Nesta quinta-feira (24) foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, por parte da Polícia Federal, pela Operação Track Back (descobertos), em combate à modalidade do tráfico de drogas que usa do serviço postal para encaminhar entorpecentes para todo o País através dos Correios.
Cada vez mais em evidência, todos os cinco mandados, segundo a PF, foram expedidos pela Justiça Estadual do Mato Grosso do Sul, sendo que o combate a essa vertente do tráfico de drogas tem início ainda dentro da Estatal.
Em nota, os Correios afirmaram que possuem métodos de monitoramento que são aprimorados periodicamente, com base em informações apresentadas pelos órgãos de segurança e de fiscalização.
"Muitas das operações de combate a ilícitos começam por meio do processo de fiscalização não-invasiva (raio-x) dos Correios. A empresa tem priorizado investimentos em ações preventivas para fortalecer a integridade dos serviços postais", complementa a estatal.
Ainda na segunda semana de agosto houve a prisão de uma jovem, apontada como namorado do "especialista em tráfico de drogas pelos Correios" - preso em maio de 2022 -, sob suspeita de dar continuidade ao esquema do parceiro.
Dessa vez a mira estava voltada, como bem frisa a PF na Track Back, para os indivíduos que de fato faziam essas postagens nos Correios eram só o último ela dessa corrente criminosa.
Mesmo modus operandi
Vale destacar, porém, que, segundo a Polícia Federal, inicialmente não há qualquer relação entre os investigados na manhã de hoje e as demais prisões feitas em operações relacionadas ao tráfico pelos Correios.
Mesmo assim, a PF aponta que, pelos elementos angariados até então, não há diferença entre as atuações dessas células criminosas, que trabalhavam com o mesmo modus operandi.
"Ambas realizavam as vendas por meio de redes sociais para usuários e traficantes de outros estados da federação, utilizando-se da logística dos Correios para a entrega dos entorpecentes. Restou evidenciado na investigação a tarefa de cada integrante dessas células", complementa a PF.
Também, a instituição ressalta que a utilização dos Correios como transportador de drogas é uma "problemática crescente" que já vem de longa data, sendo necessário envolvimento e atenção de todas as autoridades responsáveis.
Por fim, a polícia federal cita que, como esse combate depende de vários níveis de fiscalização, não é possível estimar a quantidade de drogas enviadas até então, até por se tratarem de mais do que uma única quadrilha em ação.
"Acredita-se, que muitas [substâncias] ainda consigam passar pelas fiscalizações realizadas pelos Correios e pela Receita Federal. O tipo mais enviado é a maconha e seus derivados como skunk e haxixe. Em menor quantidade, cocaína e drogas sintéticas".
Tráfico delivery
No último dia 11, em Caarapó, a Polícia Federal desmantelou uma parte de outra quadrilha ligada ao mesmo crime de tráfico, através da prisão da namorada do "especialista em tráfico de drogas pelos Correios".
Ainda que o esquema no interior fosse continuado pela jovem, depois de seu companheiro ser preso na Capital em maio de 2022, não é possível dizer que se trata de um "império" voltado para a prática de tráfico delivery.
Postando encomendas com substâncias entorpecentes, espalhadas por todo o território nacional, enquadrado no Art. 33 da Lei 11.343/2006, respondendo por tráfico de drogas interestadual, o indivíduo fica propenso à pena de reclusão de 5 a 15 anos, além de pagamento de R$ 500,00 a R$ 1.500,00 de multa.





