Cidades

Relatório

Auditoria do SUS denuncia caos no Samu de Campo Grande

Entre as constatações estão viaturas sucateadas e insuficientes, todas elas sem ar condicionado; falta de medicamentos para atendimento, além de central de desinfecção desativada

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O Sistema Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (SUS) detectou uma série de irregularidades no Sistema de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Campo Grande.

Dentre os mais graves estão a falta de medicamento básico em todas as viaturas em operação, o sistema de ar condicionado inoperante em todas as viaturas, além de constatar que a área que deveria servir para a limpeza e desinfecção das unidades de atendimento, está desativada. 

Conforme o documento, das 18 viaturas, 4 motolâncias e um veículo de intervenção rápida do Samu da Capital, pelo menos três estão inoperantes, sendo que uma delas está parada há quase 1 ano (355 dias), e outras duas com 263 dias de paralisação e 146 dias. 

Dentre as viaturas que funcionam, as irregularidades na identificação visutal do Samu parecem ser os menores dos problemas, há defeitos nas sirenes, giroglex, muitas não têm nem mesmo a lâmpada de ré funcionando, e uma outra está com o assoalho repleto de danos. Também há viaturas com os compartimentos para pacientes e macas soltos, além de pneus quase carecas e freios desgastados. 

Dentre os 26 medicamentos obrigatórios foram verificadas a falta de 6 medicamentos necessários para os veículos de suporte avançado: dopamina, lidocaína sem vasoconstritor, ketalar, lanatotosídeo C, meperidina e quelecin. Para piorar, ainda há viaturas sem estetoscópio infantil, esfigmomamômetro infantil, protetores para queimados ou eviscerados, bandagens triangulares, lanternas de mão e óculos de proteção. 

Quanto à estrutura física da base de desinfecção, no Bairro Pioneiros, a mesma encontra-se desativada, segundo o relatório do SUS. “A estrutura física destinada à limpeza e desinfecção de materiais é incompatível com o nível de processamento realizado no local”, informou a auditoria. 

As bases descentralizadas, segundo a auditoria do SUS, também têm estruturas físicas insatisfatórias, sem a configuração mínima prevista para alimentação e conforto das equipes.

A auditoria realizada pelo Ministério da Saúde no serviço de atendimento móvel apontou que faltam medicamentos em veículos do Suporte Avançado do Samu, em Campo Grande. Para se ter ideia dos 26 medicamentos recomendados pela pasta com caráter obrigatório constatou-se a falta de sete.

Foram verificados entre os dias 11 e 19 e setembro de 2023, para verificar se havia medicamentos recomendados pelo Ministério da Saúde tanto na logística de reposição como em uma das viaturas do Serviço de Atendimento Móvel (Samu) que retornava até a Base. 

PREFEITURA

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) afirmou que a falta de viaturas se deve a falta de repasse do governo federal.

“O município, assim como a maior parte dos municípios do país, necessita da renovação de sua frota, uma vez que, conforme pactuação tripartite, o Ministério da Saúde tem por obrigação a troca da frota a cada cinco anos, além de dos repasses de custeio desses veículos - que está acontecendo normalmente. Porém, quando se trata do tempo de vida útil das viaturas, este ultrapassa os cinco anos preconizados, onerando o município em relação ao alto valor das manutenções necessárias para que continuem em circulação” diz trecho da nota.

“Em 2021 o Ministério da Saúde também autorizou o desfazimento de oito viaturas, que já apresentavam critérios para serem enviadas a leilão, com isso, é de responsabilidade do Ministério da Saúde a reposição destas, seja enviando veículos novos ou realizando o repasse para que o município faça a aquisição por conta própria, contudo, ainda não houve retorno sobre tal situação. O último envio de viatura aconteceu em 2019”, continou a prefeitura. 

“O município, através da Portaria n° 3.257 do Ministério da Saúde, publicada em 07 de março de 2024, deverá receber novas seis viaturas, contudo, ainda não há data prevista para tal. A respeito do processo licitatório para o aluguel de ambulâncias, a Sesau possui uma previsão de que até o início do próximo mês seja novamente publicada a data do pregão, uma vez que este teve que ser suspenso em decorrência das impugnações registradas pelas empresas que pretendem concorrer neste processo. Após sanadas todas as dúvidas, uma nova data deverá ser escolhida”, completou a Sesau.

 

**Colaborou Alanis Netto

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CAMPO GRANDE

Fefecomércio lamenta prejuízo e culpa Consórcio e Prefeitura por greve de ônibus

Com transporte coletivo servindo mais de 100 mil passageiros por dia, impactos são imediatos e abrangentes, indo além de afetar inclusive milhares de funcionários impedidos de chegar aos seus locais de trabalho

16/12/2025 10h10

greve do transporte coletivo na Cidade Morena, que entra em seu segundo dia nesta terça-feira (16), já é a maior das últimas três décadas,

greve do transporte coletivo na Cidade Morena, que entra em seu segundo dia nesta terça-feira (16), já é a maior das últimas três décadas, Marcelo Victor/Correio do Estado

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Diante de um cenário de greve em Campo Grande, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso do Sul emitiu uma nota nesta terça-feira (16) em que lamenta o prejuízo, alegando que a falta de ônibus afeta a população de inúmeras formas, e colocando a culpa dessa paralisação sobre o Consórcio Guaicurus e a Prefeitura da Capital. 

Essa greve do transporte coletivo na Cidade Morena, que entra em seu segundo dia nesta terça-feira (16), já é a maior das últimas três décadas, desde que os ônibus ficaram parados por três dias em 1994, sendo que a atual paralisação reivindica: 

  • Pagamento do 5º dia útil, que deveria ter sido depositado em 5 de dezembro – foi depositado apenas 50% - está atrasado
  • Pagamento da segunda parcela do 13º salário – vai vencer em 20 de dezembro
  • Pagamento do vale (adiantamento) – vai vencer em 20 de dezembro

Em nota, a Fecomércio chama atenção para os reflexos da paralisação em pleno período que antecede as celebrações de fim de ano, bem pontuada como a época anual de maior movimentação econômica, em um cenário classificado como "de grave crise" e com prejuízos que se alastram por toda a comunidade. 

Para a Federação, uma vez que o transporte coletivo de Campo Grande serve um número acima de 100 mil passageiros por dia, os impactos são imediatos e abrangentes, indo além de afetar inclusive milhares de funcionários impedidos de chegar aos seus locais de trabalho. 

"Resultando em faltas, redução da produtividade e perdas salariais. Para muitos, a ausência de ônibus significa a impossibilidade de manter o emprego, afetando o sustento de suas famílias", cita.

Além disso, o texto não deixa de destacar o quanto o período que antecede o Natal é crucial para o comércio de Campo Grande, com a própria dificuldade no deslocamento em si sendo responsável por derrubar o fluxo de possíveis consumidores. 

Para a Fecomércio, a falta de ônibus na Cidade Morena impacta ainda o custo de vida diante do "aumento exorbitante nos preços das corridas por aplicativos e táxis", que aumentam os gastos não somente para quem vai às compras, mas para qualquer família que necessite de deslocamento para atendimento em postos de saúde e hospitais, por exemplo. 

Culpa de quem? 

Em complemento, o texto que mede os impactos da greve lista ainda o que a Fecomércio-MS cita como atores responsáveis por levar ao colapso do sistema por não cumprirem com seus deveres. 

Segundo a Federação, o Consórcio Guaicurus por um lado atribui parte de seus problemas à falta de repasses da Prefeitura de Campo Grande, o que faz a concessionária passar por uma crise financeira e dificuldades em obter crédito 

"No entanto, o atraso sistemático no pagamento dos trabalhadores, em um serviço público essencial, demonstra uma falha grave de gestão e compromisso", diz o texto. 

Para a Fecomercio, o segundo responsável seria justamente o poder concedente, nesse caso quem é responsável pelo município: a Prefeitura, que afirma estar em dia com os repasses e critica a falta de comunicação formal sobre a greve. 

"Contudo, a crise do transporte coletivo não é um evento isolado, e a omissão na fiscalização rigorosa do contrato de concessão, ou na busca por soluções preventivas para problemas administrativos alertados na Câmara Municipal, torna o poder público co-responsável pelo caos instalado". 

Por fim, a Federação lembra o atual momento "sensível para a economia e para a vida social da Capital", dizendo ser inadmissível que a população seja penalizada pela falta de atitude e descumprimento de obrigações básicas por parte do Consórcio e pela falta de ação efetiva do poder Executivo. 

"Exigimos uma solução imediata e definitiva para que o serviço seja restabelecido com urgência, garantindo os direitos dos trabalhadores e a mobilidade da população, a fim de minimizar os danos causados por esta crise de gestão e responsabilidade".
**(Colaborou Naiara Camargo)

 

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TRÁFICO DE DROGAS

PRF prende suspeito em flagrante em Operação Duplicis no interior do Estado

Combate ao tráfico de drogas, Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão, e prende investigado em flagrante

16/12/2025 09h35

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas Divulgação/PRF

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Na manhã desta terça-feira (16), a Polícia Federal deflagrou a Operação Duplicis, e cumpriu sete mandados de busca e apreensão, por tráfico de cocaína em duas cidades do interior do Estado.

Com objetivo de combater o tráfico de drogas em Mato Grosso do Sul, a ação aconteceu em Corumbá e em Miranda, cidades a 426 quilômetros e a 207 quilômetros de Campo Grande respectivamente.

A ação iniciou quando um investigado foi preso em flagrante na BR-262, que seguia de Corumbá para a Capital sul-mato-grossense. Na ocasião, a droga encontrada com o suspeito seria distribuída em Miranda, que fica entre o trajeto Corumbá-Campo Grande.

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas

Então, com as investigações e apuração do caso, a PRF pôde identificar outros suspeitos envolvidos no esquema criminoso.

Entre os sete criminosos, um deles estava escondendo tabletes de cocaína em sua casa, e foi preso em flagrante após a polícia bater em sua porta e encontrar os pacotes de droga armazenados.

Os mandados foram expedidos devido às provas coletadas na investigação, que identificou também os eventuais fornecedores dos entorpecentes que estavam vindo do outro município.

A Polícia Federal levou a droga apreendida para ser periciada e analisada. Quanto aos investigados, os sete poderão responder pelo crime de tráfico de drogas, que tem pena base de 5 a 15 anos, além de multa, a depender do agravamento de cada caso.

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