Artigos e Opinião

ARTIGO

Odilon de Oliveira: "Congresso Nacional e fronteira"

Juiz federal aposentado

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O IDESF – Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteira, presidido pelo Doutor Luciano Stremel Barros, acaba de lançar, na Receita Federal, em Campo Grande-MS, criterioso estudo sobre contrabando de defensivos agrícolas.
Esse estudo traz não só dados estatísticos a respeito do tema, mas inúmeros indicadores mostrando a necessidade de desenvolvimento socioeconômico da faixa de fronteira como lastro para a redução acentuada do contrabando de defensivos agrícolas e de cigarros. Isto diz respeito ao incremento de políticas públicas na área de saúde, educação, profissionalização, segurança e desenvolvimento econômico.

A faixa de fronteira corresponde a 29% do território nacional, e isto parece não sensibilizar os senadores e deputados federais, que travam longos debates sobre coisas com as quais não deveriam desperdiçar seu tempo, a exemplo da cobrança de excesso de bagagem. Isto é assunto para a respectiva agência reguladora, sem politicagem. Daqui a pouco, esquecendo-se de coisas sérias, como o SISFRON, irão discutir sexo de anjos.

Toda a linha de fronteira mede 16.886 Km de extensão por 150 Km de largura, totalizando 2.532.900 Km2. São 588 municípios e alcança 11 Estados. A cada policial federal toca uma área de 2.500 Km2 ou 17 Km de comprimento por 150 Km de largura. O município de Campo Grande/MS, com 8.096 Km2, nessa proporção, teria apenas 3 policiais. A fronteira brasileira é assim e só não está pior, em matéria de segurança, graças ao comprometimento desses poucos agentes federais e das Forças Armadas. Não se está levando em conta, aqui, o trabalho da PRF e das polícias estaduais, que é grandioso.

O contrabando de defensivos agrícolas, a ocorrer como praga, e de cigarros também, provoca danos à saúde humana, animal, ao meio ambiente, à indústria e comércio internos e ao mercado de trabalho. Drogas passam pela fronteira em grandes quantidades. Há necessidade de uma integração entre a União e os Estados atingidos pela faixa de fronteira e entre o Brasil e países vizinhos.

Os senhores deputados e senadores deveriam pensar nesse imenso pedaço do Brasil e deixar para a ANAC e as empresas de transporte aéreo a solução da pendenga sobre bagagens.

Editorial

Celular: o novo ouro de bolso

O telefone celular, antes instrumento de comunicação e depois ferramenta de trabalho, hoje é também a principal forma de acesso ao sistema financeiro

21/04/2025 07h15

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O Brasil é, sem sombra de dúvida, o país mais financeiramente digitalizado do mundo. Essa condição não nasceu por acaso, mas é fruto direto de uma das mais bem-sucedidas inovações já promovidas pelo setor público nacional: o Pix. Criado e implementado pelo Banco Central no início da década, esse meio de pagamento eletrônico tornou-se parte essencial da vida do brasileiro. Hoje, mais da metade das transações financeiras realizadas no País são feitas via Pix, tornando obsoletos antigos hábitos relacionados ao uso de dinheiro em papel ou mesmo de cartões.

Esse avanço é inegável. A rapidez, a gratuidade e a praticidade do Pix revolucionaram a forma como o dinheiro circula entre as pessoas, as empresas e o poder público. Pagamentos instantâneos a qualquer hora do dia ou da noite, inclusive em fins de semana e feriados, são uma realidade que aproximou o Brasil do futuro financeiro. E, nesse processo, o cidadão ganhou: abrir uma conta se tornou mais fácil; as chamadas fintechs floresceram, a população antes desbancarizada hoje movimenta dinheiro digital com o toque de um dedo.

No entanto, é hora de o Estado brasileiro – em todas as suas esferas – olhar para os efeitos colaterais dessa revolução. Com o dinheiro cada vez mais virtual, e os celulares funcionando como verdadeiras carteiras digitais, surgem novos riscos que exigem respostas igualmente inovadoras. Não basta celebrar o avanço: é necessário proteger seus frutos. Isso passa por uma reconfiguração da segurança pública no Brasil.

O que se vê nas ruas, especialmente nas grandes cidades, é um crescimento preocupante dos furtos e roubos de celulares. Os criminosos já entenderam que, ao tomar um telefone, não estão apenas levando um bem material, mas potencialmente acessando contas bancárias, senhas, cartões e chaves Pix. O telefone celular, antes instrumento de comunicação e depois ferramenta de trabalho, hoje é também a principal forma de acesso ao sistema financeiro e, portanto, precisa ser tratado como um bem de altíssimo valor.

Além disso, a criminalidade também migrou para o ambiente digital. Golpes financeiros aplicados por meio de aplicativos de mensagens, redes sociais e e-mails falsos se multiplicaram. Clonagens de contas, fraudes com Pix, falsos boletos, engenharia social – tudo isso se tornou rotina, colocando em risco o patrimônio de milhões de brasileiros. As polícias precisam, urgentemente, dedicar mais esforços e recursos à investigação e à prevenção de crimes cibernéticos.

É necessário que a proteção ao cidadão acompanhe a inovação tecnológica. Isso significa capacitar agentes públicos, investir em tecnologia para rastrear transações e, principalmente, criar mecanismos de resposta rápida para vítimas de crimes digitais. Quando uma pessoa tem o celular roubado ou cai em um golpe, a reversão dos danos precisa ser célere e eficaz. E o sistema bancário, inclusive as fintechs, tem papel essencial nesse processo, pois hoje são parte integrante da estrutura de segurança financeira da população.

O Pix nos colocou à frente do mundo. Mas para que essa liderança seja mantida de forma segura, é preciso garantir que o dinheiro digital não vire moeda fácil para criminosos. O telefone celular deve ser visto como um cofre portátil e sua proteção, uma prioridade de Estado. O futuro do dinheiro já chegou. Agora, falta garantir que ele continue sendo um avanço – e não um novo motivo de medo.

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Artigo

Vários são os aspectos essenciais que apoiam os jovens para o futuro

17/04/2025 07h45

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As mudanças tecnológicas, sociais e econômicas estão demandando cada vez mais um novo modelo educacional capaz de preparar os indivíduos para um mundo em constante transformação. Isso porque competências digitais, pensamento crítico e adaptável e visão empreendedora têm sido cada vez mais solicitados.

Diante desse cenário, a educação, dentro e fora de casa, deve ir além da simples transmissão de conhecimento, priorizando a formação integral e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, a fim de preparar os jovens para os desafios futuros.

Competências indispensáveis aos jovens. A automação, a digitalização e a economia compartilhada transformaram o mercado de trabalho, exigindo profissionais flexíveis e aptos a lidar com novas tecnologias. De acordo com um estudo realizado pela Deloitte em 2024, 8 em cada 10 profissionais (83%) em início de carreira já chegam ao mercado familiarizados com as ferramentas de inteligência artificial. No entanto, apenas 68% dos trabalhadores efetivos sabem lidar com essas novidades.

Além disso, a globalização e as mudanças sociais tornam ainda mais essencial o desenvolvimento de habilidades interpessoais, como comunicação eficaz e trabalho em equipe. As competências essenciais para o futuro incluem ainda pensamento crítico, resolução de problemas, criatividade, boa comunicação, colaboração, alfabetização digital e inteligência emocional.

Como preparar os estudantes para esse futuro? Mais que compartilhar conhecimento teórico, faz-se necessária a adaptação dos jovens a essas novas realidades. Isso é possível por meio de metodologias ativas de aprendizagem, eficazes no desenvolvimento dessas competências.

Entre elas, destacam-se a educação baseada em projetos, que estimula a resolução de problemas reais; a aprendizagem personalizada, que permite que cada estudante avance no seu próprio ritmo, respeitando suas dificuldades e potencialidades; e o ensino híbrido, que combina ferramentas digitais com as aulas presenciais, oferecendo maior flexibilidade e interdisciplinaridade, conectando diferentes áreas do conhecimento e tornando a aprendizagem mais contextualizada e significativa.

Família e escola devem se unir para enfrentar os desafios. Obstáculos como a defasagem curricular, a resistência à inovação, a desigualdade de acesso à tecnologia e a necessidade de reformular o papel dos educadores no preparo dos estudantes para um mercado de trabalho incerto são reais e exigem uma abordagem educacional que valorize não apenas o conhecimento acadêmico, mas também o desenvolvimento pessoal e emocional.

Nesse contexto, os pais desempenham um papel fundamental na educação dos filhos, ao fortalecer as abordagens vivenciadas por eles nas instituições de ensino. Para tanto, é possível incentivar o pensamento crítico e a leitura, promover a autonomia e estimular a aprendizagem fora do ambiente escolar em atividades extracurriculares, por exemplo.

Não menos importante, habilidades socioemocionais, como empatia, resiliência, colaboração e autogestão, são outros aspectos indissociáveis para o sucesso pessoal e profissional. Trabalhá-las dentro e fora de casa contribui para uma educação mais humanizada, auxiliando os jovens a lidarem melhor com desafios, tomarem decisões assertivas e construírem relações saudáveis.

Em suma, o verdadeiro compromisso das escolas com valores humanos essenciais, como generosidade, compaixão, cooperação e respeito ao próximo, é o que está por trás da formação sólida de jovens críticos, criativos e preparados para um mundo em constante mudança.

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