O mundo assistiu na abertura dos jogos Olímpicos de Paris um de seus espetáculos mais horrorosos. A satanização da Santa Ceia. Não poderia haver espaço para esse tipo de insanidade. O momento era de festa, alegria contagiante, disputas sadias, engrandecimento da pátria, da disciplina, e da melhor convivência entre os seres humanos. Mas era também dos desfiles dos protagonistas, empunhando a sua bandeira, cantando os seus hinos, brindando suas famílias e todo o grande público que também assistia o grande espetáculo.
Não interessa nessas despretensiosas linhas tecer considerações sobre os personagens que se sentaram naquela mesa santificada pela presença do Cristo, o filho do Deus vivo nem mesmo quem organizou tamanha afronta.
O respeito que o homem simples do povo tem pela religião e pela sua fé podem oferecer melhor esse veredito, expressar essa opinião, inclinar-se pelo seu repúdio. Tudo isso dentro da França que foi ao longo da sua história protagonista de fatos envolvendo disputas religiosas e seus banhos de sangue e que estão inseridas na memória do seu nobre povo. A matança de São Bartolomeu é a sua evidencia maior. Outro fato não pode jamais ser olvidado.
A advertência feita pelo seu grande general Napoleão Bonaparte. Ao invadir o Egito para decretar o Bloqueio Continental que atingiria frontalmente as aspirações comerciais de seu arqui-inimigo a Inglaterra disse aos seus soldados. Na Batalha do Cairo, soldados, a vitória irá oferecer para a França o seu sorriso largo. Vamos vencer! Mas, cuidado! Os egípcios professam o islamismo e tem na pessoa de Maomé seu legítimo profeta. Temos que respeitar sua vocação religiosa senão vamos criar um inferno pior do que aquele que enfrentamos nos campos de batalha.
A guerra contra o fanatismo religioso. E, pronunciou, o general, a célebre frase que o mundo inteiro assistiu, leu e protagonizou: Não existe mais Deus do que Deus e Maomé é o seu legítimo profeta – Mesmo com esses exemplos maravilhosos os franceses teimaram em marchar na contramão do bom senso, do respeito, da interação entre os homens e na crença inabalável da fé ao jogarem na lama o retrato da Santa Ceia, a última Páscoa do Cristo e que marcou a aliança de Deus com a humanidade através do sangue do seu filho. O dogma da transubstanciação - a sua evidencia maior.
O pão e o vinho santificados pelo Deus vivo que se transformou no alimento poderoso que indica o caminho da fé, e a salvação daqueles que acreditam na santidade da mensagem.
Esse é o tema central do artigo. Não havia necessidade dos seus idealizadores privilegiarem a deselegância da ação e a provocação afrontosa ofertada. Foi um espetáculo deprimente. Ninguém em sã consciência gostaria de vê-los repetidos em qualquer arena de qualquer quadrante do globo terrestre. Nesses exemplos vivos da nossa história universal o melhor caminho está a indicar que a razão como a nossa melhor conselheira está do lado do general francês quando se inclinou pela prudência; pela tolerância e o pelo respeito à fé religiosa dos nossos iguais. Esse o caminho correto.
A religião, a Igreja, os seus pastores, precisam ser respeitados, mas nenhum deles salva o homem. Só ele próprio com as suas ações e os sentimentos generosos podem ser o seu garantidor da sua salvação. Mais ninguém! O resto é conversa fiada porque as reprimendas sejam elas verbais ou escritas não servem para nada, em outra vertente a gritaria não sufocará o estrago provocado, o atrevimento e os insultos marcharão na mesma direção até encontrar com o seu ápice, a estupidez humana, definida sabiamente pelo físico alemão, Albert Eistein.
Quando nos defrontarmos com esse adversário sem rosto o melhor que temos a oferecer é o nosso silencio acompanhado das nossas orações. Nada mais!