Artigos e Opinião

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Uma pergunta… no ano de 2010, propus aos meus alunos uma redação acerca dos impactos dos avanços da internet em nosso modo de pensar e de agir. O texto motivador era uma entrevista com o jornalista e escritor norte-americano Nicholas Carr, a qual trazia a incômoda e polêmica assertiva de que o Google estava nos “emburrecendo”. Isso foi há mais de uma década, quando os usuários da web tinham a facilidade de encontrar informações pelo mecanismo de pesquisa, mas ainda enfrentavam, minimamente, o trabalho de produzir algo a partir dos conteúdos pesquisados, sob pena de incorrer em plágio, em caso de cópia. O que dizer de agora, com os poderosos recursos da inteligência artificial? 

A verdade é que a Lei do Mínimo Esforço, com a qual me deparei nos estudos de psicolinguística na minha juventude, justifica muito do que encontramos em todos os âmbitos no mundo atual. De pensar que houve um tempo em que precisávamos levantar do sofá ou da cama para mudar o canal da televisão.

E, por preguiça, muitas vezes deixamos de fazê-lo! Tudo, hoje, está a um toque ou um comando de voz! Diante desse quadro, em duas oportunidades, pressionei – não por maldade, mas por curiosidade acadêmica! – um amigo, excelso professor doutor de Filosofia, com a seguinte indagação: como ensinar a arte de pensar a quem não quer ter o trabalho de pensar? Eis que, neste artigo, cheguei à terceira tentativa, pedindo-lhe ajuda para um diálogo a respeito do assunto na perspectiva filosófica. Seguem, nos próximos parágrafos, suas considerações.

A resposta... questionado pelo estimado professor a responder à pergunta: como ensinar a arte de pensar a quem não quer ter o trabalho de pensar? Sinto-me mais pesaroso que embaraçado ao respondê-lo. Minhas considerações nos dois momentos anteriores se deram à inabilidade de atender a um questionamento relevante, com uma boa resposta de súbito, que eu não tinha. 

Agora, com mais calma, penso poder propor algum retorno provisório. O pensar por si só não é uma arte! É um maravilhoso componente da criação divina vista na imagem de Deus colocada no homem. Já o pensar profundo, criterioso e sistemático – o que podemos chamar de pensamento filosófico –, esse sim é fruto de dedicação e paciência. A reflexão filosófica é confessadamente eficaz. O exercício do pensar, ao contrário do que se diz, não nos retira do mundo, de nossa condição cotidiana, pelo contrário, toma os temas mais populares e se debruça sobre eles com o intuito de aprofundá-los. 

A filosofia fala do comum que, por vezes, é desconsiderado por nós. Se assim não fosse, o filósofo viveria um monólogo, falando consigo mesmo sem nenhum tipo de vínculo com aqueles que o circundam.

O desafio está diante de todos nós, todos os dias. Resta-nos saber o que está aquecendo os corações de mestres e discípulos... talvez, não seja mais o conhecimento... quem sabe, o que tem aquecido o coração de muitos esteja em alguma página da web por aí, em algum cenário virtual. Quem sabe o desafio que precisamos enfrentar, urgentemente, não seja o da arte de pensar, mas o de como nos livrar do emaranhado das redes que nos impedem de pensar. 

Entre perguntas e dilemas, a breve e profunda explanação do nobre colega suscita interessantes reflexões acerca do ato de pensar nos tempos atuais: pensamento exige diálogo, não somente no sentido de conversa literalmente, mas também por meio de leituras, de pesquisas.

Como promovê-lo em tempos de isolamento físico e virtual? Pensamento demanda trabalho. Como promovê-lo no império da pusilanimidade mental e da frivolidade? Pensamento implica busca de sentidos. Como promovê-lo em um cenário de niilismo e de prevalência da perspectiva utilitária do conhecimento? O exercício metalinguístico, em busca de respostas para esses e outros questionamentos, pode abrir caminhos ao resgate do espírito investigativo que historicamente se fez inerente ao ser humano. Aí está uma desafiadora tarefa para os pensadores sobreviventes! 

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ARTIGOS

Ensino Fundamental o bem maior

25/11/2024 07h30

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O nome é de total felicidade, Fundamental. O restante do Sistema Escolar se estriba nele. Muitas melhoras, ao longo da história, fomos a duras penas e em passos tímidos avançando. Longe, é bem verdade, do ritmo de uma Finlândia, Suécia ou Japão, como exemplos.

Está na hora de reestruturarmos o Ensino Fundamental de Campo Grande-MS (esse nível escolar é de competência municipal), em especial por termos a prefeita Dra. Adriane Lopes, que, bem sabemos, tem visão educacional e capacidade de empreender a audaciosa (bem sei que é) estrutura que se aborda aqui.

O primeiro passo é o pessoal docente remunerado, no mínimo, no “teto” legislado. O pessoal docente é o agente fundamental em qualquer dos sistemas, e mais ainda no Fundamental, o alicerce.

Período integral, com quatro refeições diárias. Posto de Saúde com gabinete odontológico em cada unidade de atenção prioritária, se não exclusiva, aos menores de 14 anos de idade.

Matrícula sob teto de renda familiar máxima, escalonada – até cinco salários mínimos, mais de cinco, menos de oito e, havendo vagas, mais de oito salários mínimos, também de forma escalonada, sequencialmente.

Idade máxima por série (sete anos para a primeira, oito para a segunda, nove para a terceira, 10 para a quarta, 11 para a quinta, 12 para a sexta, 13 para a sétima, quatorze para a oitava e 15 para a nona) com “sistema de aceleração escolar”, se estiver matriculado(a) fora da série adequada, até que o(a) mesmo(a) se enquadre na série correspondente à sua idade.

Observe-se que quem está acima da idade máxima para a nona série, aqui proposta, já conta com “sistema especial”, como a EJA. A essa proposição, acople-se que o “sistema de aceleração” se constitua de Português e Matemática, com o(s) conteúdo(s) da(s) série(s) da(s) qual(is) o(a) matriculado(a) está descompassado(a), até que ele(a) alcance a série em que sua idade se enquadra – ou seja encaminhado a outro sistema (hoje existe a EJA).

Item até angustiante é o número de alunos(as) por turma. É ele significativamente presente na causa de estresse do(a) docente, contrariando há muito tempo, inclusive, o bom senso, sendo sério obstáculo ao bom rendimento. O número máximo de alunos(as) por turma deve também respeitar o fator da idade. Até sete anos, 10 alunos(as). Mais de 10 e menos de 12, 15 alunos(as). Mais de 12, 25 alunos(as).

Na Educação Física, a ação pedagógica resguarda a característica recreativa, objetivando firmar o hábito sadio do exercício físico regular, se ministrada em turno distinto das demais matérias, por modalidade esportiva. Idealmente, de escolha do(a) aluno(a), em acordo com nível técnico, além da idade. Como se processa nos chamados países de primeiro mundo. Essa sistemática é dificultada entre nós por ser exigente de instalações apropriadas a distintas modalidades.

Estruturação de “prédio modelo” ou “referencial”, dotado de rampa(s), nunca degraus. Se for mais de dois pavimentos, elevador (es). Um ginásio para desportos, no mínimo. Em caso de criação de sede de escola fundamental, obedeça-se o mesmo. Observe-se que a padronização barateia.

Dotação de teto solar em todas as unidades escolares municipais – Curitiba (PR) é exemplo disso). Se alguém observar, “e o recurso para tanto”? Lembro que há instituições que financiam iniciativas educacionais, como a Fundação de Apoio à Educação Básica (Fundeb)e também órgãos internacionais que até se queixam de falta de apresentação de bons projetos (US AID, Fundação Rockfeller, Unesco).

Antes de pesquisar se isso existe mesmo, pensemos. Em especial, a comunidade escolar (evidentemente), legisladores municipais e nossa digna e dinâmica prefeita Adriane, que sabemos ser consciente de que o Ensino Fundamental é o bem maior.

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ARTIGOS

Como você quer ser quando envelhecer?

21/11/2024 07h45

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Assim como um dia já nos perguntamos o que queríamos ser quando crescer, devemos nos perguntar o que queremos ser quando envelhecer. Vamos ficar velhos? Ninguém sabe. 

Porém, e se isso, de repente, acontecer e não tivermos um projeto? Se desejamos uma velhice com autonomia, independência e qualidade de vida, precisamos começar a nos planejar, cuidando da saúde física, emocional e financeira.

Para aproveitar bem o tempo que nos resta, é fundamental mantermos uma boa saúde. Não tem como falar em uma velhice ativa sem pensar na importância de uma alimentação saudável, que mantenha o corpo funcional e bem-disposto. Além disso, é essencial que façamos um planejamento das finanças, buscando assegurar uma renda estável capaz de cobrir as nossas despesas sem sobrecarregar nossos filhos ou outros familiares com essa responsabilidade. As decisões financeiras que garantirão tranquilidade na velhice devem ser tomadas com bastante antecedência, isto é, antes de entrarmos na terceira idade.

Às vezes temos medo de nos aposentar e ficar sem fazer nada, com uma sensação de vazio. O que pode acontecer de pior 
é ficar sentado no sofá e passar o dia vendo TV ou mexendo no celular. Aí não tem emocional que resista, não tem como escapar da depressão, da sensação de uma vida sem sentido.

Nosso corpo e cérebro vão atrofiar por falta de atividade. Por isto, também temos que nos preparar para a aposentadoria. Fazer planos para quando tivermos tempo disponível, ao deixarmos de trabalhar ou com menos tarefas domésticas.

As relações são uma parte importante de nossa vida. Quanto melhores são os relacionamentos que os idosos mantêm com a família, os amigos, a vizinhança, os grupos de apoio, melhor e mais saudável é o envelhecimento.

A proximidade com pessoas, o sentir-se aceito – tão importante e necessário –, impede o isolamento dos mais velhos. A solidão deteriora a saúde física e mental. É necessário, sim, refletir que tipo de velhice queremos viver e nos planejarmos para ela, pensando em um projeto de envelhecimento. Tire um tempo para pensar em como você planeja envelhecer.

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