A defesa de Miguel Arcanjo Camilo Junior, de 32 anos, suspeito de matar o tio Osvaldo Foglia Júnior, 47 anos, morto a tiros na noite de terça-feira (16) em uma conveniência na Rua Marquês de Lavradio, no Jardim São Lourenço alega que Miguel está bastante abalado e sofre de síndrome do pânico e faz uso de remédio controlado. O suspeito vai se entregar amanhã sexta-feira (18) às 9h na Quarta Delegacia de Polícia Civil, na Vila Moreninha.
O advogado de Miguel, Júlio César Marques, disse à reportagem nesta quinta-feira, que Miguel está abalado com a situação. “Meu cliente está bastante chocado, ele sofre da síndrome do pânico e toma remédio controlado, ele está muito abalado porque tinha uma aproximação muito grande com o tio, eles até faziam musculação juntos”, explicou o advogado.
Sobre a tese de defesa, Marques informou que vai partir pela legítima defesa, uma vez que Miguel estava sofrendo pressão psicológica por parte de Osvaldo. “O tio pressionou que iria matar ele e a família por não pagar a dívida, eu não sei o montante ainda, o tio mandou diversas ameaças por telefone, existe diversas gravações que estão sendo transcritas e colocadas em DVD para ser entre à delegacia para demonstrar essa insuportável pressão”, contou Marques.
Sobre as investigações do caso, o delegado responsável, Thiago Macedo, disse que a relação é mais complexa do que se imagina. “Já foram ouvidas algumas testemunhas e semana que vem vou ouvir uma testemunha chave para o curso das investigações, é um caso bem mais complexo e mais detalhes eu vou resguardar para não atrapalhar as investigações”, contou.
Ele já foi indiciado pelo crime de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e porque não não houve a defesa da vítima.
CASO
Segundo testemunhas, Júnior atua como agiota e teria ido ao local cobrar o familiar pelo pagamento de um empréstimo não pago.
Ainda de acordo com pessoas ouvidas pelos investigadores, o acusado estava no local e assim que viu o tio estacionar seu Corolla, sacou uma pistola calibre ponto 380 e atirou três vezes em sua cabeça.
Júnior, que carregava um facão no banco traseiro do veículo, morreu na hora, sem sequer soltar o cinto de segurança. O autor fugiu em seguida. Uma equipe da Polícia Miliar localizou o Camaro, veículo de luxo cuja versão zero quilômetro pode chegar a R$ 350 mil, abandonado no quintal de uma casa modesta do bairro Cristo Redentor.
O acusado é dono do estabelecimento onde ocorreu o crime e segue sem ser localizado pela polícia até a publicação desta reportagem. Apesar dos relatos de que era uma pessoa tranquila, familiares confirmaram que ele e o tio se odiavam e trocavam ameaças de morte públicas. Ele tinha registro da arma na Polícia Federal, apurou osa investigadores.