Cidades

SAÚDE

Com Samu sem macas, idoso espera 48 horas por transferência para hospital

Secretaria aponta aumento na demanda de leitos em razão de infartos, AVCs e acidentes de trânsito no município

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As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Campo Grande enfrentam quadros de lotação há dias. Sobretudo em decorrência de acidentes de trânsito e emergências clínicas, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC), as macas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) retidas nos postos de saúde deixaram o idoso Mauro Ferreira da Silva, 65 anos, esperando por mais de 48 horas para ser transferido para a Santa Casa de Campo Grande. 

Ao Correio do Estado, familiares de Mauro relataram que o idoso deu entrada na UPA após sofrer infarto, na noite de segunda-feira (7), e apenas na quarta-feira (9) de manhã conseguiu uma vaga no Centro de Terapia Intensiva (CTI) da Santa Casa.

No entanto, familiares relataram que não haviam conseguido transferir o paciente até a tarde desta sexta-feira (11), em razão do problema de retenção de macas do Samu.

Cunhado do idoso, Celso Romero disse ainda que profissionais da UPA recomendaram a procura pelo serviço particular de transferência.

“Eles falaram que, para poder levar ele para a Santa Casa, se não fosse preciso o acompanhamento de médico, teríamos que pagar R$ 350,00. Caso fosse preciso médico de acompanhante, o valor já seria R$ 1,5 mil”, afirmou. 

Mauro deve passar por um procedimento de cateterismo, exame cardíaco para diagnosticar obstruções nos vasos sanguíneos e outros problemas no coração. O paciente ficará internado no CTI da Santa Casa de Campo Grande por alguns dias.

PROBLEMA RECORRENTE

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), a demora na transferência tem sido um problema recorrente nos dois últimos meses, efeito da retenção de macas do Samu por hospitais quando estão com leitos ocupados.

A Sesau informou que tem tratado com hospitais para tentar remanejar novos leitos e evitar esse tipo de situação.

No entanto, como são necessidades oscilantes, não há como produzir uma estatística que justifique o processo de abertura de novos leitos, como foi realizado durante a pandemia de Covid-19.
No auge da crise sanitária causada pelo coronavírus, Campo Grande passou de 116 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) para 350. 

A secretaria reitera que, neste ano, com a queda de casos e internações, alguns leitos foram remanejados para hospitais como a Santa Casa, principalmente para a Unidade de Trauma, e que a disponibilidade foi reduzida.

Conforme a Sesau, o município está em processo de implantação de um serviço exclusivo de transferência hospitalar dos pacientes, para atuar junto do Samu e evitar situações de aumento repentino de demanda.
De acordo com a Pasta, inicialmente, serão adquiridas duas viaturas para o auxílio no transporte dos enfermos. Entretanto, não foi dado um prazo para que a compra seja realizada.

LOTAÇÃO

Além da retenção das macas do Samu, as Unidades de Pronto Atendimento da Capital também enfrentam problemas de lotação, decorrentes do aumento de casos de virose infantil.

Também nesta sexta-feira (11), mães relataram à reportagem demora nas filas dos postos de saúde para os atendimentos de crianças com quadros de febre, vômito e diarreia. 

Nathalia Martins levou o seu filho de dois anos à UPA Universitário mais de uma vez e estava há quatro horas à espera de atendimento.

“A febre não está passando, você dá o remédio e não dura nem três horas e a febre já volta de novo, e eu expliquei para eles que o remédio não está adiantando”, relatou Nathalia.

A babá Laís Ávalo também denunciou a demora no atendimento, ela aguardava havia mais de três horas pelo atendimento de seu filho de quatro anos, que também estava com sintomas de virose. 

“Ele chegou com febre aqui, eu fui lá dentro e me disseram que ele seria o próximo a ser atendido, mas até agora nada. Teve uma menina que teve um episódio de cinco vômitos e ninguém atendeu a gente”, disse Laís.

Na UPA Coronel Antonino também foi registrado um grande fluxo de crianças com os mesmos sintomas, mas a espera estava sendo menor.

Carolina Pinheiro é mãe de um bebê de nove meses e estava pela segunda vez no posto. “Ontem a gente veio, a minha filha estava com febre já havia dois dias, além de diarreia, alergia e falta de apetite. Fui atendida pela pediatra, ela deu uma medicação e já liberou, por isso que hoje voltei”, comentou.

SAIBA

Segundo a Sesau, casos de virose são sazonais e têm maior ocorrência no período pós-férias escolares e no fim do ano. Apesar de haver internações de alguns pacientes infantis, esses casos são poucos e não afetam o problema de retenção de macas.

*Com informações de Beatriz Feldens
 

Fórum Criminal

Adriane doa terreno de R$ 13,4 milhões ao Tribunal de Justiça

Imóvel, de 5,5 mil metros quadrados, está localizado na esquina da rua Barão do Rio Branco com a Bahia, onde funciona o Batalhão de Trânsito

17/12/2025 19h00

Polícia de Trânsito será

Polícia de Trânsito será "despejada" do endereço onde funciona há cerca de duas décadas para dar lugar ao Fórum Criminal Gerson Oliveira

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A prefeitura de Campo Grande oficializou nesta quarta-feira (17) a doação de um terreno de 5,59 mil metros quadrados, avaliado em R$ 13.489.788,28, para o Governo do Estado. No local, esquina das ruas Barão do Rio Branco com a Bahia, será construído o Fórum Criminal. 

No terreno que ainda pertencia à prefeitura funciona, há cerca de duas décadas, o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, que terá de ser transferido para novo endereço assim que as obras começarem, possivelmente no próximo ano. O novo local ainda não foi definido.

O terreno, onde até o final do século passado estava instalado o Dersul (Agesul), tem 12,22 mil metros quadrados. E como somente parte foi doada, os orgãos da saúde municipal e estadual continuarão no mesmo endereço. 

A aprovação da doação terreno ocorreu no último dia 10, em meio à resistência de parte dos vereadores, já que entendiam que a prefeitura, em crise financeira, deveria vender o imóvel. Porém, a proposta da prefeita Adriane Lopes acabou obtendo o número de votos necessário para a doação.  

Conforme a previsão do Tribunal de Justiça, para o novo prédio serão transferidas as seis varas criminais e as duas do tribunal do júri. Entre as propostas está a construção de auditórios maiores para acomodar a platéia durante estes julgamentos. 

Até a conclusão da obra serão necessários em torno de R$ 100 milhões. Porém, no orçamento do próximo ano o Tribunal de Justiça destinou apenas R$ 1.635.000,00, valor que deve ser suficiente apenas para bancar os trabalhos iniciais de elaboração do projeto executivo do novo prédio, a não ser que o Executivo banque os custos da construção. 

A prioridade do TJ,  por enquanto, é a construção do anexo e refeitório do prédio do gabinete dos desembargadores. Para este projeto estão sendo destinados R$ 8,9 milhões na proposta orçamentária do próximo ano do TJMS.

Um dos argumentos utilizados pelo presidente do Tribunal,  Dorival Renato Pavan, é de que o prédio atual do fórum de Campo Grande, inaugurado no final de 2022, ficou pequeno para abrigar juízes, servidores, advogados e usuários dos serviços do Judiciário. 

Além disso, argumenta o magistrado, é necessário separar as varas cíveis das criminais para garantir maior seguranças às milhares de pessoas que diariamente entram e saem do prédio. 

Para aliviar esta suposta superlotação, já está sendo construído  o Fórum da Mulher, da Criança e do Idoso, ao lado da Casa da Mulher Brasileira, nas imediações do aeroporto internacional de Campo Grande. O investimento inicial é de R$ 10 milhões.

A construção do fórum atual se arrastou ao longo de nove anos, com alguns períodos de interrupção total  dos trabalhos. Ele tem 21,7 mil metros quadrados de área construída substituiu o fórum que antes funcionava na Fernando Corrêa da Costa. 

Conforme a previsão, o novo prédio terá menos da metade do tamano, da ordem de 11 mil metros quadrados. Porém, também não sairá do papel de um dia para o outro. A previsão é de que a obra se arraste por até cinco anos, se houver disponibilidade de recursos. 
 

Cidades

Em meio a greve, vereador sugere regulamentação de vans como transporte coletivo

Beto Avelar (PP) prepara um pedido para que o Executivo autorize, de forma emergencial e provisória, a proposta que prevê as vans como uma alternativa para a população

17/12/2025 18h55

Beto Avelar (PP), vereador de Campo Grande

Beto Avelar (PP), vereador de Campo Grande

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Diante do paralisação dos ônibus que Campo Grande vive nos últimos dias, o Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul determinou a intervenção da Prefeitura Municipal na gestão do Consórcio Guaicurus. Com esse cenário, o vereador Beto Avelar (PP) prepara um pedido para que o Executivo autorize, de forma emergencial e provisória, a regulamentação do uso de vans como alternativa de transporte. 

"Campo Grande não pode parar. Uma capital desse porte não pode ficar sem transporte coletivo nem por um único dia. O transporte de vans é uma alternativa que é sugerida com recorrência. E, agora, diante da emergência da greve, uma solução provisória para milhares de passageiros que dependem do ônibus, mas que não contam com o serviço neste momento", destacou o parlamentar.

Para o vereador, a medida judicial confirma que a crise no sistema não é pontual, mas resultado de falhas graves e recorrentes. 

"O que foi decidido mostra que o problema é estrutural e exige providências imediatas. A população não pode continuar sendo penalizada. Quando não é pelo alto preço da passagem ou pela má qualidade dos ônibus, o Consórcio provoca situações como uma greve. Além disso, de maneira recorrente, acusa a Prefeitura pelo não pagamento de repasses, mesmo quando a Prefeitura promove a isenção de impostos ou efetua o repasse. Sem falar no descaso com os próprios trabalhadores do Consórcio que alegam estar sem pagamento", afirmou.

Decisão da Justiça

A decisão determina que, em até 30 dias, o Município instaure um processo administrativo de intervenção no contrato com o Consórcio, além de nomear um interventor e apresentar um plano de ação com cronograma para a regularização da situação do Transporte Urbano, sob pena de multa diária de R$ 300 mil. 

A Tutela de Urgência foi deferida pelo juiz Eduardo Lacerda Trevisan, na ação ajuizada pelo advogado e ex-candidato a prefeito Luso Queiroz (PT) em desfavor da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), Agência Municipal de Transportes e Trânsito (Agetran), Consórcio Guaicurus SA e Município de Campo Grande. 

Outra alternativa

O vereador Ronilço Guerreiro (Podemos) reforçou que, para melhorar o serviço, é necessário pensar em novos modelos de transporte público, além de novas formas de gestão que possam garantir um sistema mais ágil e eficiente.

Para ele, a implementação do VLT (veículo leve sobre trilho) poderia aliviar o trânsito, diminuir a poluição e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. 

Além disso, Ronilço sugeriu que o município busque novos recursos e parcerias para financiar melhorias no transporte coletivo, como a captação de investimentos por meio de instituições financeiras internacionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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