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Chuva expande buracos feitos pela prefeitura no Nova Lima

A situação mais crítica está localizada na Rua Albertina Pimentel, onde as obras de implementação da rede de esgoto estão se transformando em crateras

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O tempo chuvoso das últimas semanas resultou na expansão de crateras no Bairro Nova Lima, em Campo Grande. Inicialmente, os buracos foram abertos pela prefeitura da Capital para obras de pavimentação no bairro, que seguem paralisadas. 

A situação mais crítica, flagrada pela reportagem do Correio do Estado, está localizada na Rua Albertina Pimentel, nº 740, onde dois buracos abertos para implementação da rede de esgoto estão se transformando em verdadeiras crateras e estão prestes a invadir as calçadas. 

Moradora há mais de 30 anos do bairro, Lúcia Martins Moraes, 68 anos, explica que o buraco em frente à casa dela está aberto há mais de dois meses, porém, com as obras paradas na rua e com as chuvas recentes, a cratera não para de crescer e se aproximar das casas. 

“Isso é preocupante para todo mundo, a cratera já está chegando na calçada da minha vizinha. Já teve carro que passou pela minha calçada porque o buraco está tomando o espaço da rua”, disse.

Na semana passada, quando choveu na região, a moradora percebeu que o buraco transbordou de água, e a lama que subiu estava prestes a invadir a calçada de sua casa. Durante o temporal de domingo (18), Lúcia precisou tirar a lama com uma enxada, para impedir que a água e o barro levassem sua calçada.

“Tive que pegar a enxada na chuva para impedir que a enxurrada quebrasse a minha calçada. Fiz um morrinho de barro em volta do buraco, para evitar que a lama chegasse na calçada”, declarou.

Segundo o morador Thiago do Santos Barbosa, 33 anos, as chuvas também aumentaram o tamanho dos buracos na Rua Albertina Pimentel.

“O pessoal da obra disse que só a partir do dia 2 [de janeiro] eles vão voltar. Alegaram para nós que estão de recesso. Essa situação atrapalha a gente que mora aqui, principalmente para sair de casa, porque é difícil chegar com o carro em frente de casa por causa dos buracos”, afirmou Thiago.

Na tentativa de impedir o crescimento das duas crateras na rua, moradores estão colocando galhos e pedras em volta dos buracos. Por causa de vazamento de água, alguns até entraram dentro do buraco para tentar reparar os danos causados pela chuva. 

“A mangueira que foi colocada na obra da rede de esgoto estourou, ficamos dias sem água por aqui, meu marido precisou entrar na cratera para tentar reparar os danos”, relatou a moradora do Nova Lima Maria Carolina.

REPAROS DE DANOS

Procurada pela reportagem do Correio do Estado, a Prefeitura de Campo Grande informou que a empresa GTA Projetos e Construções Ltda., responsável pelos lotes C (1) e D das obras no Nova Lima, vai concluir a drenagem e a bacia de detenção em construção no Parque Cônsul Assaf Trad.

“No momento, a empreiteira está fazendo os ramais de conexão [bigodes] das bocas de lobo com a drenagem e poços de visita”, disse a prefeitura em nota.

Sobre os reparos dos danos nas obras, causados pelas chuvas no mês de dezembro, a Secretaria de Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) respondeu, em nota, que a pasta aguarda melhores condições climáticas para realizar reparos nas ruas afetadas. 

“À medida que as condições climáticas permitirem, será feita a recuperação dos trechos críticos das vias onde a drenagem está sendo implantada”. 

A GTA Projetos e Construções Ltda. informou ao Correio do Estado que não houve abandono das obras no Bairro Nova Lima.

As chuvas, segundo a empresa, atrapalham os serviços, e no momento ela está “aguardando o tempo melhorar para retornar e refazer os trajetos. No que cabe à empresa GTA, ela continua com a execução do trabalho, e não haverá recesso de fim de ano”.

OBRAS

As obras das últimas duas etapas de pavimentação do Bairro Nova Lima (C e D), que têm como empresa responsável a GTA Projetos e Construções Ltda., estão com as frentes de serviço de terraplanagem, drenagem e implantação de um piscinão cuja capacidade é de reter 15 milhões de litros de água dentro do Parque Cônsul Assaf Trad.

Trechos das ruas Celina Baís Martins, Firmo Cristaldo, John Kennedy e Professora Antônia Capile já foram asfaltados e começaram a receber meio-fio.

Na Rua Antônia Capile, foi iniciada a drenagem na 3ª pista da Avenida Cônsul Assaf Trad, que será estendida da Rua Alfredo Borba até a Rua Lino Villacha, via de acesso ao Hospital São Julião.

As etapas C e D de obras em andamento no Bairro Nova Lima abrangem o quadrilátero formado pelas vias Zulmira Borba, Cônsul Assaf Trad, Gualter Mascarenhas e Lino Villacha.

Segundo a Prefeitura de Campo Grande, no lote 2 da Etapa C, as obras estão 30% concluídas. Foram executados 2,2 km de drenagem, 6,25 km de pavimentação, 2, 3 km de calçadas e 8,8 km de meio-fio. 

Desde 2016 em obras, o Bairro Nova Lima recebeu 54 km de pavimentação, abrangendo as duas etapas, e a construção dos conjuntos habitacionais Oscar Salazar, José Tavares e Parque Iguatemi.

Saiba: Sem receber pagamentos da Prefeitura de Campo Grande, a empreiteira responsável pelos dois lotes de obras no Bairro Nova Lima, a GTA Projetos e Construções Ltda., abandonou a construção do corredor de transporte coletivo na Avenida Calógeras e pediu a rescisão de contrato com o Executivo.

Segundo a empreiteira, a prefeitura atrasou o pagamento de nove medições até a rescisão do contrato.

Procurada novamente nesta quarta-feira (21), a empresa informou que a Prefeitura de Campo Grande pagou neste mês de dezembro os meses atrasados da medição das obras do Bairro Nova Lima e do corredor da Avenida Calógeras.
 

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Pesquisa

Brasileiro debateu menos política em grupos de família e amigos no WhatsApp em 2024

Levantamento do InternetLab mostra que esse tipo de conteúdo apareceu com menos frequência nesses grupos do que em anos anteriores da série histórica.

15/12/2025 21h00

Divulação

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A circulação de notícias e discussões sobre política em grupos de família, amigos e trabalho no WhatsApp caiu em 2024, mesmo em um ano de eleições municipais.

Levantamento do InternetLab mostra que esse tipo de conteúdo apareceu com menos frequência nesses grupos do que em anos anteriores da série histórica.

A proporção de pessoas que apontam os grupos de família e de amigos como aqueles em que mais aparecem debates sobre questões da sociedade foi de 23% e 24%, respectivamente, em 2024.

Em 2023, quando não houve eleições, esses percentuais eram de 30% e 27%. Nos grupos de trabalho, a proporção manteve-se em 11%.

Já o compartilhamento de notícias sobre política em grupos de família, amigos e trabalho caiu de 31%, 29% e 13%, em 2023, para 27%, 24% e 11%, respectivamente, em 2024.

A diretora de Pesquisa e Operações do InternetLab, Heloisa Massaro, explica que, na etapa qualitativa da pesquisa, surgem relatos de saturação dos usuários desses grupos.

"Em anos anteriores, muitas pessoas diziam que, depois de brigas ou expulsões de grupos maiores, passaram a criar grupos paralelos, menores, com poucos amigos ou familiares, nos quais conseguiam conversar sobre política. O que observamos mais recentemente é um pouco diferente. Neste ano, apareceu mais um relato de saturação dos grupos em geral. Um cansaço mesmo. As pessoas estão menos ativas nos grupos", afirmou.

O estudo apresenta depoimentos de alguns entrevistados, sem identificá-los. Uma das entrevistadas, de São Paulo, relata sensação semelhante à descrita pela pesquisadora.

"Me sinto muito cansada com a quantidade de informações e de coisas que temos que acompanhar para manter contato e informação", afirmou.

Segundo Heloisa, isso não significa que o tema política tenha desaparecido das interações no aplicativo. "Muitas vezes, a discussão migra para conversas individuais no WhatsApp ou para outros espaços", disse.

"Nos grupos, pelo menos na minha família, ficou proibido mesmo. Quando alguém toca em algum assunto, como alguma mudança na economia, logo alguém interrompe, porque sabe que vai dar briga', contou outra entrevistada.

Medo de dar opinião

Mais da metade (56%) das pessoas que participaram da pesquisa relataram sentir medo de expressar opinião sobre política porque "o ambiente está muito agressivo". O percentual, no entanto, manteve-se relativamente estável nos últimos três anos, dentro da margem de erro.

"Esse indicador está estável desde 2022, quando atingiu 57%. Naquele ano houve um pico, o que é esperado, por ter sido uma eleição presidencial muito marcada pela polarização", explicou Heloisa.

Além disso, 52% dos entrevistados afirmam se policiar cada vez mais sobre o que dizem nos grupos, enquanto metade diz evitar falar de política para fugir de brigas.

"Os dados sobre as pessoas se policiarem mais cresceram até 2022 e depois se estabilizaram em um patamar um pouco mais baixo. Isso é consistente com o contexto, já que eleições federais tendem a gerar mais engajamento e mais conflito do que eleições municipais ou anos não eleitorais", afirmou.

"Acho que os ataques hoje estão mais acalorados. Então, às vezes você fala alguma coisa e é mais complicado. O pessoal não quer debater, na verdade já quer ir para a briga", disse uma das entrevistadas.

Mulheres se resguardam mais

No recorte por gênero, a pesquisa indica que as mulheres relatam mais medo de se posicionar, se policiam mais e evitam com maior frequência compartilhar mensagens que possam atacar os valores de outras pessoas.

"Em praticamente todos os indicadores ligados a se sentir seguro ou à vontade para falar de política, as mulheres aparecem com percentuais mais baixos. Já os homens predominam entre os mais ativos, administradores de grupos ou dispostos a compartilhar conteúdo mesmo com risco de conflito", disse Heloisa.

Menos usuários em grupos de debate político

De 2020 a 2024, o número de usuários que participam de grupos exclusivamente dedicados a debater política no WhatsApp caiu quase pela metade. Enquanto 10% dos usuários estavam nesses grupos em 2020, apenas 6% relataram participar deles em 2024.

Heloisa pondera, no entanto, que a variação foi pequena entre 2023 e 2024 e deve ser lida dentro de uma tendência mais ampla.

"Quando olhamos a série histórica, essa queda é gradual e acompanha uma redução geral do número de grupos dos quais as pessoas participam. Há também queda na média de grupos por pessoa. Por isso, interpreto esse dado mais como parte dessa tendência geral do que como um recuo específico e abrupto do debate político", afirmou.

Grupos de campanha eleitoral

Em 2024, houve aumento no recebimento de links e na inserção em grupos de campanha eleitoral no WhatsApp. A proporção de usuários que receberam um link e entraram em um grupo desse tipo cresceu nove pontos percentuais em relação a 2023 (36% ante 27%) e cinco pontos na comparação com 2022 (31%), ano de eleições federais.

"Isso sugere um uso mais sofisticado desses grupos por parte das campanhas. Vimos estratégias mais elaboradas do que em anos anteriores. Muitos desses grupos estavam ligados a bairros, comunidades locais ou ações específicas, algo característico das eleições municipais", explicou Heloisa.

"Ou seja, não é que o debate político tenha desaparecido. Ele continua existindo, mas de forma mais direcionada e estratégica, fora dos grupos tradicionais de família, amigos e trabalho", concluiu.

Sem intervenção

Em meio a greve, Prefeitura defende contrato com o Consórcio Guaicurus e recusa intervenção

A Agetran se apresentou contrária ao pedido de liminar da ação popular, movida por Luso Queiroz (PT), que solicita intervenção imediata do Município na gestão do Consórcio Guaicurus

15/12/2025 19h20

Os motoristas do Consórcio Guaicurus aderiram à greve e pararam completamente o serviço durante esta segunda-feira (15)

Os motoristas do Consórcio Guaicurus aderiram à greve e pararam completamente o serviço durante esta segunda-feira (15) Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), se apresentou contrária ao pedido de liminar da ação popular, movida pelo ex-candidato à prefeito Luso Queiroz (PT), que solicita intervenção do próprio Município na gestão do Consórcio Guaicurus.

A ação popular solicita a intervenção administrativa imediata na concessão do transporte coletivo urbano, atualmente operada pelo Consórcio Guaicurus, e imputa ao Município, à AGETRAN e à AGEREG suposta omissão fiscalizatória e gestão inadequada do contrato de concessão.

A Agetran diz que a ação popular "mostra-se manifestamente inadequada, pois pretende submeter ao Poder Judiciário a revisão ampla da política pública municipal de transporte coletivo urbano, fundada em alegada omissão administrativa", a qual "não se confirma segundo o relatório de auditoria do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE/MS). 

Razões para o indeferimento da tutela

O primeiro motivo que a Agetran alega é que o ato lesivo não se presume, pois o ônus da prova é integralmente do autor popular e críticas abstratas à política pública não configuram lesão juridicamente relevante. 

Além disso, ação não se presta à fiscalização genérica da administração, mas apenas à invalidação de atos específicos e comprovadamente lesivos, o que inexiste no presente caso.

O segundo ponto abordado é sobre a atuação fiscalizatória da Agetran, a qual diz que afasta qualquer alegação de lesividade. A agência afirma que realizou fiscalização contínua do contrato de concessão e nos últimos cinco anos foram aplicadas aproximadamente 16 mil penalidades administrativas ao Consórcio Guaicurus.

O documento também traz como defesa o relatório do TCE/MS e diz que confirma a inexistência de dano e regularidade da atuação administrativa.

"O TCE/MS, após auditoria aprofundada sobre a concessão do transporte coletivo, não identificou danos ao erário imputável à AGETRAN ou ao Município, nem apontou ilegalidade grave capaz de caracterizar lesão à moralidade administrativa e ainda reconheceu a existência de fiscalização, controle e acompanhamento contratual, limitando-se a expedir recomendações e determinações administrativas, típicas do controle externo preventivo e corretivo". 

Por fim, a contestação afirma que o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público converge com as conclusões do TCE/MS, pois:

  • não imputou irregularidades à atuação da AGETRAN
  • não reconheceu lesão ao patrimônio público
  • não recomendou intervenção administrativa
  • tampouco apontou prática de ato ilegal ou imoral por parte do Poder Concedente.. 

Risco de dano grave à coletividade 

A Agetran inseriu no documento de contestação também uma parte sobre o Periculum in mora reverso, ou seja, o risco de que a própria decisão judicial, ao conceder a liminar, cause um dano mais grave ou irreparável à parte contrária do que aquele que a medida pretendia evitar.

"A intervenção administrativa na concessão do transporte coletivo urbano constitui medida excepcionalíssima, que somente se justifica diante de colapso institucional ou ilegalidade grave e comprovada — circunstâncias absolutamente inexistentes no caso concreto".

De acordo com a Agetran, a concessão liminar de intervenção implicaria: 

  • na ruptura do contrato;
  • insegurança jurídica para operadores, trabalhadores e usuários;
  • risco de descontinuidade do serviço público essencial;
  • instabilidade financeira e operacional do sistema;
  • sobrecarga imediata da Administração Pública sem estrutura instalada.

A Agetran finaliza dizendo que o Município não tem capacidade operacional para intervenção imediata, pois "jamais operou diretamente o transporte coletivo urbano; não dispõe de frota própria, garagens, oficinas, motoristas, mecânicos ou logística operacional". 

Finaliza afirmando que nenhuma das providências solicitadas pode ser implementada de forma imediata por decisão liminar, especialmente em um sistema complexo e de grande escala.

Nota do TRT sobre a greve dos motoristas

Em atendimento aos questionamentos da imprensa, o Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região informa que o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande foi notificado formalmente ao 12h36min desta segunda-feira (15/12), da decisão sobre a manutenção mínima de 70% dos trabalhadores em atividade, enquanto durar a paralisação da categoria. A decisão, proferida durante o plantão judiciário, na noite de domingo (14/12), reconhece o direito constitucional de greve e assegura a manutenção de serviços indispensáveis, visto que o transporte coletivo é essencial para a população. 

De acordo com o des. César Palumbo Fernandes, relator do processo, “A Justiça do Trabalho reconhece a importância do direito de greve, constitucionalmente assegurado aos trabalhadores e também a gravidade da situação, ante ao não recebimento dos seus vencimentos. Entretanto, a população também tem constitucionalmente garantido o acesso a serviço público de transporte urbano, caracterizado como essencial e por esse motivo não se pode aceitar a paralisação de 100% dos serviços. Há uma multa fixada inicialmente em R$ 20 mil reais por dia de descumprimento da decisão, que incide de imediato e caso não atendida pode vir a ser majorada, sem prejuízo do reconhecimento de crime de desobediência e adoção de outras medidas coercitivas cabíveis.”

Uma audiência de conciliação foi marcada para esta terça-feira (16/12), às 15h45, na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região, localizado à Rua Delegado Carlos Roberto Bastos de Oliveira, nº 208 – Jardim Veraneio. A reunião será aberta para a imprensa.

 

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