Artigos e Opinião

OPINIÃO

Sônia Puxian: "Quer mais?"

Jornalista

Redação

13/04/2017 - 01h00
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 Vamos ver o que ainda está faltando! O Brasil, um país gigante, está respirando através de máquinas, porque a situação está em ritmo de alerta. A qualquer momento coisa muito pior do que está por aí pode surgir e complicar ainda mais a situação delicada em que o gigante se encontra.

Brasil, um país rico em área produtiva, campeão na exportação de carne, soja, milho, laranja, entre outros; dono de áreas verdes e vegetação abundante; senhor absoluto em áreas destinadas a reservas de água, entre elas o Aquífero Guarani que se encontra em parte de sua região; o Pantanal, maior planície alagável do mundo, eleito Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco; Amazônia, considerada o  “pulmão do mundo”; um agradável clima tropical, com excelente localização geográfica, o que lhe permite ter um clima ameno durante o ano todo; País rico em produção agrícola; campeão em criação de gado de qualidade; tudo isso faz parte desse gigante, privilegiado pela própria natureza.    

Muitas qualidades fazem parte do nosso País, que esbanja tamanho, vegetação abundante e muitas áreas apropriadas à criação de gado, tido como excelência em nosso país. Mas uma coisa é certa, o que não se permite é armazenar a carne de forma irregular e depois ver taxado o produto como impróprio para o consumo. Realmente parte dessa carne estava imprópria para o consumo, como foi apurado, agora resta corrigir o problema e normalizar o consumo de forma “correta”.

Não tem condição de mascarar o que está visto, o que está provado, o que está irregular, o que está confirmado. Não dá! De nada adianta revelar irregularidades, buscar os responsáveis e depois de um tempo tudo ser esquecido.

O que ocorre com frequência no Brasil é que muitas verdades são reveladas, geram polêmica, causam revolta, mas na hora de resolver a questão o tempo aparece e dá um jeitinho de fazer as coisas serem esquecidas. E aí fica no ar a pergunta: “Quer mais?” Não! Ninguém quer mais.

A corrupção foi descoberta e ainda estão sendo descobertos mais corruptos. Mas o tempo uma vez mais aparece e como “varinha de condão” passa pela situação e dá um toque mágico, que faz desaparecer o problema... A corrupção está quase que sendo aceita como normal! Estão até tentando criar leis que anistiem o “Caixa 2”.

Quer mais? Não! Ninguém quer mais. O que se quer é: Emprego; inflação baixa e “estável”; salários dignos; previdência que atenda os direitos do trabalhador na idade certa e no valor que ele merece receber; professores com salários dignos; Escolas com qualidade de ensino; alimentos de qualidade; carne saudável; atendimento médico com excelência e competência; segurança nas ruas e escolas; redução dos juros; redução de impostos; e por aí vai, a lista é extensa! Não adianta cobrar do povo um rombo financeiro que ele não criou.

Ah, ia me esquecendo, tem também a possibilidade de se comer embutidos confeccionados com papelão. Você gosta? O que tem isso de mais? Pode ser até que vão te achar estranho por não gostar de comer papelão... hehehe.  E olha que é uma marca renomada, que faz propaganda na TV, com gente famosa.

A falta de consideração pelas pessoas está indo por água abaixo. É assim mesmo que está a situação desse gigante. Uns podem tudo; outros podem nada! E o pior é que você tem que achar que isso é normal.

 Sabe de uma coisa, essa história de o povo ser penalizado a toda hora já chegou no limite. É esse mesmo povo que paga os impostos; paga juros altos; consome alimentos muitas vezes sem condição de higiene e qualidade; paga as contas de luz, água, impostos, telefonia, celular, IPTU e muitas vezes se esforça para dar conta das “contas” a pagar no final do mês. Não dá pra pôr na conta desse povo as dívidas do Brasil. 

A cada um a parte que lhe cabe! É chegada a hora de colocar no cesto a parte que cabe a cada um, sem acrescentar a conta do vizinho na sua conta. Quer mais?

EDITORIAL

Judiciário não é palco nem mercado

Restringir a atuação como coach e impor limites a determinadas docências, especialmente aquelas transformadas em verdadeiros cursos caça-níqueis, é fundamental

13/12/2025 07h15

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A decisão do presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Edson Fachin, de proibir que magistrados atuem como coaches, seja nas redes sociais ou fora delas, não é apenas correta como necessária.

Trata-se de um freio institucional que chega em boa hora a um Judiciário que, nos últimos anos, tem convivido com excessos de exposição, vaidade e práticas que colocam em xeque a sobriedade exigida da magistratura.

Não é de hoje que esse limite vem sendo testado.

Há cerca de dois anos, causou perplexidade o caso de um ex-juiz federal que passou a vender cursos na internet ensinando “táticas” para ganhar recursos judiciais. O paradoxo salta aos olhos: quem julgava recursos passou a faturar dinheiro “por fora” ensinando advogados a vencê-los.

Ainda que se alegue liberdade profissional após deixar a toga, a prática é, no mínimo, eticamente questionável e contribui para corroer a confiança da sociedade na imparcialidade do sistema de Justiça.

A medida de Fachin reconhece um problema real: tem faltado comedimento à parte da magistratura brasileira.

Em tempos de redes sociais, palestras remuneradas e cursos de viés mercadológico, alguns juízes parecem ter esquecido uma máxima antiga, simples e ainda extremamente atual: o lugar em que o magistrado mais deve falar é nos autos.

A autoridade da toga não se constrói com likes, seguidores ou discursos performáticos, mas com decisões técnicas, fundamentadas e discretas.

Restringir a atuação como coach e impor limites à determinadas docências, especialmente aquelas transformadas em verdadeiros cursos caça-níqueis, é fundamental. Não se trata de censura nem de cerceamento da liberdade intelectual, mas de preservação da função jurisdicional.

O juiz não é um influenciador digital, tampouco um vendedor de fórmulas de sucesso processual. É agente do Estado, investido de poder para decidir conflitos com independência e imparcialidade.

Isso, porém, não significa defender um Judiciário hermético ou alheio à sociedade. Ao contrário: as cortes precisam, sim, se comunicar melhor nestes novos tempos, explicar decisões complexas, dialogar institucionalmente com a população e prestar contas de seu funcionamento. Comunicação institucional é necessária; autopromoção individual, não.

No fim das contas, o que está em jogo é o respeito à própria instituição. O Judiciário é, talvez, o Poder que mais precisa ser respeitado para que a democracia funcione. E esse respeito não é um privilégio – é uma obrigação que começa dentro de casa.

Seriedade, sobriedade e autocontenção não são virtudes acessórias para magistrados; são requisitos essenciais para quem exerce uma das funções mais sensíveis do Estado.

ARTIGOS

Novas regras do Banco Central sobre ativos virtuais: um marco de maturidade regulatória

Brasil consolida seu papel de protagonista na integração entre inovação financeira e solidez regulatória, aproximando-se dos padrões internacionais de governança e Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo

12/12/2025 07h45

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Em 10 de novembro, o Banco Central do Brasil deu um passo histórico ao publicar as Resoluções BCB nº 519, nº 520 e nº 521, que inauguram um novo ciclo de regulação do mercado de ativos virtuais no País.

Com essas normas, o Brasil consolida seu papel de protagonista na integração entre inovação financeira e solidez regulatória, aproximando-se dos padrões internacionais de governança e Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo (PLD/FT).

Mais do que um conjunto técnico de regras, essas resoluções representam um amadurecimento institucional do sistema financeiro brasileiro diante da realidade cripto. Até então, o setor operava em uma zona cinzenta regulatória, com supervisão limitada e grande diferenças de informações entre prestadores e usuários.

Agora, o País passa a estabelecer bases claras para a operação de Sociedades Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais (Psav), além de definir, pela primeira vez, o tratamento cambial para operações internacionais com criptoativos.

A Resolução BCB nº 519/2025 impõe um padrão de governança que coloca as Psav sob um nível de exigência comparável ao das instituições financeiras. Exige-se segregação patrimonial, controles internos robustos e políticas de PLD/FT equivalentes às do sistema bancário.

Essa medida mitiga riscos de uso indevido dos recursos dos clientes e reduz o espaço para fraudes e práticas abusivas. Pontos sensíveis em um setor historicamente marcado por volatilidade e escândalos.

Já a Resolução BCB nº 520/2025 institui o processo de autorização prévia para funcionamento das Psav, com vedações expressas à oferta de crédito e à captação de recursos de clientes qualificados.

O objetivo é proteger investidores e garantir que as operações com criptoativos não contaminem o sistema financeiro tradicional com riscos de liquidez e solvência. A exigência de sede no Brasil e critérios rigorosos de idoneidade e gestão de riscos também reforçam o compromisso com a responsabilidade corporativa e a transparência operacional.

Por sua vez, a Resolução BCB nº 521/2025 corrige uma lacuna importante ao enquadrar as operações internacionais com criptoativos, como operações de câmbio, sempre que houver conversão de moeda ou transferência internacional de valores.

Essa regra coloca as transações de cripto sob a mesma lente de compliance cambial que rege outras formas de movimentação financeira internacional, prevenindo brechas para evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Para bancos e instituições financeiras, o novo marco regulatório representa tanto uma oportunidade quanto uma responsabilidade. A integração dos serviços com ativos virtuais ao portfólio bancário passa a ser viável, desde que sejam obedecidos os novos parâmetros de segurança, segregação de recursos e reporte regulatório.

Ao mesmo tempo, essas instituições terão de repensar suas estruturas de governança e compliance para acomodar o ecossistema cripto dentro de uma lógica de controle prudencial.

Alguns pontos, entretanto, merecem atenção especial: a vedação de crédito com recursos próprios em operações cripto, a segregação total de fundos de clientes, o reforço dos controles de PLD/FT, e o tratamento cambial obrigatório em transações internacionais.

Tais exigências sinalizam que o Banco Central, de maneira mais que devida e assertiva, pretende equilibrar o incentivo à inovação com a blindagem contra riscos sistêmicos e ilícitos financeiros.

Contudo, o período de adaptação será curto. As regras entram em vigor a partir de 2 de fevereiro de 2026 e as obrigações adicionais de reporte internacional passam a valer a partir de 4 de maio de 2026.

Empresas que já atuam no mercado precisam, portanto, iniciar imediatamente seus processos de adequação, revisando estruturas societárias, sistêmicas, políticas de custódia e mecanismos de compliance.

Por fim, as novas resoluções não devem ser vistas como um freio à inovação, mas como um sinal evidente de maturidade regulatória do País.

Ao oferecer um ambiente seguro, transparente e supervisionado, o Banco Central cria as condições para que o Brasil se consolide como um polo confiável de desenvolvimento em blockchain e ativos digitais. É o início de uma nova era em que a confiança institucional passa a ser o ativo mais valioso do universo cripto.

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