Vivemos em um mundo com 8,2 bilhões de seres humanos. Mas, nos últimos anos, a sociedade construiu, paulatinamente, uma vida em que o dinheiro impera com uma força quase demolidora.
A ideia de “possuir” algo domina a mente de muitas pessoas a um nível tal que somente o que importa é ter dinheiro, deixando de lado o valor de atitudes e comportamentos. Sem uma educação em cidadania e valores humanos, a consciência da sociedade deixou de ser uma dimensão valiosa, e muitos agora consideram o dinheiro como a única solução.
Não é de se estranhar que cerca de 12% da população mundial sofra de transtornos mentais, como ansiedade e depressão. Embora muitos países tenham fortalecido suas políticas e programas de saúde mental, são necessários maiores investimentos e ações em escala global para ampliar os serviços de proteção das pessoas.
Os problemas de saúde mental representam a segunda maior causa de incapacidade a longo prazo, contribuindo para a perda de anos de vida saudável. Também elevam os custos de saúde para as pessoas afetadas e suas famílias, além de gerar perdas econômicas substanciais em escala global.
Essa triste realidade merece uma reflexão: será este o futuro que estamos a construir para a humanidade? Afinal, por que não temos soluções para um problema desta dimensão?
Será que é apenas a economia que é importante? Os seres humanos que se danem? Estamos a destruir a humanidade do mundo. Se somarmos ao número de pessoas com transtornos mentais as pessoas que passam fome e as que passam por situações pouco dignas, percebemos que a sociedade atual está doente.
Perante estas calamidades, às quais podemos somar a guerra, o autoritarismo, a escravidão, os crimes, as mentiras políticas e a ausência generalizada de valores, verificamos que o ser humano não pode se orgulhar da vida que tem. Muito menos, pode ser feliz.
A sociedade não está preparada para uma mudança paradigmática, com maior dignidade às pessoas idosas, globalização do valor humano, aumento significativo dos níveis de educação, erradicação da fome no mundo, término dos maiores riscos climáticos do planeta e fim das guerras, dos crimes e das mentiras.
Se a sociedade não está preparada, para o que é mais importante para o ser humano, não é hora de procurar os culpados. Torna-se urgente concentrar todos os esforços na construção de soluções de futuro, com determinação e resiliência. Isso porque a hora do ponto de não retorno chegará rápido e com muita força.
A questão principal e mais importante será: quando essa hora chegar definitivamente, toda e qualquer solução implementada será apenas um paliativo sem futuro, e a irreversibilidade estará instituída.
Por isso, precisamos nos perguntar a que mundo queremos pertencer.


