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Caso suspeito de poliomielite no Brasil deixa MS em alerta

Paralisia nos membros inferiores de uma criança de três anos pode ser primeiro caso da doença no País em 33 anos; no Estado, vacinação segue abaixo da meta

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Com a baixa vacinação e a suspeita de um caso de poliomielite no estado do Pará, notificado nesta semana, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) está em alerta para o possível ressurgimento da paralisia infantil no Brasil. 

Em todo o Estado, apenas 55,7% do público-alvo foi vacinado contra a poliomielite neste ano. Ao todo, a estimativa era de que 173.154 crianças de até 4 anos fossem imunizadas contra a doença. 

No entanto, a campanha deste ano contou com a procura pela imunização nos postos de saúde de 96.506 crianças. De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Flávio Britto, há uma grande preocupação na atual taxa de vacinação de Mato Grosso do Sul.

Por esta razão, a SES informou aos municípios que estenderá a campanha contra a poliomielite até o dia 28.

“Temos menos de 60% de cobertura vacinal da poliomielite, e o Estado tem autonomia para fomentar e estender as campanhas. Criamos um incentivo para as 508 salas de vacinação, que podem atender em horário extra, com busca ativa, para os municípios criarem suas estratégias de vacinação”, declarou o titular da SES. 

META DE VACINAÇÃO

De acordo com a SES, dos 79 municípios de MS, 31 cidades atingiram a meta de vacinação, com 95% das crianças imunizadas contra a paralisia infantil. 

Na Capital, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informou ao Correio do Estado que apenas 24% das crianças foram vacinadas, o que representa, aproximadamente, cerca de 12,9 mil das 54 mil crianças que deveriam tomar o imunizante. 

Segundo a Sesau, o caso suspeito no País gera um alerta em todo o território nacional sobre a possibilidade de surto da doença. 

“A Organização Mundial da Saúde (OMS) havia informado que, justamente em razão da baixa cobertura vacinal, o risco de reintrodução do vírus no País era elevado. É importante frisar a necessidade da conscientização dos pais e responsáveis para que a criança exerça o seu direito de se vacinar”, informou a secretaria. 

Na tentativa de ampliar o serviço e promover uma busca ativa para que as crianças sejam vacinadas em Campo Grande contra a poliomielite, a Sesau está levando o imunizante às escolas. 

“Temos intensificado as ações de vacinação nas Escolas Municipais de Educação Infantil [Emeis]. Mesmo com o fim da Campanha Nacional, no dia 30 de setembro, estas ações continuam sendo realizadas pelas unidades de saúde”, disse a secretaria.

De acordo com a SES, Campo Grande, Ribas do Rio Pardo, Coxim e Anaurilândia possuem as piores taxas de vacinação contra a poliomielite.

“Fazemos um apelo para que não deixem de se vacinar, porque a vacina salva. As pessoas mais novas não têm esta memória ativa de como é ter um parente ou vizinho com a paralisia infantil, acredito que é por este motivo que a taxa está tão baixa”, disse o secretário Flávio Britto.

CASO SUSPEITO

A suspeita de paralisia infantil no estado do Pará foi notificada após a detecção do poliovírus nas fezes de um paciente de três anos, em exame realizado depois de a criança apresentar um quadro de paralisia nos membros inferiores.

A criança começou a apresentar os sintomas da doença em 21 de agosto, como febre, dores musculares, mialgia e um quadro de paralisia flácida aguda, um dos sintomas mais característicos da poliomielite. 

Dias depois, perdeu a força nos membros inferiores e foi levada por sua responsável a uma Unidade Básica de Saúde (UBS), no dia 12 de setembro.

De acordo com um relatório de comunicação de risco divulgado pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs/Sespa), ainda há outras hipóteses de diagnósticos considerados para o caso, como síndrome de Guillain-Barré.

O último registro de poliomielite no Brasil ocorreu em 1989, na Paraíba. Desde 2015, a cobertura vacinal em território nacional está abaixo do mínimo recomendado, de 95%, pela Organização Mundial da Saúde. 

DOENÇA

A poliomielite, também conhecida como pólio ou paralisia infantil, é uma doença causada por um vírus chamado poliovírus. O poliovírus invade o sistema nervoso e, nos casos mais graves, pode causar paralisia. 

A poliomielite é uma doença muito contagiosa, ou seja, é transmitida de pessoa para pessoa de forma muito rápida. Ela afeta principalmente crianças menores de 5 anos, mas também pode acometer adultos. A vacinação é a única forma de prevenção. Todas as crianças menores de cinco anos devem ser vacinadas. 

SAIBA

O vírus selvagem da poliomielite também voltou a circular no continente africano. Na América do Norte, a cidade de Nova York, nos Estados Unidos, notificou um caso de poliomielite em um adulto que não teria viajado para o exterior, o primeiro registro depois de aproximadamente uma década sem a transmissão da doença no país.

 

 

PARALISAÇÃO DOS ÔNIBUS

Audiência termina sem conciliação e greve dos ônibus continua em Campo Grande

Motoristas ficaram indignados com a decisão judicial, a qual determina que 70% da frota volte a funcionar em horários de pico.

16/12/2025 19h22

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho

Muitos motoristas do Consórcio Guaicurus compareceram à audiência no Tribunal Regional do Trabalho Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Motoristas do transporte coletivo urbano de Campo Grande lotaram o plenário do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, na tarde desta terça-feira (16), para acompanhar a audiência que debateu sobre a greve que paralisou os ônibus desde segunda-feira (14).

A audiência terminou sem conciliação e possibilidades entre o Consórcio Guaicurus, Município de Campo Grande e os profissionais da categoria. No entanto, o desembargador César Palumbo Fernandes determinou que 70% da frota voltasse a funcionar nos horários de pico.

"Não pode existir greve de 100% dos serviços essenciais. A determinação judicial deve ser cumprida. Amanhã, no primeiro período, a categoria vai estar trabalhando. Amanhã, pela manhã, o sindicato vai garantir que haja no período compreendido entre 6h e 8h30, 70% da frota funcionando. De 8h30 a 17h, 50% da frota atendendo a população. Entre as 17h e as 20h, 70% da frota. E após, 50% da frota no horário normal.", disse o desembargador.

Além disso, a multa, caso os ônibus não voltem a circular na manhã de quarta-feira (17), imposta ao Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande, aumentou de R$ 100 mil para R$ 200 mil por dia de descumprimento da decisão.

Apenas metade da folha salarial de novembro foi paga, sendo que a outra parte não tem previsão de pagamento. Ao todo, a dívida em aberto chega a R$ 1,3 milhão líquidos a serem repassados aos trabalhadores.

Diante da decisão do desembargador, os profissionais da categoria se indignaram, levantaram e saíram da audiência. Demétrio Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STCU-CG), disse que a greve está mantida por decisão dos próprios motoristas.

"A gente tá muito chateado com a Justiça do Trabalho por entender que quem paga a conta é sempre o trabalhador. No nosso entendimento, 70% ele simplesmente acabou com a greve. Infelizmente, vai continuar parado. Não é o que a gente quer, a população tá sofrendo muito, vai para três dias sem ônibus em Campo Grande, mas o trabalhador também precisa receber, todo mundo que trabalha precisa receber seus vencimentos", concluiu Demétrio Freitas.

O que disse o Município?

Na audiência, representando a Prefeitura de Campo Grande, a procuradora-geral do Município Cecília Saad afirmou que os repasses foram feitos pelo Executivo e, devidamente, depositados na conta do Consórcio Guaicurus.  De acordo com a representante, o valor destinado, na última sexta-feira (12), foi de R$  3.074.148,73.

Ela também relatou que, em junho/julho de 2024, foi publicado no Diário Oficial do Estado, que o governo se comprometeu em repassar quatro parcelas em torno de R$ 3 milhões, sendo duas no ano de 2025, e a terceira e a quarta em janeiro e fevereiro de 2026, respectivamente.

Diante destas afirmações, ela solicitou ao juiz o prazo de 24 horas para juntar a documentação e comprovar o pagamento ao Consórcio, o qual foi aceito pela autoridade.

Consórcio afirma que não tem dinheiro

Temis de Oliveira, presidente do Consórcio Guaicurus, confirmou o recebimento por parte da Prefeitura, mas alega que há outras pendências a serem pagas além da folha salarial, como os gastos com manutenção, diesel, mecânico, etc.  

"Hoje, o consórcio não tem caixa para pagar a parcela de 50% de novembro. Desses R$ 3 milhões (recebidos), haviam recursos que eram devidos de meses passados e a gente tinha outros compromissos".

"Sem aporte de alguma dessas verbas (cerca de R$ 4 milhões a serem recebidas pelo Consórcio), não temos mais saúde financeira, crédito nos bancos para poder buscar e resolver esses acordes", disse o prsidente Temis de Oliveira. Ele complementa: "Nós vamos procurar conversar com a Prefeitura para receber o que nós temos a receber ainda e negociar, negociar o tempo inteiro".

O presidente do Consórcio Guaicurus lembra que há o cumprimento do quarto termo aditivo do contrato, que precisa ser apurado mensalmente e um valor a ser recebido, algo que não ocorre desde 2022.

"Tem uma obrigação da AGEREG para, ao final de cada mês, fazer a apuração da diferença da tarifa pública para a tarifa técnica ou tarifa de remuneração e a prefeitura buscar os meios para pagar. Isso não tem sido pago desde 2022. Nós buscamos o recebimento dessas verbas também".

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ALERTA

OMS emite alerta sobre falsificação de medicamento usado no tratamento do câncer de mama

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa

16/12/2025 19h00

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado Divulgação

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a circulação de versões falsificadas do medicamento palbociclibe, comercializado sob o nome Ibrance.

O remédio, apresentado em cápsulas, é utilizado no tratamento do câncer de mama em estágio avançado.

De acordo com a OMS, os medicamentos falsificados foram identificados em países da África, do Mediterrâneo Oriental e da Europa.

Ao todo, nove lotes do produto foram relatados à organização em novembro deste ano, com registros na Costa do Marfim, Egito, Líbano, Líbia e Turquia.

Segundo o comunicado, os produtos falsificados foram oferecidos aos consumidores por meio de plataformas online e também encontrados em farmácias dessas regiões.

Fabricado pela Pfizer, o Ibrance tem alto custo. No Brasil, conforme dados da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), a menor dosagem do medicamento pode chegar a R$ 10.182.

Lotes falsificados

Os lotes confirmados como falsificados são: FS5173, GS4328, LV1850 e TS2190.

Já os lotes considerados suspeitos, ou seja, possivelmente falsificados, são: GK2981, GR6491, GT5817, HJ8710 e HJ8715.

A OMS classifica esses medicamentos como falsificados por apresentarem, de forma enganosa, informações sobre identidade, composição e origem.

Testes realizados pela Pfizer indicaram que as amostras analisadas não continham nenhum princípio ativo farmacêutico.

Além disso, foram identificadas discrepâncias nas embalagens. Alguns produtos falsificados chegaram a utilizar números de lote legítimos, mas apresentavam anomalias na embalagem, na serialização e na impressão das cápsulas.

Riscos e recomendações

De acordo com a OMS, o uso de medicamentos falsificados, como no caso do Ibrance, pode resultar em falha no tratamento, progressão descontrolada do câncer e aumento do risco de morte devido à ausência de efeito terapêutico.

A organização orienta que profissionais de saúde comuniquem quaisquer reações adversas inesperadas, ausência de resposta ao tratamento ou defeitos de qualidade às autoridades regulatórias nacionais ou aos sistemas locais de farmacovigilância. Em caso de identificação de lotes suspeitos ou falsificados, a recomendação é notificar a OMS.
 

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