Cidades

Rota Bioceânica

Com Rota Bioceânica, Porto Murtinho pode se tornar hub logístico em importação e exportação

Governos estadual e federal agilizam obras para estruturar Porto Murtinho dentro da Rota Bioceânica

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A cidade de Porto Murtinho deve se transformar, nos próximos anos, em um grande hub logístico da América do Sul. Isso significa que ela pode se tornar um centro de exportação e importação do continente. Isso de deve por conta da localização privilegiada dentro da Rota Bioceânica entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile que fica o município.

Governos estão empenhados na viabilização do corredor rodoviário entre os oceanos Pacífico e Atlântico. E o principal projeto para a efetivação da Rota é a construção da ponte de aproximadamente 680 metros sobre o Rio Paraguai, que liga o Brasil ao País vizinho pelas cidades de Porto Murtinho e Carmelo Peralta.

Acordo entre Brasil e Paraguai definiu que a travessia será construída com recursos da usina hidrelétrica Itaipu Binacional Paraguay. O projeto está na fase de estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental e a estimativa é de que sejam investidos US$ 75 milhões na obra, que deve iniciar em 2021 e terminar em 2023.

Do lado brasileiro, governos estadual e federal agilizam obras para estruturar Porto Murtinho dentro da Rota Bioceânica. Com R$ 25,2 milhões de recursos do Fundersul (Fundo de Desenvolvimento Rodoviário de Mato Grosso do Sul), o Estado pavimenta o acesso à região portuária da cidade, onde já existe dois portos em operação e outros dois serão construídos por empresas argentinas.

Em andamento desde abril, as obras estão 38,12% concluídas e devem ser finalizadas em fevereiro do ano que vem. Serão pavimentados 7,19 quilômetros entre a BR-267 e o Rio Paraguai, na região dos portos que fica ao Sul da cidade. As faixas de rolamento da pista terão 3,5 metros de largura e os acostamentos de 2,5 metros.

Além pavimentar o acesso aos portos, existe a necessidade de construir o acesso à ponte Brasil/Paraguai. Essa segunda obra estruturante está sob a responsabilidade do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), que já contratou uma empresa para fazer o projeto do contorno rodoviário em Porto Murtinho. O acesso terá 13,10 quilômetros e sete pontes, com extensões entre 100 e 700 metros.

Rota de escoamento

Porta de entrada e saída do Brasil pelo Rio Paraguai, Porto Murtinho vem ganhando cada vez mais força como rota de escoamento da produção agrícola e industrial de Mato Grosso do Sul e de estados vizinhos. As exportações brasileiras pela cidade somaram US$ 74,5 milhões em 2019 e US$ 128,8 milhões em 2020, entre janeiro e agosto.

Os dados são do Ministério da Economia e foram tabulados por técnicos da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).

No ano passado, os países que mais compraram do Brasil usando Porto Murtinho como rota foram a Argentina, a Bolívia e o Paraguai. Na outra ponta, os que mais venderam foram a China e a Rússia.Já os estados brasileiros que mais utilizaram a cidade sul-mato-grossense foram São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná.

Sementes e frutos oleaginosos; grãos e frutos diversos; plantas industriais e medicinais; e palhas e forragens são os produtos mais vendidos por Porto Murtinho. Na sequência aparecem ferro e aço; e sal, enxofre, terras, pedras, gesso, cal e cimento.

 

Modal hidroviário

Os investimentos públicos e privados feitos no modal hidroviário de Porto Murtinho projetam o município para o progresso. Construído pelo Governo do Estado, o primeiro porto da cidade foi concessionado à iniciativa privada. Administrado pela APPM (Agência Portuária de Porto Murtinho), o terminal foi responsável por toda exportação e importação em 2019. Em março deste ano, um segundo porto entrou em operação. Pertencente ao Grupo FV Cereais, a unidade intensificou o transporte hidroviário. Atualmente, os dois terminais juntos são responsáveis por 10% da exportação de grãos de Mato Grosso do Sul.

Além dos dois portos já em operação na cidade, outros dois projetos de modal hidroviário estão em andamento. Vislumbrando um horizonte de negócios na região que tende a ser um dos principais entrepostos comerciais, as empresas argentinas Navio e Porto Saldeiro planejam a implantação de dois terminais em Porto Murtinho em 2021. Os investimentos são na cifra dos milhões de reais.

 

Estruturação da cidade

Atento ao boom de desenvolvimento em Porto Murtinho, o Governo do Estado articula investimentos para que a cidade cresça estruturada. Na gestão do governador Reinaldo Azambuja, R$ 86,8 milhões foram investidos em todas as áreas, especialmente em infraestrutura urbana e rural.

Com R$ 66,7 milhões, 83% de tudo que foi investido na cidade nos últimos cinco anos e meio, o Estado revitalizou ruas e avenidas; implantou sistema de esgoto; construiu pontes de concreto; e fez obras de pavimentação e drenagem de águas pluviais em vias de Porto Murtinho.

O Estado ainda trabalha na obra emergencial de recuperação e reforço da cortina de contenção do dique do Rio Paraguai, que segura grandes enchentes na época de cheia no Pantanal. A estrutura ruiu em outubro de 2019. De lá para cá, o governo atua na resolução do problema.



 

CONTRAPARTIDA

Estado repassa R$ 38 milhões para destravar obras do PAC em Campo Grande

Cerca de 27 milhões são para pavimentação da região do Nova Lima e outros R$ 10 mi serão voltados para manejo de águas do complexo Ahanduí

15/04/2025 12h38

Trabalhos às margens do Córrego Ahanduí seguem com o trecho da Avenida Ernesto Geisel, por exemplo, em obras. 

Trabalhos às margens do Córrego Ahanduí seguem com o trecho da Avenida Ernesto Geisel, por exemplo, em obras.  Marcelo Victor/Correio do Estado

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Extratos de convênio, entre o Executivo de Campo Grande e a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), mostram a liberação de cerca de R$ 38 milhões por parte do Governo do Estado para "destravar" obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2 na Capital. 

Assinados pela prefeita Adriane Lopes e o diretor-presidente da AGESUL, Mauro Azambuja Rondon Flores, os convênios beiram trinta e oito milhões de reais (somando exatos R$ 37.940.210,41 em aporte parcial), sendo divididos da seguinte forma: 

  • R$ 27.485.415,84 - Pavimentação: bairros Nova Lima III e IV, etapas C1 e D; e Vila Nasser, etapa A. 
  • R$ 10.454.794,57 - manejo de águas pluviais do complexo Anhanduí, Cabaças e Areias.

Conforme os respectivos planos de trabalho e cronogramas de desembolsos físico-financeiros, com ambos os convênios tendo 21 meses de vigência, os 27 milhões de reais da pavimentação serão pagos em 12 parcelas, enquanto os R$ 10 mi do manejo serão desembolsados em sete vezes.

"Destravando" obras

O Executivo de Campo Grande foi consultado, para que detalhasse, através da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), sobre quais são exatamente as obras mencionadas, porém, algumas saltam aos olhos como "velhas conhecidas" da população campo-grandense. 

Principalmente se tratando de Nova Lima, já que até o Ministério Público colocou as obras do bairro em sua mira após rescisão de contrato por parte da empresa contratada na época (GTA- Projetos e Construções LTDA.), que alegou "não haver mais interesse na execução dos serviços". 

Mesmo que os serviços tenham sido paralisados, oficialmente, em 2023, vale ressaltar que os projetos de infraestrutura urbana; pavimentação asfáltica e drenagem de águas pluviais para o Nova Lima estão prontos desde junho de 2013. 

A rescisão aconteceu em 2023, sendo que as frentes já tinham valores executados no início dos trabalhos, sendo: 

  • Etapa C| R$ 20,5 milhões empenhados e R$ 6,1 milhões executados: 30% da obra concluída
  • Etapa D| R$ 11.455.706,87 empenhados e R$ 700 mil executados: 6% da obra concluída

Ou seja, dos quase R$ 32 milhões empenhados para colocar a pavimentação do Nova Lima em dia, pelo menos R$ 6,8 mi em recursos foram gastos nas duas frentes de trabalho, com um resultado bem aquém do esperado. 

Segundo a Sisep, as etapas C e D compreendiam o recapeamento de seis vias (2,5 km totais) sendo: 

  • Rua Lino Vilacha
  • Narciso Dias
  • Uriocara
  • Abdar Nassar 
  • Agenor Pinto
  • Celina Bais Martins

Além destas, estava previsto o asfaltamento de 31 vias, em 28,4 km totais, pelas ruas: dos Poetas; Capitólio; Travessa Pires; Amambai; Alexandrino Alencar; Helena Beruk; Henrique Barbosa Martins; Celina Bais Martins; Firmo Cristaldo; Padre Antônio Franco; Alberto da Veiga; Claudio Manoel da Costa; Rua Lateral e mais, sendo: 

  • Lourenço Veiga
  • Claudio Manoel da Costa
  • Av. Cândido Garcia de Lima
  • Alberto da Veiga
  • dos Pracinhas
  • John Kennedy 
  • Profª Antônia Capilé 
  • Alcebíades Barbosa
  • Abdar Nassar
  • Agenor Pinto
  • Jaime Cerveira
  • Albertina Pimentel
  • Júlio Baís
  • Bertolino Cândido
  • Monte Alegre
  • Haroldo Pereira.

A relicitação - pelo custo de R$ 38 milhões aos cofres públicos - só saiu em agosto do ano passado (atrasada em mais de seis meses), com ambas as etapas da obra indo nas mãos de uma empresa que também é considerada "velha conhecida" da administração pública local. 

Licitada, a Empresa Equipe trabalha debaixo do prazo de 540 dias a partir do recebimento da ordem de serviço, o que jogaria a entrega dessas obras no Nova Lima para meados de fevereiro de 2026. 

Vale lembrar que há tempos Equipe Engenharia vence licitações milionárias em Mato Grosso do Sul, como os R$ 43 milhões recebidos em novembro do ano passado para obras no Nova Campo Grande e Córrego Imbirussu. 

Antes disso, é possível listar licitações vencidas pela Equipe que datam, pelo menos, desde 2015, quando recebeu R$ 32,1 milhões para pavimentar a rodovia MS-460, em Maracaju; seguido de reajuste de R$ 3,4 milhões em 2016

Depois, uma das obras mais memoráveis da Equipe- não pelo bom sentido - foi a calçada com acessibilidade "em zigue-zague" instalada de maneira irregular no Parque dos Poderes, em Campo Grande, ainda em meados de 2018. 

Cabe destacar que o PAC 2 firmou convênio em agosto de 2011, com foco no complexo Anhanduí, Cabaça e Areis, que chega ao fim no próximo dia 29, projeto que à época do lançamento compreendia: 

"192.000 metros quadrados de restauração de margens, 10.792 m de galerias pluviais, 3.000 m² de recuperação de áreas úmidas, 120.000 m³ de reservatório de amortecimento de cheias, 242.267 m² de urbanização de caráter complementar e 135.581 m² de pavimentação e manejo de águas pluviais". 

Quase 25 anos depois, entre entradas e saídas do Programa de Aceleração do Crescimento, os trabalhos às margens do Ahanduí seguem com o trecho da Avenida Ernesto Geisel, por exemplo, em obras. 

A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) foi procurada, para que detalhasse quais são, de fato, as obras relacionadas no convênio mais recente, bem como o total de investimentos previsto, porém, até o fechamento da matéria não foi obtido retorno. O espaço segue aberto para posicionamento.

 

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Cidades

Quadrilha com braço em MS despachava cocaína pelo porto de Pernambuco

Investigações apontam que o grupo atuava de forma estruturada, utilizando rotas internacionais para o fornecimento de entorpecentes

15/04/2025 12h15

Quadrilha com braço em MS despachava cocaína pelo porto de Pernambuco

Quadrilha com braço em MS despachava cocaína pelo porto de Pernambuco Polícia Federal

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Uma operação foi deflagrada na manhã desta terça-feira (15) pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado. Batizada de Operação Kéfale, a ação tem como foco desarticular uma organização criminosa envolvida com tráfico interestadual de drogas, lavagem de dinheiro e homicídios incluindo em Mato Grosso do Sul. 

Ao todo, estão sendo cumpridos 60 mandados de prisão preventiva e 49 mandados de busca e apreensão, além de medidas patrimoniais contra os investigados. A ofensiva ocorre simultaneamente em MS e em outros dez estados: Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe, Piauí, São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Pernambuco, Tocantins e Rondônia.

As investigações apontam que o grupo atuava de forma estruturada, utilizando rotas internacionais para o fornecimento de entorpecentes. A distribuição era concentrada em Porto de Galinhas, no litoral sul pernambucano, com ramificações no Recife e na Região Metropolitana. A quadrilha também se destacava pelo uso da violência e por manter uma hierarquia definida entre os membros.

Mais de 400 agentes das forças de segurança participam da operação, que é coordenada pela FICCO/PE, responsável pela investigação. As medidas judiciais foram autorizadas pela 1ª Vara Criminal de Ipojuca (PE) e têm como objetivo enfraquecer o grupo, interromper suas atividades criminosas e reunir mais provas para o processo.

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