Cidades

TRANSPORTE AÉREO

Concessionária do aeroporto quer atrair voos internacionais para Campo Grande

Empresa espanhola Aena tem programa de incentivos que visa trazer novas rotas com a redução de tarifas aeroportuárias

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A Aena Brasil, empresa de origem espanhola, assumiu na sexta-feira (13) a concessão do Aeroporto Internacional de Campo Grande e tem uma série de melhorias planejadas a longo prazo para implementar no local, entre elas atrair voos internacionais para a capital sul-mato-grossense. 

A empresa participou do leilão de concessão de aeroportos em agosto de 2022 e, em março deste ano, assinou o contrato para gerir não apenas o aeroporto de Campo Grande, mas também os de Corumbá e Ponta Porã e outros oito aeroportos nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Pará. 

Entre as melhorias anunciadas estão as de infraestrutura, que devem ser entregues em junho de 2026, e iniciativas que visam atrair novos voos para a Capital, não apenas nacionais e de carga, mas também internacionais. 

Para isso, o diretor de Relações Institucionais e Comunicação, Marcelo Bento, relata que a empresa tem um programa de incentivos, que é lançado a cada seis meses, para atrair companhias aéreas com, por exemplo, a redução de tarifas aeroportuárias. No Nordeste, região onde a Aena Brasil está atuando desde 2019, o diretor informa que já houve a adesão de novos voos. 

O diretor-presidente da Aena Brasil, Santiago Yus, comenta ainda que pretende implementar mais voos entre a rede da própria empresa, já que a Aena tem 82 aeroportos espalhados pelo mundo, sendo 46 na Espanha, 17 no Brasil e os demais em Londres, México, Jamaica e Colômbia. 

“A gente considera que esse modelo de rede pode trazer também muita sinergia, desde o ponto de vista da gestão interna e, ao mesmo tempo, gerar mais atrativos para que as companhias aéreas consigam operar em nossos aeroportos, por meio, por exemplo, de política de incentivos. Estamos trabalhando sempre, em cada localização, com as instituições públicas, privadas, empresas turísticas, para entender bem quais são as necessidades de cada localização e trabalhar para trazer mais atividades”, diz o presidente. 

ESTRUTURA

Além da busca por novos voos, a empresa também vai realizar uma série de investimentos em infraestrutura, previstos no contrato de concessão. 

Na Capital, serão feitas melhorias em todos os subsistemas do aeroporto, desde o meio-fio ao estacionamento, canais de inspeção, área de embarque, com pontes de embarque e desembarque (fingers), entre outras melhorias. 

“O contrato de concessão tem uma exigência de trazer pontes de embarque, que vai ser uma novidade super-relevante para o terminal de Campo Grande. Melhoraremos também o comercial, trazendo tecnologia para que os processos sejam mais eficientes, fazendo os fluxos de forma mais intuitiva”, explica Santiago. 

“Enfim, uma experiência dentro do terminal muito melhor e muito mais aconchegante, sem desconsiderar a parte operacional das aeronaves. A gente vai revitalizar os pavimentos, vai melhorar o estacionamento de aeronaves”, completa.

Os fingers buscam facilitar o embarque e o desembarque de passageiros das aeronaves e, como esclarece Santiago, há a previsão de edificar essas estruturas justamente por se tratar de uma obrigação contratual.

“Em aeroportos com mais de um milhão de passageiros, o contrato de concessão fala que, sobre um total anual, 70% deles tem de ser embarcados por meio de fingers ou pontos de embarque”, esclarece o diretor-presidente da empresa espanhola.

Apesar de muitos projetos, Santiago informa que não há valores para as iniciativas previstas no contrato. Neste momento, ele relata que estão sendo feitos estudos técnicos e anteprojetos, que serão apresentados em dezembro deste ano. 

LOJAS E ALIMENTAÇÃO

Outra futura melhoria para o Aeroporto Internacional de Campo Grande são as novas concessões para lojas e locais de alimentação. O diretor-presidente informa que a Aena está traçando um perfil do passageiro que passa pela Capital, para saber quais as necessidades que esses indivíduos têm. 

“Uma vez que se conhece o perfil do passageiro e as necessidades que ele tem, a gente faz um layout de quais são os locais comerciais que vamos colocar em cada uma das áreas. Quando você consegue esse layout, sai para o mercado fazendo concorrência para cada um dos estabelecimentos”, detalha o diretor. 

“A partir daí, o mercado faz suas propostas e a gente vai escolher a melhor, que vai satisfazer a experiência do passageiro. E aí entra a parte da alimentação, do varejo e de outros serviços, para o cliente ter uma experiência muito melhor”, lista.

O Aeroporto Internacional de Campo Grande teve uma média de 126,7 mil passageiros por mês neste ano, aumento de 18% na comparação com os 107 mil que embarcavam ou desembarcavam mensalmente nos primeiros oito meses do ano passado.

INTERIOR 

Além de Campo Grande, as cidades de Corumbá e Ponta Porã também terão os aeroportos sob concessão da Aena Brasil. O início do trabalho nos locais está previsto para novembro e também estão previstas melhorias de infraestrutura, de tecnologias, entre outras, mais voltadas para o tamanho e as características de cada terminal aéreo. 

“Cada aeroporto tem sua tipologia de tráfego. São aeroportos que são fronteiriços, tanto com a Bolívia como com o Paraguai, mas as reformas vão passar por todos os sistemas aeroportuários, igual em Campo Grande”, informa o diretor-presidente. 

O prazo de entrega para as reformas é o mesmo da Capital, junho de 2026, e todos os ajustes e novas estruturas serão feitos durante o funcionamento dos aeroportos. 

A empresa conseguiu a concessão de 11 terminais aeroviários no Brasil, e desses, o único que tem um prazo de entrega diferente é o de Congonhas, por conta do tamanho do local e da quantidade de passageiros. 

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CONFLITOS AGRÁRIOS

Queda do marco temporal preocupa produtores de MS

Em julgamento no STF, os ministros Gilmar Mendes e Flávio Dino já votaram pela inconstitucionalidade da tese que limita as demarcações de terras indígenas

16/12/2025 08h40

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento Dourados News/Clara Medeiros

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A retomada do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade da tese do marco temporal, ferramenta que determina que terras só podem ser demarcadas se indígenas as estivessem ocupando quando a Constituição Federal foi promulgada, em outubro de 1988, tem causado preocupação aos produtores rurais de Mato Grosso do Sul, estado com a terceira maior população indígena do País.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, a conciliação realizada ao longo de 10 meses no STF entre produtores rurais e representantes dos indígenas foi produtiva e rendeu alguns apontamentos, entretanto, a possibilidade de derrubar a tese do marco temporal, que foi aprovado pelo Congresso Nacional mesmo após a Corte o ter entendido como inconstitucional, preocupa o setor.

Ao Correio do Estado, Bertoni afirmou que a discussão no STF rendeu “pontos positivos”, como a indenização aos donos das propriedades demarcadas, a possibilidade de o produtor ficar com a posse da área até ela ser paga, o acompanhamento de todo o processo de levantamento de dados da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a reintegração de posse.

“O que nos deixa preocupado é a queda do marco temporal. Discutimos muito isso, dizendo que o marco temporal não limita os direitos dos povos originários, ele simplesmente mostra a trava que tem naquele período em que os indígenas ocupam as suas terras e as próximas áreas eles teriam que comprar e desapropriar. Isso está no Estatuto do Índio, onde diz que a qualquer tempo eu posso criar novas reservas, então, a preocupação nossa é só com o marco, para fazer com que isso seja travado e dali para a frente começar a fazer indenização justa e prévia, e que a União não quer indenizar. Então, não adianta eu resolver uma injustiça com os indígenas criando outra com os produtores rurais”, declarou o presidente da Famasul.

Até este momento, dois ministros já votaram no julgamento, Gilmar Mendes, que foi o relator da matéria no STF, e Flávio Dino. Ambos votaram pela inconstitucionalidade do marco temporal para demarcação de terras indígenas. Os votos foram proferidos ontem, durante sessão do plenário virtual da Corte, que julga quatro processos sobre a questão.

Em sua manifestação, o ministro Gilmar Mendes considerou o marco temporal inconstitucional. No entendimento dele, o Legislativo não pode reduzir direitos assegurados aos povos indígenas.

“A imposição do marco temporal implicaria restrição indevida ao princípio da vedação ao retrocesso e à proteção insuficiente dos direitos fundamentais”, afirmou.

O ministro também determinou que todas as demarcações de terras indígenas devem ser concluídas no prazo de 10 anos.

Flávio Dino acompanhou o relator e disse que a proteção constitucional aos indígenas independe da existência de um marco temporal.

“Qualquer tentativa de condicionar a demarcação de terras indígenas à data da promulgação da Constituição de 1988 afronta o texto constitucional e a jurisprudência consolidada pelo Supremo Tribunal Federal”, afirmou Flávio Dino.

A votação ficará aberta até o fim da noite de quinta-feira. Ainda faltam oito ministros proferirem seus votos.

BRIGA

O julgamento é necessário porque em 2023 o STF considerou a tese do marco temporal inconstitucional. Além disso, o marco também foi barrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vetou parte da Lei nº 14.701/2023, aprovada pelo Congresso Nacional. Contudo, os parlamentares derrubaram o veto presidencial e promulgaram a medida.

Dessa forma, voltou a prevalecer o entendimento de que os indígenas somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.

Após a votação do veto presidencial, o PL, o PP e o Republicanos protocolaram no STF ações para manter a validade do projeto de lei que reconheceu a tese do marco temporal.

Por outro lado, entidades que representam indígenas e partidos governistas também recorreram ao Supremo para contestar novamente a constitucionalidade da tese.

É neste cenário de divergência que o Supremo volta a analisar a matéria.

Em paralelo ao julgamento no Supremo Tribunal Federal, o Senado aprovou, na semana passada, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 48/2023, que insere a tese do marco temporal na Constituição Federal, em novo capítulo da briga entre Legislativo e Judiciário.

*SAIBA

Em meio à votação da constitucionalidade do marco temporal no Supremo Tribunal Federal (STF), indígenas ontem bloquearam parcialmente a rodovia MS-156, em Dourados. O grupo protestava contra a tese do marco temporal para demarcações de terras.

(Com agências)

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trágico

Mulher de 27 anos e rapaz de 28 morrem em acidente no interior de MS

A mulher conduzia um carro que atingiu o motociclista próximo ao Hospital Regional de Três Lagoas

16/12/2025 08h39

Na colisão que ocorreu na madrugada desta terça-feira morreram Fernando Ramos e Fernanda da Silva

Na colisão que ocorreu na madrugada desta terça-feira morreram Fernando Ramos e Fernanda da Silva (foto 24hnewsms)

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Duas pessoas morreram e três sofreram ferimentos em uma acidente que ocorreu no começo da madrugada desta terça-feira (16) próximo ao Hospital Regional, na BR-158, em Três Lagoas (MS), na região leste de Mato Grosso do Sul.

Morreram Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, que conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, que trabalhava como moto-entregador. A colisão ocorreu pouto antes da uma hora da madrugada em um trecho urbano da BR-158, conhecido também como anel viário Samir Tomé. 

As circunstâncias do acidente ainda não haviam sido divulgadas até o começo da manhã. No Palio conduzido por Fernanda estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas. 

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora, o que ajuda a explicar por que ela teve morte instantânea, apesar de estar no interior do veículo. 

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

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