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"Calote" do licenciamento de veículos chega a quase meio bilhão de reais em MS

Detran está enviando 205,2 mil cobranças e se todos pagarem o Estado vai recuperar pelo menos R$ 173,2 milhões

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O pagamento do licenciamento referente a 2024 começa somente em abril, mas desde esta segunda-feira (8) o Detran começou a enviar milhares de cobranças para proprietários de veículos que estão com taxas em atraso. E esta dívida, conforme estimativa do Detran, é de R$ 416,8 milhões. 

Este valor, conforme o Detran, refere-se à inadimplência relativa aos anos de 2018 a 2022, não incluindo o ano passado. Se for acrescida a inadimplência relativa a 2023, a dívida relativa aos atrasos no licenciamento é da ordem de meio bilhão de reais.

Auditoria feita pela Controladoria Geral do Estado (CGE) e que apontou o “calote” de R$ 416 milhões revela que 50% dos proprietários dos cerca de 1,8 milhão de veículos do Estado estão com algum atraso relativo aos últimos cinco anos. 

E para tentar recuperar parte deste dinheiro, 205,2 mil boletos começaram a ser enviados nesta segunda-feira (8) para os endereços nos quais os veículos estão registrados. Porém, somente proprietários de veículos com três ou mais anos de atraso estão recebendo a cobrança. 

Quando o licenciamento é pago em dia, o valor anual é de R$ 216,00. Se houver atraso, a taxa sobe para R$ 281,47. Então, a cobrança que os inadimplentes estão recendo é de pelo menos R$ 844,41. Supondo que todos os 205,2 mil paguem esse valor, o Detran vai recuperar pelo menos R$ 173 milhões, ainda longe dos R$ 416 milhões. 

Conforme o Art. 282 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro), é de responsabilidade do proprietário do veículo manter seu endereço atualizado junto ao DETRAN, sendo considerada válida a notificação encaminhada ao endereço cadastrado no banco de dados do Departamento de Trânsito.

Nas correspondências que os proprietários estão recebendo constam as informações do veículo, do proprietário e a descrição das dívidas existentes, com código de barras ou QR code para pagamento. O prazo para pagamento é 29 de fevereiro.

Outra opção é buscar atendimento em alguma agência do Detran e fazer o parcelamento, em até 12 vezes, no cartão de crédito. Lançado recentemente, o serviço de parcelamento direto no guichê das agências é fruto de uma parceria inédita com o Banco do Brasil.

Segundo, Rodrigo Sodré, assessor da presidência do Detran, quem não quitar o débito será inscrito na dívida ativa do Estado.  “Terminado o prazo de 29 de fevereiro, a legislação prevê a notificação via Diário Oficial do Estado, e se mesmo assim essa dívida não for liquidada, as informações serão enviadas à Procuradoria Geral do Estado para inclusão em dívida ativa”, alerta.

E, ao final de um processo de cobrança, o nome do proprietário pode ser inscrito nos órgãos de proteção ao crédito e ainda ter o veículo ou outros bens penhorado ou ter contas bancárias bloqueadas para quitação da dívida.  

Ou seja, o Detran promete ir às últimas consequências para forçar o pagamento da taxa. Hoje, se um condutor “cai” em uma blitz, o veículo é retido até que o débito seja quitado. Caso o motorista não tenha condições de fazer o pagamento de imediato, o carro ou a moto são apreendidos e liberados somente mediante pagamento dos débitos. O veículo também fica com restrição para venda caso haja débitos. 
 

MATO GROSSO DO SUL

Apreensão de drogas cresce 151% no primeiro trimestre de 2025

Números mostram que 116,3 toneladas de entorpecentes foram apreendidas entre 1º de janeiro e 31 de março de 2025, frente a 46,2 toneladas capturadas no mesmo período do ano passado

09/04/2025 10h30

Entorpecentes apreendidos pelo DOF

Entorpecentes apreendidos pelo DOF Foto: Governo de MS

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Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) apontam que a apreensão de drogas cresceu 151% no primeiro trimestre de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024, em Mato Grosso do Sul.

Números mostram que 116,3 toneladas de entorpecentes foram apreendidas entre 1º de janeiro e 31 de março de 2025, frente a 46,2 toneladas capturadas no mesmo período do ano passado. O número representa um crescimento de 151%.

As drogas apreendidas neste ano são maconha (114,7 ton), cocaína (2,2 ton) e pasta base de cocaína (1,9 ton).

Entorpecentes apreendidos pelo DOFPoliciais do DOF em operação. Foto: Governo de MS

As apreensões ocorreram com maior frequência no interior do Estado (105,8 toneladas - 164%) e em Campo Grande (10,4 toneladas – 68%).

Formação de 479 novos policiais militares, investimento em novas viaturas e aeronaves, tecnologia, inteligência são os fatores responsáveis pelo aumento da apreensão de drogas.

O Correio do Estado já noticiou diversas apreensões realizadas pelo Departamento de Operações de Fronteira (DOF). Por exemplo, em 18 e 19 de março, o DOF apreendeu 10,7 toneladas de maconha avaliadas em R$ 21,8 milhões.

Os fatores responsáveis pelo aumento da apreensão de drogas são:

  • Investimento em tecnologia e inteligência
  • Investimento em novas viaturas e aeronaves
  • Formação de quase 1.000 novos policiais militares (479 se formaram em setembro de 2024 e outros 500 irão se formar em agosto de 2025)
  • Cooperação entre as forças de segurança estaduais (PMMS e PCMS)
  • Fiscalização/bloqueio em rodovias

Operações especiais, como o Programa Protetor das Fronteiras e Divisas, que é uma parceria da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP)

"O incremento de 70 novas viaturas para Campo Grande e o aumento das operações policiais e do policiamento aéreo na região sul do Estado contribuíram significativamente para o aumento das apreensões. Este ano levaremos essas operações também para as regiões leste e norte de Mato Grosso do Sul, visando o combate a todos os tipos de crimes, em especial ao tráfico de drogas”, explicou o secretário da Sejusp, Antônio Carlos Videira.

De acordo com o delegado titular da Delegacia Especializada na Repressão ao Narcotráfico (DENAR), Hoffman D'Ávila, a apreensão de drogas reduz o índice de crimes patrimoniais.

"Essas operações não apenas combatem o tráfico de drogas, mas também reduzem crimes patrimoniais, que frequentemente estão associados. Além disso, a integração das polícias estaduais com as forças de outros estados, especialmente por meio da Renarc (Rede Nacional de Combate ao Narcotráfico), e o investimento do Governo de Mato Grosso do Sul em inteligência e equipamentos têm sido essenciais para o sucesso das operações", comentou o delegado.

Os órgãos responsáveis em apreender entorpecentes são Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF), Polícia Militar (PMMS) e Polícia Civil (PCMS).

Entorpecentes apreendidos pelo DOFApreensão de cocaína de 1º de janeiro a 9 de abril de 2025. Foto: Painel/SEJUSP
Entorpecentes apreendidos pelo DOF
Apreensão de maconha de 1º de janeiro a 9 de abril de 2025. Foto: Painel/SEJUSP

INVESTIGADA

Quem é a douradense suspeita de chefiar rede de prostituição internacional

Rebeka Episcopo, mais conhecida como DJ Beka, teve sua prisão decretada pela justiça portuguesa na semana passada, por exploração sexual e suspeita de aliciar mulheres no Brasil

09/04/2025 10h15

DJ Beka, nascida em Dourados, é suspeita de chefiar rede de prostituição em Portugal

DJ Beka, nascida em Dourados, é suspeita de chefiar rede de prostituição em Portugal Foto: Reprodução/Instagram

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Na última semana, a Polícia de Segurança Pública de Portugal prendeu a douradense Rebeka Episcopo, conhecida como DJ Beka, suspeita de chefiar uma rede de prostituição de luxo.

Segundo reportagem do UOL, Rebeka foi modelo internacional durante boa parte da carreira, mas se lançou como DJ e produtora musical durante a pandemia da Covid-19. Na sua nova profissão, baseou sua imagem em “empoderamento feminino, espiritualidade e sucesso internacional”, se descrevendo como uma girl boss, ou seja, quando uma mulher se opõe ao mundo empresarial dominado pelos homens.

Em entrevistas, ela disse já ter morado em cidades famosas mundialmente, como Bali, Milão, Paris, Barcelona e Atenas. Nos últimos anos, presidia quatro clubes na capital portuguesa, Lisboa, e era fundadora da produtora Adoya, festas com foco em sonoridades afro house - subgênero da house music que mistura elementos da cultura africana com a house tradicional - e organic - que se caracteriza por um som harmonioso e relaxante.

Para reforçar essa imagem que tanto falava, postava no Instagram, onde tem 65 mil seguidores, “bastidores de eventos, frases inspiradoras e registros sensuais nos ambientes dos spas”. Para a revista Rolling Stones África, ela afirmava ser uma artista conectada às raízes afro-latinas, incorporando o idioma iorubá - língua da família nigero-congolesa, falada na África Ocidental e no Brasil - e elementos de tradições africanas em sua música.

Além da sua produtora, foi veiculado que Rebeka era empresária em duas unidades de nuru, uma massagem corpo-a-corpo cheia de sensualidade realizada entre duas pessoas com um exclusivo tipo de gel. Foram nesses estabelecimentos que as suspeitas da Polícia começaram.

Segundo Carina Alves, responsável pelas investigações do caso, as investigações duraram cerca de dois anos até a deflagração da operação, denominada como Last Massage (do português, última massagem).

“O crime foi descoberto depois de mais de dois anos de investigação sobre uma suspeita que caía sobre dois spas. Somente depois de dois anos conseguimos identificar a natureza do crime que elas praticavam e ambas respondem por lenocínio, já que tinham uma espécie de sociedade”, afirmou a comissária.

Lenocínio “consiste em tirar proveito da prostituição alheia, participando direta ou indiretamente de seus lucros, ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça”. Ainda, ela também é suspeita de sonegação contra o sistema previdenciário de Portugal.

Além dela, a curitibana Jacimara Berwig, apontada como braço esquerdo no esquema, também foi presa. Durante a operação, a Polícia encontrou 107 mil euros em dinheiro vivo, uma pistola calibre 22, duas espingardas, munições, celulares, computadores e tablets, cumprindo 17 mandados de busca e apreensão em imóveis relacionados ao grupo criminoso.

Nos documentos confiscados pela justiça, ficou comprovado que as mulheres que trabalhavam nos estabelecimentos empresariados por Rebeka não tinham registro legal. Ainda, há suspeita da rede aliciar mulheres no Brasil, que iriam até a Europa para “trabalhar” para a DJ.

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