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Mozart Neves Ramos: "Mato Grosso do Sul pela educação"

Diretor de Articulação do Instituto Ayrton Senna

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Quando as redes públicas de ensino, nas esferas estadual e municipal, se unem pelo bem comum para oferecer um futuro melhor para todas as crianças de Mato Grosso do Sul e fazem isso em colaboração com a sociedade, poderíamos batizar a iniciativa de “todos pela educação”. Dessa forma, o Estado está colocando em prática o Artigo 205 da Constituição Federal (CF), que ressalta o valor do regime de colaboração entre os entes federados e a população, para que a educação, enquanto direito, seja efetivamente oferecida e isso seja feito na perspectiva do desenvolvimento pleno da pessoa.

No entanto, o estado de Mato Grosso do Sul foi além. Mostrou ao Brasil que fazer educação é ter uma visão antecipatória do seu tempo. Assim, enquanto a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ainda estava em discussão no Conselho Nacional de Educação (CNE), estabelecendo direitos de aprendizagem para todos os estudantes da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, as secretarias de educação do Estado e dos municípios deixaram de lado eventuais diferenças e começaram a planejar uma proposta integrada de currículo escolar para todo o Estado. Foram seis meses de muito trabalho de alinhamento na construção dessa proposta, mas, com espírito colaborativo, foi possível estabelecer uma agenda comum de implementação da BNCC para 2018, com o apoio do Ministério da Educação (MEC).

Assim, enquanto a larga maioria dos estados ainda não sabe como fazer essa construção, aqui em Mato Grosso do Sul a situação é outra. Por exemplo, neste mês de março já se inicia a implementação de um dos principais eixos da BNCC, que trata de colocar as habilidades socioemocionais no currículo escolar. Nesse sentido, o Instituto Ayrton Senna apoiará essa iniciativa ao construir, em colaboração com as redes públicas de ensino, uma matriz de competências socioemocionais, na perspectiva de que a educação oferecida possa ajudar a desenvolver plenamente os alunos deste Estado.

Como explicitado acima, o Artigo 205 da CF estabelece claramente que não se trata de oferecer qualquer educação, mas uma educação que promova de fato o desenvolvimento pleno da pessoa. Isso significa dizer que precisamos formar educandos que possam ir além do sucesso na vida escolar, mas também de ter sucesso na vida social e pessoal.

Essa iniciativa de Mato do Grosso do Sul trará também outros benefícios para as redes de ensino no campo da gestão escolar e do financiamento da educação. Fazendo a implementação da BNCC de forma colaborativa e integrada, poderão traçar estratégias comuns para preparar seus professores e gestores, de modo que a BNCC chegue com qualidade ao chamado chão de escola. Dessa forma, em vez de gastar recursos de modo fragmentado, podem usá-los de forma mais coletiva, reduzindo custos e melhorando os resultados educacionais. 

Além disso, poderão resolver um problema crítico que temos hoje na educação brasileira. Como os anos finais do Ensino Fundamental (do 6º ao 9º ano escolar) são, em geral, oferecidos pelas duas redes de ensino – Estadual e Municipal –, muitas vezes, os alunos ingressam no Ensino Médio com níveis de aprendizagem bem distintos. Mas, trabalhando de forma articulada, como agora, pode-se assegurar que eles cheguem ao Ensino Médio com maiores chances de ter os mesmos níveis de aprendizagem. Além do currículo, é preciso que as redes também construam uma política comum de formação de professores. Mas, dada a maturidade alcançada pelas redes públicas de ensino de Mato Grosso do Sul, tudo leva a crer que talvez estejamos falando de um novo tempo para a educação do Estado – e que este exemplo sirva de inspiração para o resto do Brasil!

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Vovós: novos tempos, novas regras

15/03/2025 07h45

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A imagem da avó dedicada integralmente aos netos, um arquétipo arraigado no imaginário popular, está sendo drasticamente reformulada. Um estudo da SeniorLab Mercado e Consumo 60+, com base em dados de 18.604 homens e mulheres 60+ de todo o Brasil cadastrados na Maturi, revela que “cuidar dos netos” ocupa apenas a 18ª posição na lista de hobbies preferidos das mulheres dessa faixa etária. Essa descoberta não apenas desafia estereótipos, mas também sinaliza uma mudança crucial no comportamento do consumidor sênior, com implicações significativas para o mercado. O mito da avó totalmente dedicada à família obscureceu por muito tempo a individualidade e os desejos das mulheres 60+. A pesquisa evidencia uma mudança de paradigma: essa persona está se transformando em um consumidor com novas demandas, aspirações, foco no seu cuidado e limites.

A longevidade crescente e a melhoria da qualidade de vida criaram um novo segmento de consumo: mulheres 60+ que buscam autonomia e realização pessoal. A aposentadoria, antes vista como um declínio, agora é percebida como uma oportunidade para investir em experiências e atividades que proporcionem bem-estar e prazer. A atividade física lidera o ranking de hobbies, seguida por viagens, culinária e atividades sociais. Esse perfil de consumo busca produtos e serviços que promovam saúde, bem-estar e experiências enriquecedoras, em que a tecnologia desempenha um papel fundamental na vida das mulheres 60+, conectando-as ao mundo e abrindo novas oportunidades de consumo. A internet e as redes sociais são canais essenciais para alcançar esse público, oferecendo informações, produtos e serviços personalizados.

A mudança de prioridades das avós exige uma revisão das estratégias de marketing quando o ponto de interesse é a família. O foco não deve ser apenas nos produtos e serviços para netos, mas também nas necessidades e desejos das avós como consumidoras independentes. O mercado de produtos e serviços para o envelhecimento ativo e saudável está em franca expansão. As mulheres 60+ são um público-alvo promissor para empresas que oferecem soluções para saúde, bem-estar, lazer e educação. Os novos luxos da consumidora 60+ são o autocuidado e o bem-estar. As empresas que oferecem produtos e serviços que promovam a autoestima, a saúde mental e a beleza têm um grande potencial de crescimento nesse mercado.

As marcas que desejam se conectar com o público 60+ precisam quebrar estereótipos e adotar uma nova narrativa, que valorize a autonomia, a individualidade e a diversidade das mulheres nessa faixa etária. A maturidade feminina é diversa e multifacetada. As empresas precisam adotar estratégias de marketing personalizadas, que primeiramente entendam e depois atendam às necessidades e desejos específicos de cada segmento. A mídia e o marketing têm um papel fundamental na reafirmação e na consolidação de novas narrativas sobre a maturidade feminina. É preciso dar voz às mulheres 60+, mostrando suas histórias, seus desafios e suas conquistas.

As empresas que desejam se destacar no mercado 60+ precisam adotar uma postura de responsabilidade social e inclusão, oferecendo produtos e serviços acessíveis e adaptados às necessidades desse público. O futuro do mercado 60+ é gigante e trilionário, com um grande potencial de inovação e oportunidades. As empresas que forem bem orientadas e aprenderem a compreender as necessidades e desejos desse público estarão à frente da concorrência. Ao adotar práticas inclusivas e valorizar a diversidade, as empresas contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.    

O conceito de “aging in market” emerge como um pilar fundamental neste momento de redefinição estratégica para o mercado 60+. À medida que a sociedade evolui e os estereótipos tradicionais se desfazem, torna-se imperativo ajustar bússolas, narrativas e mensagens para refletir a realidade multifacetada desse público. Não se trata apenas de reconhecer o envelhecimento populacional como um fato, mas de compreender as nuances desse processo e como ele molda o comportamento do consumidor sênior e o quanto a indústria criativa ainda se baseia em preconceitos disfarçados de percepções. Ao adotar uma abordagem centrada no marketing 60+, as empresas podem se aperfeiçoar, criar produtos, serviços e campanhas de marketing que ressoem autenticamente com o público 60+, construindo relacionamentos duradouros e impulsionando o crescimento.

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Caminhos da vida

15/03/2025 07h15

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Se o espaço ocupado neste jornal é colocado à disposição do público com o objetivo de informar a respeito de assuntos, políticos, financeiros e tantos outros, orientando e esclarecendo sobre temas sociais e humanitários, a nós é dado esse espaço para temas de espiritualidade. Agradecemos e pedimos bênçãos e luzes divinas.

São temas e assuntos do interesse de todas as camadas sociais, e quem esteja por detrás dessa verdadeira máquina de informações tem a responsabilidade de sempre bem informar. Tem o compromisso delicado de formar a consciência dos leitores, talvez, convencê-los de uma realidade nada agradável, necessária e urgente. 

Sabemos ser comum o comodismo, tanto intelectual quanto social e religioso. Contentam-se com aquilo que aparece nas redes sociais. Não sentem atração para uma leitura mais profunda e mais crítica. Querem longe os pensadores e os pensamentos.

Essa realidade leva para a Bíblia Sagrada. Cada página é uma lição. Cada livro, um ensinamento. Cada livro, algo para refletir, analisar e acolher o Mestre dos mestres com suas propostas de vida e seus consequentes desafios. Não deseja admiradores. Quer profetas. Esses são muitos. Quer mártires que se disponham a doar a vida até a morte e a morte na cruz.

No Evangelho escrito por Lucas (Lc. 44,1-4), encontramos a narrativa de um fato um tanto curioso. O Mestre, após um atendimento estafante, curas e pregações, chama junto a si Pedro, Tiago e João. Com eles, sobe uma alta montanha para uma oração. Não chamou o povo. Devia estar bastante cansado.

Enquanto o Mestre rezava, eles dormiam. Ao acordarem, ficaram encantados com a cena que se desenrolava em sua frente. Pensaram no mais cômodo. Isto é, arrumar conforto para os personagens, enquanto eles permaneceriam em contemplação.

Mas Deus tinha outra tarefa, outra atitude a se efetuar. Deveriam descer a montanha, pois o povo continuava esperando doente e faminto. Era hora de sair do comodismo. Era hora de desapegar-se dos bens, tanto materiais quanto afetivos, e lançar-se na luta contra os males do mundo que atormentavam as boas intenções.

Essa ação estava muito difícil. O Demônio estava vivo mais do que nunca. Estava lançando contra o Mestre todas as artimanhas enganadoras. Não queria perder a batalha. E tinha que ser derrotado.

Hoje a luta continua. Somos nós os tentados pela maldade desse mundo. Temos em oferta a tentação do enriquecimento ilícito, a tentação do poder com seus tentáculos enganadores e a tentação do prazer fácil.

Aparentemente, dão a sensação de serem fáceis de superar e vencer. No entanto, teremos a necessária prudência e bem elaborada astúcia. Precisamos de uma arma que nos defenda de toda e qualquer cilada. 

A arma será a oração, o jejum e a caridade. A oração para sentir a força de Deus. O jejum para se libertar do comodismo. A caridade como um jeito de socorrer com desprendimento como Jesus fez no alto do calvário.
Assim como ele, também somos chamados a entregar a vida nos braços da cruz, para abraçar a humanidade e ressuscitar gloriosos para a eternidade.

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