Cidades

FEMINISTA

'Deusas do Cerrado' estreia
mostrando a força da mulher

Desfile só começou quando uma delas terminou de amamentar

MARESSA MENDONÇA E RENATA VOLPE

03/03/2019 - 17h41
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O desfile do bloco de Carnaval feminista “Deusas do Cerrado” começou pouco depois das 16h30 na região da Orla Morena, em Campo Grande. A concentração começou pouco antes das 16h, mas as mulheres só saíram após uma delas terminar de amamentar.

Esta é a primeira vez que o bloco vai para as ruas da Capital. Uma das organizadoras, Natalia Felix, explicou que a ideia da criação do bloco surgiu da necessidade das mulheres em curtirem o Carnaval, especialmente aquelas com filhos. "É um bloco que pensa nas mães", declarou.

Segundo ela, os homens são bem vindos, mas, só podem cantar. O protagonismo de tocar os instrumentos musicais fica com as mulheres.

A psicóloga Márcia de Albuquerque, de 50 anos, foi ao evento acompanhada da filha de dez anos e do marido. Ela disse à reportagem ter o hábito de participar de blocos de rua. "Eu fiquei sabendo deste aqui porque participo do grupo mulheres pela democracia. Achei legal! Vem para fortalecer ainda mais as mulheres", pontuou.

Diferente de Márcia, a estudante Bianca de Souza, de 21 anos, não costumava participar de blocos de Carnaval, mas mudou de ideia quando ouviu falar do "Deusas do Cerrado". "Achei maravilhosa a ideia de ter mulheres no comando. Encontrei um bloco para mim", finalizou.

LEI DA IMPORTUNAÇÃO

As mulheres comentaram sobre a Lei 13.718/2018 que passou a vigorar neste Carnaval e torna crime atos de importunação sexual. Até então, os casos eram tratados como contravenção penal com penas apenas de multa ou prisão de curto prazo. A partir de agora, atos como passar a mão no corpo de alguém ou roubar um beijo passam a ser considerados crimes, com pena de prisão variando entre um e cinco anos.

"Não adianta só ter a lei tem que ser fiscalizada. Toda a mulher tem que ter sua liberdade de dançar e festejar e fazer o que quiser", disse Natalia.

Bianca completou que, ao menos uma vez na vida, toda mulher já sofreu importunação.

Cidades

MS tem o segundo maior índice de mortos pela polícia da história

O presente ano está atrás apenas do ano passado, que havia sido recorde

20/11/2024 18h28

Imagem ilustrativa

Imagem ilustrativa Arquivo/Correio do Estado

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Dois homens, de dois municípios diferentes de Mato Grosso do Sul, foram mortos pela polícia na última terça-feira (19). Agora, o número de vítimas de agentes do Estado chegou a 70 no ano, o segundo maior índice registrado na série histórica divulgada no portal de dados da Secretaria Estadual de Justiça de Segurança Pública (Sejusp).

O presente ano está atrás apenas do ano passado, que foi o recorde em mortes causadas por agentes de Estado em Mato Grosso do Sul, com 131 mortos de janeiro a dezembro, quantidade 156,8% superior ao registrado em 2022, quando 51 foram mortos.

Os 70 mortos de 1º de janeiro a 20 de novembro deste ano se igualam às 70 vítimas registradas em todo o ano de 2019. Confira o levantamento:

Imagem ilustrativa

Perfil das vítimas

Assim como nos anos anteriores, em 2024 os homens representam a maior parte dos mortos pela polícia: foram 62 vítimas, número que representa 88,5% do total registrado. Apenas uma mulher foi vítima, e outros sete casos não tiveram o sexo especificado.

Quanto à idade, mais de metada das vítimas (52,8%) eram jovens de 18 a 29 anos. Na sequência, figuram adultos de 30 a 59 anos, que representam 31,4% do índice. Os adolescentes representam 5,7% do índice. Sete casos não especificaram idade, e representam 10%.

A maioria dos óbitos aconteceram em Campo Grande (36). No interior do Estado, foram registrados 34, sendo 19 na faixa de fronteira.

Casos mais recentes

Em menos de 12 horas, dois homens, um de 32 anos e outro de 33, morreram em confronto com a Polícia. O primeiro caso aconteceu durante a tarde, e o segundo à noite, nesta terça-feira (19).

Em Bataguassu, um homem de 32 anos foi baleado e morto por policiais civis após reagir ao cumprimento de um mandado de busca e apreensão. A Polícia Civil não divulgou muitos detalhes a respeito da ocorrência.

Em Dourados, um homem de 33 anos morreu após reagir a abordagem de policiais civis do Setor de Investigações Gerais (SIG). Conforme apurado pela mídia local, ele estava sendo monitorado pela polícia suspeito de ameaçar uma família devido a uma dívida.

Na noite de segunda-feira (18), Gabriel Nogueira da Silva, de 27 anos, responsável pelo assassinato do médico Edivandro Gil Braz, de 54 anos, foi baleado e morto por policiais, após resistir à prisão e tentar fugir da delegacia onde estava detido, localizada em Dourados.

Colaborou: Naiara Camargo.

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Fauna

Lojista é multado em R$ 24 mil por expor cabeça de animais em Campo Grande

A ação do Ibama encontrou exposição de cabeças de onça pintada, queixadas e até a arcada dentária de tubarão no estabelecimento

20/11/2024 18h15

Crédito: Ibama MS

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Uma loja que expunha cabeças de animais silvestres foi alvo de fiscalização pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Campo Grande.

Os agentes encontraram várias cabeças de espécies da fauna sul-mato-grossense, como:

  • onças-pintadas (Panthera onca);
  • onças-pardas (Puma concolor);
  • queixadas (Tayassu pecari);
  • jacarés (Alligatoridae);
  • cervos-do-pantanal (Blastocerus dichotomus);
  • peixes pintados (Pseudoplatystoma corruscans);
  • dourados (Salminus brasiliensis).


Além disso, foram apreendidos "troféus", como a arcada dentária de um tubarão. As peças foram recolhidas, e o estabelecimento foi autuado conforme estabelece a Lei Federal de Crimes Ambientais (nº 9.605/98) e o Decreto nº 6.514/08.

O proprietário recebeu uma multa que totalizou R$ 24 mil, e os suspeitos de organizar a “exposição” irão responder pelo crime na Justiça.

É importante ressaltar que a legislação brasileira proíbe a exposição de partes de animais para comercialização, situação enquadrada na Lei de Crimes Ambientais como venda ilegal de artesanato feito com partes de animais silvestres.

Crédito: Ibama MS

Tráfico de animais


Com a ação, o Ibama tenta inibir tanto a oferta quanto a procura, bem como o tráfico de animais silvestres.

"Quanto mais raro é um animal, maiores são o interesse e o preço que pagam por ele", afirmou a superintendente do Ibama em Mato Grosso do Sul, Joanice Lube Battilani, que completou:

"Essa prática está aliada ao fato de que algumas pessoas, de forma equivocada, acreditam que esses tipos de objetos feitos com partes de animais silvestres servem como amuletos, trazendo proteção e prosperidade."

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