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Conselheiro do TCE "tomou" fazenda à base do soco e revólver na cabeça

Vítima, segundo a PF, foi um produtor rural que estava disposto a pagar três vezes mais por parcela da Fazenda Paulicéia. Esta fazenda foi o pivô do escândalo que "derrubou" cinco desembargadores

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O relatório da Polícia Federal que embasou o afastamento de um conselheiro do Tribunal de Contas, de cinco desembargadores e de um juiz do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul mostra que a disputa pela posse de parte da Fazenda Paulicéia, em Maracaju, teve, além de embates judiciais, agressão e até revólver apontado contra a cabeça. 

Segundo a Polícia Federal, o real beneficiário dessa disputa é Osmar Domingues Jeronymo, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) que foi afastado de suas funções na mesma operação que afastou os magistrados, no dia 24 de outubro. 

Para isso, conforme a PF, ele usou os sobrinhos (Diego e Danillo Jeronyno) e outras pessoas próximas (Everton Barcelos de Souza) para conseguir dissuadir um outro interessado pelas terras, que era Gerson Pieri. 

A fazenda, de 582 hectares, pertencia à família de Marta Albuquerque. Com dificuldades financeiras, seu irmão tomou dinheiro emprestado de Diego Jeronymo. Este dinheiro, porém, era todo repassado pelo tio, o conselheiro Osmar, segundo mostra a investigação da Polícia Federal. 

Como garantia pelos empréstimos, os proprietários das terras “penhoraram” parte da fazenda, entre 2013 e 2015. Porém, quando Marta tentou quitar o empréstimo, Diego afirmou que já era proprietário do imóvel. E, segundo a PF, ele falsificou a assinatura da fazendeira e  registrou o imóvel em um cartório em uma cidade paranaense. A falsificação foi comprovada em perícia da PF, mas mesmo assim a Justiça de MS deu ganho de causa para ele. 

Em depoimento à PF, Marta afirmou que “eu vou lá conversar com esse menino. Aí, eu cheguei e falei para ele que eu queria pagar o que o meu irmão tinha emprestado, que eu queria pagar e acabar com aquela história. Ele falou assim “seu irmão tinha até ontem para pagar, e se não pagou, agora a sua fazenda é minha”, não teve conversa”. 

Ela tentou pagar a dívida porque, segundo ela, havia outro interessado na compra e esse pretendente já estava cultivando a área fazia alguns anos. Esse pretendente era o produtor rural Gerson Pieri, que pretendia comprar 182 hectares. E foi este produtor que relatou ter sofrido ameaça de morte para desistir das terras e ainda pagar uma indenização a Diego Jeronymo. 

Segundo depoimento de Marta à PF, “ele tava plantando e aí tiraram ele “na marra” de lá, né? DPF MARCOS: A senhora sabe dele sofrer ameaças, esse tipo de coisa? MARTA: Sim, ameaça com revólver na cabeça, ameaçando a família dele”, revela trecho do interrogatório do delegado da PF com a fazendeira. 

Ela estava se referindo a um episódio ocorrido em 13 de julho de 2018, quando Gerson estava colhendo o milho na propriedade. Conforme relato de um dos caminhoneiros que estava fazendo o transporte, “Chegou ao local uma caminhonete e “os caras desceram apavorando, muito nervoso, perguntou com ordem de quem vocês estão aí”. O depoente respondeu que com ordem de GERSON. Ele perguntou de quem era o caminhão e o depoente respondeu ser seu. Ele falou “me dá a chave do caminhão. O depoente desceu e entregou a chave a ele. Perguntado por que entregou a chave a ele, o depoente respondeu porque ele pediu e estava muito alterado, e “eu vi que eles tava tudo armado, muito alterado, eu peguei e entreguei, fiquei com medo”. 

Ainda segundo depoimento do caminhoneiro, “alguns minutos depois GERSON chegou e foi recebido com 2 tapas no rosto. Eles discutiram. O colega ficou com medo e correu para trás da carreta”. 

A PF também ouviu o outro caminhoneiro que contou história parecida e disse que “viu que a arma estava enfiada na calça de um deles. Tais homens eram 4 e haviam chegado em uma caminhonete. Além da discussão, houve um soco, pancadaria e gritaria. GERSON PIERI levou um soco e caiu no chão. Diziam para GERSON que estava roubando o milho deles”.

Diate disso, relataram os caminhoneiros, Gerson foi embora e os quatro homens obrigaram-nos a levar o milho até a Coamo. Inicialmente o milho foi entregue em nome de Gerson, mas depois acabou sendo transferido para o nome de algum deles.

Indagados se reconheceriam os “valentões”, os caminhoneiros disseram acreditar que fossem os sobrinhos do conselheiro (Danillo e Diego) e Everton. O outro homem não teria descido da caminhonete. Everton, “um grandão” teria sido o autor das agressões e também seria ele que estava armado. 

PÂNICO

Dias depois, Gerson chamou dois advogados e foi ao escritório de advocacia de Jayme Felix, em Campo Grande, na esperança de chegar a um acordo sobre a disputa envolvendo a posse da fazenda. 

Em seu depoimento à PF, disse que “doutor, antes nós não tivéssemos ido, foi uma cilada. Eles armaram uma armadilha pra nós, e aí nos pressionaram, já tava com mais 2 ou 3 capangas junto, esse cidadão aí que me agrediu tava lá, ele babava, ele urrava, armado até os dentes, ele falou “Ó, daqui, hoje, você se despeça do mundo”, começou a nos ameaçar, “Hoje vocês não voltam pra casa com vida”, afirmou Gerson Piero. 

“O dr. Alessander (advogado que o acompanhou), ele só olhava por baixo pra mim e falava “Assina, assina” com medo da vida e eu também com medo, aí eu assinei o que eles quiseram. Eu assinei desistência de área, eu reconheci um arrendamento de 3 anos... Eu falei “Olha, eu não quero mais, eu quero sumir”, pelo tamanho do aperto que eles me deram, sabe? Eu temo pela minha vida e a dos meus filhos, dr., então...” 

Nesta reunião, segundo Gerson, “Tava dr. Felix Jaime Nunes da Cunha, que lavrou inclusive os autos, tava esse Diego Moya Jerônimo, que é o brabinho, que ele batia, foi aí que ele me falou “Por que que você não reagiu aquele dia no meio do milho? Que cê ia ver o tamanho do balaço”, porque tinha outra viatura deles escondido, segundo ele, tava os cara tudo armado lá, “Cê não ia ver da onde que cê ia cair, só ia cair em cima das suas bota”, tava esse irmão dele que eu não me lembro o nome dele, porque eu tive muito pouco contato, mas aparentemente é Daniel o nome dele, e os meus 2 advogados. E, além desse cachorro louco aí, eu acho que tinha mais 1 ou 2, que eu nem me lembro direito a feição dos cara”. 

Gerson falou ainda ao delegado que Everton também estava na sala e que “tão acoado que “nois” tava, eu falei “Ó, faz o que cês quiserem”. Paguei até os honorários do advogado. Ele me cobrou 70 mil de honorários, entendeu? Paguei, não questionei nada, doutor”. 

Depois de tudo assinado, relatou ele, “fui pra casa, falei pra minha mulher, cheguei em casa quase tudo cagado, sou bem sincero em falar pro senhor, falei pra minha mulher “Ó, segunda-feira vamo botar nossa terra a venda, eu quero sumir daqui”, porque assim, ele ameaçou meus filhos. Antes do acontecido, doutor, antes deles irem lá e roçar meu milho, eu tenho câmeras na minha propriedade, teve um carro, que depois eu fiquei sabendo, que é o carro desse cachorro doido, desse Everton, o cara foi na minha propriedade, ele filmou toda o meu maquinário no barracão, com capuz, com a placa tampada, sabe? Mas o carro é o mesmo que ele andava, sabe? Então, aí que eu comecei ver que eu tava mexendo com gente perigosa, e aí depois aprontaram isso daí, eu falei “Não, eu não quero ser vizinho de um pessoal desse nunca”, eu cheguei em casa disposto a vender minha coisa e sumir daí, sabe? Do tamanho do susto que eu levei, a gente não é acostumado, né doutor?”. 

BAIXO VALOR

Segundo Gerson, com os empréstimos concedidos à fazendeira, os sobrinhos do conselheiro Osmar Jeronymo se apossaram das terra pagando R$ 10 mil por hectare. Porém, segundo ele, naquela época (2015 e 2016) a terra mais barata na região de Maracaju estava em pelo menos R$ 30 mil, que era o valor que ele estava disposto a pagar. 

No acordo que diz ter sido obrigado a assinar, além de desistir da compra do imóvel, foi obrigado a confessar uma dívida de R$ 710 mil, equivalente a três anos de arrendamento do imóvel e aos honorários do advogado Jayme Félix. 

Tanto o conselheiro do TCE quanto seus dois sobrinhos (Diego e Danillo), Everton e o advogado Jayme Felix foram alvos da operação Ultima Ratio, desencadeada pela PF no último dia 24 de outubro.  

 

Vem chuva aí ...

Inmet emite alerta de tempestade para 23 cidades de Mato Grosso do Sul

Em Campo Grande também há possibilidade de rajadas de vento de até 60km/h com possibilidade e chuva de granizo em diversas regiões do estado

31/10/2024 13h30

Em Campo Grande também há possibilidade de chuva forte neste final de semana

Em Campo Grande também há possibilidade de chuva forte neste final de semana Gerson Oliveira/ Correio do Estado

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O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu, nesta quinta-feira (31), um alerta de tempestades para 23 municípios de Mato Grosso do Sul neste fim de semana. De acordo com dados meteorológicos, os ventos podem atingir até 60 km/h, com possibilidade de chuva de granizo nas regiões sul e do Pantanal. 

Os municípios em alerta são: Amambai, Anastácio, Antônio João, Aquidauana, Aral Moreira, Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Caracol, Coronel Sapucaia, Corumbá, Guia Lopes da Laguna, Jardim, Ladário, Laguna Carapã, Maracaju, Miranda, Nioaque, Paranhos, Ponta Porã, Porto Murtinho, Sete Quedas e Tacuru.

Em Campo Grande, neste final de semana há também possibilidade de tempestade. 

Conforme informações do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), além de Campo Grande, outras cidades de Mato Grosso do Sul apresentam tempo instável, com chuvas de intensidade fracas a moderadas. Pontualmente, podem ocorrer chuvas mais intensas e tempestades acompanhadas de raios, rajadas de vento e eventual queda de granizo no estado.

Ainda de acordo com o órgão, esta situação meteorológica ocorre devido ao deslocamento de cavados, aliado ao intenso transporte de calor e umidade. Além disso, a formação de áreas de baixa pressão atmosférica deve favorecer o surgimento de instabilidades em várias regiões do estado.

Alertando a tempestade sobre os perigos que os perigos podem trazer, o Inmet orienta que, em caso de rajadas de vento, as pessoas evitem se abrigar sob as árvores e não estacionem veículos próximos às placas de propagação e torres de transmissão. 

 

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"grande família"

'Irmãos estupradores'; 2º acusado de crimes em Campo Grande segue foragido

Osnil Pereira Ramos, de 47 anos, está com prisão preventiva decretada, suspeito de série de estupros na Capital

31/10/2024 12h45

Delegada Analu detalhou que Osnil tem

Delegada Analu detalhou que Osnil tem "preferência" por vítimas idosas e que, junto do irmão teriam estuprado violentamente senhora de 82 anos Reprodução e Marcelo Victor/Correio do Estado

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Irmão de Alessandro - preso hoje (31) acusado de uma série de estupros e abusos em Campo Grande -, o indivíduo conhecido como Osnil Pereira Ramos, de 47 anos, está com prisão preventiva decretado, considerado foragido, acusado, semelhante ao irmão, por uma série de estupros em Campo Grande.

Durante coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (31), na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), a delegada titular, Elaine Cristina Ishiki Benicasa, junto de Analu Lacerda Ferraz, detalharam a série de crimes que essa "família de estupradores" tem cometido por toda Campo Grande. 

Conforme as delegadas, além das atitudes criminosas de Osnil Pereira e Alessandro dos Santos Ramos, o irmão mais velho dos dois também está preso por crime sexual, pela prática de estupro. 

Entenda

As delegadas detalham que, diante das investigações do setor de investigação de crimes sexuais, foi representada pela prisão de ambos os irmãos, já que esse teria sido preso em flagrante há cerca de um ano pelo crime de estupro. 

"Desde que a gente criou o setor, começamos a catalogar os crimes, modus operandi de cada autor e verificamos quando eles foram presos, quando vão ser soltos... e temos um arquivo com essas características", expõe a delegada Analu. 

Foi verificado que Osnil estava solto, sendo que na data de sua prisão chegou a informar que estava acompanhado do irmão, preso na manhã de hoje. 

Diante disso, foi relatado o flagrante dentro do prazo e, posteriormente, instaurado inquérito complementar para apurar a participação de cada um dos executores do crime. 

Segundo as delegadas, quando há um crime sexual, é feita filtragem em boletins de ocorrência junto à Deam, e mesmo os encaminhados ao Poder Judiciária sem resolução, para analisar características físicas e modus operandi, por onde foi possível apontar que só Alessandro teria vitimado aproximadamente seis mulheres.

Tipo de vítimas

Segundo as delegadas, os crimes eram cometidas nas mais diversas regiões de Campo Grande, com relatos de casos na região do Prosa; Centro de Campo Grande; bairro Monte Castelo e até mesmo uma mulher que teria sido vítima no estacionamento da loja Havan que fica junto ao shopping Norte Sul. 

"Temos a suspeita de outra, uma idosa de 82 anos foi vítima de estupro também. Foi decretada na manhã de hoje também a busca e apreensão da residência, encontramos o boné que aparece na filmagem com um dos rapazes, mas os pertences não estavam mais [ali]", cita Analu.

Apontando que Osnil tende a atacar um tipo específico de vítimas, as delegadas revelam que o irmão foragido tem "preferência" por mulheres idosas, sendo que ambos teriam também se aproveitado da vulnerabilidade de mulheres moradoras de rua para cometer os crimes violentos. 

"Das três que ainda não foram ouvidas, duas são moradoras de rua, ficam ali na região do pontilhão", diz a delegada. 

Cabe apontar que as diligências da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) continuam, em busca de localizar o paradeiro de Osnil. 

Ao todo, a família desses indivíduos seria composta por 14 irmãos, com metade sendo homens e pelo menos três já anotando passagens por violentos crimes sexuais. 

"Um tá preso, outro foi solto recente e o que está foragido também tem boletim de ocorrência de crime sexual, todos por estupros". 

Ainda assim, apesar de serem irmãos e apontarem a execução dos crimes "um ao outro", a delegada faz questão de esclarecer que não se trata de uma semelhança a ponto de confundir quem é quem, por isso a importância do reconhecimento pessoal com o já feito para a prisão de Alessandro.  

As delegadas diferenciam que, enquanto Alessandro se aproveitaria de facilidades, como o crime cometido dia 23 após às 07h, Osnil apresenta uma incidência maior de crimes contra mulheres idosas.

Há ainda o reforço de que os crimes sexuais são sub notificados, muitas vezes por falta de coragem ou mesmo excesso de vergonha em ir à delegacia em busca de ajuda, fatores que precisam ser quebrados para que infratores sejam devidamente punidos. 

Entre os três boletins os quais as vítimas ainda não responderam para reconhecimento pessoal, Analu detalha que uma das mulheres trata-se de uma senhora idosa. 

"Ela foi abordada pelos dois, teve sexo com ambos, precisou ir para Santa Casa, então foi bem violenta a situação dela. Abordaram ela na rua e levaram para residência, onde houve sexo vaginal e anal", revelam as delegadas. 

Questionadas sobre o receio de que novos crimes aconteçam, uma vez que Osnil segue foragido, Analu apontou que, quando há uma predisposição na pessoa a cometer esse tipo de crime, independente de decreto de prisão, "ela vai cometer". 

"Mas eu acredito que, até pelo fato da gente ter ido lá na casa, cumprido, os familiares vão notificar, ele vai se acalmar um pouco por hora", completa. 

Também, nas palavras de Benicasa, que considera crimes sexuais mais perigosos, anos de cadeia não tendem a trazer um estuprador "de volta à normalidade". 

"Então, qualquer momento, lugar, que ele estiver e aquele instinto vir novamente à tona, ele vai estuprar. O que nos faz correr atrás, para que ele não faça novas e outras vítimas", conclui. 

 

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