Cidades

Julgamento

Caso Sophia: Justiça nega pedido e mãe e padrasto serão julgados juntos

Stephanie de Jesus da Silva e Christian Campoçano Leitheim serão julgados nos dias 21 e 22 de novembro

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A Justiça negou o pedido dos advogados de defesa da ré Stephanie de Jesus da Silva, mãe de Sophia de Jesus Ocampo, de ser julgada separada do ex-parceiro e padrasto da criança, Christian Campoçano Leitheim.

Além disso, adiantou a data do júri, que agora acontecerá nos dias 21 e 22 de novembro.

Sophia de Jesus Ocampo morreu no dia 26 de janeiro de 2023, aos 2 anos, vítima de uma série de violências sofridas na casa onde morava com a mãe e o padrasto. Stephanie e Chirstian foram presos no dia seguinte em que foi constatada a morte, visto que as autoridades interpretaram que as violências estavam diretamente associadas aos dois.

Inicialmente, o júri popular estava marcado para acontecer nos dias 12, 13 e 14 de março. No entanto, após um recurso dos advogados de defesa, foi adiado em quase oito meses. O caso, que aconteceu em Campo Grande, chocou todo o estado e teve repercussão nacional, deverá ser finalmente "concluído" em novembro, 1 ano e 10 meses após o crime.

Stephanie de Jesus da Silva responde por homicídio doloso e omissão por motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos e está sendo assistida pela Defensoria Pública. Christian Campoçano Leitheim foi denunciado pela promotoria de justiça por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, meio cruel e contra menor de 14 anos, e estupro de vulnerável.

Relembre o caso

No dia 26 de janeiro de 2023, Stephanie de Jesus da Silva, de 25 anos, levou a pequena Sophia de Jesus Ocampo para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Coronel Antonino, em Campo Grande. As enfermeiras que realizaram o primeiro atendimento constataram que a menina já apresentava rigidez cadavérica quando chegou à unidade. 

Posteriormente, a perícia constatou que a criança havia morrido 7 horas antes de chegar à UPA. O laudo necroscópico do Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) indicou que Sophia morreu por um traumatismo na coluna causado por agressão física. Além das diversas lesões no corpo, a criança apresentava, ainda, sinais de estupro.

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estadomensagens trocadas entre a mãe de Sophia e o padrasto indicam que a dupla já sabia que a menina estava morta.

No diálogo que aconteceu naquele dia, por meio de um aplicativo de mensagens, Christian e Stephanie discutiam o que diriam para justificar o falecimento da criança. 

“Eu não tenho condições de cuidar de filhos. [...] Eu te avisei que sua vida ia ficar pior comigo, mas você não acreditou”, disse Christian Leitheim à mãe de Sophia. 

Na mesma conversa, o homem ainda ameaça tirar a própria vida após Stephanie o informar que Sophia está morta. As mensagens foram trocadas quando a mãe da menina estava na Unidade de Pronto Atendimento.

“Tô saindo. Não vou levar o celular e nem identidade para, quando me acharem, demorar para reconhecer ainda. Desculpa, Stephanie, vou sair da sua vida”, disse o padrasto em uma das mensagens. 

Ainda de acordo com o documento a que o Correio do Estado teve acesso, logo após dar a notícia da morte da criança, Stephanie conta que exames constataram que Sophia tinha sido estuprada. Esse fato foi relatado pela mãe à polícia quando prestou os primeiros esclarecimentos e confirmado por meio de laudo necroscópico.

“Disseram que ela foi estuprada”, disse Stephanie, ao que Christian respondeu: “Nunca. Isso é porque não sabem o que aconteceu com ela e querem culpar alguém. Sei que você não vai acreditar em mim”. 

O padrasto completou: “Se você achar que é verdade, pode me mandar preso, pode fazer o que quiser”

Durante o diálogo, ele ainda deixa a entender que não teria sido a primeira vez que Sophia havia sofrido algum tipo de agressão, já que ele disse para a mãe “inventar qualquer coisa” que justificasse os hematomas.

“Fala que se machucou no escorregador do parquinho, igual da outra vez”, sugeriu. 

Em dois anos e sete meses de vida, Sophia já havia passado por pelo menos 30 atendimentos nas unidades de saúde.

Primeira audiência

primeira audiência de instrução - um ato processual que serve, principalmente, para colher todas as provas das partes e depoimentos das testemunhas - do "Caso Sophia" foi realizada no dia 17 de abril.

Foram ouvidas seis testemunhas: o pai biológico da vítima, um investigador de Polícia Judiciária, pai e mãe de Stephanie, e uma ex-namorada de Christian.

Apesar de não prestar depoimento, o padrasto da vítima se recusou a comparecer à primeira audiência.

Avô e avó maternos de Sophia, pais de Stephanie de Jesus da Silva, foram os primeiros a serem ouvidos.

Silva explicou que não era muito próximo de sua filha, já que se divorciou da mãe de Stephanie há 21 anos. Segundo ele, a filha sempre reclamou da ausência dos pais. Apesar de não haver tanta proximidade, o homem afirmou já ter visto hematomas na criança, mas nunca imaginou que Sophia era espancada. 

O avô da vítima ainda acrescentou que ele e a avó da menina já tinham medo da Sophia ser estuprada, porque desde que Stephanie havia passado a morar com Christian a casa "vivia cheia de homens".

A mãe de Stephanie, Delziene da Silva de Jesus, relatou que a filha se afastou depois de ter conhecido Christian, e que chegou a proibi-la de entrar na residência do casal.

"Depois que ela conheceu o Christian mudou por completo. Ela se afastou de mim porque não gostava que eu interferia, ela me proibiu de entrar na casa dela".

Por conta do contato reduzido, Delzirene afirmou não ter conseguido notar os sinais de violência, e só constatou as agressões quando viu o laudo médico. 

Stephanie procurou pela mãe no dia em que Sophia morreu. "Eu fui recebendo mensagens de que a Sophia estava passando mal, e recebi uma foto da menina dormindo. Sthephanie informou que iria esperar para levar a menina para o UPA", afirmou a testemunha.

Chegando à Unidade, Stephanie ligou para sua mãe para informar que Sophia estava morta. Delzirene acredita que Stephanie foi conivente com a violência sofrida pela criança.

"Por conta das mensagens que ela foi me mandando durante o dia, por conta da enfermeira relatar que Sophia estava há mais de quatro horas morta, não tinha como ela não saber que ela estava morta", disse. "Nas mensagens ela estava com a voz apavorada, de uma forma diferenciada. Ela estava chorando quando me mandou um áudio falando que a Sophia tinha morrido", concluiu Delziene.

Além dos avós, foram ouvidos o pai biológico de Sophia, um investigador e a ex-namorada de Cristian, que já tem medida protetiva contra ele por violência doméstica.

Andressa Fernandes, a ex-namorada, foi ouvida como informante. Ela teve um casamento de dois anos com Christian, com quem tem um filho. No depoimento, afirmou que Christian sempre bateu nela e no filho do casal

Em uma ocasião, Andressa foi chamada para limpar a casa em que Sophia morava com Stephanie e Christian, e relatou que o ambiente era extremamente sujo. A testemunha ainda confirmou que os tutores eram agressivos com a criança.

"Eu sei dizer que as poucas coisas que eu presenciei foi que eles eram agressivos com a Sophia".

Nesse dia, a mulher afirmou não ter dito nada a ninguém por medo de que Christian agredisse o filho.

Em entrevista concedida ao Correio do Estado após a primeira audiência, a advogada Janice Andrade, que representa o pai de Sophia, Jean Carlos Ocampo, e seu marido, Igor de Andrade, afirmou que um dos depoimentos mais esclarecedores foi o de Andressa, porque ele trouxe à tona o caráter agressivo de Christian.

Christian Campoçano Leitheim foi denunciado pela promotoria de justiça por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos, e estupro de vulnerável. Stephanie de Jesus da Silva deve responder por homicídio doloso e omissão por motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos e está sendo assistida pela Defensoria Pública. 

Segunda Audiência

A segunda audiência para ouvir testemunhas no processo que trata da morte da menina Sophia foi suspensa após uma confusão generalizada entre os advogados de defesa de Christian Leitheim, padrasto de Sophia e o juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete. 

Antes da suspensão, cinco testemunhas tiveram tempo de ser ouvidas. A primeira foi a vizinha do casal, que relatou que os dois agrediam os cachorros, e que as crianças choravam muito.

Ela confirmou ainda que a casa era suja e mantida em péssimas condições. Além disso, afirmou que não reparava se a casa costumava receber muitas pessoas de fora, mas que seu pai, que frequenta um bar nos arredores, já havia comentado sobre a movimentação na residência.

"Meu pai disse que às vezes eles amanheciam, e entravam muitos homens na casa", afirmou.

No dia da morte de Sophia, Elisângela viu o momento em que Stephanie saiu com a menina para a Unidade de Pronto Atendimento, e disse durante a audiência que havia pensado que Sophia estava "desfalecida" no colo da mãe.

A segunda testemunha ouvida nesta tarde, Lauricéia Amaral de Carvalho, atua como agente de saúde na região em que Sophia morava com a mãe. Durante o depoimento, afirmou que quando esteve na casa não conseguiu notar se as crianças eram agredidas, já que apenas a filha de Christian com Stephanie estava no local.

"Eu passei dia 11 de janeiro, era uma área nova. O Christian estava em casa, fiz o cadastro, mas ele não encontrou as carteirinhas de vacinação. Apenas a filha dos dois estava em casa", afirmou.

Outro vizinho do casal, Ronaldo Correa, afirmou que morou ao lado da família por cinco meses, mas que não se recorda de brigas entre o casal. Além disso, pontuou que "de vez em quando" havia festa na residência.

Testemunhas de defesa

A quarta testemunha a depôr nesta tarde foi uma colega de trabalho da mãe de Sophia. Micauani Amorim, gerente da loja onde Stephanie trabalhava, disse que a mulher costumava faltar, alegando que levaria a menina no posto. Inclusive, essa foi a justificativa apresentada quando faltou no dia da morte da Sophia.

"Antes da morte da Sophia, a Stephanie era tranquila e parecia uma pessoa sem problemas. Antes dela começar a faltar era a melhor vendedora da loja", afirmou.

Micauani explicou que mantinha apenas relações profissionais com Stephanie, mas que já havia presenciado agressões à Sophia em uma ocasião.

A última testemunha que conseguiu finalizar seu depoimento foi a melhor amiga de Stephanie, e madrinha de Sophia. Ela afirmou que antes da mulher conhecer Chritian ela era outras pessoa.

A amiga afirmou ainda que depois que Stephanie mudou de casa se afastou da amiga, e aparentava estar infeliz.

Respondendo aos questionamentos do juiz, ela afirmou que Stephanie não mataria a Sophia, mas alegou que a mãe teria sido omissa ao ignorar as marcas e hematomas no corpo da criança.

Essa testemunha acha que o Christian poderia ter matado e abusado da Sophia, mas também acredita que outra pessoa poderia ter feito, já que a casa vivia cheia de homens.

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Paranaíba

Mulher que matou marido já havia esfaqueado o filho 16 vezes em crime anterior

A idosa de 71 anos foi presa em flagrante no último domingo (6), após o marido ser esfaqueado em Paranaíba. Aos policiais, ela confessou que havia matado o próprio filho a facadas há quatro anos.

08/10/2024 14h02

Delegacia de Polícia Civil do município de Paranaíba

Delegacia de Polícia Civil do município de Paranaíba Divulgação/ Hora da Notícia

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A idosa de 71 anos foi presa em flagrante no último domingo (6) após o marido ser esfaqueado em Paranaíba. Aos policiais, ela confessou que matou o próprio filho a facadas há quatro anos.

Emília Maria de Jesus, de 71 anos, foi presa neste final de semana após matar o marido, João Teodoro do Prado, de 66 anos, a facadas em Paranaíba, a 407 quilômetros de Campo Grande. De acordo com as investigações, há quatro anos, a idosa confessou ter matado o filho por legítima defesa, com 16 facadas, no mesmo município.

A idosa foi encontrada ensanguentada na calçada da residência, por volta das 16h deste domingo (6), onde ocorreu o crime. Ela foi encaminhada ao hospital para atendimento médico e, logo depois, levada a uma delegacia para prestar depoimento.

Testemunhas relataram aos policiais que um veículo parou em frente à residência, no Bairro Daniel II, quando a idosa saiu do carro e entrou na casa. Após pouco tempo, Emília foi vista saindo do imóvel ensanguentada e caiu na calçada. A mulher foi socorrida com ferimentos no tornozelo e encaminhada ao hospital para atendimento médico.

Em depoimento com os vizinhos da mulher, foram relatos que o casal brigava constantemente e que a idosa apresentava sempre um comportamento agressivo com o marido. 

Diante das informações, Emília foi interrogada na delegacia. Aos policiais, ela detalhou que, em setembro de 2020, matou o filho, Agmar Quirino de Almeida, de 50 anos, com 16 facadas, por legítima defesa.

Na época do crime, Emília afirmou que o filho pegou uma faca e a atacou, momento em que a idosa caiu ao chão e foi chutada por Agmar.

A idosa ainda relatou que ela e o filho entraram em luta corporal, momento em que se levantou, pegou a faca que estava sobre a mesa e desferiu 16 golpes contra o filho. O homem morreu no local. Ela chegou a ser presa, mas conseguiu liberdade provisória e responde pelo crime em liberdade.


Assassinato 

Segundo investigações, João Teodoro do Prado, de 66 anos, foi assassinado a facadas neste domingo (6), em Paranaíba, a 407 quilômetros de Campo Grande. A idosa foi encontrada por testemunhas ensanguentada em frente ao imóvel onde ocorreu o crime.

A corporação policial foi acionada por volta das 16h e encontrou a idosa inconsciente na calçada, com as roupas ensanguentadas. Com lesões no tornozelo, a mulher foi encaminhada ao hospital, onde ficou sob observação.

Dentro da casa, João Teodoro foi encontrado morto em um dos cômodos. Ele apresentava diversas perfurações de faca pelo corpo. Ao ser interrogada, a mulher optou por permanecer em silêncio.

Testemunhas relataram aos policiais que o casal tinha registros de brigas e separações e que, neste domingo, Emília chegou à residência em um veículo e o deixou. Minutos depois, ela foi vista saindo da casa, toda ensanguentada.

Depois de ser atendida no hospital, ela foi encaminhada à delegacia para depoimento e registro da ocorrência.

 

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Cidades

Homem é preso após estuprar a própria filha por 6 anos

Denúncia foi feita pela vítima à coordenação da escola no município de Dourados; mãe relata que nunca desconfiou de nada

08/10/2024 13h15

Homem é preso após estuprar a própria filha por 6 anos

Homem é preso após estuprar a própria filha por 6 anos Polícia Civil

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Um homem de 35 anos foi preso após estuprar a própria filha por 6 anos, o caso aconteceu na última sexta-feira (04), no município de Dourados. A denúncia chegou a partir do Conselho Tutelar, que foi acionado pela escola onde a vítima estuda, no distrito da Vila Vargas - local onde a família também reside, em um sítio.

De acordo a documentação escolar apresentada pelas testemunhas (todas conselheiras tutelares), a adolescente procurou a coordenação pedagógica e contou sobre o abuso sexual sofrido na madrugada do mesmo dia, sendo praticado por meio de conjunção carnal e atos libidinosos nos seios. 

Foi relatado também que os abusos aconteciam desde que a menina tinha 8 anos de idade, incluindo sexo anal. Atualmente a vítima tem 14 anos.

Segundo o médico legista responsável pela realização do exame de corpo de delito, a adolescente possui hímen rompido e cicatrizado, o que confirma a versão da menina, que os abusos ocorrem há anos.

Em depoimento, a mãe apenas afirmou que a adolescente nunca teve namorados e ressalta que nunca desconfiou de nada.

Diante da situação apresentada, o autor dos fatos foi preso em flagrante e teve a prisão preventiva decretada após audiência de custódia.

Crime

Em agosto deste ano, o Correio do Estado noticiou que em 8 meses foram registrados 1.335 boletins de ocorrência denuncinando estupros em Mato Grosso do Sul. Destes, 1.076 apontam para vítimas com idade inferior aos 18 anos, número que corresponde a 80,5% dos registros, ou seja: quatro a cada cinco vítimas de estupro têm entre 0 e 17 anos.

Os dados são da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de MS (Sejusp), que divide as faixas-etárias em criança (0 a 11 anos) e adolescente (12 a 17 anos).

As crianças são a maioria das vítimas, e representam, sozinhas, 46,2% dos casos no Estado, com 618 registros.

Já os adolescentes são o segundo grupo mais vulnerável, com 458 registros, que correspondem a 34,3% dos casos.

Vale reforçar que os números representam apenas aqueles casos que chegaram ao conhecimento da polícia, ou seja, o número de vítimas deve ser ainda maior.

Saiba

Para denunciar casos de abuso e exploração sexual contra crianças, há canais como o Disque 100 (Disque Direitos Humanos), o Conselho Tutelar e o número 190 de emergência policial.

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