O dia amanheceu "estranho" em Campo Grande nesta terça-feira (25). O sol, alaranjado, chamou a atenção, e é reflexo das queimadas no Pantanal sul-mato-grossense.

Segundo o meteorologista Natálio Abraão, a névoa seca que aparece na Capital e em municípios próximos está associada à fumaça e poeira em suspensão na atmosfera, que se formam devido à baixa umidade e alta pressão.
"[A névoa] se agrava com os componentes originados das queimadas no oeste do estado, e segue decorrer do dia. Com passar dos dias, vai piorar", explicou o meteorologista.
A frente fria, que chega durante a semana, vai amenizar os efeitos da fumaça, já que a umidade deve aumentar. No entanto, não há previsão de chuva para a Capital.
Previsão para Campo Grande
Segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec), para esta terça-feira, são esperadas temperaturas mínimas entre 20-22°C e máximas entre 30-32°C na Capital.
Entre quarta e quinta-feira (26 e 27), a previsão indica sol e variação de nebulosidade. Com o avanço do ar relativamente frio, as temperaturas devem ficar mais amenas, com mínimas entre 15-17°C e máximas entre 25-27°C.
Os ventos atuam do quadrante sul e giram para o quadrante norte ao longo de quinta com valores entre 40-60 km/h e, pontualmente, podem ocorrer rajadas de vento acima de 60 km/h.
Situação de Emergência
Ontem (24), o Governo do Estado declarou situação de emergência de 180 dias nos municípios do Estado afetados por incêndios florestais, sejam em parques, áreas de proteção e preservação nacionais, estaduais ou municipais, assim como em casos de propagação de fogo sem controle, ou em qualquer tipo de vegetação que possa acarretar queda na qualidade do ar.
A situação de emergência foi decretada em função de vários fatores, entre eles o período de seca que Mato Grosso do Sul vem enfrentando, com estiagem prolongada em grande parte do território, o que acarretou aumento exponencial dos focos de calor. Também os impactos das queimadas para agropecuária pantaneira, com prejuízos expressivos, tanto nas perdas econômicas, como na questão ambiental, em relação a vegetação, solo, fauna, bens materiais e segurança da vida humana.
Recorde
Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, em junho deste ano Mato Grosso do Sul já registra o maior número de incêndios dos últimos 26 anos, com 2.049 focos de calor notificados até a última sexta-feira. O número preocupa, já que neste ano as queimadas tiveram início antes do usual, que é no segundo semestre.
Segundo dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), desde 1998, o maior número do tipo registrado no Estado, no mesmo período, havia sido de 557, em 2005.
Em comparação com o segundo maior valor para junho da série histórica do Inpe, que foi em 2005, o registro deste ano é 267,8% maior que os 557 focos daquele ano.