Artigos e Opinião

CLÁUDIO HUMBERTO

"Bolsonaro está sendo enterrado vivo"

Ricardo Augusto de Mello Araújo (PL), vice-prefeito de SP, após visitar o ex-presidente

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Titular da CPMI recebe R$17 milhões em emendas 

Foi só ser instalada a CPMI para investigar a bandalheira contra idosos do INSS, que o governo de Lula (PT) pagou emendas a parlamentes titulares na comissão. Só neste mês, quando a investigação iniciou, teve parlamentar que viu o pagamento das emendas passar dos R$17 milhões, caso do senador Izalci Lucas (PL-DF). Lula também fez a felicidade de outros quatro senadores, dos partidos PT, PDT, MDB e Republicanos, e liberou mais de R$10 milhões para cada um.

Emendas garantidas

O governo também pagou uma bolada àqueles que quase emplacaram no comando da CPMI, Omar Aziz (PSD-AM) e Ricardo Ayres (Republicanos-TO).

Caminhão de dinheiro

Foram R$ 5 milhões liberados para o senador Omar Aziz e mais R$ 1 milhão para Ayres. Mas a oposição os humilhou na votação.

Na pindaíba

Dos 32 titulares, o governo não pagou nada a 7. Um dos tratados a pão e água foi Marcel van Hattem (Novo-RS), ferrenho opositor.

Abriu o cofre

Levantamento exclusivo da Coluna mostra que Lula liberou mais de R$ 200 milhões em emendas, só este mês, aos titulares da CPI Mista.

Jato estacionado deixa brasilienses intrigados

Um superjato Falcon 2.000, com autonomia de 7.400 km, capaz de atravessar oceanos, permanece desde sábado em Brasília, mas o que gerou “disse me disse” na cidade foi o prefixo adesivado PS-LRM: não corresponde a registro na Anac, a agência reguladora de aviação civil. Isso estimulou especulações divertidas, em busca de significado para o prefixo LRM: seriam as iniciais de “Lula resgata Maduro”? Consulta à Anac indica que o luxuoso avião aguarda prefixo definitivo.

Veio da Suíça

Esse Falcon 2.000 decolou de Genebra, fez pit-stop em Cabo Verde e chegou a Brasília no dia 23. Pode ter sido adquirido por um brasileiro.

Origem americana

O histórico mostra que a aeronave antes pertencia a empresa dos EUA, sob o prefixo N152SM, e a uma austríaca sob prefixo OE-HER. 

Sem registro

O prefixo “PS” indica novo tipo de registro feito no Brasil desde 2019, mas não está entre os 44 jatos Falcon 2.000 cadastrados na Anac.

Depredar é mais grave?

Ao fixar 11 anos de prisão para culpados pela morte de 242 pessoas na boate Kiss, a Justiça gaúcha expõe as punições desproporcionais para os presos do 8 de Janeiro, incluindo vendedores ambulantes, idosos e a pichadora do batom, condenados até a 17 anos em regime fechado.

Balcão voltou firme

O total pago pelo governo de Lula em emendas parlamentares este ano disparou para mais de R$ 9,22 bilhões. Há uma semana, o total liberado pela gestão petista com essa conta era de R$8,1 bilhões.

Independência ou morte

Sem medo de defender o fim do foro privilegiado, o deputado príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) disse à Coluna que o fim da medida encerrará “a dependência do Legislativo diante do STF”.

Curtição discreta

Diferente de outros ministros do STF que até soltam o gogó em qualquer festinha, Nunes Marques esteve em uma roda de samba no Gama, a 33km da sede do Supremo. Curtiu com discrição e foi embora.

PL é dos Bolsonaro

Valdemar Costa Neto reafirmou que o candidato do PL a presidente é Jair Bolsonaro “ou quem ele, e só ele, escolher”. E Carlos Bolsonaro será candidato ao Senado por Santa Catarina ou onde desejar.

Carapuça brasileira

Donald Trump prometeu defender as “incríveis empresas de tecnologia americanas” de ataques de países que taxam, legislam ou regulam para machucar ou descriminar as big techs. As manchetes apontam a Europa como alvo, mas a carapuça cabe perfeitamente ao Brasil. 

Ele outra vez

Luiz Marinho, ministro do Trabalho que queria colocar os Correios para fazer o trabalho da Uber, deu novo palpite sobre o que não entende. Com histórico na pelegagem, deu uma de economista: disse que o juro alto é “problema maior” que o tarifaço dos Estados Unidos.

Audiência para audiência

Quem deu as caras ontem em audiência da Comissão de Fiscalização e Direitos dos Presos do 8 de Janeiro, por vídeo, foi Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Não demorou e a sessão bombou na internet.

Pergunta ao grande irmão

O perigo de fugir equivale ao perigo de aparecer nas redes sociais?

PODER SEM PUDOR

Em forma, na marra

Durante uma reunião de cúpula com países árabes, o então presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, decidiu correr no Parque da Cidade, em Brasília. Ele e o embaixador do Paraguai, Luiz Gonzalez Arias, trajados a rigor (tênis, bermuda e camiseta), perguntaram a um office boy do Hotel Meliá Brasília como chegar ao parque. Solícito, o rapaz foi até a calçada e apontou a direção do parque, mas acabou “convocado” pelos seguranças a acompanhar os paraguaios. Correu 40 minutos vestindo uniforme, incluindo luvas e sapatos sociais.

EDITORIAL

Judiciário não é palco nem mercado

Restringir a atuação como coach e impor limites a determinadas docências, especialmente aquelas transformadas em verdadeiros cursos caça-níqueis, é fundamental

13/12/2025 07h15

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A decisão do presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Edson Fachin, de proibir que magistrados atuem como coaches, seja nas redes sociais ou fora delas, não é apenas correta como necessária.

Trata-se de um freio institucional que chega em boa hora a um Judiciário que, nos últimos anos, tem convivido com excessos de exposição, vaidade e práticas que colocam em xeque a sobriedade exigida da magistratura.

Não é de hoje que esse limite vem sendo testado.

Há cerca de dois anos, causou perplexidade o caso de um ex-juiz federal que passou a vender cursos na internet ensinando “táticas” para ganhar recursos judiciais. O paradoxo salta aos olhos: quem julgava recursos passou a faturar dinheiro “por fora” ensinando advogados a vencê-los.

Ainda que se alegue liberdade profissional após deixar a toga, a prática é, no mínimo, eticamente questionável e contribui para corroer a confiança da sociedade na imparcialidade do sistema de Justiça.

A medida de Fachin reconhece um problema real: tem faltado comedimento à parte da magistratura brasileira.

Em tempos de redes sociais, palestras remuneradas e cursos de viés mercadológico, alguns juízes parecem ter esquecido uma máxima antiga, simples e ainda extremamente atual: o lugar em que o magistrado mais deve falar é nos autos.

A autoridade da toga não se constrói com likes, seguidores ou discursos performáticos, mas com decisões técnicas, fundamentadas e discretas.

Restringir a atuação como coach e impor limites à determinadas docências, especialmente aquelas transformadas em verdadeiros cursos caça-níqueis, é fundamental. Não se trata de censura nem de cerceamento da liberdade intelectual, mas de preservação da função jurisdicional.

O juiz não é um influenciador digital, tampouco um vendedor de fórmulas de sucesso processual. É agente do Estado, investido de poder para decidir conflitos com independência e imparcialidade.

Isso, porém, não significa defender um Judiciário hermético ou alheio à sociedade. Ao contrário: as cortes precisam, sim, se comunicar melhor nestes novos tempos, explicar decisões complexas, dialogar institucionalmente com a população e prestar contas de seu funcionamento. Comunicação institucional é necessária; autopromoção individual, não.

No fim das contas, o que está em jogo é o respeito à própria instituição. O Judiciário é, talvez, o Poder que mais precisa ser respeitado para que a democracia funcione. E esse respeito não é um privilégio – é uma obrigação que começa dentro de casa.

Seriedade, sobriedade e autocontenção não são virtudes acessórias para magistrados; são requisitos essenciais para quem exerce uma das funções mais sensíveis do Estado.

ARTIGOS

Novas regras do Banco Central sobre ativos virtuais: um marco de maturidade regulatória

Brasil consolida seu papel de protagonista na integração entre inovação financeira e solidez regulatória, aproximando-se dos padrões internacionais de governança e Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo

12/12/2025 07h45

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Em 10 de novembro, o Banco Central do Brasil deu um passo histórico ao publicar as Resoluções BCB nº 519, nº 520 e nº 521, que inauguram um novo ciclo de regulação do mercado de ativos virtuais no País.

Com essas normas, o Brasil consolida seu papel de protagonista na integração entre inovação financeira e solidez regulatória, aproximando-se dos padrões internacionais de governança e Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo (PLD/FT).

Mais do que um conjunto técnico de regras, essas resoluções representam um amadurecimento institucional do sistema financeiro brasileiro diante da realidade cripto. Até então, o setor operava em uma zona cinzenta regulatória, com supervisão limitada e grande diferenças de informações entre prestadores e usuários.

Agora, o País passa a estabelecer bases claras para a operação de Sociedades Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais (Psav), além de definir, pela primeira vez, o tratamento cambial para operações internacionais com criptoativos.

A Resolução BCB nº 519/2025 impõe um padrão de governança que coloca as Psav sob um nível de exigência comparável ao das instituições financeiras. Exige-se segregação patrimonial, controles internos robustos e políticas de PLD/FT equivalentes às do sistema bancário.

Essa medida mitiga riscos de uso indevido dos recursos dos clientes e reduz o espaço para fraudes e práticas abusivas. Pontos sensíveis em um setor historicamente marcado por volatilidade e escândalos.

Já a Resolução BCB nº 520/2025 institui o processo de autorização prévia para funcionamento das Psav, com vedações expressas à oferta de crédito e à captação de recursos de clientes qualificados.

O objetivo é proteger investidores e garantir que as operações com criptoativos não contaminem o sistema financeiro tradicional com riscos de liquidez e solvência. A exigência de sede no Brasil e critérios rigorosos de idoneidade e gestão de riscos também reforçam o compromisso com a responsabilidade corporativa e a transparência operacional.

Por sua vez, a Resolução BCB nº 521/2025 corrige uma lacuna importante ao enquadrar as operações internacionais com criptoativos, como operações de câmbio, sempre que houver conversão de moeda ou transferência internacional de valores.

Essa regra coloca as transações de cripto sob a mesma lente de compliance cambial que rege outras formas de movimentação financeira internacional, prevenindo brechas para evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Para bancos e instituições financeiras, o novo marco regulatório representa tanto uma oportunidade quanto uma responsabilidade. A integração dos serviços com ativos virtuais ao portfólio bancário passa a ser viável, desde que sejam obedecidos os novos parâmetros de segurança, segregação de recursos e reporte regulatório.

Ao mesmo tempo, essas instituições terão de repensar suas estruturas de governança e compliance para acomodar o ecossistema cripto dentro de uma lógica de controle prudencial.

Alguns pontos, entretanto, merecem atenção especial: a vedação de crédito com recursos próprios em operações cripto, a segregação total de fundos de clientes, o reforço dos controles de PLD/FT, e o tratamento cambial obrigatório em transações internacionais.

Tais exigências sinalizam que o Banco Central, de maneira mais que devida e assertiva, pretende equilibrar o incentivo à inovação com a blindagem contra riscos sistêmicos e ilícitos financeiros.

Contudo, o período de adaptação será curto. As regras entram em vigor a partir de 2 de fevereiro de 2026 e as obrigações adicionais de reporte internacional passam a valer a partir de 4 de maio de 2026.

Empresas que já atuam no mercado precisam, portanto, iniciar imediatamente seus processos de adequação, revisando estruturas societárias, sistêmicas, políticas de custódia e mecanismos de compliance.

Por fim, as novas resoluções não devem ser vistas como um freio à inovação, mas como um sinal evidente de maturidade regulatória do País.

Ao oferecer um ambiente seguro, transparente e supervisionado, o Banco Central cria as condições para que o Brasil se consolide como um polo confiável de desenvolvimento em blockchain e ativos digitais. É o início de uma nova era em que a confiança institucional passa a ser o ativo mais valioso do universo cripto.

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