Cidades

CLIMA

Após mudança no tempo e chuva, poluição recorde diminui em Campo Grande

Dados relativos à qualidade do ar mostravam cenário péssimo; agora, houve modificação na concentração de poluentes

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A chuva de ontem ajudou a reduzir os poluentes da fumaça concentrada no céu de Campo Grande. Até o fim da tarde desta quarta-feira, foram 3 milímetros de precipitação registrados. Apesar de ser uma chuva fraca, ela já trouxe alívio em meio às altas temperaturas que ocorreram na Capital no início desta semana.

De acordo com o Projeto QualiAr, por meio da Estação de Monitoramento da Qualidade do Ar da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (EMQAr/UFMS), além da queda de temperatura, o índice de concentração de poluentes no ar melhorou, passando de níveis péssimos para um patamar mais moderado.

Conforme reportagem do Correio do Estado, na madrugada desta terça-feira, o maior índice de concentração de poluentes no ar foi oficialmente registrado, com 236 microgramas por metro cúbico (µg/m³) à 1h.

Esse índice fez com que a cidade chegasse a atingir o nível péssimo de qualidade do ar, o pior da escala monitorada pelo QualiAr.

Conforme gráfico feito pela estação da UFMS, apenas neste mês, esse foi o segundo pico de concentração de material particulado (PM, na sigla em inglês), com diâmetro de 2,5 micrômetros (µm). O primeiro ocorreu no dia 2, quando a concentração chegou a pouco mais de 200 µg/m³ – até então recorde em Campo Grande.

Segundo Widinei Alves Fernandes, doutor em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), professor da UFMS e coordenador do QualiAr, o que tem ocasionado a maior frequência de altos índices de poluição no ar da Capital é a mudança na direção dos ventos causados por frentes frias e que trazem para Mato Grosso do Sul a fumaça de outras regiões do Brasil e até de outros países vizinhos.

“A gente vem passando por um período com bastante queimadas no Brasil inteiro, em função desse período de seca. Com a chegada dessas frentes frias, ocorre um deslocamento do corredor de ventos que passa pela Amazônia, pela Cordilheira dos Andes, vem descendo pela Bolívia, passa pelo Paraguai e se direciona para Mato Grosso do Sul,”, explicou Fernandes.

O professor acrescenta que essa condição atmosférica só vai ser alterada quando os focos de incêndios nos grandes biomas da Amazônia e do Pantanal cessarem.

“Enquanto estiverem queimando essas regiões, todas as vezes que nós tivermos a entrada da frente fria nós vamos ser impactados. Isso só vai mudar quando chegarem as chuvas e elas apagarem esses focos de calor dessas regiões”, informou.

O pior mês já registrado de qualidade do ar até agora foi setembro, quando, conforme dados do QualiAr, houve apenas cinco dias em que a qualidade foi considerada boa em Campo Grande.Conforme as informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ontem, antes da chegada da chuva, o pico de calor ocorreu às 11h, quando a temperatura máxima registrava 34°C na Capital.

Três horas depois, às 14h, o início da chuva despencou a temperatura para 29°C, uma queda de 5°C comparado ao calor registrado no fim da manhã. Após o fim da precipitação, já no início da noite, os termômetros registraram mais uma queda da máxima, que chegou a 24°C.

MELHORA NO TEMPO

A estação da primavera trará para MS chuvas mais regulares nos próximos três meses. De acordo com os dados 
do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS), neste trimestre, as chuvas devem variar entre 400 mm e 500 mm em grande parte do Estado.

A tendência climática para esse período indica probabilidade de as chuvas ficarem dentro ou próximo da média histórica no Estado para o trimestre, seguindo um caminho oposto à tendência climatológica dos meses anteriores, que indicava precipitações abaixo da média.

SECA HISTÓRICA

Vivendo um período de baixos índices de umidade do ar, Campo Grande tem neste ano o mais seco da última década, com registros de chuvas abaixo da média histórica.

Segundo o Inmet, de janeiro a setembro, o acumulado de precipitação em Campo Grande é de 471,4 mm. Em 2023, nesse mesmo período, choveu 1.155,6 mm na Capital.

Os dados apresentam neste ano uma diminuição de chuvas de 59%. Na última década, o menor registro de acumulado de chuvas foi em 2021, de 765,2 mm à época. Ou seja, a precipitação deste ano ainda é 38% menor em comparação à série histórica.

Nesta década, a média de acumulado de precipitação em nove meses foi de 857 mm. O maior registro ocorreu em 2016, com 1.159,8 mm, enquanto o menor registro nesse quesito é justamente neste ano, com 418,6 mm.

Saiba

Por ser um período de transição entre a estação fria e a quente, historicamente, a primavera é considerada a estação com a maior frequência de ocorrência de tempestades severas.

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CIDADE MORENA

Fim dos alagamentos em avenida de Campo Grande é orçado em R$ 200 mi

Secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos diz que já há levantamento e projeto pronto para obra que ficará para a próxima gestão

10/10/2024 12h03

Desde o começo do ano, barragem de contenção esperada há 16 anos não possui verba para execução da obra

Desde o começo do ano, barragem de contenção esperada há 16 anos não possui verba para execução da obra Marcelo Victor/Correio do Estado

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Ainda que o foco após a chuvarada dessa última quarta-feira (10) sejam os reparos emergenciais necessários, há um problema antigo de Campo Grande que volta a preocupar a cada nova temporada de chuva: alagamentos que devem custar centenas de milhões de reais para a próxima administração. 

Em entrevista ao Correio do Estado, o secretário Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Ednei Marcelo Miglioli, detalhou que as situações de longo prazo ainda serão levantadas para solucionar o que ele chamou de "um problema do conhecimento de todos".

Justamente o encontro da Rachid e Neder com a Ernesto Geisel amanheceu com o acúmulo de sujeira trazido com o alagamento do trecho. 

"Mas ali a gente sabe qual que é o problema; já tem o levantamento; o projeto para resolver... só que ali a gente tá falando numa obra e algo em torno de duzentos milhões", afirma Miglioli.

No comando da Pasta de infraestrutura há menos de um ano, assumindo o cargo em novembro de 2023 com a saída Domingos Sahib, Marcelo explica que os trabalhos estão focados em buscar recursos para o próximo mandato. 

Entenda

Nesse encontro das avenidas, existe também uma rotatória, onde há passagem do chamado Córrego Cascudo, que deságua no Segredo, sendo que cada aumento no volume com a chegada de chuvas causa novos e repetidos alagamentos no local. 

Há menos de dois anos, uma forte chuva - que registrou mais de 92 milímetros em seis horas - foi responsável por transformar esse ponto de alagamento em um verdadeiro "rio", como bem acompanha o Correio do Estado, com água subindo pelas calçadas. 

Conforme os parâmetros do plano diretor que data de 2008, há 16 anos já era prevista a necessidade de 16 obras de contenção de águas de chuvas e, até maio deste ano, a obra desse ponto do Córrego Segredo não tinha previsões de quando sairia do papel

Junto da bacia no Córrego Reivelleau, que foi ativada no fim de 2023, essas duas iniciativas de contenção de enchentes dos córregos Prosa e Segredo tinham valores estimados em aproximadamente R$ 120 milhões pelas duas barragens. 

Mesmo hoje o Secretário, repete o discurso apontado em janeiro desse ano em entrevista ao Correio do Estado, de que apesar de possuir o mapeamento e projetos de áreas em risco, não há recursos suficientes no Executivo voltados para sanar essa série de problemas. 

 

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ÔNIBUS

Em manhã após temporal, transporte coletivo deixa passageiros "na mão"

Ônibus não passaram no horário, e fizeram com que passageiros se atrasassem para o trabalho

10/10/2024 11h15

Gerson Oliveira/Arquivo Correio do Estado

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Uma tempestade atingiu Campo Grande na noite da última quarta-feira (9), inundando ruas, ilhando pessoas, estragando telhados e deixando um rastro de destruição em 34 bairros da capital.

A cidade amanheceu com resquícios das chuvas da noite passada. As vias sujas, com pedaços de árvores, pedra e asfalto ilustram a força do temporal, que chegou acompanhado de vento, raios e até granizo.

Para algumas pessoas, chegar no trabalho foi mais difícil do que o esperado, não apenas pela situação das ruas, mas também pela falta de ônibus no transporte público coletivo de Campo Grande.

Passageiros que utilizam a linha 087, que cruza a cidade do Terminal General Osório ao Terminal Guaicurus, passando pelo Centro, tiveram que lidar com atraso após a falta de um dos veículos da frota, que costuma sair da Avenida Mascarenhas de Moraes às 6h40.

O ônibus seguinte da linha sai do terminal quase 20 minutos depois do citado, o que causou atraso de quem precisava chegar a compromissos nesta manhã.

Pelo menos outras duas linhas apresentaram inconsistência nesta manhã: 108, Los Angeles, e 114, Paulo Coelho Machado/Centro via Terminal Guaicurus.

Marly Vilhena, funcionária de uma academia localizada no bairro São Francisco, sai de casa cedo para trabalhar, tendo a linha 108 como uma das opções para o trajeto. Nesta manhã, porém, o ônibus não passou no horário que costuma passar, e ela precisou esperar mais 15 minutos pelo próximo.

Depois, na segunda parte do trajeto, no terminal, o ônibus da linha 114 também não passou, e ela precisou pegar a linha 116, do bairro Los Angeles para o Centro. Ela revelou que costuma chegar às 5h55 no trabalho, mas devido ao problema enfrentado com o transporte coletivo, chegou com 20 minutos de atraso.

Ao Correio do Estado, o Consórcio Guaicurus classificou os "atrasos" como "incidentes", decorrentes de problemas operais que, segundo a concessionária, já foram solucionados. Veja a nota na íntegra:

"Em relação aos atrasos registrados hoje pela manhã nas linhas 087, 108 e 114, informamos que esses incidentes foram decorrentes de problemas operacionais, os quais já foram solucionados. Todos os veículos estão circulando normalmente.

Agradecemos a compreensão de todos e reafirmamos nosso compromisso com a melhoria contínua dos nossos serviços".

Estragos

As chuvas causaram estragos em diversas regiões de Campo Grande, deixando bairros sem energia e vias inundadas.

Segundo a Prefeitura Municipal de Campo Grande, foram feitos pelo menos 20 atendimentos emergenciais desde as primeiras horas desta quinta-feira (10), a maioria deles relacionados a queda de árvores sobre vias.

Também foram atendidas ocorrências como limpeza de sujeira nas ruas para evitar acidentes, reparos em semáforos e na iluminação pública e limpeza de bocas de lobo para melhorar a vazão da água da chuva, como aconteceu na Avenida Mato Grosso com a Rua Espírito Santo. A enxurrada veio rápida, trazendo muita sujeira, prejudicando o sistema de captação de águas pluviais.

Segundo a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), equipes de diversos órgãos estão empenhadas desde ontem para o atendimento às emergências, dentre eles a Defesa Civil Municipal, a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) e a Guarda Civil Metropolitana (GCM).

"A Sisep mobilizou mais de 100 trabalhadores, 25 caminhões trucados, 10 pás carregadeiras, 3 caminhões com carroceria, 1 caminhão munck, 55 trabalhadores, além das pessoas no apoio operacional", disse a Prefeitura, em nota.

Recomendações

A Defesa Civil Municipal recomenda à população que, em caso de tempestade, as pessoas permaneçam em local seguro, evitando transitar em locais com alagamento, não fique perto de muros, árvores e redes de alta tensão. Em caso de emergência, as pessoas podem acionar a Defesa Civil 199 e ou o Corpo de Bombeiros pelo 193.

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