Cidades

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Em MS, Atvos prevê R$ 350 milhões para a maior usina de biometano do mundo

Empresa já garantiu licença para implantar novo

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Com três usinas de etanol e açúcar em Mato Grosso do Sul, a Atvos prevê um investimento de R$ 350 milhões para a instalação da maior usina de produção de biometano do mundo. A licença de instalação é de sua primeira unidade de biometano a partir da vinhaça, na unidade Santa Luzia, em Nova Alvorada do Sul. 

O biocombustível é produzido a partir da decomposição de resíduos orgânicos, como lixo, esgoto, dejetos animais, agricultura e pecuária, por meio da purificação e separação do metano e do dióxido de carbono do biogás. 

Atualmente, o estado possui capacidade de gerar mais de 13 milhões por dia de metros cúbicos de biogás, e 7 milhões de metros cúbicos de biometano/dia, aproveitamento de resíduos de biomassa do setor sucroenergético, da suinocultura e bovinocultura.

Usinas

Atualmente, a Atvos têm  três empreendimentos em Mato Grosso do Sul, sendo:

  • usina Eldorado, localizada em Rio Brilhante;
  • usina Santa Luzia, no município de Nova Alvorada do Sul;
  • Unidade Agroindustrial de Costa Rica.

 

Em 2024, o governo estadual reduziu a carga tributária do biometano para 12% com crédito outorgado de até 90%, incentivando ainda mais o setor. Programas como o Leitão Vida e o MS Renovável têm promovido o uso de biodigestores na suinocultura e viabilizado o aproveitamento energético de resíduos.

O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, destacou os avanços e investimentos estratégicos realizados no setor de biogás e biometano em Mato Grosso do Sul e citou o impacto positivo do setor sucroenergético no Estado, destacando o investimento da Atvos.

“Aportou R$ 350 milhões na construção da maior usina de biometano do mundo, produzido a partir da vinhaça, no município de Nova Alvorada do Sul, além de anunciar a construção de mais duas usinas de etanol de milho no Estado. Agora, serão quatro usinas de biometano no Estado, sendo que três delas já estão em operação.”

Na suinocultura, o Programa Leitão Vida encerrou 2024 com 270 granjas cadastradas, sendo 117 com biodigestores e desses, 43 com aproveitamento energético, produzindo próximo de 25.000.000 kwh/ano, quantidade suficiente para abastecer uma cidade de até 11.000 habitantes durante 1 ano.
Os dados foram apresentados durante a quarta edição do Circuito Biogás nos Estados, realizado no auditório da Fiems.

Ele também ressaltou a importância do fomento do Governo do Estado na produção de energia renovável, por meio do programa MS Renovável, que tem por objetivo expandir a capacidade de Mato Grosso do Sul em gerar e exportar energia limpa, especialmente por meio de biomassa.

A presidente da ABiogás, Renata Isfer, ressaltou que Mato Grosso do Sul é um dos estados com maior potencial de produção de biogás e biometano no Brasil.

“O Estado tem um grande potencial, com mais de 7 milhões de metros cúbicos de biometano por dia, enquanto a produção nacional atual é de apenas 840 mil metros cúbicos. O maior potencial vem do setor agropecuário, especialmente de resíduos de suinocultura e dejetos da bovinocultura, seguidos pelo setor agrícola e plantas de tratamento de esgoto”, explicou.

Para a diretora-presidente da MSGÁS, Cristiane Junqueira, Mato Grosso do Sul tem a oportunidade de se tornar protagonista nacional na geração de biogás. Atualmente o Estado ocupa a 8ª posição em volume de produção.

“Esse é um mercado incipiente. Em Mato Grosso do Sul nós temos apenas três plantas, sendo uma já autorizada e duas estão em tramitação de serem autorizadas, num total de uns 160 mil metros cúbicos por dia. Se os produtores rurais, o agro e a indústria começarem a ver o setor com bons olhos, não tenho dúvida de que nós podemos ser grandes protagonistas na produção de biometano e no uso do biometano”, disse Cristiane.

Descarbonização

O secretário Jaime Verruck também enfatizou a crescente participação de Mato Grosso do Sul na geração de biogás e biometano, com a inauguração de plantas de produção, como a da JBS, que recentemente substituiu o gás natural pelo biometano, contribuindo para a descarbonização da indústria local.

“Nosso Estado é um grande produtor de energia elétrica de biomassa, exportando mais de 50% da energia que gera”, afirmou, destacando que Mato Grosso do Sul se consolidou como líder na produção de energia limpa no Brasil.

A importância de atrair novos empreendimentos que dependem de energia renovável também foi mencionada pelo secretário Jaime Verruck, que enfatizou a necessidade de fortalecer a infraestrutura para garantir a competitividade do Estado na atração de indústrias.

“A disponibilidade de energia renovável é um diferencial que atrai empresas, especialmente aquelas que precisam de grandes volumes de energia para suas operações”, explicou.
Por fim, Verruck reafirmou a relevância de avançar nas discussões sobre a regulamentação do setor, como a certificação de biocombustíveis e o aprimoramento da legislação.

“O setor de bioenergia oferece hoje muitas oportunidades e, com um marco legal bem estruturado, nosso Estado estará preparado para continuar se destacando no cenário nacional e internacional como um polo de inovação e sustentabilidade”, finalizou.

*com informações da assessoria

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JUSTIÇA

Para frear feminicídio, curso do TJMS permitirá que policiais atuem como oficiais de justiça

Policiais civis e militares treinados poderão cumprir medidas protetivas de urgência

08/04/2025 17h20

Lançamento aconteceu na sede do TJMS - (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul)

Lançamento aconteceu na sede do TJMS - (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) FOTO: Divulgação TJMS

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Nesta segunda-feira (7), o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul lançou o curso de formação de policiais civis e militares para desempenharem, em caráter temporário, funções similares a oficiais de justiça, ficando autorizados a cumprireme medidas protetivas de urgência. O lançamento marcou o início de um novo ciclo de atuação integrada entre os poderes Judiciário e Executivo no combate à violência doméstica e familiar.

A ação faz parte de um Acordo de Cooperação Técnica, firmado entre o TJMS e o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), da Polícia Civil e da Polícia Militar, que pretende suprir a carência de oficiais de justiça e dar maior celeridade ao cumprimento de mandados judiciais, como intimações, afastamento do agressor do lar e mandados de prisão, previstos na Lei Maria da Penha.

Realizada pela Ejud-MS, a capacitação começa nesta terça-feira (8), e vai formar, inicialmente, 42 policiais militares, 12 policiais civis e 8 servidores ad hoc, para atuarem em Campo Grande. Ao final, os policiais que obtiverem a certificação estarão habilitados a atuar em funções análogas a de oficiais de justiça, podendo cumprir mandados judiciais nos casos em que não houver disponibilidade de oficiais do Poder Judiciário.

No lançamento do curso, o diretor-geral da Escola Judicial de MS (Ejud-MS), desembargador Marco André Nogueira Hanson, falou da importância da capacitação técnica dos policiais. “Os policiais e servidores designados que participarão deste curso não serão apenas responsáveis pela execução de mandados, mas estarão na linha de frente, desempenhando um papel vital na proteção das mulheres em momentos de extrema vulnerabilidade”.

Na ocasião, a coordenadora estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, desembargadora Jaceguara Dantas da Silva, também ressaltou o caráter humanitário da iniciativa. “A capacitação busca proporcionar aos policiais um olhar mais humanizado, mais solidário, compreendendo a vulnerabilidade extrema em que essas mulheres se encontram. Essa é uma medida temporária que vai otimizar muito o trabalho do Judiciário e, principalmente, proteger as mulheres, resguardando sua integridade física, psicológica e a própria vida.”.

Também presente na cerimônia de lançamento, o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, reiterou o compromisso da gestão estadual com a proteção das mulheres, lembrando que Mato Grosso do Sul é pioneiro em ações de combate à violência doméstica, com a instalação da 1ª Casa da Mulher Brasileira e o Estado se prepara para receber mais três casas.

“Capacitar os nossos policiais militares e civis para atuarem como oficiais de justiça é muito mais do que desmistificar, é ousar, é compartilhar responsabilidades. Queremos apoiar e receber apoio. A união entre poderes e instituições transforma gargalos em soluções reais”, enfatizou o secretário.

A solenidade contou ainda com a presença do corregedor-geral de Justiça, desembargador Ruy Celso Barbosa Florence, que ressaltou os riscos enfrentados pelos profissionais envolvidos no cumprimento desses mandados. “Esse crime é complexo, tem muitas nuances, como emoções e sentimentos, e coloca em risco, muitas vezes, a vida desses policiais que atuam para combatê-lo em nome da justiça e da proteção às vítimas”.

PARCERIA

Com duração de cinco anos, o convênio entre TJMS e Governo do Estado estabelece metas, prazos, capacitação técnica e o monitoramento do cumprimento dos mandados, que devem ser executados em até 48 horas. O modelo de atuação interinstitucional adotado por Mato Grosso do Sul já é considerado referência nacional, com potencial de inspirar políticas públicas semelhantes em outros Estados.

A expectativa é de que, com a atuação dos oficiais ad hoc, o sistema de justiça se torne mais ágil e eficaz, garantindo maior proteção às mulheres e contribuindo para a redução dos índices de violência e feminicídio em todo o Estado.

NÚMEROS

Em 2024, segundo dados do Monitor da Violência Contra a Mulher, plataforma mantida em parceria entre o TJMS e o Governo do Estado, foram registrados 21.123 boletins de ocorrência de violência doméstica e mais de 17 mil medidas protetivas de urgência foram deferidas. Esses números evidenciam a necessidade urgente de soluções práticas e integradas.

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Campo Grande

Clínica de depilação a laser ignora interdição e continua vendendo pacotes

A filial, que teve as atividades suspensas na sexta-feira (4) por falta de licença sanitária e por não atender clientes, segue agendando novos atendimentos em Campo Grande

08/04/2025 16h46

Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Mesmo tendo sido interditada pela Secretaria Executiva de Orientação e Defesa do Consumidor (Procon-MS), uma clínica de depilação a laser segue vendendo pacotes para a unidade da Rua Euclides da Cunha, no bairro Santa Fé, em Campo Grande (MS).

A suspensão das atividades ocorreu na sexta-feira (4), após o órgão receber diversas denúncias - entre elas, de clientes que compraram um pacote de depilação, mas não conseguiram agendar o procedimento.

Durante a fiscalização, realizada em conjunto com a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon), constatou-se que o espaço está com o alvará de funcionamento e o sanitário vencidos desde 2023.

Ainda assim, em contato com a empresa, pacotes continuam sendo vendidos sem que o cliente seja informado da interdição, e seguem sendo direcionados para um salão de beleza terceirizado - apontado na denúncia do Procon-MS -, distante do local.

Uma prática que chama atenção, conforme explicou o advogado e conselheiro estadual de Defesa do Consumidor pela OAB/MS, Nikollas Pellat, que enfatizou: o cliente precisa saber o que está acontecendo.

“Eles têm a obrigação legal, prevista no princípio da informação do Código de Defesa do Consumidor, de informar os seus clientes”, disse Pellat.

Mesmo que a empresa possua outra unidade, localizada no Shopping Norte Sul Plaza, e esteja com toda a documentação em dia, o advogado reforça que a recondução dos clientes para outro espaço deve ocorrer de forma transparente.

“Agora, se eles não estão atendendo os requisitos legais para funcionamento, e estão apenas pegando os clientes e mudando de local  no intuito, digamos assim, de burlar essa suspensão das atividades, aí isso está errado. Além das questões relacionadas ao princípio da informação, eles estão descumprindo uma determinação dos órgãos de fiscalização competentes com relação ao consumo”, pontuou.

Pellat ressaltou que o consumidor que fechou um pacote após a interdição, acreditando que realizaria o procedimento no espaço da Rua Euclides da Cunha, deve procurar o Procon-MS ou a Decon.

Contratei o serviço. E agora?

Caso o cliente tenha assinado o contrato depois da interdição desta unidade, o advogado explica que é discutível, inclusive, a aplicação de multa por rescisão contratual.

“Entende-se que o consumidor teve uma quebra de confiança com a empresa. A empresa não agiu de modo a informar toda essa situação. Quebrou a confiança. Então, isso pode ser pleiteado, mas entraria numa discussão jurídica, seja via Procon ou até judicial, sobre a não cobrança de multa por quebra de confiança, devido à ausência de informação que teria levado o cliente a nem fechar o contrato”, destacou Pellat.

Venda continua

Outra prática que persiste é a terceirização do atendimento para o salão de beleza localizado na Rua Hermelita de Oliveira Gomes, a cerca de 700 metros da clínica de depilação.

Em conversa com a Polícia Civil, a reportagem do Correio do Estado apurou que a venda não é proibida, desde que os agendamentos sejam feitos para datas posteriores à regularização da situação do espaço.

O que não foi o caso, já que ao contatar a clínica foi possível agendar horário para esta terça-feira (8), às 13h. Além disso, a nova administradora tenta, por todos os meios, fechar o contrato de forma virtual, por meio do WhatsApp.

A questão do alvará é apontada como uma violação leve, passível de rápida correção. O problema constatado, segundo a Polícia Civil, foi a grande quantidade de clientes e a falta de horários disponíveis para atendimento, o chamado “overbooking”.

Quanto ao salão de beleza - que está com os alvarás em dia -, ele é "vendido" como se fosse uma filial da clínica, mas, até o momento, a polícia apurou que o local pode não fazer parte do mesmo grupo.

“Vamos ouvir o proprietário em declaração, porque, de repente, foi efetuado algum negócio e eles podem ter adquirido o salão, estando em fase de transição”, informou a Polícia Civil.

Alvará 

Ao questionar a atendente que se apresentou como nova gestora e atribuiu à anterior o vencimento da documentação, sobre a interdição do local, ela informou que a situação dos alvarás será resolvida ainda hoje.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Campo Grande para questionar a situação, mas até a publicação desta reportagem não obteve resposta.

A empresa também foi contatada por meio do único e-mail disponibilizado no site. No entanto, não recebemos resposta. O espaço segue aberto.

Recomendações

  • É importante que o consumidor leia o contrato;
  • Em caso de descumprimento do serviço, denuncie aos órgãos responsáveis;
  • Verifique se as informações relativas ao atendimento constam no contrato (como datas, horários e local onde o serviço será prestado).

Informações que devem constar no contrato

  • Local em que o serviço será prestado;
  • Forma de pagamento;
  • Índices de correção;
  • Cláusulas relativas à rescisão (por parte da empresa e do cliente);
  • Penalidades em caso de rescisão.

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