Cidades

Operação Rapax

Combate à exploração sexual internacional tem alvo em Paranaíba

Interior de Mato Grosso do Sul e outros três Estados entram na lista de mandados cumpridos na Operação Rapax, da Polícia Federal

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Com cerca de 40 mil habitantes - distante cerca de 407 quilômetros da Capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande -, o município de Paranaíba aparece na lista de alvos da Operação Rapax, da Polícia Federal, que busca desarticular organização criminosa que atua no tráfico de pessoas e exploração sexual internacional. 

Em resposta ao Correio do Estado, a Polícia Federal aponta um total de seis mandados de busca e apreensão e outro de prisão preventiva, cumpridos em MS e outros três Estados, sendo: 

  • SP - São Bernardo do Campo (1 MBA + 1 MPP)
  • PR - Curitiba (1 MBA)
  • MS - Paranaíba (1 MBA)
  • GO - Goiânia (2 MBA) + Aparecida de Goiânia (1 MBA)

Além disso, a comunicação social da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, apontou em complemento que os trabalhos executados na manhã de hoje (26) no Estado resultaram na apreensão de dois computadores, além de um aparelho celular.

Operação Rapax

Contando com apoio da Agência da União Europeia para a Cooperação Policial (Europol), como cooperação de países como Bélgica e Croácia, foi possível identificar não só os braços de atuação brasileiros, mas o núcleo criminoso que atua do lado europeu. 

Isso porque, conforme a PF, o esquema tem base no Brasil e também nos países europeus citados, sendo que o bloqueio de valores e carteiras de criptomoedas do grupo chega a somar R$ 26 milhões. 

Essa quadrilha agia com "agenciamento, aliciamento e recrutamento" de mulheres brasileiras, levadas aos países europeus para servirem de objeto de exploração sexual e submissão a trabalho forçado fora do seu País de origem. 

Os valores citados são fruto de uma trama financeira, que visava internalização e repartição dos proventos do crime, o que acontecia tanto através da moeda virtual; por meio de fraudes financeiras, com empresas de fechada e até pessoas interpostas. 

Agora, os materiais apreendidos serão analisados e, como as investigações seguem em curso, as informações a respeito do papel de Mato Grosso do Sul na teia criminosa, por exemplo, são limitadas no momento. 

 

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Sob investigação

Homem que estava desaparecido é encontrado morto com tiro na cabeça na MS-295

Vítima foi identificada através de notificação de rede social no celular encontrado junto ao corpo; polícia ainda investiga o caso

04/01/2025 18h15

MS-295/Imagem Ilustrativa

MS-295/Imagem Ilustrativa Street view

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Na manhã deste sábado (4) a polícia recebeu a informação de que um corpo havia sido encontrado às margens da rodovia MS-295, nas proximidades da ponte do Rio dos Mortos, localizada entre os municípios de Eldorado e Iguatemi.

Ao chegar no local, a equipe policial identificou manchas de sangue no asfalto, e constatou que realmente havia um homem morto em meio à mata próxima à rodovia. Ele vestia uma camiseta de cor escura, calça jeans azul e botinas. Segundo o boletim de ocorrência, o corpo já estava em estado de composição.

A Polícia Científica foi acinada para realizar a perícia no local. Foi encontrada uma perfuração na parte posterior do crânio da vítima, compatível com perfuração por projétil de arma de fogo. Segundo a polícia, a posição em que o ferimento se encontra indica para um possível crime de homicídio.

Com o corpo, não foram encontrados documentos pessoais, o que impossibilitou a identificação. O homem estava apenas com um aparelho celular, que foi apreendido para análise.

No momento em que o aparelho foi ligado, apareceu na tela uma notificação do Facebook, que continha o nome da vítima, Luciano Olegário da Silva. A irmã dele havia registrado um boletim de ocorrência sobre seu desaparecimento um dia antes do corpo ser encontrado, na cidade de Eldorado. 

A polícia segue apurando o caso.

Desaparecimento de pessoa

É boato que é necessário esperar 24 horas para comunicar o desaparecimento de alguém. A orientação é de que familiares e amigos procurem pela policia para informar sobre o casso assim que a ausência incomum da pessoa for percebida. Basta que ela não chegue no horário de costume e não avise sobre o atraso para que um boletim de ocorrência seja registrado.

Sinal Desaparecidos

Um outro sistema, desenvolvido pelo Governo Federal juntamente com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), também possibilita a sinalização de desaparecidos. O chamado SINAL DESAPARECIDOS (acesse aqui) possibilita a ocorrência sem sair de casa. De forma rápida, policiais próximos ao local são alertados do desaparecimento. No entanto, o serviço não dispensa o registro de ocorrência na polícia judiciária.

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Violência

Em quatro anos, homicídios ocultos aumentaram 164% em MS

Número de mortes que ficaram de fora das estatísticas mas podem se enquadrar como assassinatos saltaram de 34 para 90

04/01/2025 16h15

FERNANDO FRAZÃO/ARQUIVO AGÊNCIA BRASIL

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Em 2022, foram registrados 90 dos chamados "homicídios ocultos" em Mato Grosso do Sul, número 164% superior ao índice de 2019, quando 34 mortes desse tipo foram registradas.

Nos últimos quatro anos, os números vêm crescendo em todo o Brasil, como mostram os dados do Atlas da Violência, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Os homicídios ocultos são aquelas mortes que não constam nas estatísticas homicídio por vários motivos, como a falta de solução do caso/identificação dos autores ou até mesmo casos que foram solucionados posteriormente, mas os dados não foram atualizados e alterados para "homicídio". Muitos desses óbitos são registradas apenas como "morte a esclarecer" ou "morte suspeita", sendo que a grande maioria apresenta alta probabilidade de ter sido assassinato. 

A crescente no índice em Mato Grosso do Sul intensificou entre os anos de 2019 e 2020, quando o número seltou de 34 para 84, aumento de 147%. Em 2021, o número apresentou uma leve queda, caindo para 78 casos. Já em 2022, o último ano apresentado no levantamento do relatório, o índice foi de 90 mortes.

Somente nesses últimos quatro anos, foram registrados 286 homicídios ocultos em todo o estado. Se considerada toda a série histórica, de 10 anos (2012 a 2022), foram 495 mortes. Confira:

No Brasil

O Atlas da Violência indicou que foram registrados 131.562 casos de mortes violentas por causa indeterminada entre 2012 e 2022, e constataram que, destas ocorrências, 51.726 foram homicídios ocultos. Somente entre os anos de 2019 e 2022, ocorreram no Brasil 24.102 homicídios ocultos.

Análise do Atlas da Violência

O Atlas da Violência de 2024 busca retratar a violência no Brasil, principalmente a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), ambos do Ministério da Saúde.

Nesta edição, o relatório descacou que foi verificado um importante aumento das Mortes Violentas por Causa Indeterminada (MVCI) na base de dados do SIM. 

Os pesquisadores consideram que tal aumento prejudica a análise sobre as mortes violentas perpetradas de maneira intencional. Para contornar o problema, Cerqueira e Lins produziram dois estudos a fim de avaliar a qualidade dos dados, e ainda de estimar, por meio de metodologia de machine learning, o número de homicídios erroneamente classificados com MVCI, chamados no documenro de “homicídios ocultos”.

O Atlas da Violência analisa a evolução dos homicídios nas Unidades da Federação utilizando como base os registros em que a causa básica do óbito, segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), era definida como agressão ou morte por intervenção legal, o que tradicionalmente era denominado no relatório como “homicídio”.

No entanto, os pesquisadores apontaram que entre 2012 e 2022, 131.562 pessoas morreram de morte violenta sem que o Estado conseguisse identificar a causa básica do óbito, se decorrente de acidentes, suicídios ou homicídios, as chamadas Mortes Violentas por Causa Indeterminada (MVCI).

"Esse fenômeno de indeterminação na causa do óbito aumentou consideravelmente em 2018 e 2019, conforme apontado por Cerqueira e Lins (2024a). Tendo em vista que parcela dessas MVCI são, na realidade, homicídios que ficaram ocultos nas estatísticas, as análises sobre prevalência da violência letal ficam prejudicadas, ainda mais que tal situação não ocorre de maneira aleatória, mas concentrada em um conjunto restrito de UFs", explica o relatório.

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