Nesta edição, trazemos um monitoramento sobre o uso das emendas parlamentares em Mato Grosso do Sul – um tema que volta à pauta nacional e está sob os olhos do Supremo Tribunal Federal (STF), em uma ação relatada pelo ministro Flávio Dino.
A movimentação de recursos públicos por meio das emendas ao Orçamento da União, instrumento legítimo de execução parlamentar, precisa ser acompanhada com lupa. Afinal, trata-se de dinheiro público e, portanto, de responsabilidade coletiva.
É indispensável que os valores pagos pela União a título de emendas parlamentares sejam devidamente justificados, com cada centavo explicado e comprovado. A prestação de contas não deve ser apenas um rito burocrático: é um dever ético e político.
É por meio dela que a sociedade compreende se o dinheiro que sai dos cofres federais está chegando a quem realmente precisa, e não servindo a interesses pessoais, eleitorais ou de grupos.
Falar em responsabilidade com o dinheiro público é também falar em transparência. A responsabilidade nasce da visibilidade, do olhar público sobre os atos de quem exerce mandato. A falta de transparência é o terreno fértil da má gestão, do desperdício e, em muitos casos, da corrupção.
Quando os números e os destinos das verbas são conhecidos, reduz-se o espaço para a manipulação e para o uso político das emendas, prática que, lamentavelmente, ainda persiste em diversos níveis de poder.
É igualmente importante destacar o trabalho de fiscalização desenvolvido por órgãos de controle como a Controladoria-Geral da União (CGU), a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e os Tribunais de Contas.
São instituições que garantem o equilíbrio entre os Poderes e asseguram que o uso do dinheiro público seja regido pela legalidade e pelo interesse coletivo, não pela conveniência política.
A imprensa também tem papel decisivo nesse processo. Nós, veículos de comunicação, cumprimos nossa função social ao tornar públicos os valores transferidos, ao mostrar a destinação das verbas e ao cobrar esclarecimentos quando há dúvidas ou inconsistências.
A informação, quando bem apurada e divulgada com responsabilidade, é um instrumento poderoso de controle social.
A população, por sua vez, tem o direito – e o dever – de saber o que os parlamentares fazem com o dinheiro público. Essa é uma informação essencial, que deve pesar na decisão do voto. Transparência não é apenas uma questão de gestão: é um pilar da democracia.
Mais do que nunca, o monitoramento das emendas parlamentares precisa estar no centro do debate público. É por meio dele que se fortalece a confiança nas instituições e se estabelece uma cultura de integridade. O eleitor informado é o antídoto mais eficaz contra o mau uso do poder e o desperdício do dinheiro que pertence a todos.


