Cidades

LEVANTAMENTO

Conhecimento sobre pílula do dia seguinte entre jovens do País é pequeno

Conhecimento sobre pílula do dia seguinte entre jovens do País é pequeno

ESTADÃO

25/12/2010 - 05h00
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Apesar de estar incluída nas normas de planejamento familiar do Ministério da Saúde desde 1996, a chamada pílula do dia seguinte ainda é pouco utilizada no País. O mau aproveitamento do método se deve à falta de informações e a concepções errôneas sobre o uso.

 

Para ajudar a entender o conhecimento, a experiência e a opinião de jovens a respeito do assunto, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) consultaram 588 estudantes de medicina, enfermagem, nutrição e educação física nas próprias instituiçõeO levantamento, publicado na revista "Cadernos de Saúde Pública", da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontou que 96% das pessoas consultadas já tinham ouvido falar sobre contraceptivos de emergência, mas apenas 19% sabiam para quais situações ele é indicado; 35% consideravam o método abortivo e 81% achavam que traz riscos à saúde.

 

“Dentre as várias formas de contracepção existentes, a pílula do dia seguinte é a que previne a gravidez após a relação sexual, podendo ser uma estratégia interessante para diminuir a incidência de gestações indesejadas e as taxas de aborto ilegais entre adolescentes”, afirmam os pesquisadores.

 

“Embora a contracepção de emergência seja um assunto polêmico, trata-se de um método seguro, tanto do ponto de vista dos riscos à saúde quanto dos aspectos comportamentais”, destacam. Segundo os estudiosos, alguns profissionais de saúde são contra o método porque ele poderia promover um comportamento sexual irresponsável. No entanto, diversos trabalhos já comprovaram o contrário.

 

“É um método efetivo, com indicações reservadas a situações especiais ou de exceção, cujo objetivo é prevenir a gravidez inoportuna ou indesejada após a relação sexual que, por alguma razão, foi desprotegida, oferecendo à adolescente uma segunda chance de evitar uma gestação”, apontam os autores.

 

“Observou-se nesse trabalho que a média de vezes que as meninas utilizaram a concepção de emergência ficou próxima de duas (78% usaram até duas vezes), não parecendo, portanto, que as adolescentes usam o método como substituto de outros”, evidenciam.

 

Os resultados também indicam que menos da metade dos estudantes (40,7%) sabia que a contracepção de emergência deveria ser usada até 72 horas do intercurso sexual desprotegido, e cerca de 48% achavam que a mulher tinha de 24 a 48 horas para usá-la. “[Isso ocorre] Possivelmente pela designação popular, que chama o método de ‘pílula do dia seguinte’, um nome infeliz, que pode persuadir a adolescente a achar que só até o dia seguinte do ato sexual desprotegido a medicação fará algum efeito”, explicam os pesquisadores.

 

Além disso, das 182 entrevistadas que afirmaram conhecer o método, 41,8% admitiram já ter feito uso dele. Dentre os 143 adolescentes que responderam ter conhecimento sobre o tema, 22,4% relataram que a parceira tinha usado. “Os amigos ou o farmacêutico, em todas as regiões, foram as principais fontes de indicação de contracepção de emergência. Apenas 5,3% das jovens adquiriram o medicamento por meio de prescrição médica”, ressaltam os autores.

 

Dentre os principais motivos de não-uso, de não-aconselhamento ou de não saber se usariam ou aconselhariam, os jovens citaram a falta de informações sobre o método, os possíveis efeitos colaterais, as complicações para a mulher e para o feto em caso de gravidez e a percepção sobre a pílula ser abortiva. “Em todas as regiões, os riscos mais citados foram malformação fetal - em caso de uso de contracepção de emergência na vigência de gravidez - e sangramento genital em grande quantidade”, contam os pesquisadores.

 

“Embora a grande maioria dos estudantes soubesse, pelo menos, uma situação na qual o método pode ser usado, apenas um quinto sabia precisamente todas as situações nas quais ele é indicado. Menos da metade dos jovens conhecia a real efetividade da contracepção de emergência quando comparada aos anticoncepcionais orais hormonais”.

 

Quanto aos adolescentes que nunca utilizaram o método, 47,1% das meninas declararam que o usariam e 35,9% relataram que não sabem se o fariam. Entre os homens, 48,7% aconselhariam a parceira a usar contracepção de emergência se necessário, 34,4% não a recomendariam e 16,9% não sabem.

 

O estudo revelou ainda que o preservativo masculino é o método mais utilizado entre os adolescentes para prevenção da gravidez, mas a porcentagem de estudantes que já não usaram nenhum método em relações sexuais foi elevada: cerca de 30% dos participantes - que se submeteram ao risco de gestação indesejada e/ou aquisição de doenças sexualmente transmissíveis.

 

“Melhorar o conhecimento dos jovens sobre a contracepção de emergência, fornecendo-lhes informações sobre os mecanismos de ação - para desmistificar o conceito de esse anticoncepcional ser abortivo -, indicações e forma de uso, mostrando que o método é seguro e efetivo, além de orientá-los para que possam identificar situações de risco de gravidez, incluindo, sempre, os homens nessas discussões, poderia otimizar a utilização do método e prevenir inúmeras gestações indesejadas e abortos ilegais no Brasil”, concluem os pesquisadores.

PARALISAÇÃO

Entregador ignora greve dos motoboys e é agredido em Campo Grande

O trabalhador decidiu continuar as entregas e foi impedido por outros entregadores

01/04/2025 17h25

Paralização reuniu aproximadamente 50 entregadores na Capital

Paralização reuniu aproximadamente 50 entregadores na Capital FOTO: Gerson Oliveira

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Nesta terça-feira (1º), um entregador foi agredido no estacionamento do Shopping Norte Sul Plaza, em Campo Grande.

Conforme vídeos divulgados nas redes sociais, o trabalhador decidiu não acompanhar os colegas na paralisação, e seguiu trabalhando normalmente, porém foi impedido.

O vídeo divulgado no Instagram mostra um outro entregador inconformado com o fato de o colega continuar as entregas mesmo com a greve.

Ele pega o pacote que seria entregue da mão do motoboy, empurra o colega ao chão, e o trabalhador passa a ser alvo de chacota por outros manifestantes, além de ser impedido de realizar a entrega e trabalhar.

Veja o vídeo:

Para a imprensa, o Norte Sul Plaza afirmou que condena qualquer tipo de violência e está à disposição das autoridades competentes para colaborar com as investigações, caso necessário, mas ressaltou que o incidente ocorreu fora das dependências do shopping.

PARALISAÇÃO

Conforme divulgado na segunda-feira (31), pelo Correio do Estado, aproximadamente 50 moto entregadores realizaram uma motociata pedindo melhores condições de trabalho nas principais plataformas de serviço de delivery, como iFood, Uber Flash e 99 Entrega.

O movimento "Breque Nacional dos Apps 2025" foi convocado por trabalhadores de aplicativos de entregas em diversas cidades do país. Entre as principais pautas estão:

  • Aumento da taxa mínima de entrega para R$ 10,00;
  • Reajuste do valor por quilômetro rodado de R$1,50 para R$ 2,50;
  • Limitação das rotas de bicicleta a um máximo de 3 km;
  • Pagamento integral da taxa por entrega, sem redução em pedidos agrupados.

Esse movimento também busca dar continuidade às pautas e discussões entre as plataformas digitais e os representantes dos trabalhadores no ano de 2024, mas que não avançaram para resoluções que agradassem os entregadores.

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Campo Grande

Morador que manteve funcionários em cárcere privado é expulso de condomínio

Por ter apresentado comportamento agressivo mais de uma vez, o condômino está proibido pela Justiça de entrar em sua própria casa, sob pena de multa

01/04/2025 16h53

Reprodução Internet

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Um morador, que não teve o nome divulgado e que por mais de uma vez teve seu comportamento descrito como “antissocial”, está impedido de continuar morando em um condomínio residencial em Campo Grande.

Entre outras coisas, a atitude do condômino inclui ameaças, disparo de arma de fogo e até cárcere privado de funcionários.

Por sua vez, o morador entrou com recurso contra a decisão inicial, que o impedia de residir no condomínio, justificando que a sentença não foi bem explicada e que, pela lei, ele não poderia ser expulso do local.

No entanto, o Tribunal não acatou o argumento e manteve a sentença proferida pelo Juízo da 5ª Vara Cível da Comarca de Campo Grande.

Histórico

Desde dezembro de 2021, conforme os autos, ele apresentava comportamento violento e ameaçador tanto contra moradores quanto contra funcionários do residencial.

Consta, inclusive, que no dia 6 de março de 2022, em um episódio de alucinação supostamente causado pelo uso de drogas, o morador quebrou portas e vidros, ameaçou e manteve porteiros e seguranças em cárcere privado.

A Polícia Militar foi acionada e interveio na situação.

Cabe ressaltar que, antes desse ocorrido, registros de boletins de ocorrência já apontavam que o morador fazia ameaças e chegou a disparar uma arma de fogo, assustando os outros moradores.

Reincidência

A situação continuou mesmo após um período em que o condômino passou por tratamento. Novas ocorrências foram registradas em 2024, já quando ele estava morando em outro residencial, mantendo o comportamento agressivo.

Diante do ocorrido, o Tribunal de Justiça manteve a decisão inicial, considerando que estava baseada em provas e leis.

Com relação ao pedido para que o caso fosse votado em assembleia pelos vizinhos, o Tribunal entendeu que essa exigência não existe na lei.

Além disso, afirmou que não era necessário que os moradores do condomínio votassem antes de entrar com a ação, já que a legislação não exige esse procedimento.

“Reforça-se que a exclusão do condômino não fere seu direito de propriedade, pois ele poderá continuar exercendo direitos patrimoniais sobre a unidade, desde que não resida no local, conforme consolidado na doutrina e na jurisprudência”, ressaltou o relator.

Além disso, foi mantida a ordem da primeira sentença, que proibiu o morador de acessar as dependências do condomínio e de entrar em sua casa.

Em caso de desrespeito à regra, ele estará sujeito ao pagamento de uma multa.

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