Cidades

SEMAFÓRICA

Após troca de comando, Agetran suspende licitação de R$ 24 milhões

Há menos de um mês no cargo, Paulo Silva deixou a Funsat para assumir a Agência no lugar de Janine de Lima Bruno passou sete anos no comando da pasta

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Pelo Diário Oficial de Campo Grande desta terça-feira (14), o Executivo Municipal anunciou a suspensão da licitação em busca de empresa para "prestação de serviços técnicos de manutenção da sinalização semafórica, horizontal, vertical e dispositivos auxiliares", menos de um mês após troca de comando da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran). 

Ainda, responsável pelo fornecimento de materiais; equipamentos; softwares de controle de tráfego, bem como o suporte técnico e ampliação do Centro de Controle Integrado de Mobilidade Urbana (CCIMU), a licitação foi suspensa a pedido da Agetran para análise do pedido de impugnação. 

A mais recente renovação, desse contrato - firmado ainda em 2018 -, tinha sido divulgada pela prefeitura municipal em 29 de abril, 10 dias após a troca de comando da Agetran. 

Investimentos X Melhorias

Há mais de seis anos - quando o primeiro contrato já passou de R$ 31 milhões - essa prestação de serviços ligados ao trânsito e sinalização semafórica vinha sob a responsabilidade do mesmo nome: o Consórcio CAM. 

Foram cerca de seis aditivos ao contrato desde então, que somam R$ 130.249.924,24, conforme o portal da transparência municipal, sendo que os valores totais chegam a R$ 162.031.615,96. 

Na manhã de nove de fevereiro, em 2023, a equipe do Correio do Estado percorreu com uma filmagem um trecho de 1,2 km de extensão na rua 7 de setembro, para constatar um dos problemas diários do campo-grandense no trânsito: a falta da "ondas-verdes". 

Como revelam as imagens acima, foi constatado que os carros que cruzam o centro por essa via param em todos os semáforos observados entre as ruas Tv. José Bacha e José Antônio. 

Dança das cadeiras

Após sete anos, assumindo ainda na gestão do então prefeito Marquinhos Trad, a exoneração do engenheiro civil Janine de Lima Bruno da pasta foi publicada em edição extra do Diário Oficial de 16 de abril

Sua saída para que Paulo subisse ao cargo foi mais uma das movimentações feitas nos comandos das pastas municipais por parte da chefe do Executivo. 

Antes de Janine, foram exonerados também um secretário, dois subsecretários e uma diretora-presidente: 

  • Titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Agronegócio e Tecnologia (Sidagro), Adelaido Vila. 
  • Titular da Secretaria Municipal da Juventude (Sejuv), Maicon Nogueira.
  • Subsecretário de Articulação Social e Assuntos Comunitários, Francisco Almeida Teles
  • Diretora-presidente do Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande (IMPCG), Camilla Nascimento de Oliveira.

Ex-dono de autoescola, Paulo assumiu a pasta dizendo que concluiria o que já estava sendo feito pela Agência; também recomeçar as obras paradas em corredores de ônibus, além de focar os investimentos em mobilidade urbana. 

 

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TRANSPORTE COLETIVO

Consórcio Guaicurus cobra reajuste da tarifa para evitar paralisação dos ônibus

Sindicato informou ontem que motoristas não vão trabalhar nesta segunda-feira por falta de aumento salarial da categoria

22/11/2024 09h00

Enquanto situação com os funcionários não é resolvida pelo Consórcio Guaicurus, usuários podem ter problemas nesta segunda-feira

Enquanto situação com os funcionários não é resolvida pelo Consórcio Guaicurus, usuários podem ter problemas nesta segunda-feira Foto: Gerson Oliveira

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Os motoristas de ônibus de Campo Grande prometem fazer uma paralisação nesta segunda-feira e o motivo seria a falta de aumento salarial da categoria. O reajuste salarial, segundo o Consórcio Guaicurus, também depende do reajuste da tarifa de ônibus, que ainda não teve porcentual definido.
Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU-CG), Willian Alves, desde o dia 25 de outubro está encerrada a data base da categoria e não houve indicativo de aumento.

“As empresas não sentam para negociar ou dizem que não tem proposta de reajuste. A gente está pedindo 8% de reajuste, mais os benefícios, e as empresas falam que não tem como oferecer nada enquanto a prefeitura não definir nada. Já fizemos quatro rodadas de negociações e não sai disso.

Então, já que a empresa não tem proposta e já está vencida a data base, nós decidimos fazer uma paralisação na segunda-feira”, explica Alves.
Ainda de acordo com o diretor do sindicato, na segunda-feira, dia da paralisação, haverá uma assembleia da categoria para deliberar sobre uma possível greve a partir de terça-feira.

Essa é a terceira ameaça de greve da categoria em menos de dois anos. Só no ano passado foram duas: uma em janeiro, quando os ônibus chegaram a ficarem parados dois um dia, e outra em dezembro, que não se concretizou, pois houve pagamento do vale salarial por parte do grupo de empresas.
Dessa vez, assim como nas outras, o Consórcio Guaicurus informou que não consegue indicar um porcentual de reajuste sem que haja o aumento do valor da tarifa de ônibus.

Em nota, o grupo de empresas responsável pelo transporte coletivo de Campo Grande afirmou que aguarda uma posição da prefeitura sobre o aumento salarial dos seus funcionários.

“O Consórcio Guaicurus informa que está em negociação com o sindicato dos motoristas, por meio da intermediação da Agereg [Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos], uma vez que, por força de lei, é necessário expressa anuência do poder público. A empresa esclarece que foi surpreendida com a notícia de possível paralisação”, diz a nota.

“O Consórcio destaca que aguarda uma manifestação da prefeitura municipal, pois a negociação salarial envolve questões legais que exigem a anuência do poder concedente, conforme o artigo 624 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Esse artigo estabelece que qualquer alteração ou negociação salarial deve ser autorizada pelo poder concedente”, completa o grupo de empresas.

Por outro lado, o Executivo municipal afirma que o reajuste dos funcionários do transporte público não tem responsabilidade sobre a prefeitura.

“A prefeitura entende que as reivindicações dos motoristas de ônibus são legítimas, no entanto, o reajuste de salários é uma questão a ser negociada pelo contratante, não estando este na alçada do município”, afirmou, também em nota. Ainda conforme a prefeitura, o reajuste da tarifa “está sendo cautelosamente discutido e estudado, juntamente com o Consórcio”.

“As tratativas em relação ao reajuste da tarifa de ônibus para 2025 estão em andamento, o próximo passo será a discussão no dia 25/11 com o Conselho de Regulação, que é formado por membros da sociedade civil e órgãos da administração pública, com quórum mínimo de 10 de membros, para discussão e análise de dados para revelar a tarifa que será entregue em relatório para avaliação do Poder Executivo”, diz a nota da prefeitura.

CABO DE GUERRA

O reajuste da tarifa do transporte coletivo virou um verdadeiro cabo de guerra entre o Consórcio Guaicurus e a Prefeitura de Campo Grande. Enquanto as empresas pedem que se siga o que foi estabelecido no contrato de concessão, assinado em outubro de 2012, a gestão municipal defende que não se pode ter mais de um aumento no ano, já que o último reajuste ocorreu em março deste ano.

Fato é que o valor da passagem de ônibus teve reajuste anual sempre calculado entre outubro e dezembro por muitos anos, porém, o atraso começou a ser registrado em 2022, no fim da situação pandêmica de Covid-19, quando o aumento foi feito em janeiro.

No ano passado, o aumento só saiu do papel em março, o que aconteceu novamente neste ano. Por causa dessa indefinição, o Consórcio Guaicurus chegou a ingressar com uma ação na Justiça, entre várias outras que o grupo de empresas move, para tentar obrigar o município a fazer o reajuste nos meses de outubro.

Esse pedido está no meio de um processo que também quer que seja feita a revisão do contrato de concessão, medida que poderia elevar a tarifa técnica para R$ 7,79. A decisão sobre esses dois pontos, no entanto, aguarda resultado de uma perícia judicial que será realizada nas contas do Consórcio Guaicurus.

Essa será a segunda perícia nas contas do grupo de empresas. A primeira demonstrou que ele teve lucro entre 2012 e 2019, mas foi contestada judicialmente, e a Justiça determinou que nova avaliação fosse feita. A análise deve começar nos próximos dias.

Saiba

Essa briga entre o Consórcio Guaicurus e a Prefeitura de Campo Grande começou em 2019 e se intensificou durante a pandemia de Covid-19, quando a concessionária teve uma redução no número de passageiros por conta das medidas de biossegurança contra a doença. De lá para cá, diversas ações foram judicializadas entre as partes.

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Campo Grande

Jornalista que atropelou e matou mulher vai a júri popular

Juiz concluiu que o ex-servidor Guilherme Pimentel estava embriagado e em alta velocidade no momento do acidente, ocorrido em dezembro do ano passado, enquanto ele dirigia um veículo oficial do Estado

22/11/2024 08h50

Acidente ocorreu na esquina da rua Bahia com Antônio Maria Coelho

Acidente ocorreu na esquina da rua Bahia com Antônio Maria Coelho Evelyn Thamaris / Correio do Estado

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O juiz Carlos Alberto Garcete decidiu que Guilherme Pimentel de Souza, de 30 anos, irá a júri popular pela morte de Belquis de Oliveira Maidana, de 51 anos, em um acidente de trânsito ocorrido no dia 9 de dezembro do ano passado. À época, ele foi preso em flagrante, e pagou fiança de aproximadamente R$ 66 mil para converter a prisão em liberdade provisória.

Guilherme era jornalista comissionado do Governo do Estado, e conduzia um veículo da frota oficial do executivo no momento do acidente. Ele foi exonerado do cargo dois dias após o ocorrido.

A vítima, Belquis de Oliveira Maidana, estava indo para o trabalho na garupa da Honda Biz conduzida por seu marido, João Paulo Alves. Quando cruzaram a rua Bahia, foram atingidos pelo Toyota Etios de Guilherme, que vinha pela rua Andônio Maria Coelho e teria furado o sinal vermelho. O carro também atingiu um veículo que estava estacionado, tamanho o impacto.

Belquis não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Já João Paulo precisou ser encaminhado à Santa Casa de Campo Grande em estado grave. Ele precisou amputar alguns dos dedos dos pés, retirar o baço e até a atualidade convive com sequelas de uma lesão na perna.

Guilherme Pimentel não apresentou ferimentos graves, e permaneceu no local para prestar esclarecimentos. À polícia, ele confessou ter feito o consumo de álcool, mas resumiu a "uma taça de vinho", e não quis fazer teste do bafômetro. As autoridades policiais constataram a embriaguez.

Apesar de em todos os depoimentos o jornalista afirmar que estava respeitando os limites de velocidade da via, que é de 60 km/h, e que havia obedecido à sinalização, foi constatado que ele estava em velocidade "não inferior a 73 km/h", e que o semáforo estava fechado no momento.

Para a investigação, foram considerados depoimentos de testemunhas visuais, imagens de câmeras de segurança e a perícia feita no local.

Guilherme irá responder pelos crimes de homicídio, pela morte de Belquis, e tentativa de homicídio, pelas sequelas causadas ao condutor da motocicleta.

O crime de embriaguez ao volante foi desconsiderado pelo juiz, já que a lei brasileira entende que uma pessoa não pode ser punida mais de uma vez pelo mesmo fato, e a embriaguez estaria sendo punida na pena do homicídio.

A data para o Tribunal do Júri ainda não foi definida.

Tribunal do Júri

O Tribunal do Júri é composto por um juiz presidente e vinte e cinco jurados, dos quais sete serão sorteados para compor o conselho de sentença e que terão o encargo de afirmar ou negar a existência do fato criminoso atribuído à pessoa. Assim, é o cidadão, sob juramento, quem decide sobre o crime. Essa decisão do jurado é de acordo com a sua consciência e não segundo a lei. Aliás, esse é o juramento, de examinar a causa com imparcialidade e de decidir segundo sua consciência e justiça.

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