Cidades

SERVIÇOS EXTRAJUDICIAIS

Cartórios da Capital faturaram R$ 108 milhões

Valor de 2019 foi pouco maior que 2018, custo das taxas pode mudar

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Pelo terceiro ano consecutivo, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul tenta alterar as taxas cartorárias no Estado. A mudança ocorre em meio a incessantes reclamações do setor produtivo – que cita estados vizinhos que fazem escrituras a um custo menor – e a uma proposta em que pequenas taxas terão reajuste, enquanto tabelas que envolvem transações de valores maiores, como escrituras e registros de imóveis, poderão ter custo até  70% maior.  

Se a questão em pauta – o projeto é o primeiro do ano a tramitar na Assembleia Legislativa – não é apenas o custo dos serviços, mas também o faturamento dos cartórios, o Correio do Estado fez um levantamento em dados fornecidos pelo Conselho Nacional de Justiça e constatou que em 2019 somente os cartórios de Campo Grande faturaram R$ 108,87 milhões. O montante é 0,9% superior aos R$ 107,92 milhões que os cartórios faturaram em 2018.

Conforme o Conselho Nacional de Justiça, os valores são referentes às receitas brutas das serventias, fornecidas no sistema, e dizem respeito à quantidade de atos praticados e ao valor de cada ato. “Parte dessa receita é repassada a entidades ou órgãos, na forma da legislação estadual específica”, informa o CNJ.

Conforme a legislação estadual, pelo menos 33% destes recursos arrecadados pelos cartórios são destinados às associações de classe de carreiras ligadas ao Poder Judiciário, Ministério Público Estadual, Defensoria Pública e Procuradoria-Geral do Estado, e as entidades ligadas aos juízes e promotores de Justiça ficam com a maior parte da verba. Na nova proposta, que tramita na Assembleia Legislativa, a incidência das contribuições cairá para 20%.

O cartório que mais faturou em Campo Grande no ano passado foi o Serviço de Registro de Imóveis da 1ª Circunscrição, com uma receita de R$ 21,6 milhões. O segundo maior faturamento foi do 3º Serviço Notarial: R$ 13,4 milhões.  

O projeto que tramita na Assembleia Legislativa foi protocolado pelo presidente do Tribunal de Justiça, Paschal Carmello Leandro, em dezembro do ano passado, dias antes do recesso parlamentar. O texto só voltou a ser apreciado na semana passada, quando a Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa foi constituída, um mês depois do retorno das atividades parlamentares.  

O projeto aumenta o custo de serviços menores, como a habilitação para uma escritura, por exemplo, que passa de R$ 200 para R$ 300, ou mesmo um casamento do cartório, cuja taxa passa de R$ 46 para R$ 80. Casamentos fora do cartório ficam ainda mais caros: sobem de R$ 27,81 para R$ 350,00.  

No que diz respeito às escrituras, a tabela foi esticada, e terá seu custo reduzido para transações de menor valor e majorado para transações que envolvam custos maiores. Atualmente, qualquer transação com valor superior a R$ 300 mil paga R$ 6,5 mil pela escritura. Com as mudanças, o custo passará a ser maior se a transação for superior a R$ 475 mil, quando a escritura terá valor de R$ 6,72 mil. Transações superiores a R$ 5 milhões pagarão o preço máximo: R$ 9,3 mil.  

Uma transação de um imóvel de R$ 100 mil, valor da maioria das habitações populares do Estado, também ficará mais cara: passa de R$ 2 mil, para R$ 2,55 mil. “Em relação à nova Lei de Emolumentos, a proposição atende incondicionalmente o interesse público, conjugando o interesse privado dos usuários por uma taxa mais econômica e que revele consonância com o ato prático”, argumentou o presidente do Tribunal de Justiça, em mensagem enviada aos deputados estaduais no fim do ano passado.  

REAÇÃO

Desde 2017 que entidades ligadas ao setor produtivo, como o Sindicato da Habitação (Secovi), a Federação das Indústrias de MS (Fiems) e a Federação do Comércio (Fecomércio), queixam-se das altas taxas praticadas pelos cartórios de Mato Grosso do Sul. Há três anos, eles compararam valores de escrituras praticados em Mato Grosso do Sul com outros estados: enquanto em MS o documento custava mais de R$ 5 mil, no Paraná, por exemplo, é feito a menos de R$ 1 mil.

“Com este novo projeto, só vai piorar, porque o custo vai aumentar. É melhor deixar do jeito que está”, afirmou Marcos Augusto Netto, presidente do Secovi-MS. 

PARALISAÇÃO DOS ÔNIBUS

Audiência termina sem conciliação e greve dos ônibus continua em Campo Grande

Motoristas ficaram indignados com a decisão judicial, a qual determina que 70% da frota volte a funcionar em horários de pico.

16/12/2025 19h22

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Motoristas do transporte coletivo urbano de Campo Grande lotaram o plenário do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, na tarde desta terça-feira (16), para acompanhar a audiência que debateu sobre a greve que paralisou os ônibus desde segunda-feira (14).

A audiência terminou sem conciliação e possibilidades entre o Consórcio Guaicurus, Município de Campo Grande e os profissionais da categoria. No entanto, o desembargador César Palumbo Fernandes determinou que 70% da frota voltasse a funcionar nos horários de pico.

"Não pode existir greve de 100% dos serviços essenciais. A determinação judicial deve ser cumprida. Amanhã, no primeiro período, a categoria vai estar trabalhando. Amanhã, pela manhã, o sindicato vai garantir que haja no período compreendido entre 6h e 8h30, 70% da frota funcionando. De 8h30 a 17h, 50% da frota atendendo a população. Entre as 17h e as 20h, 70% da frota. E após, 50% da frota no horário normal.", disse o desembargador.

Além disso, a multa, caso os ônibus não voltem a circular na manhã de quarta-feira (17), imposta ao Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande, aumentou de R$ 100 mil para R$ 200 mil por dia de descumprimento da decisão.

Apenas metade da folha salarial de novembro foi paga, sendo que a outra parte não tem previsão de pagamento. Ao todo, a dívida em aberto chega a R$ 1,3 milhão líquidos a serem repassados aos trabalhadores.

Diante da decisão do desembargador, os profissionais da categoria se indignaram, levantaram e saíram da audiência. Demétrio Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STCU-CG), disse que a greve está mantida por decisão dos próprios motoristas.

"A gente tá muito chateado com a Justiça do Trabalho por entender que quem paga a conta é sempre o trabalhador. No nosso entendimento, 70% ele simplesmente acabou com a greve. Infelizmente, vai continuar parado. Não é o que a gente quer, a população tá sofrendo muito, vai para três dias sem ônibus em Campo Grande, mas o trabalhador também precisa receber, todo mundo que trabalha precisa receber seus vencimentos", concluiu Demétrio Freitas.

O que disse o Município?

Na audiência, representando a Prefeitura de Campo Grande, a procuradora-geral do Município Cecília Saad afirmou que os repasses foram feitos pelo Executivo e, devidamente, depositados na conta do Consórcio Guaicurus.  De acordo com a representante, o valor destinado, na última sexta-feira (12), foi de R$  3.074.148,73.

Ela também relatou que, em junho/julho de 2024, foi publicado no Diário Oficial do Estado, que o governo se comprometeu em repassar quatro parcelas em torno de R$ 3 milhões, sendo duas no ano de 2025, e a terceira e a quarta em janeiro e fevereiro de 2026, respectivamente.

Diante destas afirmações, ela solicitou ao juiz o prazo de 24 horas para juntar a documentação e comprovar o pagamento ao Consórcio, o qual foi aceito pela autoridade.

Consórcio afirma que não tem dinheiro

Temis de Oliveira, presidente do Consórcio Guaicurus, confirmou o recebimento por parte da Prefeitura, mas alega que há outras pendências a serem pagas além da folha salarial, como os gastos com manutenção, diesel, mecânico, etc.  

"Hoje, o consórcio não tem caixa para pagar a parcela de 50% de novembro. Desses R$ 3 milhões (recebidos), haviam recursos que eram devidos de meses passados e a gente tinha outros compromissos".

"Sem aporte de alguma dessas verbas (cerca de R$ 4 milhões a serem recebidas pelo Consórcio), não temos mais saúde financeira, crédito nos bancos para poder buscar e resolver esses acordes", disse o prsidente Temis de Oliveira. Ele complementa: "Nós vamos procurar conversar com a Prefeitura para receber o que nós temos a receber ainda e negociar, negociar o tempo inteiro".

O presidente do Consórcio Guaicurus lembra que há o cumprimento do quarto termo aditivo do contrato, que precisa ser apurado mensalmente e um valor a ser recebido, algo que não ocorre desde 2022.

"Tem uma obrigação da AGEREG para, ao final de cada mês, fazer a apuração da diferença da tarifa pública para a tarifa técnica ou tarifa de remuneração e a prefeitura buscar os meios para pagar. Isso não tem sido pago desde 2022. Nós buscamos o recebimento dessas verbas também".

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ALERTA

OMS emite alerta sobre falsificação de medicamento usado no tratamento do câncer de mama

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa

16/12/2025 19h00

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado Divulgação

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a circulação de versões falsificadas do medicamento palbociclibe, comercializado sob o nome Ibrance.

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado.

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa.

Ao todo, nove lotes do produto foram relatados à organização em novembro deste ano, com registros na Costa do Marfim, Egito, Líbano, Líbia e Turquia.

Segundo o comunicado, os produtos falsificados foram oferecidos aos consumidores por meio de plataformas online e também encontrados em farmácias dessas regiões.

Fabricado pela Pfizer, o Ibrance tem alto custo. No Brasil, conforme dados da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), a menor dosagem do medicamento pode chegar a R$ 10.182.

Lotes falsificados

Os lotes confirmados como falsificados são: FS5173, GS4328, LV1850 e TS2190.

Já os lotes considerados suspeitos, ou seja, possivelmente falsificados, são: GK2981, GR6491, GT5817, HJ8710 e HJ8715.

A OMS classifica esses medicamentos como falsificados por apresentarem, de forma enganosa, informações sobre identidade, composição e origem.

Testes realizados pela Pfizer indicaram que as amostras analisadas não continham nenhum princípio ativo farmacêutico.

Além disso, foram identificadas discrepâncias nas embalagens. Alguns produtos falsificados chegaram a utilizar números de lote legítimos, mas apresentavam anomalias na embalagem, na serialização e na impressão das cápsulas.

Riscos e recomendações

De acordo com a OMS, o uso de medicamentos falsificados, como no caso do Ibrance, pode resultar em falha no tratamento, progressão descontrolada do câncer e aumento do risco de morte devido à ausência de efeito terapêutico.

A organização orienta que profissionais de saúde comuniquem quaisquer reações adversas inesperadas, ausência de resposta ao tratamento ou defeitos de qualidade às autoridades regulatórias nacionais ou aos sistemas locais de farmacovigilância. Em caso de identificação de lotes suspeitos ou falsificados, a recomendação é notificar a OMS.
 

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