Cidades

AGUARDAM PAGAMENTO

Casal de MS ganhou na Justiça direito a receber prêmio de bolão não registrado na Mega-Sena

Casal comprou cota de bolão em 1999, mas atendente de lotérica não registrou o jogo e STF concedeu indenização em 2023; Caso voltou a repercutir após mulher afirmar ter ganhado na Mega da Virada em jogo não registrado

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Um casal de Campo Grande conseguiu na Justiça o direito a receber o prêmio correspondente ao valor de um bolão que foi premiado em concurso da Mega-Sena, em 1999, que foi vendido, mas não foi registrado pela atendente da casa lotérica. A última decisão, do Supremo Tribunal Federal (STF), é de 2023, mas o caso voltou a ganhar repercussão após uma mulher alegar que marcou uma aposta com os números sorteados na última Mega da Virada, mas o jogo não ter sido registrado.

No caso mais recente, Elza Jesus Almeida afirma ter acertado os seis números sorteados na Mega da Virada de 2024 e tenta provar que fez o jogo regularmente e que tem direito ao prêmio milionário. Ela alega que marcou três jogos no volante, mas apenas dois foram registrados, ficando de fora o que continha as seis dezenas sorteadas no concurso.

Em Campo Grande, já houve caso similar, de jogo não registrado onde os apostadores conseguiram na Justiça o direito a receber o prêmio, mesmo sem a aposta ter sido validada. Diferente do recente, o casal tinha o recibo de compra do bolão, emitido pela casa lotérica e com os números.

Conforme consta no processo, os dois apostadores compraram meia cota de bolão do concurso 171 da Mega-Sena, em 1999, em uma casa lotérica em Campo Grande.

Foi entregue a eles um recibo de compra, com os números, mas a funcionária não efetivou regularmente a aposta no sistema da Caixa Econômica Federal.

Decisão judicial

O casal entrou na Justiça e o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) condenou a lotérica a arcar com a indenização por danos materiais, no valor de R$ 675.356,57, correspondente a fração do prêmio que eles teriam direito caso o jogo fosse efetivado, além de indenização por danos morais em R$ 25 mil.

O Tribunal afastou a responsabilidade da Caixa Econômica em ressarcir o casal pelos danos causados pelo não recebimento do prêmio de cota.

Os magistrados entenderam que não ficou demonstrada a ocorrência de conduta ilícita passível de ser indenizada pela empresa pública e que não houve nexo de causalidade entre a conduta da funcionária da casa lotérica, que deixou de efetuar a aposta, e a instituição bancária.

Foi considerado que a Caixa só poderia ser responsabilizada civilmente caso tivesse ciência pública da aposta e não tivesse realizado o competente pagamento do prêmio.

Para isso, há a necessidade da existência de um comprovante formal de aposta do jogo número 171 da "Mega-Sena", mediante recibo registrado eletronicamente no sistema de loterias do banco, e não apenas o recibo constante nos autos, que é um documento "por conta e risco" emitido pela casa lotérica.

O processo se arrasta por décadas e transitou em julgado em 2023, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que manteve a condenação da casa lotérica em pagar ao casal o valor correspondente ao prêmio e a indenização de R$ 25 mil, mantendo afastada a responsabilidade da Caixa Econômica Federal.

"A real expectativa pelo recebimento de um prêmio que nunca chegou a se consumar, por negligência do funcionário de casa lotérica, é algo juridicamente palpável, atingindo a esfera imaterial do autor, por gerar visível frustração e perda de oportunidade por responsabilidade de terceiros", diz trecho da decisão.

Ao site Metrópoles, a advogada que representa o casal, Catarina Mariano, afirmou que o pagamento ainda não foi efetuado e que o valor definido ainda passará por atualização.

"Será feita essa liquidação dos valores de indenizações considerando juros, correção, honorários e tempo que já passou", disse.

Paulista reclama prêmio da Mega da Virada

Atualmente, Elza Jesus Almeida, 64 anos, moradora de São Paulo, afirma ter acertado os seis números do último concurso da Mega da Virada, mas que a casa lotérica onde fez o jogo não registrou a aposta vencedora.

Segundo Elza, ela fez oito apostas no total, sendo registradas apenas sete e, justamente a que constava os números sorteados, não teria sido registrado.

Neste caso, ela não tem nenhum recibo que indique a aposta foi ou deveria ter sido feita, como no caso do casal sul-mato-grossense.

A mulher diz que ao receber os comprovantes de aposta, não conferiu para ver se a quantidade de jogos efetivados batia com os canhotos e que só teria percebido após o sorteio da Mega da Virada, pois os números sorteados eram os que ela afirma ter marcado no canhoto.

Foi registrado um boletim de ocorrência não-criminal na Polícia Civil, para formalizar a reclamação e iniciar uma investigação detalhada. A família da apostadora espera imagens de câmera de segurança da casa lotérica, na tentativa de comprovar que a aposta estava de fato marcada no canhoto e não foi registrada. 

A Caixa Econômica, no entanto, afirmou que o recibo emitido no terminal é o único documento que valida uma aposta para a premiação.

INVESTIGAÇÃO

Foragido, traficante de Dourados está escondido com família de Motinha

Ronaldo Mendes é procurado pela polícia há um ano, mas conseguiu escapar para o Paraguai, onde estaria abrigado com outra organização criminosa da região

08/01/2025 09h30

Ronaldo Mendes está foragido da Justiça desde dezembro de 2023, quando foi deflagrada a operação

Ronaldo Mendes está foragido da Justiça desde dezembro de 2023, quando foi deflagrada a operação Foto: Reprodução

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Após um ano da decretação da prisão preventiva, o empresário Ronaldo Mendes, de 40 anos, proprietário do restaurante Audaz, em Dourados, e apontado como chefe de organização criminosa voltada ao tráfico de drogas, segue foragido da Justiça Federal.

Segundo apuração do Correio do Estado, ele estaria no Paraguai e teria se unido à família Mota, que também está foragida e, segundo a Polícia Federal (PF), é responsável pelo envio de toneladas de cocaína para a Europa. 

Fontes indicam que a prisão do chamado Irmão Mendes é apenas questão de tempo, já que agências nacionais e internacionais seguem monitorando o paradeiro do acusado.

Já Hermógenes Aparecido Mendes Filho, de 49 anos, irmão de Mendes, está preso desde o dia 8 de dezembro de 2023, quando foi deflagrada a operação que revelou um esquema de tráfico internacional de drogas. 

Dono de fazendas nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, além de imóveis de luxo e empresas de transporte, Mendes Filho permanece detido na Penitenciária Estadual da Gameleira II, em Campo Grande. Ele tentou transferência para o presídio de Dourados, mas a Justiça negou esse pedido.

Mendes, também investigado, escapou da operação ao se encontrar em território paraguaio no momento da investida policial. Ele é dono de restaurantes em Dourados e Ponta Porã, além de uma cobertura em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. 

Apurações apontam que ele teria recebido apoio de um político paraguaio para evitar a prisão. O mesmo, posteriormente, emitiu nota contestando essa informação. 

MODUS OPERANDI

A investigação revelou que o grupo utilizava caminhões para transportar a droga do Paraguai até o Rio de Janeiro, onde era despachada para o exterior. Em um dos flagrantes, 160 quilos de cocaína foram encontrados escondidos dentro de pneus. 

Também foram descobertos colchões com compartimentos secretos para ocultar tabletes da droga, evidenciando a inovação do grupo no modus operandi.

FACÇÕES CRIMINOSAS

A investigação da PF aponta que o grupo dos irmãos Mendes estaria diretamente ligado ao Comando Vermelho, facção criada no Rio de Janeiro.

Segundo a PF, uma das provas sobre essa ligação com a facção carioca estaria no fato de Jorge Teófilo Samudio Gonzalez, conhecido como Samura e considerado uma das principais lideranças da organização, ter como endereço em Dourados o mesmo local onde residiria Mendes Filho. 

Em fevereiro do ano passado, decisão da 3ª Vara Federal de Campo Grande expôs a conexão entre os irmãos Mendes e o Comando Vermelho, com vínculos estabelecidos desde 2014. 

Além dos três serem de Capitan Bado, cidade paraguaia, a investigação revela que a parceria envolvia tráfico de drogas e movimentações milionárias.

No caso da residência registrada como domicílio de Mendes Filho, outras pessoas investigadas também declararam o imóvel como endereço em cadastros oficiais, fortalecendo os indícios de associação criminosa.

De acordo com a decisão, o local era utilizado como base para a exportação de drogas recebidas pelos irmãos Mendes. A estrutura do galpão mencionado servia para armazenar e distribuir entorpecentes.

As autoridades federais identificaram operações criminosas ao longo de quase uma década envolvendo os acusados.

Segundo as informações que estão sendo apuradas, apesar de Mendes Filho estar ligado ao Comando Vermelho, Mendes teria atuação junto a família Mota, que tem parceria com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Tanto Antonio Joaquim da Mota quanto Antonio Joaquim Mendes Gonçalves da Mota (pai e filho) são procurados pela Justiça. O filho está foragido desde 2023, enquanto o pai fugiu no ano passado, após ser solto.

DENÚNCIAS E RÉUS

Em abril do ano passado, a Justiça Federal aceitou a denúncia contra os irmãos Mendes e outros envolvidos. Hermógenes Mendes Filho e Ronaldo Mendes, com Wuillhan Rojas, Cristiane Maran Milgarefe da Costa, Markus Verissimo de Souza, Luan Yamashita Gonçalves, Jair Marques Neto e Eduardo Faustino dos Santos, respondem por organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Porém, o juiz Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini rejeitou as acusações de tráfico transnacional e associação para o tráfico contra os envolvidos no flagrante ocorrido no Rio de Janeiro, apontando incompetência territorial.

DEFESA CONTESTA

Em julho do ano passado, a defesa de Mendes divulgou nota negando sua participação no tráfico de drogas, afirmando que as acusações contra ele se limitam à lavagem de dinheiro. 

Segundo o advogado Luiz Gustavo Battaglin Maciel, o restaurante Audaz, citado como parte do esquema, era um estabelecimento lucrativo e operava legalmente.

A defesa também negou que Mendes tenha fugido com ajuda política e questionou a falta de provas concretas sobre sua suposta participação no esquema. 

Apontou ainda que o restaurante não funcionava como fachada, ressaltando a necessidade de uma investigação mais aprofundada sobre o faturamento do negócio.

Por fim, a defesa reiterou confiança na Justiça para provar a inocência de Mendes, destacando o princípio da presunção de inocência e do devido processo legal.

SAIBA

Durante a Operação Santus, deflagrada no dia 8/12/2023, a Polícia Federal buscou cumprir mandados em quatro estados brasileiros. Em MS, as ações ocorreram em Dourados e Campo Grande.

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Cidades

MS tem três cidades entre as mais quentes do Brasil e seis entre as mais secas

Confira a previsão do tempo para esta quarta-feira (8) em Mato Grosso do Sul

08/01/2025 09h10

Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Nos últimos dias, municípios de Mato Grosso do Sul têm figurado entre os mais quentes e secos do Brasil. Na última segunda-feira (6), cinco cidades do estado estavam entre as 10 mais secas do país, e duas entre as mais quentes. Já na terça-feira (7), o número subiu para seis entre as mais secas e três entre as mais quentes. Os dados são do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Os municípios mais secos foram Jardim e Porto Murtinho, com 13% de umidade relativa do ar. Eles aparecem em terceiro e quinto na tabela - que segue ordem alfabética - abaixo dos municípios de Floresta (PE) e Jaguaribe (CE), e Monteiro (PB) que também tiveram 13% de umidade.

Amambai e Ponta Porã tiveram umidade mínima de 14%; Ivinhema e Itaquirai de 17%.

Fora do "Top 10", mas também com umidades baixas, se destacam os municípios de Dourados (20% de umidade relativa do ar); Juti e Sete Quedas (21%); e Bataguassu e Água Clara (22%).

Além da baixa umidade, Porto Murtinho também registrou a temperatura mais alta do Brasil na terça-feira (7), de 40,1 ºC. Também aparecem entre as 10 cidades com maiores temperaturas os municípios de Água Clara (38,7%) e Amambai (37,9%).

Previsão do tempo

A previsão do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec) para esta quarta-feira (8) indica altas temperaturas, que podem alcançar os 39ºC em algumas municípios, como Dourados, por exemplo.

Mesmo com o tempo quente, podem ocorrer chuvas em diferentes regiões do Estado, inclusive com possibilidade de tempestade acompanhada de raios de forma pontual em algumas cidades.

"Este cenário com predomínio de sol e variação de nebulosidade ocorre devido atuação de alta pressão atmosférica, que favorece o tempo mais quente", explica o Cemtec.

Confira as máximas e mínimas esperadas:

Campo Grande: máxima de 34°C, com mínima de 23°C;

Região do Pantanal, em Corumbá: a mínima fica em 26°C e a máxima de 33°C;

Dourados: pode chegar a 39°C, com mínima de 21°C;

Na região de fronteira, em Ponta Porã: máxima de 38°C, com mínima de 23°C.

Chuvas

Segundo o Cemtec, os maiores acumulados de chuva são previstos para as regiões centro-norte, pantaneira, nordeste e leste.

Há um alerta do Inmet para "Perigo Potencial" de "Chuvas Intensas", que abrange as regiões Centro Norte e Leste de Mato Grosso do Sul. Com destaque para 25 municípios: Água Clara; Alcinópolis; Aquidauana; Bandeirantes; Camapuã; Cassilândia; Chapadão do Sul; Corguinho; Corumbá; Costa Rica; Coxim; Figueirão; Inocência; Ladário; Miranda; Paraíso das Águas; Paranaíba; Pedro Gomes; Ribas do Rio Pardo; Rio Negro; Rio Verde de Mato Grosso; Rochedo; São Gabriel do Oeste; Sonora; e Três Lagoas.

O alerta é publicado quando há riscos de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas. São esperadas chuvas entre 20 e 30 mm/h ou até 50 mm/dia, ventos intensos (40-60 km/h).

Instruções

Em caso de rajadas de vento:

  • não se abrigue debaixo de árvores, pois há leve risco de queda e descargas elétricas
  • não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda
  • evite usar aparelhos eletrônicos ligados à tomada.

Mais informações podem ser obtidas junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193).

Prognóstico do verão (Jan-Fev-Mar)

O verão em Mato Grosso do Sul será de calor intenso, forte 'mormaço' e chuvas de rápida duração, as famosas "chuvas de verão".

A informação foi divulgada pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), em publicação de prognóstico da estação climática no estado. O verão começou oficialmente em 21 de dezembro e vai até 20 de março.

Ainda segundo o Cemtec, o forte calor deve superar as médias históricas para o período. Este cenário favorece a formação de ondas de calor, nos momentos em que não houver ocorrência de nuvens e chuvas.

As chuvas, contudo, deverão ter rápida duração e ocorrer de maneira irregular. Essa irregularidade pode agravar a recuperação das condições hídricas da região, o que acende um alerta para o setor agropecuário. 

Conforme o Cemtec, mesmo que as chuvas se mantenham dentro da média histórica no próximos meses, isso não será suficiente para reverter o cenário de seca que afeta a região central do país, incluindo o estado de Mato Grosso do Sul. Nesse sentido, para os pesquisadores, o cenário é de incerteza.

Essa tendência incerta está diretamente relacionada ao fenômeno La Niña. O evento climático provoca o resfriamento das águas do Oceano Pacífico, o que impacta na ocorrência irregular das chuvas e na imprevisibilidade do clima no estado.

*Colaborou Lucas Caxito

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