Quem vive em Campo Grande certamente já ouviu ou até já pronunciou a frase de que “aqui é uma Capital com ar de interior”. A vantagem de morar nesta cidade, portanto, estaria no fato de poder contar com o desenvolvimento e oportunidades de negócio, mas, mesmo assim, desfrutar do contato diário com a natureza. A imagem que ilustra essa página, inclusive, simplifica esse raciocínio: na Avenida Afonso Pena, principal da cidade, o ipê floresce e proporciona uma beleza diferenciada ao lado do tumulto de veículos.
Entretanto, há outros aspectos que caracterizam a vida no interior e que ainda são um desafio para Campo Grande. O principal, talvez, seja a segurança. Campo Grande completa hoje 115 anos com a perspectiva de melhores tempos nessa área. Pelo menos é o que avalia o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini, que aposta na execução e aprimoramento do programa de redução da criminalidade, onde os índices de delitos que geram sensação de insegurança entre a população devem ser gradativamente reduzidos.
“Essa é a joia da coroa”, diz ele, justificando que se trata de um planejamento com ações de curto, médio e longo prazo, até mesmo porque esse projeto tem previsão de execução até 2022.
Todo esse trabalho, conforme o secretário, está sendo desenvolvido a partir de estudos de casos de violência e criminalidade em cada região da cidade, onde por intermédio Banco de Dados Único (Sigo), são acompanhadas todas as ocorrências, mapeando-se, por exemplo, o tipo de delito, local, dia da semana e hora de seus registros, o que possibilita um planejamento para a sua prevenção e repressão. “A partir desses dados, os responsáveis pelas delegacias e unidades policiais militares da área são cobrados a executar ações de prevenção e combate”, explicou Jacini, lembrando que a meta é que esses crimes tenham uma redução média mensal de 6% a 8%.
Ainda conforme o secretário, de um modo geral, por exemplo, os furtos em residências tiveram redução de 7%, assim como outros crimes, como homicídios e roubos em estabelecimentos comerciais, que também vêm apresentando quedas de índices. Mensalmente, ele reúne-se com os chefes e comandantes de unidades policiais, quando cada um é chamado a justificar os índices observados em sua região e que estratégias estão sendo adotadas para a redução.
O secretário destaca que no início do ano haverá troca de governo, mas quem assumir a pasta de Segurança Pública terá pela frente uma estratégia de atuação que poderá ser levada em frente até 2022, pelo menos. Segundo ele, além da intervenção planejada, outras ações serão executadas para a melhoria da segurança em Campo Grande, como o videomonitoramento.
Além de um projeto que deve ser implementado por intermédio da prefeitura, o governo do Estado vem trabalhando um outro projeto, com o governo federal, onde deverá implantar câmeras de segurança em bairros tidos ainda como violentos, até mesmo pela alta incidência do uso de drogas.
A União está na fase de licitação para aquisição dessas câmeras, postes especiais de instalação e mesmo de viaturas, para envio à Capital. Junto a isso, a Secretaria de Segurança Pública já está com o pessoal que irá trabalhar o sistema preparado. As imagens captadas serão disponibilizadas para as viaturas da área e também no Centro Integrado de Operações de Policiamento e Segurança, o Ciops, possibilitando uma atuação policial imediata.Há ainda atenção especial ao sistema penitenciário, com instalação de bloqueadores de celulares e construção de dois novos presídios.
A meta, portanto, é que os investimentos se concretizem para assegurar mais tranquilidade aos moradores e, quem sabe, garantir que os campo-grandenses continuem a propagar a ideia de ares do interior. (Com Milena Crestani)


