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Poeira e fuligem causam quase 2,5 mil raios em Campo Grande

Partículas sólidas na atmosfera facilitam a formação de gelo e granizo, que causam as descargas elétricas

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Mais de 2.450 raios atingiram Campo Grande durante a tempestade da noite da última quarta-feira (9). Segundo o levantamento do meteorologista da Uniderp, Natálio Abrahão, algumas regiões, como a do bairro Vila Progresso, onde choveu 46,8 mm, chegaram a ter ocorrência de granizo.

Tanto o granizo quanto os raios são causados pela concentração de partículas sólidas na atmosfera, como poeira e fuligem, por exemplo. Quem explica é o meteorologista do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul, Vinícius Sperling.

"Digamos que o 'vaporzinho' da água se gruda com as partículas sólidas. Essas partículas facilitam a formação do que chamamos de núcleos de condensação, e o processo segue, formando mais gotas de chuva e, consequentemente, gelo/granizo que são os precursores das descargas elétricas", explicou o meteorologista.

Quanto mais partículas na atmosfera, mais gotas de chuva são formadas, e de forma mais intensa, favorecendo a formação do granizo.

"Quando a atmosfera está muito carregada de partículas, aumenta a eficiência da formação de gotas de chuva e partículas de gelo. Por isso a gente viu muita descarga elétrica ontem", concluiu.

Vento e chuva

Monitoramento realizado pelo meteorologista da Uniderp, Natálio  Abrahão, identificou ventos de até 85,2 km/h em Campo Grande, no bairro Vila Santo Amaro, na região próxima ao Colégio Militar de Campo Grande. Na região do Imbirussu, os ventos chegaram a 51,2 km/h.

Quanto às chuvas, foram registrados 35,6 mm no Carandá Bosque; 46,8mm no Vila Progresso; 24,2 mm no Vila Santa Luzia; e 12,2 mm no Jardim Panamá.

Seca Histórica

Campo Grande tem 2024 como o ano mais seco da última década, com registros de chuvas abaixo da média histórica.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, de janeiro a setembro, o acumulado de precipitação em Campo Grande foi de 471,4 mm. Em 2023, nesse mesmo período, choveu 1.155,6 mm na Capital. Os dados apresentam uma diminuição de chuvas de 59%.

Na última década, o menor registro de acumulado de chuvas foi em 2021, de 765,2 mm à época. Ou seja, a precipitação deste ano ainda é 38% menor em comparação à série histórica.

Nesta década, a média de acumulado de precipitação em nove meses foi de 857 mm. O maior registro ocorreu em 2016, com 1.159,8 mm, enquanto o menor registro nesse quesito é justamente neste ano, com 418,6 mm.

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Até fim do ano, Petrobras terá projeto de transição energética interessante aprovado, diz Magda

A executiva apresentou o Plano de Negócios 2026-2030 da empresa para empresários fluminenses, lembrando que o plano se estende até 2050, quando a companhia pretende atingir emissões líquidas zero

05/12/2025 22h00

Sede da Petrobrás

Sede da Petrobrás Imagem: Agência Petrobras

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A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que o Conselho de Administração da estatal vai aprovar, até o final do ano, um projeto de transição energética "interessante, e que não é greenwashing (sem impacto efetivo)". A declaração foi realizada em evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

A executiva apresentou o Plano de Negócios 2026-2030 da empresa para empresários fluminenses, lembrando que o plano se estende até 2050, quando a companhia pretende atingir emissões líquidas zero.

Magda também destacou os investimentos no Estado do Rio de Janeiro, com foco no Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, que segundo ela vai ganhar uma petroquímica "moderníssima", mas também não deu detalhes.

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Novo Bolsa Família reduziu beneficiários e valor total de benefícios entre 2023 e 2025

O Novo Bolsa Família foi relançado em 2023 e tem renovado o público atendido ao longo do tempo, diz o relatório "Filhos do Bolsa Família

05/12/2025 21h00

Crédito: Lyon Santos / MDS

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Um novo estudo com dados administrativos do governo federal mostra que, entre o início de 2023 e outubro de 2025, o número total de beneficiários do Novo Bolsa Família diminuiu, assim como o número de famílias e o valor total gasto em benefícios. O levantamento, conduzido pelos professores da Escola de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV EPGE) Valdemar Pinho Neto e Marcelo Neri, chama atenção para os fluxos mensais, que indicam mais saídas do que novas entradas. Isso apontaria "sustentabilidade e rotatividade saudável no programa".

O Novo Bolsa Família foi relançado em 2023 e tem renovado o público atendido ao longo do tempo, diz o relatório "Filhos do Bolsa Família - Uma Análise da Última Década", lançado hoje no Rio de Janeiro. Entre os beneficiários observados no início de 2023, 31,25% já não estavam mais no programa em outubro de 2025. De acordo com a pesquisa, o Bolsa Família oferece proteção em momentos de vulnerabilidade de renda, não se configurando como uma política de dependência permanente. "Mesmo em um horizonte inferior a três anos, o programa segue associado à transição para arranjos de renda mais autônomos, sobretudo nas idades em que o ingresso no mercado de trabalho é mais intenso".

A análise diz que a Regra de Proteção, que permite que a família permaneça no programa por um período quando a renda do trabalho ultrapassa o limite de entrada no programa, tem funcionado como um "amortecedor" entre o Bolsa Família e o mercado de trabalho.

"Isso evita quedas bruscas de renda, diminui o medo de aceitar empregos formais ou registrar-se como Microempreendedor Individual (MEI) e, ao mesmo tempo, garante que, em caso de nova perda de renda, a família possa retornar com prioridade ao programa", cita a publicação.

O lançamento do estudo foi acompanhado pelo ministro do Desenvolvimento, Assistência social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.

"Quando a gente vê a elevação do PIB no Brasil, surpreendendo muitas vezes a área econômica e técnica, ali tem o PIB dos mais pobres. Aquelas pessoas que lá atrás viviam de transferência de renda, agora tem consumo", afirmou.

Segunda geração

O estudo sustenta que o Bolsa Família conjuga proteção social "robusta" e mobilidade socioeconômica. A evidência, de acordo com o pesquisador, é que muitos filhos do programa deixam de receber o benefício futuramente.

A pesquisa acompanha, ao longo da última década (2014-2025), os membros de famílias que recebiam o benefício em 2014, com foco em crianças e adolescentes. Os resultados indicam que uma parcela expressiva da chamada "segunda geração" de beneficiários deixou de depender da transferência de renda. Entre todos os beneficiários de 2014, 60,68% não recebiam mais o Bolsa Família em 2025. As taxas são ainda mais altas entre os que eram adolescentes naquele ano: 68,8% entre jovens de 11-14 anos e 71,25% entre 15-17 anos. Nas áreas urbanas, a taxa de saída para jovens de 6-17 anos chega a 67,01%.

A escolaridade do adulto responsável também faz diferença: quando a pessoa de referência concluiu o ensino médio, quase 70% dos jovens que tinham 6-17 anos em 2014 deixaram o Bolsa Família ao longo da década.

"Essa emancipação do Bolsa Família é acompanhada por uma saída relevante do Cadastro Único e por aumento da participação no mercado de trabalho formal", cita o estudo. Entre os jovens que tinham 15-17 anos em 2014, por exemplo, mais da metade deixa o CadÚnico até 2025, e 28,4% possuem vínculo formal de emprego no ano de 2023.

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