Após o Instituto Onça Pintada (IOP) ser multado em R$452 mil pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os biólogos Anah Tereza Jácomo e Leandro Silveira, representantes da entidade, postaram um vídeo nas redes sociais para se posicionarem diante da repercussão das notícias.
No vídeo, postado na página oficial da organização no Instagram, Leandro diz que a multa é extremamente injusta e que ambos estão indignados porque as multas foram aplicadas por um agente do Ibama que nunca esteve nas dependências do criadouro mantido por eles.
“Nós trabalhamos diuturnamente para manter esse animais, que muitas vezes são encaminhados pelo próprio Ibama, pela secretaria de Meio Ambiente e outros órgãos ambientais”
Na sequência, Anah afirma que ela e Leandro são biólogos há mais de 30 anos, dos quais 12 foram dedicados exclusivamente para a recuperação e criação das onças pintadas e outras espécies que vivem no santuário.
Em relação às mortes que foram usadas para justificar as multas, a bióloga aponta que o Ibama recuperou óbitos que aconteceram há sete anos e apontou que os responsáveis foram negligentes.
“Isso deixou a gente contrariado porque nossa dedicação de vida é muito exclusiva. A gente luta pela saúde e pela vida de todos os animais que chegam para nós”, enfatizou.
No vídeo, os profissionais ainda informam que todas as medidas legais já foram tomadas e eles creem que as multas serão anuladas ao fim do processo legal.
“A gente jamais cometeu essas irregularidades que estão sendo colocadas e nós vamos provar isso”, conclui Leandro.
As acusações
O Instituto Onça-Pintada (IOP) foi multado em R$452 mil pela negligência que causou a morte de 72 animais nos últimos sete anos.
O número de óbitos registrados no IOP nos últimos sete anos é 3 vezes maior que a quantidade de nascimentos registrados nos criadouros.
Segundo relatório do Ibama, divulgado pelo Metrópoles, onças, veados, macacos, pássaros e lobos vieram a óbito predados por animais silvestres, envenenados, picados por serpentes ou espancados por similares.
Destes animais, 52 são de espécies ameaçadas de extinção.
Três infrações foram aplicadas à ONG: a primeira por matar 72 espécimes da fauna silvestre nativa em desacordo com a autorização obtida; a segunda por praticar maus tratos aos 72 animais ao não lhes garantir segurança nos recintos em que estavam presos; e a terceira por fazer funcionar atividade utilizadora de recursos ambientais contrariando normas legais ao expor os bichos.
O Ibama também acusa a ONG de aproximar animais de outras espécies e permitir o convívio sem a devida adaptação necessária, o que culmina em ataques e espancamento entre os animais.
Pela segurança dos animais, o Ibama também decidiu que o Instituto Onça-Pintada será embargado para atividades de visitação, recebimento, destinação, alienação (a qualquer justificativa) e reprodução de espécimes até a apresentação de projetos de conservação adequados.
Além dos 72 óbitos por negligência ou imperícia, outros 53 animais morreram no criadouro desde 2017, segundo o levantamento do Ibama. O dano ambiental pode ser maior ainda, uma vez que a causa da morte é descrita como desconhecida em 17 casos.
Colaborou Alanis Netto


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