Cidades

Pichação

Com estátua vandalizada, memorial do Papa João Paulo II sofre com abandono e profanação

Em 1991, o local recebeu a missa campal com o Papa João Paulo II, hoje considerado santo pela Igreja Católica

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Um dos principais monumentos e cartão postal de Campo Grande, o Memorial do Papa, na Vila Sobrinho, virou ponto de pichação, vandalismo e de uso de drogas. O local recebeu esse nome porque em 1991, o Papa João Paulo II celebrou ali uma missa campal durante visita ao Estado de Mato Grosso do Sul.

Ao circular o monumento, é possível ver diversas pichações com mensagens e desenhos de profanação ao santo da Igreja Católica. O aspecto é de total abandono e com forte mau cheiro, já que o local abriga muita sujeira por todo o lado.

A reportagem flagrou, na tarde desta segunda-feira (15), o mato alto, bancos destruídos, objetos que servem para a proliferação do mosquito aedes aegypti, roupas e calçados abandonados por pessoas em situação de rua, dentre outros.

Confira as imagens do abandono:

Vandalismo

A depredação e o abandono dos monumentos públicos vêm chamando a atenção na paisagem urbana em toda Campo Grande. Do lado de fora do memorial, havia lixo por toda a parte, fezes de cachorros, latas, garrafas e até preservativos usados.

A impressão é que não é feita limpeza há tempos no local. Também não há lixeiras à disposição da população.

Outro problema que também chama a atenção, são as placas arracandas. O Memorial do Papa trazia uma galeria em linha do tempo, com 265 placas de papas e santos da Igreja Católica.

População lamenta

A professora e católica apostólica romana, Tâmara Almeida, lamenta que um monumento histórico, que representa um marco para Campo Grande e principalmente para quem é católico, esteja abandonado.

"É uma falta de zelo com a igreja católica, com os nossos representantes da igreja. As autoridades deveriam reformar esse espaço público, para as pessoas da própria cidade, de outros estados e até mesmo países, possam estar conhecendo o local", afirma Tâmara.

Para a moradora da região, a professora de dança, Larissa de Deus, a Praça do Papa não faz jus ao nome. A falta de infraestrutura faz com que as pessoas não tenham o interesse ou a confiança de frequentarem o local, que teria tudo para ser um belo espaço de lazer.

"Realmente quando se passa por lá percebemos o abandono. Virou uma grande espaço de cimento, onde as pessoas camimham em volta. Acredito que em primeiro lugar deveriam pensar em arborizar o lugar. Com certeza ficaria bem melhor. Porque quando penso em praça, eu penso em verde e não em cimento", relata Larissa.

Por sua vez, o vereador Ronilço Guerreiro, que também faz parte da Comissão de Cultura, disse que já pediu que a prefeitura tomasse algumas medidas para melhorar a segurança e a infraestrutura da praça que abriga inúmeros eventos.

"Uma tristeza. Já estivemos na Praça do Papa várias vezes, tirei foto, fiz um vídeo, mandamos para a secretaria municipal, porque ali é um lugar que lembra tanta fé. Quase todas as fotos dos papas sumiram. Precisa ser revitalizado urgente, ter um projeto para levar pessoas. Já encaminhamos várias vezes solicitações ao Executivo para resolver o problema. É um espaço que abriga eventos e feiras culturais aos finais de semana", analisa o vereador.

Mesmo diante da situação, a Prefeitura de Campo Grande informou em nota que irá fazer apenas a manutenção da limpeza no local, como o corte de grama e a substituição de lâmpadas quebradas.

"Equipes da Prefeitura irão fazer uma manutenção do espaço e não revitalização/reforma. A Praça passará por limpeza, poda de grama e troca de iluminação que estiver danificada. O serviço será realizado para melhor receber as escolas de samba e espectadores do desfile.".

Cabe destacar que nos dias 12 e 13 de fevereiro, a Praça do Papa, será palco do desfile das escolas de samba de Campo Grande. O evento ocorre tradicionalmente todos os anos.

Sobre o Memorial do Papa (2007)

O Memorial do Papa foi construído em homenagem ao Papa João Paulo II, falecido em 2005 e está localizado na Avenida dos Crisântemos, na Vila Sobrinho.

O local onde está a estátua do pontífice e também uma praça serviu de palco para a celebração de uma missa campal em 1991, quando João Paulo II reuniu milhares de fiéis na Capital de Mato Grosso do Sul.
 
16 anos após a visita do papa João Paulo 2º a Campo Grande (MS), a prefeitura da cidade construiu uma praça, no valor de R$ 1,02 milhão, em homenagem ao sato da Igreja Católica.

Já o monumento 'Memorial do Papa' foi construído no local onde ele rezou uma missa na cidade, em 1991. 

O Memorial do Papa conta com uma estátua de 3,60 metros de altura do papa João Paulo 2º, sobre um pedestal com 1,5 metro.

Na área de 11 mil metros quadrados de concreto, também foram desenhados um cálice e uma hóstia. Nas bordas, foi erguido um mural de três metros de altura onde estão acomodadas 265 placas. 

Inicialmente a ideia era usar o espaço para a celebração de missas, encontros religiosos no local e um espaço de lazer para confraternização de toda a família e turistas.

Histórico - A área do papa, como ficou conhecido o local da missa, tinha se transformado em um lixão. Em 2003, a prefeitura desativou o depósito de lixo. O entulho retirado do local dava para encher 16 mil caminhões.

Baseada em lei municipal de 2000, a prefeitura dividiu a área de 520 mil metros quadrados, reservando 60,2 mil metros quadrados ao memorial.

Os 450,8 mil metros quadrados restantes ficaram com a empresa Financial Construtora, interessada na construção e venda de casas no local.

No entanto, desde 2005, uma ação na Justiça questiona a prefeitura pela entrega da área à iniciativa privada. Alega-se que o município teve prejuízo.

Por sua vez, a Financial Construtora argumenta que recebeu a área por ter investido R$ 12 milhões em obras da prefeitura.

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Educação

Enade: inscritos devem responder questionários até 23h59 de hoje

Exame teórico será aplicado neste domingo

23/11/2024 20h00

Estudante com prova do Enade

Estudante com prova do Enade Foto: UFT/Divulgação

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Os estudantes que farão o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2024 das Licenciaturas neste domingo (24) devem responder ao Questionário do Estudante até as 23h59 (horário de Brasília) deste sábado (23).

A prova teórica será aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para 283.550 inscritos.

O questionário do Estudante coleta informações que permitam caracterizar o perfil dos estudantes e o contexto de sua formação acadêmica, consideradas pelo Inep como relevantes para a compreensão dos resultados teóricos e práticos dos estudantes no Enade e para subsidiar os processos de avaliação dos cursos de graduação.

O preenchimento completo do Questionário do Estudante é um dos itens que caracteriza a efetiva participação do estudante no exame.

Anualmente, a inscrição no Enade é obrigatória para todos os estudantes de cursos de licenciatura habilitados à avaliação teórica ou à avaliação prática, vinculados às áreas avaliadas, conforme o edital.

A partir desta edição, o exame passa a ter dois tipos de avaliação: a teórica, tradicionalmente realizada, e a nova prova prática dos estudantes de graduações direcionadas à docência.

Cada uma das avaliações terá um cronograma específico.

Áreas de conhecimento avaliadas

O exame das licenciaturas será aplicado em cursos de 17 áreas de conhecimento diferentes. A edição de 2024 avaliará licenciaturas das áreas de artes visuais; ciências biológicas; ciências sociais; computação; educação física; filosofia; física; geografia; história; letras (inglês); letras (português); letras (português e espanhol); letras (português e inglês); matemática; música; pedagogia e química.

O exame terá foco na avaliação dos cursos que formam professores para a educação básica. O Inep informa que o objetivo é aprimorar as avaliações e a formação de docentes no Brasil.

Aplicação da prova
Para saber o local de aplicação da prova, bem como obter informação sobre atendimento especializado e tratamento pelo nome social, quando for o caso, o participante deve acessar o Cartão de Confirmação de Inscrição, disponível no Sistema Enade, com CPF . O acesso ao documento só é liberado após o preenchimento do Questionário do Estudante.

Neste domingo, os portões de acesso aos locais de provas serão abertos às 12h (horário de Brasília) e fechados às 13h. O início da aplicação será às 13h30, com encerramento às 18h para os participantes regulares. Os estudantes que solicitaram tempo adicional e tiveram o pedido aprovado pelo Inep terão mais uma hora para finalizar a prova.

Orientações para o Enade 2024

Neste domingo, o participante deverá comparecer ao local das provas com caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, Cartão de Confirmação de Inscrição e documento de identidade original com foto válido.

Antes da participação na prova, é importante que o inscrito guarde, no envelope porta-objetos, o telefone celular e quaisquer outros aparelhos eletrônicos desligados, além de óculos escuros e artigos de chapelaria (boné, chapéu, gorro ou similares), e material de papelaria (caneta de material não transparente, lápis, réguas e borracha, entre outros).

Também não é permitido ficar com celulares e quaisquer outros aparelhos eletrônicos descritos no edital ou fone de ouvido.

O envelope porta-objetos deve ser mantido, durante todo o período de prova, debaixo da carteira, lacrado e identificado.

Enade

Realizado anualmente pelo Inep, o Enade é um dos componentes do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).

O exame avalia o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação em relação aos conteúdos previstos nas diretrizes curriculares, o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para formação geral e profissional, bem como o nível de atualização dos estudantes com relação à realidade brasileira e mundial.

Decisão

Caixa demite ex-vice-presidente por assédio sexual e moral

Decisão foi publicada no Diário Oficial da União

23/11/2024 18h00

Agência bancária da Caixa Econômica Federal

Agência bancária da Caixa Econômica Federal Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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Por determinação da Controladoria-Geral da União (CGU), a Caixa Econômica Federal demitiu, por justa causa, o ex-vice-presidente Antônio Carlos Ferreira de Sousa. Funcionário de carreira do banco, ele estava afastado do cargo desde julho de 2022, quando sugiram denúncias de assédio sexual e moral durante a presidência de Pedro Guimarães, que comandou o banco entre 2019 e 2022.

A CGU publicou na sexta-feira (22) a portaria do desligamento no Diário Oficial da União. Durante a gestão de Guimarães, Sousa foi vice-presidente de Estratégia de Pessoas e de Logística e Operações.

Além da demissão, o ex-vice-presidente está impedido de ocupar cargos comissionados ou funções de confiança no Poder Executivo Federal por 8 anos. Desde a divulgação das denúncias, Sousa estava afastado do cargo, mas continuava a trabalhar na Caixa.

Na época da divulgação das acusações de assédio moral e sexual por Pedro Guimarães, que pediu demissão em junho de 2022, a Caixa criou um canal interno de denúncias. Com base nos relatos recebidos no Contato Seguro da Caixa, o banco investigou os casos e constatou várias ocorrências de assédio por parte de Sousa.

Em nota, a Caixa afirma que não tolera nenhum tipo de assédio por parte de dirigentes ou empregados. O banco também informou ter começado a investigar os casos por meio da corregedoria interna e que o processo seguiu as regras de administração pública.

“Com a finalização das investigações feitas dentro dos ritos da governança, o banco enviou o relatório conclusivo à Controladoria-Geral da União (CGU) em outubro de 2023. O ex-dirigente já estava afastado do cargo desde julho de 2022. Com a ciência da decisão da CGU, a Caixa iniciará as providências devidas para o cumprimento”, informou a assessoria de imprensa do banco.

Histórico
Em junho de 2022, surgiram denúncias em série de casos de assédio sexual e moral durante a gestão de Pedro Guimarães na Caixa. Imediatamente após a divulgação dos relatos, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho passaram a investigar os casos. Além do então presidente, vice-presidentes e diretores foram acusados.

Guimarães pediu demissão no dia seguinte à publicação das denúncias, e outros vice-presidentes do banco renunciaram em seguida.

Desdobramentos

Em março de 2023, Guimarães virou réu por denúncias de assédio sexual e moral feitas por funcionárias da Caixa. A ação tramita sob sigilo, e a defesa do executivo nega as acusações.

Em uma outra ação, movida pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a Caixa foi condenada a pagar R$ 3,5 milhões de indenização por um evento no interior de São Paulo em que Guimarães obrigou funcionários a fazer flexões em estilo militar.

Acordos

Em abril do ano passado, a Caixa fechou um acordo com o Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal para pagar uma indenização de R$ 10 milhões para encerrar a denúncia das funcionárias. Em janeiro deste ano, o banco assinou um termo de ajuste de conduta (TAC), que concedeu vantagens em processos internos de seleção a funcionários que sofreram perseguição na gestão de Guimarães.

O banco foi condenado em outros processos em São Paulo, no Amazonas e no Distrito Federal. Somadas as condenações e os TAC, o banco até agora desembolsou cerca de R$ 14 milhões em indenizações, que poderiam ser mais altas se não houvesse acordo. Sem eles, a instituição financeira teria de pagar multa de até R$ 300 milhões. No ano passado, a Caixa informou que cobraria de Pedro Guimarães, na Justiça, o dinheiro das indenizações.

Em março deste ano, a Comissão de Ética da Presidência da República aplicou uma “censura ética” a Guimarães. Aplicada a autoridades que deixaram o cargo, a penalidade prevê apenas advertência. A ação contra Guimarães na Justiça Federal ainda está na fase de audiências.

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