Um homem identificado como Eberson da Silva, de 30 anos, morreu nesta quarta-feira (18) após atirar contra a companheira e em seguida tirar a própria vida. O crime aconteceu em uma residência na Travessa Ayres de Araújo, bairro Jaime Medeiros, em Nova Alvorada do Sul.
Em fevereiro deste ano, o vigilante já havia sido preso após agredir e ameaçar a mesma mulher, de 27 anos. De acordo com o portal Alvorada News, o boletim de ocorrência consta que o homem havia passado o dia ingerindo bebidas alcoólicas e, durante uma discussão disse à companheira:
"Hoje acontece alguma coisa com você. Você vai ser mais uma vítima de feminicídio". A vítima não reagiu e foi para a casa da mãe.
No entanto, Eberson seguiu a mulher e após uma nova discussão, a agrediu com puxões de cabelo e empurrões, derrubando-a no chão enquanto ela segurava o filho do casal no colo.
A Polícia Militar foi acionada e, após buscas, localizou Eberson. Ele ainda tentou fugir ao avistar a guarnição, sendo contido com o uso de algemas. Encaminhado à delegacia, ele foi autuado, mas acabou solto.
Quatro meses depois, a ameaça se concretizou e o vigilante atirou contra a companheira que foi atingida na região da cabeça e recebeu atendimento dos bombeiros. Até o momento, o estado de saúde dela ainda não foi atualizado.
A PM (Polícia Militar) preservou a cena do crime e auxilia nas investigações da dinâmica dos fatos da Polícia Civil e da Polícia Científica.
Histórico em 2025 - Feminicídio
Com a confirmação da morte de Eliane, esta foi a 15ª vítima de feminicídio no ano em Mato Grosso do Sul, sendo que pela ordem cronológica, o primeiro caso de 2025 foi o de Karina Corin, de 29 anos, nos primeiros dias de fevereiro, baleada na cabeça pelo ex-companheiro, Renan Dantas Valenzuela, de 31 anos.
Já o segundo feminicídio deste ano no Estado foi a morte de Vanessa Ricarte, esfaqueada aos 42 anos, por Caio Nascimento, criminoso com passagens por roubo, tentativa de suicídio, ameaça, além de outros casos de violência doméstica contra a mãe, irmã e outras namoradas.
- Juliana Domingues, 28 anos | morta com golpes de foice em 18 de fevereiro
- Mirieli Santos, 26 anos | assassinada a tiros em 22 de fevereiro
- Emiliana Mendes, 65 anos | morta por esganamento em 23 de fevereiro
- Giseli Cristina Oliskowiski | morta aos 40 anos, encontrada carbonizada em um poço no bairro Aero Rancho em 1º de março
- Alessandra da Silva Arruda - facada
- Ivone Barbosa da Costa Nantes | morta a golpes de faca na região da nuca pelas mãos do então namorado em 17 de abril
- Thácia Paula Ramos de Souza, de 39 anos | achado de corpo após desaparecimento
- Simone da Silva, de 35 anos | morta a tiros por William Megaioli, filho do homem com quem supostamente se relacionava
- Olizandra Vera Cano - 11 º facada
- Graciane de Sousa Silva - 12 º espancamento
- Vanessa Eugênia e Sophie Eugênia - 13º e 14 º enforcamento
Feminicídios em MS
Com 35 feminicídios e 2.315 estupros, Mato Grosso do Sul está entre os estados brasileiros onde a taxa de casos de crimes contra a mulher por 100 mil habitantes é mais alta. A informação está no Mapa da Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública, publicado nesta semana pelo governo federal.
De acordo com a publicação, que foi elaborada com dados de 2024, Mato Grosso do Sul é o segundo estado brasileiro com mais casos de feminicídio por 100 mil habitantes, ficando atrás somente de Mato Grosso. A taxa, no ano passado, segundo a pesquisa, foi de 2,39 registros por 100 mil habitantes, enquanto a do primeiro colocado no ranking da violência contra a mulher teve taxa de 2,47.
Os dados mostram que, além do Estado, Campo Grande também aparece entre os municípios do País com mais registros de mortes de mulheres em razão do gênero em 2024. Conforme os dados, a Capital ficou em sexto lugar entre as 10 cidades brasileiras mais perigosas, com 11 casos.
O ranking é liderado pelos municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo, ambos com 51 feminicídios em 2024. Brasília (DF), com 23, é a terceira, Manaus (16) e Teresina (PI) vêm na sequência.
Em relação a 2023, Mato Grosso do Sul subiu três posições nesta pesquisa. Naquele ano, MS era o quinto colocado no ranking, com taxa de 2,07 feminicídios a cada 100 mil habitantes, e ficou atrás de Mato Grosso (2,45), que também foi líder, Tocantins (2,31), Acre (2,29) e Rondônia (2,20).
O que contribuiu para a elevação neste ranking foi o aumento de cinco feminicídios de um ano para o outro. Enquanto em 2023 ocorreram 30 assassinatos de mulheres por gênero, no ano seguinte foram 35, elevando a taxa em 16,6%.
**Colaborou Leo Ribeiro, Felipe Machado e Daiany Albuquerque**


