Situado na Zona Norte de Campo Grande, na divisa com o fundo de vale do Córrego Segredo, o bairro Estrela do Sul fez 29 anos na última terça-feira, comemorou neste sábado, com uma vasta programação de torneios de vôlei, futebol e dança, com o apoio da Fundação Municipal de Cultura (Fundac).
É o bairro com maior motivação cultural da cidade, pois os nomes de suas ruas lembram filmes, óperas e livros mundialmente famosos. Se os professores das duas escolas locais forem justificar os nomes dados às 25 ruas locais terão assunto para, pelo menos, meio semestre. Eles revelam uma vastidão cultural que inclui a ópera O Barbeiro de Sevilha, de Gioacchino Rossini; o livro Macunaíma, de Mário Andrade, retratando um anti-herói que representa o povo brasileiro, mostrando atração pela cidade grande de São Paulo e pela máquina; e o filme épico Dr. Jivago, baseado no livro homônimo de Boris Pasternak, narrando a história de um médico e poeta que inicialmente apoiou a revolução russa, mas, aos poucos, se desiludiu com o socialismo.
Foi em agosto de 1982 que o então governador Pedro Pedrossian – hoje com 82 anos – inaugurou o Conjunto Habitacional Estrela do Sul, entregando chaves a 1.450 famílias. A geminação das casas e a construção de outras levou mais gente para o bairro, fazendo a população aumentar para os atuais 13 mil moradores.
Entre outros feitos, a Associação dos Moradores do Estrela do Sul (Ames) firmou parceria com estabelecimentos comerciais e colocou 124 placas indicativas de ruas nas esquinas. Quinze comerciantes participaram, incluindo os três supermercados de redes.
“Não se perca no bairro” foi o sugestivo nome da campanha, explicou o presidente da entidade, João Marcelo Pereira, que está no cargo desde 2009. Todas as quartas-feiras, das 18h30 às 20h30, ele e os demais diretores prestam orientação social e jurídica aos moradores naquilo que eles necessitam.
Munido de uma prancheta na qual anota os itens da festividade para hoje, o diretor Dercides Nunes apresenta a realidade do bairro, enquanto aguarda a chegada do caminhão cultural da Fundac.
“Os jovens jogam futebol nesse campinho aí; jogam vôlei na quadra e brincam na quadra de areia; buscamos esse envolvimento deles com o lazer e sentimos bons resultados.” O gramado do campo está impecável.
Ionedis Vilela, diretor da Escola Arthur de Vasconcelos Dias, entusiasma-se com os seus 1.053 alunos, quase o dobro do total da Escola Padre João Greiner, que tem pouco mais de seiscentos.
Vilela lembra que o bairro promove a inclusão de jovens e idosos: os primeiros têm a opção de participar de aulas de capoeira, samba e balé; a “melhor idade”, mobilizada pelo Centro de Convivência do Idoso e pela Associação de Apoio ao Idoso, têm atividades alternadas de segunda a quinta-feira.
Eles fazem fisioterapia, educação física, artesanato e biodança, conta o diretor de esportes da Ames, Lourival Pereira. “Precisa ver os velhinhos em ação: dançam até capoeira”, ele nos convida para uma das aulas.
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