolachinha pelo advogado Félix Jayme, que já foi seu sócio em um escritório de advocacia antes de ele ser nomeado para o Tribunal de Justiça, em 2007. 

“Em 08/04/2021 (quinta-feira), FELIX envia mensagem a DANILLO confirmando o resultado e reforçando a compra da decisão do TJMS, pois diz que “tava complementando um pagamento daquele que foi terça, cara, ganhei por 3 a 2”: “Oh Solito, o seu eu vou sacar hoje, tá, é que eu tava complementando um pagamento daquele que foi terça, cara, ganhei por 3 x 2 lá, Bolachinha, Marcão e Divoncir, oh, coisa boa hein, Solito, aí, o seu eu ranco hoje, ontem eu terminei de pagar os caras lá”, diz trecho do relatório da PF. 

Logo em seguida o delegado explica que “aparentemente os desembargadores que venderam seus votos foram os três últimos (SERGIO MARTINS seria o BOLACHINHA citado por FELIX na mensagem)”. 

PIMENTINHA

Mas não são somente os advogados que demonstram intimidade. O contrário também ocorre. Alvo de pedido de prisão, ex-desembargador Júlio Siqueira, que se aposentou em julho, trata o advogado Rodrigo Pimental, de Didi Pimentinha. 

Operação Ultima Ratio foi desencadeada há um mês e até agora o caso segue parado no Supremo Tribunal Federal

Rodrigo é filho de desembargador Sideni Soncini Pimentel, também afastado de suas funções no último dia 24 de outubro. 

“A nosso ver, a intimidade entre o Desembargador JULIO CARDOSO e o Advogado RODRIGO PIMENTEL, inicialmente, conforme exposto acima, verifica-se que JULIO utoliza apelido para RODRIGO: “DIDI” e “DIDI PIMENTINHA”. Os dados em nuvem de JULIO CARDOSO demonstram que eles realizaram viagens juntos para pescarias utilizando avião de RODRIGO PIMENTEL. Isso é verificado no fato de que o avião aparece nas imagens e também constam imagens de documentos de abastecimentos. Nas imagens das viagens de pescarias também estão aparentemente o Desembargador do TJMS VLADIMIR ABREU DA SILVA e o pai de RODRIGO, o Desembargador do TJMS SIDENI SONCINI PIMENTEL.”

Vladimir Abreu, que é citado neste trecho do relatório, também foi afastado por determinação do STJ porque, segundo a PF, fazia parte de um suposto esquema de venda de sentenças envolvendo magistrados e escritórios de advocacia, a maior parte comandada por filhos de desembargadores. 

Operação Ultima Ratio foi desencadeada há um mês e até agora o caso segue parado no Supremo Tribunal Federal Imagem feita em um pesqueiro às margens do Rio Piquiri, no Pantanal de MS. Pesqueiro está no nome de um terceiro, mas magistrados seriam sócios

 

Trecho Liberado

Manifestantes encerram bloqueio após 8 horas de protesto na BR-262

Manifestantes fecharam o trecho na manhã de hoje, em protesto por reivindicações de terras, assentamentos e alimentação para famílias acampadas.

25/11/2024 14h00

Bloqueios ocorrem na BR-262, entre os municípios de Anastácio e Miranda, e na MS-384, entre as cidades de Ponta Porã e Antônio João

Bloqueios ocorrem na BR-262, entre os municípios de Anastácio e Miranda, e na MS-384, entre as cidades de Ponta Porã e Antônio João Foto: Ligado Na Notícia

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Os manifestantes do MST (Movimento Sem Terra) liberaram o trecho da BR-262, entre Anastácio e Miranda, após 8 horas de protestos. O bloqueio, que tinha como objetivo a luta por moradia, teve início por volta das 4h e foi encerrado no início da tarde de hoje (25).

Conforme apurado pela reportagem, cerca de 400 manifestantes bloquearam o km 492 com troncos de árvores, reivindicando terras, alimentação para famílias acampadas e respostas mais concretas do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) sobre novos assentamentos ainda neste ano.

Após aproximadamente 8 horas de protestos e negociações, o líder do movimento e diretor regional, Douglas Cavalheiro, divulgou o lançamento da rodovia.

Outro ponto de manifestação ocorre na MS-156, região de acesso entre Dourados e Itaporã, onde indígenas das aldeias Bororó e Jaguapiru protestam contra a falta de água nas comunidades. Usando árvores e tratores, eles impedem o trânsito nos dois sentidos, permitindo apenas a passagem de veículos de emergência.

Conforme informações obtidas na região, os indígenas cobram da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) o envio de mais caminhões-pipa para suprir a demanda de água potável, já que na área não há redes de abastecimento.

Até o momento, não há prazo para a liberação do trecho. Equipes da Polícia Militar Rodoviária (PMR) estão no local, orientando os motoristas a seguirem rotas alternativas.

A reportagem do Correio do Estado tentou contato com a Sesai, mas não obteve respostas sobre as demandas dos manifestantes e o prazo para seu atendimento. O canal segue aberto caso a Secretaria queira se manifestar sobre o assunto.

 

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