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Campo Grande 117 anos: De faxineiro da delegacia a secretário de segurança

Ele foi o primeiro delegado de polícia de Campo Grande

ALINY MARY DIAS

26/08/2016 - 09h08
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Entre o status e o respeito de um secretário estadual de segurança e a simplicidade de um lavrador, Rui tem mais saudade da vida humilde em Bandeirantes, quando cuidava da roça ao lado dos pais. Aos 77 anos, o primeiro delegado de polícia de Campo Grande a se tornar secretário de Segurança do Estado tem uma trajetória que, até hoje, chama atenção de quem ouve a história da vida dele resumida em uma frase: de faxineiro de delegacia a ocupante do 1º escalão da segurança de Mato Grosso do Sul. Conhecido de muitos que vivem no Estado há mais de três décadas, Rui de Oliveira Luiz é protagonista de uma história repleta de obstáculos, conquistas e curiosidades que, para muitos campo-grandenses, é desconhecida.

Rui nasceu em Rochedinho, um dos distritos da Capital. Filho de pai e mãe pobres, a saída para a sobrevivência na época era a vida dura no cabo da enxada. Quando Rui ainda era um bebê, os pais decidiram se mudar para Bandeirantes, cidade distante 70 quilômetros de Campo Grande e onde os pais acreditavam que a vida seria melhor. 

Rui e a família cresceram trabalhando na roça, na produção de tudo quanto era alimento. Com a vida difícil e sem poder deixar a plantação para se dedicar integralmente às aulas, Rui cursou apenas o início da vida escolar em Bandeirantes, o que equivale ao pré-escolar atualmente.

Ele abandonou a escola e decidiu que ajudar a família era mais importante que os estudos, naquele momento. 

Quando o pequeno Rui tinha 8 anos, em 1947, os pais decidiram que o estudo seria o caminho para melhores oportunidades de vida e mudaram-se para Campo Grande, na época cidade do interior de Mato Grosso. “Vim por decisão da família, porque a pobreza continuava do nosso lado, vim para estudar, mas não tinha experiência nenhuma”, conta.

Praticamente analfabeto, apenas sabendo assinar o nome, como ele mesmo ressalta até hoje, Rui trabalhou em outras funções. Foi servente de pedreiro, trabalhou em fábrica de ladrilhos e com serviços gerais no Colégio Dom Bosco.

Os anos se passaram, a juventude chegou e Rui acabou trabalhando por nove meses no Exército Brasileiro, onde prestou serviços. Em um dos acasos do destino, ele conheceu Plínio Soares Rocha, vereador da Capital e presidente do diretório do Partido da União Democrática Nacional (UDN).

“Ele teve uma simpatia muito boa comigo e me levou ao extinto Departamento de Estradas de Rodagem, que ficava nos altos da Avenida Afonso Pena. Lá, eu fui submetido a um teste para fretista, mas antes de concluir me disseram, sem nenhuma reserva: ‘Esse menino é analfabeto e, portanto, não tem condições de trabalhar aqui”, relembra Rui, com saudosismo na voz.

A vontade de ajudar o menino pobre e sem conhecimentos era tanta que Plínio decidiu tentar outro trabalho para Rui, dessa vez, o apresentando ao 1º tenente da Polícia Militar Clodomiro de Albuquerque, na época delegado central de polícia.

A delegacia onde Rui entrou como candidato a uma vaga de emprego e saiu com o trabalho de faxineiro e entregador de correspondência ficava na Rua 14 de Julho, entre a 7 de Setembro e a 26 de Agosto, onde hoje está instalado o quartel central do  Corpo de Bombeiros.

CHEGADA À POLÍCIA

Bem recebido no novo posto de trabalho, Rui começou a desempenhar a função de faxinar a delegacia e entregar correspondência a policiais com muito empenho.

Em agosto de 1961, ele decidiu que precisava retomar os estudos, ou praticamente começar, já que ele tinha apenas a pré-escola. Na Escola General Malan, em três meses, Rui cursou o primário em um programa que permitia aos alunos com mais idade concluir as séries rapidamente.

O esforço do faxineiro em crescer na vida não passou despercebido aos chefes e, em setembro de 1961, ele acabou promovido e nomeado para exercer cargo de guarda-civil. O trabalho que Rui fazia é o mesmo que agentes de trânsito desenvolvem hoje.

Enquanto trabalhava na nova função, Rui sabia que precisava continuar o desenvolvimento nos estudos para que a carreira na polícia, que ele mal imaginava que poderia ser realidade, continuasse.

No fim daquele mesmo ano, aos 22 anos, Rui foi incentivado por chefes e decidiu prestar concurso para entrar em uma escola onde poderia cursar o ginásio, o atual Ensino Médio.

Aprovado no Colégio Batista Matogrossense, Rui continuava os estudos e o destaque profissional não demorou a chegar.

No ano seguinte, em 1962, o novo delegado central de polícia de Campo Grande, João Batista Pereira, viu potencial em Rui e o promoveu ao cargo de escrivão de polícia. Naquela época, ainda não havia concurso público para a carreira de policial civil e os agentes eram todos nomeados para os cargos.

“Nova vida tão boa quanto a anterior”, resume Rui. A rotina nas diligências na rua, investigação de crimes e depoimentos policiais fizeram com que o jovem quisesse ainda mais. Em 1977, a conquista foi a aprovação para o curso superior de Ciência Jurídica na Faculdades Unidas Católica de Mato Grosso (FUCMT), atual Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).

Com o curso concluído, Rui se destacou ainda mais e a experiência fez com que ele fosse nomeado ao cargo de delegado de polícia do Jardim Paulista, um bairro com criminalidade “pesada” e muitos crimes para serem investigados.

“Trabalhei em vários casos como delegado do bairro, que tinha uma fama violenta. Com a divisão do Estado, fui convidado para cargo de chefe de estabelecimento do interior do Departamento de Segurança Penitenciária (DSP) e aceitei”.

Com isso, João Batista Pereira, aquele que tinha promovido Rui a escrivão, acabou assumindo a Secretaria Estadual de Segurança Pública do Estado, segundo desde que Mato Grosso do Sul tinha sido criado. 

Foi nessa época que a admissão para a carreira de policial civil mudou e a entrada na polícia começou a exigir provas, um molde do que se tornaram os concursos públicos hoje.

“O secretário João Batista admitia muita gente como agente de polícia, muitas pessoas não sabiam nem ler. Ele criou a prova de admissão e a inscrição dependia do candidato ter concluído o 2º grau. Depois disso, caminhou para criação de concurso”, conta Rui.

ESCALADA

Satisfeito com o trabalho e conhecendo a competência de Rui, o secretário o convidou para assumir o cargo de corregedor-geral da Polícia Civil.

A partir daí, a escalada profissional não teve fim. Rui foi diretor-geral da Polícia Civil e, em 1986, recebeu convite do então governador Ramez Tebet para assumir a Secretaria de Segurança, substituindo o experiente Aleixo Paraguassu.

O primeiro delegado de polícia a assumir secretaria ficou na função durante 10 meses. Depois saiu eleito para o cargo de vereador, em 1989, também conquistando o feito de primeiro delegado a ocupar o plenário da Câmara Municipal.

Foram poucos meses como homem no Legislativo, porque novamente foi chamado para ocupar a cadeira de secretário de Segurança de Mato Grosso do Sul, dessa vez na gestão de Marcelo Miranda Soares.

Depois de se aposentar como delegado e deixar a carreira no governo e na política, Rui decidiu atuar como advogado, mas problemas no coração fizeram com que a ordem médica de ficar longe de tantas emoções fosse cumprida e hoje ele tem tempo para matar as saudades da vida no campo.

Casado com Ada há 53 anos, pai de quatro filhos, avô de oito netos e bisavô de seis bisnetos, Rui lembra com orgulho de tudo que viveu e o quanto contribuiu para a evolução da polícia sul-mato-grossense.

“Eu nunca tive sonho de ser delegado ou coisa parecida, porque a minha inexperiência não me permitia isso. Quando trabalhei de faxineiro, comecei a ver, muito incentivado pelo doutor Plínio, que eu precisava estudar para ser alguém na vida e foi isso que eu fiz”, completa.

Cidades

Frente fria derruba temperaturas e traz tempestades durante a semana

Temperaturas serão menores ao amanhecer, mas sobem ao longo da tarde; há possibilidade de ventos acima de 60 km/h

15/12/2025 18h27

Temperaturas devem ter ligeira queda a partir de quarta-feira e chuva está prevista para toda a semana

Temperaturas devem ter ligeira queda a partir de quarta-feira e chuva está prevista para toda a semana Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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A semana começou com tempo instável em Mato Grosso do Sul, com variação entre abertura de sol e nebulosidade e chuvas, mas deve ser marcada por chuvas e queda nas temperaturas, devido à passagem de uma frente fria.

De acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), para esta terça-feira (16), em decorrência do avanço da frente fria, a tendência é de tempo mais fechado, com maior cobertura de nuvens e condições para chuvas.

De forma pontual, podem ocorrer tempestades, acompanhadas de descargas elétricas e rajadas de vento.

"Essa configuração atmosférica está associada ao intenso transporte de calor e umidade, aliado à atuação de áreas de baixa pressão atmosférica", diz o Cemtec.

Ainda segundo o órgão, o avanço da frente fria, em conjunto com o deslocamento de cavados em médios níveis da atmosfera, favorece a formação de instabilidades sobre o Estado.

São esperados acumulados significativos de chuva, com valores acima de 40 mm em 24 horas, principalmente nas regiões centro-leste do estado.

Em relação à previsão de temperaturas, devem ser registradas por regiões:

  • Regiões Sul, Cone-Sul e Grande Dourados: Mínimas entre 18-22°C e máximas entre 22-32°C.
  • Regiões Pantaneira e Sudoeste: Mínimas entre 21-26°C e máximas entre 25-37°C.
  • Regiões Bolsão, Norte e Leste: Mínimas entre 21-24°C e máximas entre 28-33°C.
  • Campo Grande (Capital): Mínimas entre 22-24°C e máximas entre 25-32°C.

Ao longo da terça-feira, podem ocorrer rajadas de vento acima de 60 km/h.

Frente fria

A partir de quarta-feira (17), a previsão indica tempo mais firme, com predomínio de sol e variação de nebulosidade, em função da atuação de um sistema de alta pressão atmosférica.

No entanto, devido à passagem da frente fria, as temperaturas devem ter queda, ficando mais amenas ao amanhecer, com mínima de 16ºC.

Em Campo Grande, a mínima prevista é de 21°C, enquanto a máxima deve ser de 29°C.

Apesar da tendência de estabilidade, não se descartam pancadas de chuva e tempestades isoladas.

Entre quarta e quinta-feira (18), a previsão de temperaturas é:

  • Regiões Sul, Cone-Sul e Grande Dourados: Mínimas entre 16-19°C e máximas entre 26-28°C.
  • Regiões Pantaneira e Sudoeste: Mínimas entre 20-24°C e máximas entre 30-32°C.
  • Regiões Bolsão, Norte e Leste: Mínimas entre 18-24°C e máximas entre 27-30°C.
  • Campo Grande (Capital): Mínimas entre 21-23°C e máximas entre 27-29°C.

Alerta

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) tem dois alertas de perigo para tempestades, com vigência já a partir desta segunda-feira.

Conforme os alertas, podem ocorrer chuvas entre 30 e 60 mm/h ou 50 e 100 mm/dia, ventos intensos, entre 60 e 100 km/h.

Por este motivo, há risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.

O Inmet orienta que, em caso de rajadas de vento, a população não se abrigue debaixo de árvores e não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda. Se possível, desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia.

Em caso de ocorrências relacionadas a tempestades, a orientação é entrar em contato com a Defesa Civil (199) e ao Corpo de Bombeiros (193).

Temperaturas devem ter ligeira queda a partir de quarta-feira e chuva está prevista para toda a semanaMato Grosso do Sul está em alerta para tempestades (Reprodução / Inmet)

Transporte Público

Com greve dos ônibus, viagens por aplicativos ficam 140% mais caras

100% dos ônibus da Capital estão parados e a greve deve permanecer ainda amanhã e sem prazo para terminar

15/12/2025 18h00

Todos os ônibus estão parados desde a meia noite desta segunda-feira (15)

Todos os ônibus estão parados desde a meia noite desta segunda-feira (15) FOTO: Marcelo Victor/Correio do Estado

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Menos de 18 horas após o início da greve dos motoristas do transporte público de Campo Grande, a cidade já sentiu as consequências, especialmente os trabalhadores que dependiam dos ônibus para deslocamento. 

Entre as alternativas para chegar aos locais de trabalho, o deslocamento através de aplicativos, como Uber e 99, chegou a ficar 140% mais caro. 

É o que contou a diarista Elizaneia Costa de Assis Gonçalves, de 57 anos. Ela se desloca todos os dias do bairro Bosque do Trabalho, onde mora, até o bairro Coophatrabalho, onde atende seus clientes. 

“Eu trabalho aqui há mais de 18 anos e desde a pandemia eu venho pra cá de Uber. O valor normal da viagem é de R$25 reais. Hoje, a mesma viagem estava custando R$60”, disse.

O designer gráfico Antonio Rissato também passou pelo mesmo sufoco. Ele disse que não foi pego de surpresa pela greve e se programou para se deslocar através de aplicativos, mas os preços pesaram no bolso.

“Eu me adiantei pra pedir um motorista de aplicativo, mas os preços já estavam muito inflados, geralmente eu pago de 8 a 10 reais pra vir de moto, mas hoje chegou a bater 30 reais, de carro chegou até 70, fora do normal”, contou. 

A empresa onde ele trabalha não deu opção para os usuários do transporte público, nem flexibilidade para atrasos. Mesmo assim, para ele, a greve é compreensível e reflete problemas gerados e acumulados que impactam tanto os usuários dos ônibus quanto os trabalhadores. 

“O valor do passe está lá em cima, a condição do transporte é vergonhosa e ainda por cima não pagam direito aos servidores, não existe lógica nisso. Claro, gera um atraso nos nossos horários, mas acho que o atraso maior ainda é diariamente a gente ter que ir trabalhar em péssimas condições, sem contar o estresse causado aos motoristas pela falta de pagamento”, desabafou. 

Mas o valor alto não foi o único problema. Com a alta demanda, os usuários também enfrentaram demora na espera para localizar um motorista para a corrida e um trânsito “caótico” nas primeiras horas do dia. 

Vinícius esperou mais de 20 minutos até que um motorista aceitasse sua corrida pelo aplicativo. Às 7h40 ele precisou se deslocar para outra loja filial onde trabalha, mas às 8 horas da manhã, ainda estava esperando. 

“Tudo ficou atrasado, além dos preços que subiram, o que é normal por causa da demanda. Mas complica muito a vida”, relatou. 

Sofia Bento costuma utilizar o transporte coletivo para chegar ao trabalho todos os dias, mas como soube da greve antes, se organizou para ir com o carro da família. Porém, o problema enfrentado por ela e por tantos outros foi o fluxo de carros. 

“Eu saí de casa às 7h20 e cheguei no trabalho às 7h52. Nunca gastei tudo isso para chegar. Até a rua Antônio Maria Coelho, o trânsito fluía. Dali em diante, tudo parado, um ‘fervo’”, contou à reportagem. 

Mesmo que a greve já estivesse avisada aos usuários, a surpresa foi o serviço ter sido paralisado de forma completa, já que o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) havia determinado em decisão judicial que apenas 30% dos motoristas poderiam aderir à paralisação, sob multa diária de R$ 20 mil. 

A decisão foi desrespeitada, já que 100% dos motoristas declararam greve na manhã desta segunda-feira (15). 

A audiência de conciliação entre o TRT e o Sindicato será realizada nesta terça-feira (16). 

O lado do Consórcio

O Consórcio Guaicurus, em nota enviada ao Correio do Estado na quinta-feira (18), informou que está sem dinheiro para honrar com:

  • Folha salarial
  • 13º salário
  • Custos Operacionais Básicos (combustível, manutenção da frota e encargos)

Segundo a concessionária, a ameaça de greve é causada pela crise financeira, decorrente da inadimplência nos repasses devidos pelo Poder Público (Prefeitura de Campo Grande). Os repasses abrangem o vale-transporte, subsídios e demais componentes tarifários definidos para a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do sistema.

"É crucial destacar que, apesar do acordo estabelecido com a participação e anuência do Poder Concedente (Município), a tarifa não está sendo praticada, pois os repasses necessários não estão sendo efetuados de maneira adequada e nos valores devidos. A falta de regularização imediata desses pagamentos críticos ameaça diretamente a continuidade e a qualidade da prestação dos serviços. Sem o fluxo de caixa necessário, o Consórcio está impossibilitado de honrar obrigações financeiras essenciais com vencimento iminente. O sistema opera atualmente no limite de suas capacidades, e a ausência destes repasses torna a operação inviável a curto prazo. O Consórcio Guaicurus reitera o apelo para que as autoridades competentes ajam com a máxima urgência para regularizar os débitos em atraso. A manutenção da inadimplência nos repasses inviabiliza o cumprimento dos pagamentos salariais. Desta forma, o Consórcio alerta que os trabalhadores poderão interromper legalmente suas atividades em razão do não cumprimento destas obrigações, conforme previsto no Artigo 624 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O não cumprimento destas obrigações contratuais e salariais, que derivam de um compromisso que envolvia o Poder Concedente, pode resultar na interrupção total dos serviços, o que afetará drasticamente a mobilidade urbana e a vida dos cidadãos de Campo Grande".

O lado da Prefeitura

Durante a coletiva de imprensa marcada para a manhã desta segunda-feira, a Prefeitura Municipal de Campo Grande negou que haja qualquer débito entre eles e o Consórcio Guaicurus, responsável pela manutenção do transporte público na Capital. 

Em nota, o Executivo afirmou que na semana passada foram antecipados repasses financeiros ao Consórcio Guaicurus, referentes às subvenções das gratuidades, no valor médio de R$ 3 milhões, valor que só venceria no final do mês, em uma tentativa de evitar que a greve fosse deflagrada.

"Somente este ano, a Prefeitura já repassou mais de R$ 35 milhões ao Consórcio Guaicurus, sendo R$ 19 milhões referentes às gratuidades e mais R$ 15 milhões de vale-transporte dos servidores. Ainda assim, a concessionária, que é uma empresa privada, deixa de honrar os compromissos que têm com seus funcionários e causa prejuízos a toda a população", afirma a nota. 

Segundo dados apresentados, a paralisação afetou cerca de 110 mil usuários do sistema e aproximadamente mil trabalhadores do transporte coletivo.

Manifestações

Membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo se manifestaram nas redes sobre a paralisação do transporte público de hoje. 

A vereadora Luiza Ribeiro destacou que é "inadmissível que uma empresa de grande porte, que atua há anos na cidade e recebe antecipadamente recursos do vale-transporte, alegue falta de condições financeiras para honrar compromissos básicos com seus funcionários" e que se tratam de "direitos humanos". 

Ela ressaltou que, como apurado na CPI, o Consórcio Guaicurus faturou cerca de R$1,8 bilhão desde que assumiu o serviço na Capital. Mesmoa assim, acumula reclamações diárias dos usuários, como atrasos, superlotação e condições precárias dos ônibus, com 197 ônibus acima da idade média permitida. 

A vereadora Ana Portella afirmou nas redes socias que o Consórcio Guaicurus "está fazendo isso por simples maldade". 

"Não faz sentido algum a população pagar essa fatura. Uma empresa que teve R$ 165 milhões falar que não tem recurso suficiente é má gestão. Essa empresa não pode mais continuar, esse contrato precisa ser rompido”, afirmou em vídeo.

Maicon Nogueira pediu pela intervenção do contrato de forma imediata.

"Tenho feito denúncias a meses e o Ministério Público não age. A prefeitura segue na inércia. Não tem como negociar com mafiosos. Somos reféns e ninguém faz nada”, relatou o vereador.

 

*Colaborou Naiara Camargo

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