Cidades

MOBILIDADE URBANA

Com pandemia e aumento de combustíveis, cresce o número de ciclistas na Capital

Além do lazer, aumentou a busca pela bicicleta como meio de transporte

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Desde 2020, tem aumentado o número de ciclistas em todo o território nacional. Em Campo Grande, o cenário não é diferente. Os motivos da procura vão desde a alta da gasolina até a busca por um transporte que proporcione distanciamento social em razão da pandemia.

Diante de tal cenário, a demanda por melhorias na estrutura cicloviária só aumentou.  

Hoje, Campo Grande conta uma extensão de 94 km de estrutura cicloviária que ainda não é conectada entre si.  

A estrutura cicloviária abrange tudo o que diz respeito à mobilidade com bicicletas – ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas, calçadas compartilhadas, bicicletários, entre outros.  

Segundo dados da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), em 2020, a venda de bicicletas registrou um aumento de 50% em comparação com 2019.  

Já em 2021, no primeiro semestre, o aumento foi contínuo, com um crescimento de 34% das vendas em comparação a 2020.  

Os dados abrangem um levantamento com informações de centenas de lojistas, fabricantes e montadores de todo país.

O questionamento então é: se o crescimento de tal mercado é tão grande, por que ciclistas ainda têm tão pouca estrutura para circularem pela cidade?  

O integrante do coletivo Bici Nos Planos Campo Grande, Pedro Garcia, explicou à redação do Correio do Estado que a demanda por melhorias vai desde as condições das vias até a educação no trânsito.

Segundo ele, se melhorar as condições gerais, vai aumentar ainda mais o número de ciclistas.  

“São necessárias campanhas contínuas de educação no trânsito, não somente o maio amarelo, mas sim algo que dure o ano todo”, disse Pedro.

Além disso, Pedro destaca a importância de as empresas terem uma estrutura mais adequada, oferecendo bicicletário – para guardar as bicicletas com segurança – bem como disponibilizando banheiros com chuveiros e ambiente adequado para troca de roupa se necessário.  

“Nosso trabalho acontece a passo de formiguinha, aos poucos vamos conquistando melhores condições”, destacou.

Troca do carro pela bicicleta  

O jornalista Alex Nantes contou ao Correio do Estado que, com o valor alto da gasolina, decidiu utilizar a bicicleta como seu principal meio de locomoção.  

“O meu trabalho é longe da minha casa e eu teria que abastecer diversas vezes, acarretando um gasto excessivo referente ao meu salário. Quando mudei de emprego, decidi comprar uma bicicleta melhor, parcelei o valor e está saindo muito mais em conta do que colocar a gasolina no carro”, explicou.

Segundo ele, o carro agora serve mais para as saídas aos finais de semana.  

Entretanto, utilizar a bicicleta como meio de transporte também tem pontos negativos.  

Alex conta que passa nervoso diariamente. “Para ir ao meu local de trabalho, preciso usar ruas que não tem ciclovia, como a Bandeirantes, que até tem uma via destinada aos ônibus mas está desativada. Os motoristas não respeitam e acabam utilizando ela, fazendo com que o espaço para os ciclistas fique pequeno”, explicou.  

Outra ciclovia utilizada é a da Afonso Pena, mesmo sendo uma boa opção, ele conta que sempre há buracos e sinalização precária.  

Além disso, outro problema é a falta de respeito dos motoristas. “Na última semana, presenciei dois acidentes envolvendo ciclistas e motoristas. Muitas vezes, o motorista fura os sinais, não respeita a sinalização e coloca as nossas vidas em risco”, destacou.  

O que está sendo feito

O andamento da conquista de melhores condições para os ciclistas acontece a passo lento em Campo Grande.  

O último plano diretor com previsões de mudanças concretas é datado de 2017. Nele, era previsto a interligação das ciclovias da Capital, mas com previsão para 2048.

Segundo Pedro do Bici Nos Planos Campo Grande, recentemente, a vereadora Camila Jara (PT) conquistou, em 2021, a destinação de emendas federais para requalificação da malha cicloviária em quatro pontos da Capital.

A conquista é fruto das solicitações de projeto de autoria da vereadora, com coautoria do vereador João César Mattogrosso (PSDB).  

Com o projeto, foi confirmado a disponibilidade de cerca de R$ 4,5 milhões para a requalificação da malha cicloviária da região Centro e para interligação da malha cicloviária entre Avenida Presidente Ernesto Geisel e Avenida Tamandaré/Rua Plutão, Avenida Euler de Azevedo e entre a Avenida Duque de Caxias e Avenida Costa e Silva.

Sobre a execução e conclusão desses trabalhos, o vereador Prof. André Luis, presidente da Comissão de Mobilidade Urbana, destacou que isso ainda será conversado com a Planurb e com a Agetran, para ver como está o planejamento.  

“O problema nem é a questão do planejamento, mas a execução da obra em si, como, por exemplo a questão do corredor de ônibus que está há dois anos parado por causa de licitação. A gente está apertando para as coisas andarem depressa”, explicou o vereador.  

Comissão de Mobilidade Urbana  

Recentemente, foi criada a Comissão de Mobilidade Urbana, a qual é presidida pelo vereador Prof. André Luis.  

A comissão visa atender a todos os grupos envolvidos na mobilidade urbana, algo que atende desde pedestres a corredores de ônibus.  

A primeira reunião da comissão aconteceu no dia 7 de março deste ano e, segundo o vereador Prof. André Luis, deverá ser realizada quinzenalmente.  

Sobre o atendimento aos ciclistas, ele garantiu que podemos esperar por melhorias o quanto antes.  

“A gente tem que priorizar esse tipo de transporte, que é muito flexível. Essa é uma questão da intermodalidade que a gente ainda quer aplicar aqui, de maneira que o ciclista possa levar a bicicleta no ônibus, para melhorar até a utilização do próprio ônibus”.

É século XXI, temos que trabalhar mais com pouca poluição, pouco veículo na rua, mais transporte individual tipo o das bicicletas e transporte coletivo.  

“Acidente” não, é “sinistro” de trânsito  

Outra questão sendo reivindicada pelo coletivo Bici Nos Planos Campo Grande é o uso da terminologia “acidente” para fazer referência à colisão no trânsito.  

Pedro Garcia destacou que recentemente a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a revisão da NBR 10697/2018 e redefiniu os termos técnicos sobre incidentes de trânsito.  

A norma corrige a expressão “acidente de trânsito”, substituindo-a por “sinistro de trânsito”.  

A intenção é fazer referência à colisão como um problema mais sério do que um acidente.  

 

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Cidades

MS tem o segundo maior índice de mortos pela polícia da história

O presente ano está atrás apenas do ano passado, que havia sido recorde

20/11/2024 18h28

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Imagem ilustrativa Arquivo/Correio do Estado

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Dois homens, de dois municípios diferentes de Mato Grosso do Sul, foram mortos pela polícia na última terça-feira (19). Agora, o número de vítimas de agentes do Estado chegou a 70 no ano, o segundo maior índice registrado na série histórica divulgada no portal de dados da Secretaria Estadual de Justiça de Segurança Pública (Sejusp).

O presente ano está atrás apenas do ano passado, que foi o recorde em mortes causadas por agentes de Estado em Mato Grosso do Sul, com 131 mortos de janeiro a dezembro, quantidade 156,8% superior ao registrado em 2022, quando 51 foram mortos.

Os 70 mortos de 1º de janeiro a 20 de novembro deste ano se igualam às 70 vítimas registradas em todo o ano de 2019. Confira o levantamento:

Imagem ilustrativa

Perfil das vítimas

Assim como nos anos anteriores, em 2024 os homens representam a maior parte dos mortos pela polícia: foram 62 vítimas, número que representa 88,5% do total registrado. Apenas uma mulher foi vítima, e outros sete casos não tiveram o sexo especificado.

Quanto à idade, mais de metada das vítimas (52,8%) eram jovens de 18 a 29 anos. Na sequência, figuram adultos de 30 a 59 anos, que representam 31,4% do índice. Os adolescentes representam 5,7% do índice. Sete casos não especificaram idade, e representam 10%.

A maioria dos óbitos aconteceram em Campo Grande (36). No interior do Estado, foram registrados 34, sendo 19 na faixa de fronteira.

Casos mais recentes

Em menos de 12 horas, dois homens, um de 32 anos e outro de 33, morreram em confronto com a Polícia. O primeiro caso aconteceu durante a tarde, e o segundo à noite, nesta terça-feira (19).

Em Bataguassu, um homem de 32 anos foi baleado e morto por policiais civis após reagir ao cumprimento de um mandado de busca e apreensão. A Polícia Civil não divulgou muitos detalhes a respeito da ocorrência.

Em Dourados, um homem de 33 anos morreu após reagir a abordagem de policiais civis do Setor de Investigações Gerais (SIG). Conforme apurado pela mídia local, ele estava sendo monitorado pela polícia suspeito de ameaçar uma família devido a uma dívida.

Na noite de segunda-feira (18), Gabriel Nogueira da Silva, de 27 anos, responsável pelo assassinato do médico Edivandro Gil Braz, de 54 anos, foi baleado e morto por policiais, após resistir à prisão e tentar fugir da delegacia onde estava detido, localizada em Dourados.

Colaborou: Naiara Camargo.

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Fauna

Lojista é multado em R$ 24 mil por expor cabeça de animais em Campo Grande

A ação do Ibama encontrou exposição de cabeças de onça pintada, queixadas e até a arcada dentária de tubarão no estabelecimento

20/11/2024 18h15

Crédito: Ibama MS

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Uma loja que expunha cabeças de animais silvestres foi alvo de fiscalização pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Campo Grande.

Os agentes encontraram várias cabeças de espécies da fauna sul-mato-grossense, como:

  • onças-pintadas (Panthera onca);
  • onças-pardas (Puma concolor);
  • queixadas (Tayassu pecari);
  • jacarés (Alligatoridae);
  • cervos-do-pantanal (Blastocerus dichotomus);
  • peixes pintados (Pseudoplatystoma corruscans);
  • dourados (Salminus brasiliensis).


Além disso, foram apreendidos "troféus", como a arcada dentária de um tubarão. As peças foram recolhidas, e o estabelecimento foi autuado conforme estabelece a Lei Federal de Crimes Ambientais (nº 9.605/98) e o Decreto nº 6.514/08.

O proprietário recebeu uma multa que totalizou R$ 24 mil, e os suspeitos de organizar a “exposição” irão responder pelo crime na Justiça.

É importante ressaltar que a legislação brasileira proíbe a exposição de partes de animais para comercialização, situação enquadrada na Lei de Crimes Ambientais como venda ilegal de artesanato feito com partes de animais silvestres.

Crédito: Ibama MS

Tráfico de animais


Com a ação, o Ibama tenta inibir tanto a oferta quanto a procura, bem como o tráfico de animais silvestres.

"Quanto mais raro é um animal, maiores são o interesse e o preço que pagam por ele", afirmou a superintendente do Ibama em Mato Grosso do Sul, Joanice Lube Battilani, que completou:

"Essa prática está aliada ao fato de que algumas pessoas, de forma equivocada, acreditam que esses tipos de objetos feitos com partes de animais silvestres servem como amuletos, trazendo proteção e prosperidade."

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