Cidades

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Com voucher seis vezes menor que novo valor da viagem, advogado vai à Justiça contra a 123 Milhas

Advogado de Campo Grande comprou pacote por R$ 3,3 mil, mas viagem cancelada em cima da hora agora custa R$ 19,7 mil

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Três dias após a 123 Milhas suspender os pacotes e a emissão de tíquetes da linha promocional, o advogado Vinícius Peixoto, de 28 anos, acionou a Justiça para pedir indenização à empresa, que havia oferecido apenas um voucher como compensação a todos os contratantes lesados pelo cancelamento do serviço, o que vai contra o Código de Defesa do Consumidor.

Conforme consta no processo, o advogado havia realizado a compra de três pacotes de viagens com destino a Maceió (AL), para ele e duas familiares, em 26 de novembro de 2022, com embarque e hospedagens previstos para outubro de 2023, ou seja, a viagem foi comprada com quase um ano de antecedência. Faltando 50 dias para o embarque, Vinícius recebeu a notícia dos cancelamentos.

"A compra dos respectivos pacotes foram na modalidade PROMO/flexível, ou seja, com a possibilidade de sofrer alteração na data de ida/volta (um dia para mais ou para menos) (...) Na data de 18 de agosto, 50 dias para o embarque, o requerente, como milhares de outros consumidores, foi surpreendido com o comunicado da Ré de que cancelou a emissão dos bilhetes e que disponibilizaria vouchers para compra de passagens, hotéis e pacotes da própria Ré como forma de ressarcimento", diz documento. 

O valor total investido no pacote foi de de R$ $ 3.337,49 pago em seis parcelas, de novembro do ano passado a abril deste ano. Após o cancelamento repentino, Vinícius procurou pelo mesmo pacote no site da 123 Milhas, e encontrou, mas com valor mais de seis vezes maior, de R$ 20.775,33 no pagamento parcelado, e R$ 19.736,56 no pagamento à vista.

Considerando que a operadora vai conceder apenas vouchers acrescidos de correção monetária de 150% do CDI para compra de quaisquer passagens, hotéis e pacotes no site da própria agência, será impossível a família pagar pelo novo valor da viagem.

Isso sem contar os demais danos causados, já que o contratante havia se programado no trabalho para realizar a viagem com a família.

"Nem é preciso salientar que houve todo o planejamento desta viagem familiar, já que aproveitouse o período de feriado (conhecida semana do saco cheio) com adequação de sua atividade profissional, razão pela qual o cancelamento das passagens, além do transtorno financeiro, causa um abalo emocional imensurável a todos", reforça o documento.

Vinícius chegou a pesquisar o mesmo pacote em outros sites destinados à compra de passagens aéreas e hospedagens, mas o menor valor encontrado foi de R$ 16.110,53, um pouco abaixo do cobrado atualmente pela 123 Milhas, mas que continua sendo muito alto para contratação da família neste momento.

"(...) é fato que o requerente infelizmente não detém essa importância para custear e manter sua viagem familiar, além de que tais valores alteram a cada dia, sempre para mais, razão pela qual necessita de uma medida urgente para aquisição de tais passagens".

O advogado afirma ainda ter dificuldade em contatar a 123 Milhas e para acessar seu cadastro no site da agência. Além disso, se mostra indignado com o fato de a empresa continuar realizando vendas na internet, mesmo tendo lesado centenas - ou até milhares - de consumidores.

"O mais incoerente, estarrecedor e indignante é que a ré [123 Milhas] continua oferecendo e vendendo passagens em seu site, inclusive para o local contratado e no mesmo período (...)".

Vale reforçar que o voucher, oferecido pela companhia, viola o art. 35 do Código de Defesa do Consumidor, que determina que "caso o vendedor se recuse a cumprir a oferta, o consumidor pode exigir o cumprimento forçado, aceitar outro produto ou serviço equivalente, ou desistir da compra, com a devolução total do valor pago, acrescidos de eventuais perdas ou prejuízos".

Na Justiça, o advogado pede o pagamento da emissão da passagem e hospedagem por outras companhias, a fim de cumprir com o contrato firmado em novembro de 2022. 

Caso a 123 Milhas não cumpra com o contrato, está sujeita a restituir o dobro do valor pago pelo consumidor, de R$ 3.337,49, devidamente atualizado pelo IGPM-FGV e com juros de mora de 1% a.m, ambos desde o desembolso, além dos R$ 21.000,00 cobrados no processo por danos morais.

Procon

A Subsecretárias de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) já começou a receber reclamações de consumidores de Mato Grosso do Sul referentes ao cancelamento de pacotes promocionais da 123 Milhas.

O órgão orienta os consumidores a tentarem entrar em contato com a agência de viagens, e, caso não obtenham respostas ou continuem reféns da prática abusiva do ressarcimento através do voucher, procurem pelo Procon para abrir reclamação.

"Importante lembrar que todas as comunicações com a empresa precisam ser registradas e os documentos de contratação do serviço apresentados para embasar a reclamação", reforçou o Procon/MS, em nota.

Reclamações podem ser encaminhadas pela plataforma consumidor.gov.br, formulário online no site do Procon/MS ou por meio do atendimento presencial nas unidades da instituição em Campo Grande. Orientações também estão disponíveis pelo Disque Denúncia 151.

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Fórum Criminal

Adriane doa terreno de R$ 13,4 milhões ao Tribunal de Justiça

Imóvel, de 5,5 mil metros quadrados, está localizado na esquina da rua Barão do Rio Branco com a Bahia, onde funciona o Batalhão de Trânsito

17/12/2025 19h00

Polícia de Trânsito será

Polícia de Trânsito será "despejada" do endereço onde funciona há cerca de duas décadas para dar lugar ao Fórum Criminal Gerson Oliveira

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A prefeitura de Campo Grande oficializou nesta quarta-feira (17) a doação de um terreno de 5,59 mil metros quadrados, avaliado em R$ 13.489.788,28, para o Governo do Estado. No local, esquina das ruas Barão do Rio Branco com a Bahia, será construído o Fórum Criminal. 

No terreno que ainda pertencia à prefeitura funciona, há cerca de duas décadas, o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, que terá de ser transferido para novo endereço assim que as obras começarem, possivelmente no próximo ano. O novo local ainda não foi definido.

O terreno, onde até o final do século passado estava instalado o Dersul (Agesul), tem 12,22 mil metros quadrados. E como somente parte foi doada, os orgãos da saúde municipal e estadual continuarão no mesmo endereço. 

A aprovação da doação terreno ocorreu no último dia 10, em meio à resistência de parte dos vereadores, já que entendiam que a prefeitura, em crise financeira, deveria vender o imóvel. Porém, a proposta da prefeita Adriane Lopes acabou obtendo o número de votos necessário para a doação.  

Conforme a previsão do Tribunal de Justiça, para o novo prédio serão transferidas as seis varas criminais e as duas do tribunal do júri. Entre as propostas está a construção de auditórios maiores para acomodar a platéia durante estes julgamentos. 

Até a conclusão da obra serão necessários em torno de R$ 100 milhões. Porém, no orçamento do próximo ano o Tribunal de Justiça destinou apenas R$ 1.635.000,00, valor que deve ser suficiente apenas para bancar os trabalhos iniciais de elaboração do projeto executivo do novo prédio, a não ser que o Executivo banque os custos da construção. 

A prioridade do TJ,  por enquanto, é a construção do anexo e refeitório do prédio do gabinete dos desembargadores. Para este projeto estão sendo destinados R$ 8,9 milhões na proposta orçamentária do próximo ano do TJMS.

Um dos argumentos utilizados pelo presidente do Tribunal,  Dorival Renato Pavan, é de que o prédio atual do fórum de Campo Grande, inaugurado no final de 2022, ficou pequeno para abrigar juízes, servidores, advogados e usuários dos serviços do Judiciário. 

Além disso, argumenta o magistrado, é necessário separar as varas cíveis das criminais para garantir maior seguranças às milhares de pessoas que diariamente entram e saem do prédio. 

Para aliviar esta suposta superlotação, já está sendo construído  o Fórum da Mulher, da Criança e do Idoso, ao lado da Casa da Mulher Brasileira, nas imediações do aeroporto internacional de Campo Grande. O investimento inicial é de R$ 10 milhões.

A construção do fórum atual se arrastou ao longo de nove anos, com alguns períodos de interrupção total  dos trabalhos. Ele tem 21,7 mil metros quadrados de área construída substituiu o fórum que antes funcionava na Fernando Corrêa da Costa. 

Conforme a previsão, o novo prédio terá menos da metade do tamano, da ordem de 11 mil metros quadrados. Porém, também não sairá do papel de um dia para o outro. A previsão é de que a obra se arraste por até cinco anos, se houver disponibilidade de recursos. 
 

Cidades

Em meio a greve, vereador sugere regulamentação de vans como transporte coletivo

Beto Avelar (PP) prepara um pedido para que o Executivo autorize, de forma emergencial e provisória, a proposta que prevê as vans como uma alternativa para a população

17/12/2025 18h55

Beto Avelar (PP), vereador de Campo Grande

Beto Avelar (PP), vereador de Campo Grande

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Diante do paralisação dos ônibus que Campo Grande vive nos últimos dias, o Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul determinou a intervenção da Prefeitura Municipal na gestão do Consórcio Guaicurus. Com esse cenário, o vereador Beto Avelar (PP) prepara um pedido para que o Executivo autorize, de forma emergencial e provisória, a regulamentação do uso de vans como alternativa de transporte. 

"Campo Grande não pode parar. Uma capital desse porte não pode ficar sem transporte coletivo nem por um único dia. O transporte de vans é uma alternativa que é sugerida com recorrência. E, agora, diante da emergência da greve, uma solução provisória para milhares de passageiros que dependem do ônibus, mas que não contam com o serviço neste momento", destacou o parlamentar.

Para o vereador, a medida judicial confirma que a crise no sistema não é pontual, mas resultado de falhas graves e recorrentes. 

"O que foi decidido mostra que o problema é estrutural e exige providências imediatas. A população não pode continuar sendo penalizada. Quando não é pelo alto preço da passagem ou pela má qualidade dos ônibus, o Consórcio provoca situações como uma greve. Além disso, de maneira recorrente, acusa a Prefeitura pelo não pagamento de repasses, mesmo quando a Prefeitura promove a isenção de impostos ou efetua o repasse. Sem falar no descaso com os próprios trabalhadores do Consórcio que alegam estar sem pagamento", afirmou.

Decisão da Justiça

A decisão determina que, em até 30 dias, o Município instaure um processo administrativo de intervenção no contrato com o Consórcio, além de nomear um interventor e apresentar um plano de ação com cronograma para a regularização da situação do Transporte Urbano, sob pena de multa diária de R$ 300 mil. 

A Tutela de Urgência foi deferida pelo juiz Eduardo Lacerda Trevisan, na ação ajuizada pelo advogado e ex-candidato a prefeito Luso Queiroz (PT) em desfavor da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), Agência Municipal de Transportes e Trânsito (Agetran), Consórcio Guaicurus SA e Município de Campo Grande. 

Outra alternativa

O vereador Ronilço Guerreiro (Podemos) reforçou que, para melhorar o serviço, é necessário pensar em novos modelos de transporte público, além de novas formas de gestão que possam garantir um sistema mais ágil e eficiente.

Para ele, a implementação do VLT (veículo leve sobre trilho) poderia aliviar o trânsito, diminuir a poluição e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. 

Além disso, Ronilço sugeriu que o município busque novos recursos e parcerias para financiar melhorias no transporte coletivo, como a captação de investimentos por meio de instituições financeiras internacionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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