Os R$ 8,2 bilhões disponibilizados para o financiamento da safra 2019/2020 anunciados nesta semana, volume 23% maior que no ciclo anterior, é uma boa notícia para a economia local.
Normalmente os segundos semestres são melhores que os primeiros, quando se trata de crescimento econômico. A julgar por dois dois principais fatos desta semana, esta segunda metade de 2019 poderá ser bem melhor que a primeira, esta é a expectativa, depois do anúncio do Plano Safra, na última segunda-feira, e também com o avanço da tramitação da Reforma da Previdência no Congresso Nacional.
Sob uma perspectiva macro, os números são impressionantes. São nada menos que R$ 8,2 bilhões disponíveis em crédito agrícola para Mato Grosso do Sul na safra 2019/2020. Os recursos são subsidiados a juros baixíssimos, que variam de 3% a 10% ao ano, conforme a faixa em que se enquadra cada produtor, e estão disponíveis do pequeno agricultor, aquele que trabalha com a família e produzo sobretudo alimentos destinados diretamente ao consumo, e também ao grande produtor, enquadrado no que chamamos de agronegócio, e que produz visando abastecer grandes indústrias e também o mercado externo.
Uma forma de perceber quão vultuosa é a soma de recursos disponíveis para esta safra deste ano no Estado, é compará-la com o orçamento anual do Estado de Mato Grosso do Sul, que é de R$ 14 bilhões. Os R$ 8,2 bilhões de crédito para esta safra, representam mais da metade de toda a receita anual que o governo prevê arrecadar.
É importante também lembrar dos efeitos multiplicadores que esta cifra bilionária pode gerar na economia sul-mato-grossense. Em primeiro lugar, o valor bruto da safra que será financiada estará, no mínimo, bem acima do dobro disponibilizado. Ainda temos de colocar nesta conta, a distribuição que destes recursos nas lojas de insumos agrícolas, maquinários, e mesmo na prestação de serviços de profissionais, que vão do lavrador ao engenheiro agrônomo.
O montante liberado para esta safra também é uma prova do prestígio de Mato Grosso do Sul junto ao governo federal. No ano passado, foram pouco menos de R$ 7 bilhões liberados. O crescimento do crédito para este ciclo é 23% maior. Tereza Cristina, ministra da Agricultura, atribuiu o aumento de recursos ao mérito dos produtores, mas este mérito, claro, também é dela. É o primeiro ano da sul-mato-grossense à frente da pasta.
Que as notícias continuem boas no segundo semestre. Que aumente o volume de dinheiro em circulação em Mato Grosso do Sul nos próximos dias e meses. A economia do Estado agradece.