Cidades

SAÚDE

De volta ao vermelho, Santa Casa pede mais verba

Hospital teve forte deficit operacional em dezembro, mês em que gastou quase o dobro da receita; sem insumos e devendo a fornecedores, diretoria busca a prefeitura

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Depois de fechar 2023 no azul, a Santa Casa de Campo Grande indica que o balanço de 2024 poderá voltar a ficar no vermelho. Se em 2023 o maior hospital de Mato Grosso do Sul teve um resultado operacional de R$ 27,5 milhões, no ano passado aparentemente houve deficit e um grande rombo está por vir.

O fluxo operacional de dezembro, publicado pelo hospital, mostra que a unidade encerrou o ano com um resultado operacional negativo de R$ 129 milhões, e a dívida em aberto com fornecedores foi a maior responsável pelo resultado negativo no fluxo de caixa: R$ 122 milhões. 

Por causa disso, o hospital vem reduzindo serviços, como cirurgias eletivas, e também sofre com a falta de insumos. A saída da diretoria do hospital tem sido buscar a prefeitura, gestora dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), que compõem grande parte da receita do hospital. 

DEFICIT

Em dezembro do ano passado, a Santa Casa teve entradas operacionais de R$ 37 milhões, sendo o SUS seu maior cliente, responsável pelo crédito. 

Quase todos os recursos entraram por meio de convênio com a Prefeitura de Campo Grande, que, por ser gestora das verbas do SUS, concentra os repasses federais (mais de 80% dos recursos) e estaduais e os que saem de seu caixa. 

As despesas da Santa Casa em dezembro foram bem superiores ao montante arrecadado: R$ 61,7 milhões. Deste valor, quase R$ 40 milhões foram gastos com pessoal, seja com pessoas jurídicas, seja com funcionários CLT.

O mês é atípico porque nele há duas folhas de pagamento. Em novembro, por exemplo, foram gastos em torno de R$ 17,5 milhões com pessoal. 

O hospital ainda acumula em torno de R$ 11 milhões por mês de despesas com materiais e insumos, e é daí que o hospital tem cortado verba para melhorar as finanças. 

Sobre ter fechado no azul em 2023, isso ocorreu graças a um perdão dado pelo governo federal à Santa Casa em dívidas de encargos sociais. Naquele ano, foram revertidos mais de R$ 64 milhões em multas e juros na dívida com o governo. 

PROCURA REITERADA

O diretor técnico da Santa Casa, William Lemos, tem procurado a Prefeitura de Campo Grande reiteradamente para discutir a relação financeira, mas não tem tido muito êxito. Ele aponta a relação como “deficitária” para o hospital. 

“O contrato sempre vem sendo negociado e imposto em condições que historicamente não atendem à necessidade de custo da Santa Casa. A inflação de materiais médicos e o valor da força médica, além da força de outras categorias, como enfermagem e fisioterapia, têm aumentado ao longo do tempo, e isso também impacta bastante esse deficit”, declarou a Santa Casa, por meio de nota assinada por William Lemos.

O problema da Santa Casa não parece ser apenas o valor global do convênio, que passa dos R$ 400 milhões por ano, em sua maioria, dinheiro federal que a prefeitura organiza e repassa.

O problema tem sido os repasses adicionais que aliviavam a carga financeira e davam um respiro ao caixa do hospital. 

Lemos se queixa da ausência da ajuda extra de R$ 1 milhão, que foi extinta há dois anos. Segundo ele, já são R$ 24 milhões a menos na conta durante o período.

“A Santa Casa é um hospital grandioso e, por conta disso, é necessário um olhar do poder público para que possamos manter o funcionamento adequado do maior hospital de Mato Grosso do Sul. A Santa Casa recebe atendimentos da mais alta complexidade, com custos elevados e vindos de Campo Grande e das diversas cidades do nosso estado. Os muitos municípios do nosso estado, por não terem condições de dar assistência adequada, enviam o paciente para a Santa Casa, o que aumenta sobremaneira os custos da instituição. Tudo isso somado resulta, inevitavelmente, no desabastecimento de insumos”, complementou, em nota. 

INSUMOS EM FALTA

Na semana passada, o Correio do Estado mostrou que diversos equipamentos e medicamentos usados no dia a dia, para atendimento dos pacientes e no trabalho dos servidores do hospital, estão em falta. 

Os equipamentos em falta na Santa Casa vão dos mais complexos, como órteses, próteses e materiais especiais (OPME), até os mais básicos, como luvas, máscaras e capotes (avental hospitalar), que são essenciais para garantir a segurança das cirurgias.

Em razão da falta desses equipamentos, cirurgias ortopédicas e neurocirurgias que necessitam dos materiais de próteses, por exemplo, estão sendo suspensas no hospital por causa da impossibilidade da realização do procedimento sem a disponibilidade de materiais adequados. 

Também há desabastecimento no hospital filantrópico de medicamentos como antibióticos e anticoagulantes. Até a nutrição parenteral, que é um tipo de alimentação especial oferecida para pacientes, muitos deles recém-nascidos, está em falta. 

Para informar a situação caótica, neste mês, a Santa Casa de Campo Grande enviou um ofício para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e outras instituições de saúde informando sobre a piora da situação de desbastecimento de insumos essenciais para a assistência de pacientes.

No ofício, a Santa Casa solicita a transferência de pacientes internados para outros hospitais da cidade, para assegurar o devido atendimento e assistência.

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Educação e ensino

UFGD divulga gabarito preliminar do vestibular 2026; confira

Convocação para as matrículas da primeira chamada está prevista para 14 de janeiro de 2026

17/12/2025 18h18

Divulgação/ UFGD

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A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) divulgou nesta quarta-feira (17) o resultado preliminar do Vestibular 2026, etapa do processo seletivo aguardada pelos mais de 6,8 mil candidatos que realizaram a prova em 19 de outubro. O resultado final do vestibular e a convocação para as matrículas da primeira chamada estão previstos para 14 de janeiro próximo. 

O cronograma previsto também inclui o período para recursos, que poderá ser acessado nos dias 18 e 19 de dezembro. O Boletim de Desempenho Individual, com a pontuação da redação e o total de acertos, ficará liberado ao candidato durante todo o processo.

No último dia 12 de novembro, o Centro de Seleção divulgou o gabarito definitivo e as respostas aos recursos sobre o gabarito preliminar.

As matrículas serão realizadas pela Pró-reitoria de ensino e graduação (Prograd), com editais e cronogramas próprios, seguindo a ordem de desempenho e o número de vagas disponíveis em ampla concorrência e cotas sociais.

Inicialmente, serão chamados os candidatos que escolheram o curso como 1ª opção, e aqueles que selecionaram como 2ª opção serão convocados apenas se restarem vagas. A lista de documentos pode ser consultada em edital.  

O Vestibular 2026 oferece 984 vagas em 35 cursos presenciais e gratuitos, com provas aplicadas nas cidades de Amambai, Campo Grande, Dourados, Naviraí e Nova Andradina.

Confira a lista preliminar da 1ª opção de curso aqui!

Confira a lista preliminar da 2ª opção de curso aqui!

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Cidades

Tribunal de Justiça aprova projeto com 300 cargos para assessores de confiança

Aprovado na LOA para 2026, TJMS terá orçamento avaliado em mais de R$ 1,4 bilhão, o que equivale a um aumento de 7,3% em relação ao valor atual

17/12/2025 17h30

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul Foto: Divulgação / TJMS

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul aprovou, nesta quarta-feira (17), projeto que cria novos cargos em comissão de assessoria. De acordo com o órgão público, a medida busca enfrentar o aumento da demanda processual, reduzir atrasos e garantir melhores condições de trabalho às unidades judiciais, especialmente aquelas com maior acúmulo de processos.

Ao todo, o projeto prevê a criação de 300 cargos para assessores comissionados, sendo 50 vagas para assessor de desembargador e 250 para assessoria vinculados a juizes de primeiro grau, divididos em 150 para a entrância especial, 75 para a segunda entrância e 25 para a primeira entrância, além de cargos de assessoramento jurídico-administrativo. 

Durante a discussão na sessão administrativa do Órgão Especial, foi destacado que o Judiciário estadual enfrenta dificuldades decorrentes da vacância de cargos e da elevada carga de trabalho em determinadas varas. Como alternativa, a administração propôs a ampliação do número de assessores, priorizando juízos mais sobrecarregados, de forma gradual e conforme a disponibilidade orçamentária.

A iniciativa da presidência do TJMS, sob o comando do desembargador Dorival Renato Pavan, será submetida à apreciação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, após os trâmites necessários, poderá ser implementada conforme as possibilidades financeiras do Tribunal.

Aumento na gastança

Em meio ao cenário de corte de gastos por conta da queda na arrecadação de tributos, o Governo do Estado publicou, na terça-feira (16), no Diário Oficial, a Lei Orçamentária Anual (LOA), que prevê aumento de gastos nos Poderes.

Enquanto os orçamentos dos respectivos setores aumentaram em 7,9%, a estimativa de crescimento geral de receitas do Executivo, responsável pelos repasses a estes órgãos públicos, teve acréscimo de apenas 2,9%. 

O Tribunal de Justiça, que terá mais 300 salários de assessores para pagar caso seja implementado o projeto, simplesmente acrescentou R$ 100 milhões ao orçamento de 2026, passando dos atuais R$ 1.364.912.200,00 para R$ 1.464.780.100,00, o que equivale a um acréscimo de 7,3%.

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