O caseiro João Carlos Rosa Neves, 35 anos, é apontado pela Polícia Militar (PM) como o responsável por passar as informações para que o vigilante Antônio Wanderley Rocha da Luz, 30 anos, e o adolescente W.V.O, de 15 anos, invadissem a chácara da família do agropecuarista na noite desta quinta-feira. O acusado trabalhava com as vítimas há cerca de cinco meses.
Conforme a PM, o caseiro repassou detalhes da rotina das vítimas e em troca das informações ficou com R$ 500, que os comparsas roubaram dos casais. O crime ocorreu entre a noite de quinta e madrugada de sexta-feira. No sábado, João deixou um bilhete para os patrões dizendo apenas que estava indo embora para o município de Rio Brilhante, o que levantou suspeita da polícia.
O caseiro é considerado foragido, bem como o menor W.V.O., que estaria de posse de relógio avaliado em R$ 16 mil e um revólver calibre 32, utilizado para praticar o assalto. Já Wanderley era vigia de uma chácara vizinha a das vítimas e foi preso no início da tarde de ontem, quando chegava a seu local de trabalho.
O homem apontado como um dos autores tem antecedente criminal por receptação, porte ilegal de arma de fogo e ameaça.
Receptadores
Dois pedreiros foram conduzidos na tarde de ontem até o Pelotão da PM, nas Moreninhas, para prestar esclarecimento. Eles foram surpreendidos com pertences das vítimas. Um deles tem 41 anos e contou que recebeu de Antônio um notebook e uma câmera digital como parte do pagamento de uma dívida de R$ 920.
O trabalhador explicou que vendeu uma motocicleta para o acusado e ele ficou devendo parte do pagamento, que deveria ser quitado no dia 22 deste mês. "Ele falou que não tinha o dinheiro para me dar e me passou um notebook por R$ 600 e uma máquina por R$ 200. Faltou R$ 120, mas ele ia me dar hoje (ontem) à noite", esclareceu.
O outro pedreiro, de 39 anos, relatou que o acusado o procurou na sexta-feira querendo trocar um carro Belina pelo Chevette do trabalhador. Antônio pagou a diferença de R$ 1,2 mil da negociação com uma TV de 29 polegadas, um aparelho celular e uma furadeira. "Ele frequentava a minha casa, tomava tereré com a minha família e a gente jamais desconfiava de uma coisa dessas", comentou.
Antônio disse aos pedreiros que havia recebido os objetos de uma pessoa que lhe devia. (VS)