As notificações dos casos de dengue caíram 67% em Mato Grosso do Sul nos últimos dois anos, é o que apontam os dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Conforme o boletim de dados semanais da dengue, foram registrados 13,2 mil casos prováveis do vírus em março de 2023, números que caíram para 4,3 mil no mesmo período de 2025.
Em relação aos casos confirmados, também houve queda de 5,5 mil para 1,4 mil confirmações, 74% de redução ao longo dos últimos dois anos. Naquele momento, os municípios com maior incidência do vírus em relação ao tamanho da população eram Batayporã, Bodoquena, Jaraguari e Corumbá. Em 2025, Jateí, Selvíria, Japorã e Dourados lideram o índice.
Ano |
Casos prováveis |
Casos confirmados |
Mortes |
2025 |
4.308 |
1.424 |
4 |
2024 |
7.490 |
2.412 |
4 |
2023 |
13.235 |
5.550 |
5 |
*Dados referentes à semana 10 do boletim epidemiológico em cada ano
Campo Grande
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), o índice de casos notificados em Campo Grande, com dados do início deste mês, estava atrás apenas dos de Juti, Taquarussu e Novo Horizonte do Sul, municípios que até então sequer haviam registrado episódios da doença.
Segundo os números da Sesau, que estão mais atualizados, foram notificados 631 casos prováveis na Capital, ainda assim, a incidência por 100 mil habitantes continua baixa.
Conforme a superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Veruska Lahdo, a boa situação pode ser creditada a vários fatores, como a implantação do método wolbachia e o trabalho das equipes de saúde.
“A Wolbachia é uma das ferramentas que auxiliam no combate ao vetor causador de dengue. Essa ferramenta, aliada às demais atividades desenvolvidas pela Coordenadoria de Controle de Vetores, é que resulta nesses números positivos. As intensificações das visitas domiciliares, a borrifação com fumacê, o trabalho de educação em saúde realizado nas escolas e com a população... Então, é um conjunto de fatores”, avaliou Veruska Lahdo.
A última vez que houve um decreto de epidemia foi em 2020, quando mais de 20 mil casos de dengue foram notificados ao longo do ano. O número, apesar de parecer alto, é menor que o de anos anteriores, como em 2019, quando foram 44,9 mil casos notificados.
E foi justamente em 2020 que Campo Grande começou a implantar o método wolbachia, que consiste na soltura de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, que impede que os vírus da dengue, da zika e da chikungunya se desenvolvam no mosquito. A medida ajuda a reduzir os casos porque busca introduzir na natureza insetos com a bactéria.
Vacinação
Até o início deste mês, 126.409 doses da vacina contra a dengue foram aplicadas para o público-alvo. No total, Mato Grosso do Sul recebeu 207.796 doses do imunizante pelo Ministério da Saúde.
O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre as doses. A vacinação contra a dengue é recomendada para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, 11 meses e 29 dias de idade.
A faixa etária concentra o maior número de hospitalizações por dengue, dentro do quadro de crianças e adolescentes de 6 a 16 anos de idade.
*Colaborou Daiany Albuquerque