Cidades

DEBATE

Com plateia lotada de CACs, descriminalização do aborto é debatida na Câmara Municipal

Aborto foi pauta na sessão ordinária desta quinta-feira (5) e gerou debate entre vereadores e religiosos

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Descriminalização do aborto foi o tema da ‘palavra livre’ da 59ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Campo Grande, desta quinta-feira (5), durante a Semana do Nascituro.

O tema divide opiniões na sociedade atual e ganhou repercussão nacional nas últimas semanas, após a ministra e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, votar pela descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação.

A plateia estava lotada de colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs), pois houve a votação do Projeto de Lei 886/23, que visa normatizar o funcionamento das entidades de tiro desportivo no município de Campo Grande (MS). 

Presidente do Conselho de Pastores de Mato Grosso do Sul, Wilton Melo Acosta e o arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas

A convite do vereador Gilmar da Cruz (Republicanos), o presidente do Conselho de Pastores de Mato Grosso do Sul, Wilton Melo Acosta e o arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, utilizaram a tribuna para ressaltar que são contra o aborto e a favor da vida.

Os líderes religiosos também repudiaram a atitude do STF e engrandeceram o papel do Congresso Nacional, que representa os anseios da população.

O assunto gerou debates entre vereadores e religiosos. Os parlamentares se posicionaram contra o aborto, com exceção da vereadora Luiza Ribeiro (PT).

O presidente do Conselho de Pastores de MS, Wilton Melo, teme que o Supremo Tribunal Federal tome decisões sem o consentimento da população. Ele ainda ressaltou que o poder responsável em representar os anseios dos brasileiros é o legislativo (parlamentares) e não o judiciário (STF).

“Nós estamos diante da possibilidade do STF de poder decidir se vai descriminalizar a prática do aborto no país. Faço uma reflexão da importância do legislativo, do parlamentar, do legislador, que nesse momento tem sido vítima de uma usurpação de poder, por parte do STF, que insiste em legislar em nome do poder legislativo. É de responsabilidade do legislador, do parlamentar, do congresso nacional, de debater um tema tão importante e não do STF. Sou a favor da vida”, disse o líder religioso.

O arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas, pediu que a Câmara Municipal de Campo Grande preste solidariedade ao Congresso Nacional para que o STF não decida pela população a descriminalização do aborto.

“Está havendo uma militância exagerada por parte do judiciário que cada vez mais impõe leis, que não seria realmente da sua competência. E eu também reforço esse pedido para que a Câmara manifeste solidariedade ao Congresso Nacional, reivindicando para o Congresso a legislatura, não deixar isso por conta de um grupo de ministros que não foram eleitos pelo povo”, disse.

CONTRA

Se posicionaram contra a descriminalização do aborto durante a ‘palavra livre’: os vereadores André Luiz (Rede), Clodoilson Pires (Podemos), Junior Coringa (PSD), Paulo Lands (Patriota), Tiago Vargas (PSD), Vitor Rocha (PP), Dr. Loester (MDB), Ayrton Araújo (PT), Prof. Riverton (PSD), Ronilço Guerreiro (Podemos), Beto Avelar (PSD), Claudinho Serra (PSDB), Coronel Vilassanti (União Brasil), Gilmar da Cruz (Republicanos) e Carlão (PSB).

“Tema relevante que mexe com a ética da gente. Não defendo droga, não defendo aborto, eu defendo valores sociais. Essa pauta é uma pauta que todo cidadão ético, independentemente de esquerda ou direita, tem que agregar”, disse o vereador André Luiz (Rede).

“É lamentável que a gente tenha que discutir uma coisa tao básica. E as pessoas que vieram para esse mundo e tem a vida estão discutindo com pessoas que não vão ter direito a nascer. É lamentável que coisas como essa aconteçam. Sou defensor da vida, da família. Acredito que a vida começa na concepção”, afirmou o vereador Clodoilson Pires (Podemos).

O vereador Junior Coringa (PSD) abriu uma comissão de frente parlamentar a favor da vida e convidou outros vereadores para entrarem. “Entrei com um requerimento da frente parlamentar a favor da vida contra o aborto. Tá aberta a comissão para os vereadores que queiram entrar. Precisamos pensar como acabar com a indústria do aborto na Capital e Brasil”, disse Coringa.

“Fico feliz em saber que a sociedade e vocês como líderes religiosos estão se mexendo contra esse absurdo. Numa canetada de alguém que não foi eleito pelo povo. Acho um absurdo. As crianças não são o futuro, são o presente, e se a gente não lutar pelo presente, não haverá futuro”, disse o vereador Paulo Lands (Patriota).

“Trouxe a nota de repudio contra o PSOL e a ministra Rosa Weber, infelizmente não só a questão do aborto, mas também a legalização das drogas, quando partidos não conseguem ganhar no parlamento, estão encaminhando questões delicadas para o STF. Essa questão do aborto é delicada”, disse o vereador Tiago Vargas (PSD).

A FAVOR

A vereadora Luiza Ribeiro (PT) foi a única que se posicionou a favor da descriminalização do aborto, durante a ‘palavra livre’.

De acordo com a petista, a mulher que interrompe a gravidez, até a 12ª semana de gestação, não deveria ser colocada na prisão e nem ser classificada como uma criminosa.

“Na minha opinião, a interrupção da gravidez deve ser evitada a qualquer custo pelo estado brasileiro. Para isso precisa educação sexual, distribuir preservativos. Mas, botar em cárcere, colocar como criminosa aquela mulher que interrompeu a gravidez não me parece uma política pública adequada. O STF está apreciando exatamente isso: a descriminação do aborto até um tempo certo da gravidez, até 12 semanas. Não é uma autorização para o aborto. A melhor política pública é uma política de saúde, que apoie as mulheres, educação sexual e fortaleça as pessoas e não que as encarcere, se chegar numa condição dessa”, ressaltou a vereadora.

Prognóstico

Verão começa neste domingo e será marcado por calor acima da média em MS

Prognóstico aponta que podem ocorrer ondas de calor no Estado, enquanto as chuvas serão irregulares e podem ficar abaixo da média para a estação

18/12/2025 18h44

Calor deverá ficar acima da média durante o verão em Mato Grosso do Sul

Calor deverá ficar acima da média durante o verão em Mato Grosso do Sul Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começa às 11h03 (horário de MS) deste sábado (21) e será marcado por chuvas irregulares e temperaturas elevadas em Mato Grosso do Sul. É o que aponta prognóstico divulgado nesta quinta-feira (18) pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec).

A estação, que vai até o dia 20 de março de 2026, é climatologicamente caracterizada pelos dias mais longos e noites mais curtas, calor, maior disponibilidade de umidade na atmosfera e aumento significativa de pancadas de chuvas.

O primeiro dia do verão é o dia mais longo do ano e a noite mais curta.

Calor acima da média

De acordo com o prognóstico, a tendência climática para este verão em Mato Grosso do Sul indica temperaturas acima da média histórica, ou seja, a previsão aponta para um trimestre com condições mais quentes que o normal no Estado.

"Essa condição favorece a ocorrência de períodos mais quentes, sobretudo em dias com menor nebulosidade e ausência de precipitação", diz o documento.

Quanto as temperaturas, a média da estação varia entre 24°C a 26°C. A previsão para o trimestre janeiro-fevereiro-março de 2026 indica que as temperaturas ficarão ligeiramente acima da média histórica, com máximas acima de 30°C.

Segundo o Climatempo, o verão deverá ter maior influência da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) e a estação terá períodos de veranico, quando várias áreas do País terão dias mais quentes do que o normal, com menos chuva do que o normal para o período.

O Sul do Brasil e as áreas de fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai devem enfrentar períodos de calor intenso, que eventualmente poderão ser considerados como onda de calor, segundo o Climatempo.

Dessa forma, a previsão aponta para um trimestre com condições mais quentes que o normal em Mato Grosso do Sul.

Chuvas irregulares

A média de chuva que é esperada para o verão, conforme os dados históricos baseados em períodos de 30 anos pelo Cemtec, indicam que as precipitações variam entre 400 a 600 mm. 

Para o verão 2025/2026, a tendência climática indica uma previsão  de irregularidade na distribuição das chuvas ao longo do trimestre.

"Os volumes de precipitação tendem a oscilar em torno da média histórica, podendo apresentar totais ligeiramente acima ou abaixo da média histórica", diz o Cemtec.

Uma característica marcante do verão é a ocorrência de rápidas e frequentes mudanças nas condições do tempo. São comuns as chuvas de curta duração e forte intensidade, conhecidas como chuvas de verão.

Segundo o Cemtec, dependendo do ambiente atmosférico atuante, esses eventos podem evoluir para tempestades intensas, acompanhadas de descargas elétricas, rajadas de vento e, ocasionalmente, granizo.

Em razão da intensidade pluviométrica concentrada em curtos intervalos de tempo, essas chuvas podem ocasionar impactos como alagamentos, enxurradas e elevação rápida do nível de córregos e rios, situações típicas do período de verão.

A maior frequência dessas tempestades ocorre, geralmente, no período da tarde, em decorrência do aquecimento diurno mais acentuado e dos mecanismos de modulação diurna da atmosfera.

Além disso, o verão é o período do ano de maior incidência de raios.

Campo Grande

Vereadores derrubam isenção e Consórcio Guaicurus voltará a pagar imposto milionário em 2026

Projeto de lei apresentado pela prefeitura municipal obteve 15 votos contrários e 10 favoráveis

18/12/2025 18h30

Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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No "apagar das luzes" de 2025, a Câmara Municipal de Campo Grande rejeitou a isenção sobre o Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN) para o Consórcio Guaicurus, renúncia que neste ano foi de aproximadamente R$ 9,5 milhões aos cofres municipais.

Na prática, a cobrança sobre este tipo de imposto é de responsabilidade da prefeitura municipal, repasses os quais o consórcio é isento de pagar desde 2013, ano em que a concessionária assumiu o transporte público da Capital. Anualmente, a administração encaminha o projeto de lei à Câmara, que aprova ou rejeita a possibilidade de cobrança, que voltará a ser feita em 2026.

De autoria do executivo municipal, o Projeto de Lei 12.229/2025 foi rejeitado nesta quinta-feira (18) por 15 vereadores, e aprovado por 10, nesta que foi a última sessão sessão legislativa do ano. Em justificativa, a prefeita Adriane Lopes (PP) destacou que a isenção fiscal vigente, permite que a concessionária isente diversos passageiros de pagar a taxa de transporte público, atualmente em R$ 4,95. 

"Ressaltamos que ainda que o benefício fiscal proposto também é satisfatório para fazer as empresas prestadoras de serviços de transportes de pessoas em Campo Grande, pois minimiza os custos financeiros arcados por elas, em contrapartida a não cobrança das passagens à diversos usuários decorrentes de ajustes com o município, acarretando uma maior majoração do preço tarifário, portanto, entendemos que no final, o grande beneficiário, é o munícipe", destacou Adriane. 

Durante a sessão, o presidente da Câmara Epaminondas Neto, "Papy" (PSDB), disse compreende a rejeição ao projeto apresentado pela prefeitura, declaração dada em meio à greve dos motoristas. "Isso é um sinal para a cidade de que o parlamento está esgotado em relação ao Consórcio Guaicurus, que demonstra repetidas vezes as mesmas falhas. E o pior, sem uma iniciativa clara do que quer mudar. (O consórcio) está sempre justificando algumas coisas, mas, na prática, com ações que demoram demais para acontecer", avaliou. 


Favoráveis: Beto Avelar (PP), Carlão (PSB), Clodoilson Pires (Podemos), Dr. Jamal (MDB), Victor Rocha (PSDB), Herculano Borges (Republicanos), Leinha (Avante), Neto Santos (Republicanos), Otávio Trad (PSB), Professor Juari (PSDB), Professor Riverton (PP), Rafael Tavares (PL), Ronilço Guerreiro (Podemos), Silvio Pitu (PSDB) e Veterinário Francisco (União).

Contrários: André Salineiro (PL), Ana Portela (PL), Fabio Rocha (União), Flávio Pereira Moura, o Flávio Cabo Almi (PSDB), Jean Ferreira (PT), Landmark Ferreira (PT), Luiza Ribeiro (PT), Maicon Nogueira (PP), Marquinhos Trad (PDT) e  Wilson Lands (Avante).

Saiba*

Após quatro dias de paralisação os motoristas do consórcio voltarão integralmente ao trabalho na manhã desta sexta-feira (19). A antecipação do repasse, anunciada pelo Governo do Estado durante a manhã, caiu na conta e a suspensão da greve foi decidida nesta tarde, em audiência no Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT24).

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